segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Quais foram os melhores e os piores filmes que assisti este ano?

Todo início de ano, faço posts listando todas as resenhas feitas no ano anterior.  Não me lembro de nenhum post sobre os melhores filmes que assisti no ano.  Acho que em 2018, fiz posts sobre filmes que precisava rever, mas, enfim, é o momento em que todo mundo está fazendo listas, vou fazer a minha.  Vamos lá!  Se você clicar no nome do filme, vai parar na resenha.

Não esperava grandes coisas, então... 
Começando pelos piores e eu tenho a sorte de gostar da maioria das coisas que eu vejo no cinema.  E vamos diferenciar filme mais ou menos de filme ruim.  Por exemplo, X-Men: Fênix Negra é fraco, Rei Leão com bichinhos de computação gráfica, foi insosso, mas ruins, não foram.  O último Star Wars está despertando ódios, mas eu só o colocaria no rol dos filmes ruins se realmente esperasse algo de bom.  Expectativas baixas, dano baixo, também.

Esse aqui, sim, me deixou furiosa.
Acho que o pior filme que assisti este ano foi Duas Rainhas.  Como esperava muito por um novo filme sobre Mary Stuart, cuja vida é só pegar filmar e ir para a galera, e com um elenco tão bom, ver a materialização da coisa em uma película tão rasa e vulgar, foi um duro golpe.  É aquilo, expectativas altas, dano elevado.  Outro filme ruim, foi A Revolução em Paris.  Fragmentado, inflado de fatos e discursos retirados direto de livros de História antiquados e com a pior representação de Luís XVI que eu já vi e uma das mais rasas de Maria Antonieta em muito tempo.  Robespierre (Louis Garrel) era bonitinho, mas ele não tinha muitas cenas, vou esperar para ver o ator em Little Women.  Vou jogar Memórias da Dor aqui nesse grupo, porque, enfim, o trailer vendeu uma coisa, o filme entregou outra e algumas escolhas de roteiro foram esquisitas.  

Excelentes atrizes, grandes interpretações,
mas o filme é ruim em vários aspectos.
Sei que muita gente vai discordar, mas eu coloco A Favorita entre os piores filmes do ano, apesar de ser muito bom ao mesmo tempo.  Ele entra aqui, porque a Valéria historiadora feminista considera sempre ruim, quando transformam uma peça de difamação contra uma personagem histórica em verdade e, pior, neste caso específico ainda venderam a coisa como algo progressista.  Há muitas personagens históricas LGBTQ+ que precisam receber filmes enfocando esse aspecto de suas vidas, a Rainha Ana, especificamente, não seria um caso que eu escolheria.  Fora que apresentaram uma monarca muito ativa e interessada em assuntos de Estado em uma idiota.  Sim, não me desceu.  Faz parzinho com Duas Rainhas e Mary Stuart escolhendo marido pelas habilidades do moço com a língua.  Saldo dos filmes ruins, 2 da França, 1 da Inglaterra e 1 do Reino Unido/EUA.

Filme lindo e injustiçado.
Vamos aos melhores do ano, serão dez filmes, mais um caso honorário no final.  Comecei cedo assistindo A Esposa e este filme entra na minha lista como uma das grandes películas de 2019.  Torci muito para que Glenn Close levasse o Oscar.  Se a Rua Beale Falasse foi outro filme excelente e muito injustiçado nas premiações.  Assisti em casa, se eu estivesse no cinema tenho certeza de que iria me debulhar em lágrimas.  Ainda bem que o pacote anti-crime passou sem o maldito do "guilty plea", porque iríamos ter muitos casos parecidos no Brasil, já bastam as nossas mazelas todas.

SHAZAM!, um dos filmes mais divertidos do ano.
Entre os filmes pipoca entra Os Vingadores (*Com Spoilers - Sem Spoilers*), claro.  Foi um filme evento, assisti duas vezes no cinema, fiz duas resenhas (*inédito isso*), me emocionei um tanto, fiquei feliz porque meu marido, que estava em crise depressiva fazia meses conseguiu expressar alguma emoção.  Então, entra aqui.  Agora, o melhor filme pipoca do ano, porque se sustenta sozinho foi Shazam!  Comprei o Blu-ray e espero que Júlia tenha condições de assistir logo e a continuação não tarde, porque foi ótimo.

Netflix, que tal uma série do Lunga?
Foram quatro filmes até agora.  Dois Papas entra nessa lista, deve ser a última resenha de filme do ano mesmo.  O filme é ótimo, está na Netflix e considero meio brasileiro, porque o diretor fez toda a diferença para a qualidade final da película.  Bacurau entra na lista, também.  Se você lê minhas resenhas sabe que acho o Kleber Mendonça Filho tem que moderar certos gostos dele, mas Bacurau é um filme para ficar na história.  E quero mais Lunga, porque, vamos combinar, ele apareceu menos do que deveria no filme.

Downton Abbey: Você espera uma tragédia e sai flutuando do cinema.
Seis filmes?  O próximo é Downton Abbey, uma série que eu preciso tomar vergonha e terminar de assistir.  Pensei que seria uma tragédia e o filme ficou muito, muito bom.  Todo mundo teve o que fazer na película e conseguiram fazer em duas horas o que poderia se desdobrar em uma temporada inteira.  Entra aqui Filhas do Sol, também.  Outro filme muito importante, feminista, e que foi lançado com um timing incrível, porque saiu exatamente quando a Turquia começou a atacar os curdos.  Lembro da plateia presa na cadeira sem conseguir levantar no final.  Há muitas críticas bombando o filme, mas acredito que quem o fez não conseguiu perceber que não era um filme de guerra convencional, era algo mais profundo, um filme sobre mulheres e suas várias guerras.

O Confeiteiro, um filme delicioso e bem complexo.
Faltam dois filmes para completar a lista.  Leveza nesse momento, então.  Amei Yesterday.  É rasinho, é bobinho, mas é fofinho e a gente sai cantando Beatles e imaginando o que raios aconteceu naquela piscadela que o sol deu.  E fecho com um filme que assisti lá no início do ano, que ficou semanas em cartaz e esperou até que eu pudesse assistir, O Confeiteiro 🍰.  Um filme bonito, é o filme LGBTQ da lista e a película mais erótica que eu vi em muito, muito tempo.  Delicioso em todos os sentidos.  💗

Branca como a Neve, destaque na categoria, é ruim,
mas eu gosto e veria de novo.
Minha menção honrosa e exceção, porque é um filme para entrar na categoria afetiva do "É ruim, mas eu gosto", Branca como a Neve.  Tem um monte de defeitos, com uns lances muito trashes, mas fazia muito, muito tempo quer eu não ria tanto e com tanto gosto assistindo um filme.  Fazendo a recapitulação dos melhores: 1 do Brasil, 2 do Reino Unido, 2 da França, 1 de Israel/Alemanha, 4 dos EUA e 1 da Netflix, porque acho que nem cabe colocar que é de algum país aqui.  Dos filmes, somente dois são dirigidos por mulheres, Filhas do Sol e Branca como a Neve, mas A Esposa tem uma temática feminista, também,  e vários dos outros fazem discussões de gênero importantes. Bem, na lista das resenhas do ano, eu comentou mais, foi um ano de muitos filmes e deixei de resenhar até uma película importante, Roma (*que achei superestimado demais*).  Mas foram poucas omissões.

2 pessoas comentaram:

Não consegui ir ao cinema ver Downton Abbey, então terei de assistir em casa. Quero agradecer pela sua resenha de O Confeiteiro. Não teria conhecido o filme se não fosse por ela e o achei lindo. Também é um dos meus favoritos desse ano.

Concordo também que Roma é superestimado demais. Eu achei o filme bem chato e problemático em vários aspectos. Aliás, recomendo um artigo da New Yorker intitulado "There's a Voice Missing in Alfonso Cuarón's 'Roma'”. Ele apresenta bem os problemas do filme.

Que bom que você gostou de O Confeiteiro! Queria que mais gente tivesse assistido. 💞 Eu li o artigo do New Yorker comentando Roma. Pegou bem nos pontos.

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