sábado, 7 de outubro de 2017

Comentando My Little Pony Movie (2017)


Dentre as minhas atribuições maternas está ir ao cinema com Júlia para ver coisas que eu não assistira de jeito algum.  Incluí-se aí My Little Pony.  Descobri que o filme estava para estrear esta semana e, curiosamente, Júlia parece em transição de Patrulha Canina para o desenho das pôneis, o que inclui, claro, os brinquedos.  Daí, minha percepção da série é esta, produto feito para vender brinquedos.  Carregado de bons valores, mas, basicamente, uma máquina de fazer dinheiro.  Pensei, pensei, e decidi fazer uma resenha curta.  Curta mesmo, porque não há muito o que dizer.

Peguei o resumo do Adoro Cinema: "A paz reina em Equestria, quando a pônei Twilight Sparkle se prepara para criar uma festa fabulosa para os habitantes locais. Mas os planos são arruinados pele chegada do Rei Storm e da inimiga Tempesta, que planejam roubar os poderes das princesas na intenção de controlar o clima e dominar o mundo. Twilight e suas amigas são obrigadas a abandonar a terra natal e enfrentar o vilão para salvarem as vidas de suas famílias. No caminho, descobrem outros animais que também sofrem com a opressão do Rei Storm."

Amigas se defendem.
O que eu posso dizer de My Little Pony Movie?  Não vi nada que o diferencie do material da TV.  Se você faz um filme para o cinema, é esperado algo mais.  Trata-se só de um episódio estendido, com a inserção de vilões.  Explicando, eu não vi o suficiente da série de TV para saber se há vilões nos episódios, eu só vi até agora a interação entre a poneizinhas mesmo.  No final do filme, reafirmam-se a amizade entre as protagonistas (*Twilight Sparkle é a princesa da amizade*), os bons triunfam e os vilões que não modificam seu comportamento são destruídos.  Sim, destruídos.

Detalhe, Júlia dormiu nos últimos 15 minutos e não assistiu ao blá-blá-blá sobre valores e amizade que, enfim, são o centro do filme para o público ao qual se destina, as crianças.  Sim, você adulto pode gostar, é direito seu, aliás, mas é um produto tipicamente infantil, tanto quanto PreCure (プリキュア).  Não há nada no que eu vi em My Little Pony até o momento que eleve essa série colorida a um patamar de cult que vejo muita gente pleiteando.  É raso, rasinho.  E saindo da sala de cinema, o esperado é que você desça (*no Shopping que eu estava precisa descer*) até a loja de brinquedos e adquira uma das versões das heroínas disponíveis, as que tem rabo de sereia permanente e as que tem um de tecido que pode ser retirado.  Como Júlia dormiu, protelei o gasto.

As sereias, há um segredo sobre elas, mas é spoiler.
Agora, observando a audiência, e não havia nem trinta pessoas na sala, percebe-se o quanto a série é vista como um produto para meninas.  As crianças eram todas garotinhas.  O único homem presente, repito, único, era o pai que estava em um programa de família.  Estavam festejando muito, porque era a primeira vez da filha caçula no cinema.  Produto para meninas, gendrado ao extremo em seu excesso de fofura, cor de rosa, lilás e princesas, o filme já foi segregado a uma única sessão.  Pica-Pau, que com certeza é muito inferior, tem uma sala somente para ele.

Terminando, my Little Pony cumpre a Bechdel Rule.  É fácil, pois salvo pelo dragãozinho, Spike, todas as personagens fixas são meninas.  Tempest, a vilã com mais tempo em cena, é uma menina.  As sereias são meninas.  No navio dos piratas, há cinco personagens, dois são do sexo feminino, proporção normal em equipes de heróis, mas com um diferencial, a comandante é do sexo feminino.  Só na cidade dos ladrões todos são machos, o grande vilão e seus asseclas são machos, também.  Enfim, eu lamento sempre a desproporção ou ausência de personagens femininas, mas coisas como My Little Pony, que são exceção, é bom marcar, não ajudam a melhorar as coisas, simplesmente são uma versão menina dos produtos gendrados para garotos com muito azul e vermelho e uma menina (*quase*) membro honorário da equipe.  

My little Pony é um produto com meninas e para meninas.
A não ser que alguém me passe uma lista de episódios-chave da série que possam mudar minha percepção, não vejo nada de feminista em My Little Pony.  Preferia mil vezes que Júlia pudesse assistir PreCure, ou os movies dessa série no cinema, há mais estofo para discussão neles do que nas aventuras de Twilight Sparkle, Applejack, Rarity,  Rainbow Dash, Pinkie Pie e  Fluttershy.  Aliás, já sei o nome do elenco básico inteiro, só vou checar a grafia, às vezes.  De todas as pôneis, só e louquinha Pinkie Pie me faz rir às vezes, mas é coisa pouca.  

Ah, sim, antes do filme tem um curta.  é bonitinho, mas anos luz de distância do que a Pixar faz.  E esse é um ponto importante, se você leva para o cinema um produto, ele precisa oferecer mais e não o mesmo.  Os especiais de Toy Story, por exemplo, são muito mais legais do que essa versão estendida de um episódio padrão de My Little Pony.  De resto, menininhas devem gostar, alguns meninos poderiam curtir, também, mas acredito que a maioria dos pais e mães vão carregá-los para a sessão ao lado de Pica-Pau.


3 pessoas comentaram:

Só queria avisar que dokidoki precure está disponível na Netflix como glitter force dokidoki e tem uma dublagem bem legal, diferente do primeiro glitter force que chegou aqui (Smile precure).
Acho que pode ser interessante de ser mostrado a ela.

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