terça-feira, 6 de julho de 2021

The Bride of the Fox: Recomendação de quadrinho nacional (review)

Faz algumas semanas, sim, eu estou me perdendo no tempo por causa da pandemia, que a Mari Melo me passou o link para o seu mangá The Bride of the Fox (*A Noiva da Raposa*).  Eu parei para ler o material nesses últimos dias e ainda tenho muita coisa para avançar na leitura, mas acho importante fazer alguns comentários e recomendar o quadrinho para vocês.  Quando a gente gosta de algum material, convém divulgar e, se a gente não gosta, o melhor conversar com o autor, ou autora, em privado e fazer as ponderações, porque, com certeza, a gente ajuda mais desse jeito.  Vamos ao resumo da história:

"Nubia é a filha mais velha do rei de um remoto arquipélago. Ela não consegue nadar ou lutar como seus irmãos e irmãs, e ainda por cima recusou todos os pedidos de casamento até hoje. Após o noivado de sua irmã mais nova, ela decide aceitar qualquer pessoa e pretende se encontrar com seu novo pretendente. Entretanto, uma enorme tempestade de noite traz a sua ilha um estranho homem com orelhas de raposa."

The Bride of the Fox se passa em um mundo de fantasia com vários reinos cada um com sua cultura própria que se inspira em lugares que existem de verdade.  Até o momento, a autora nos apresentou dois, o Reino de Thandiwe, um arquipélago tropical no qual a população tem pele escura e é governada por um rei.  Thandwine combina várias referências de povos e culturas do continente africano, talvez não só, mas é algo bem evidente.  O outro reino, Makai, é inspirado  na mitologia japonesa.  Nele residem seres que são animais antropomorfizados, que tem poderes mágicos e mantém sua unidade de forma difícil.  O clã raposa domina no momento, mas uma guerra civil está sempre no horizonte.

Caracterizar de forma convincente esses espaços é algo fundamental para tornar a história convincente.  Uma das séries que eu mais gosto, Escaflowne me encanta tanto também por ter feito isso com competência, vários países que se relacionam entre si, casam seus príncipes e princesas, mas são essencialmente diversos.  Logo no início da história, e considero que os três primeiros capítulos são uma espécie de primeiro arco que se fecha com a ficha dos protagonistas, a autora faz isso.

Falando dos protagonistas, Núbia é uma jovem inteligente, muito inteligente, e, ao mesmo tempo, insegura.  Como não domina as competências que a maioria do seu povo possui e estar cercada por dois irmãos e duas irmãs que são perfeitos exemplares dos habitantes do seu reino, Núbia se sente inferior e se encolhe.  Não é que ela seja fraca, ela acha que é.  E surge um problema, pela tradição do seu povo, as irmãs mais novas só podem casar se a mais velha casar.  Uma das irmãs de Núbia está apaixonada por um sujeito adequado e é amada por ele, mas ela não pode casar enquanto a mocinha não o fizer. 

Lembre-se que elas são princesas e a ideia da história é que a regra são casamentos arranjados, Núbia recebeu vários pedidos, não por ser quem é, mas por ser filha do rei.  Ela decide aceitar o último que chegou e, assim, abrir caminho para que sua irmã mais nova se case.  Inclusive envia a carta para o possível futuro marido dando o seu assentimento. E eis que ela estava na praia em uma tarde de tempestade e avista um barco com um náufrago.  Sabendo que a vida do sujeito dependia da sua ação imediata, ela consegue superar seus medos e o resgata.  Como o rapaz parece morto, ela tem que fazer operação boca-a-boca no sujeito no que, para ela, seria o mesmo que perder o seu primeiro beijo.

O moço resgatado é metade homem, metade raposa.  Núbia reconhece logo que é um habitante do Makai, o reino das feras que tanto a fascinava quando criança.  Núbia é fluente na língua do moço, cuida dele em uma cabana de pescadores durante a noite.  Enquanto isso, no palácio, todos estão em polvorosa, porque o governante do Makai se perdeu no mar depois de uma ação contra piratas.  Encontrar o príncipe é fundamental para garantir a paz com o Makai e proteger o reino de Thandwine de qualquer acusação.

Enfim, este é o início da história.  Núbia salva o príncipe, ele está em débito com ela, e a jovem não tem tanta certeza ainda, mas está apaixonada por Taiga, sim, este é seu nome.  Taiga conta sua história no capítulo três e manda comunicado ao seu irmão, que está como regente no Makai, para que venham buscá-lo. Ele também pedem que enviem um presente para Núbia, mesmo a moça dizendo que nada quer.  Só que o outro príncipe está chegando para conhecê-la e vem com um harém em seu barco.  Você sabem com quem Núbia vai ficar, mas isso é um mero detalhe, o importante, pelo menos para mim, é como chegarão até lá e, claro, a série já tem vários capítulos, os desafios que irão enfrentar no Makai, ou com outros reinos.

É uma resenha curta, preciso avançar mais na leitura, mas queria que vocês, que frequentam o Shoujo Café, conhecessem The Bride of the Fox.  O quadrinho está sendo publicado em português e em inglês.  Não sei em qual língua a Mari está escrevendo originalmente, mas percebi alguns pequenos probleminhas no texto em português, nada sério, um "obrigada" quando deveria ser "obrigado", coisas assim.  Em inglês, não haveria problema no uso.  E, às vezes, o uso de gírias e certas informalidades não seria o que eu escolheria para o tipo de história que ela está fazendo, mas isso é questão de gosto mesmo, pode, inclusive, ser implicância de gente velha.

A Mari Melo se tornou particularmente famosa, porque ela estudou no Japão e sua foto de formatura acabou aparecendo em algumas matérias da internet, inclusive na BBC.  Se vocês acessarem a Linktree dela, encontram seu Instagram, os links para o mangá em português e inglês (*ele está no Tapas*), link do Twitch, onde ela faz lives etc.  A Mari se apresenta como "An Afro-Latina comic artist living in Japan" (Uma quadrinista afro-latina que mora no Japão) e fico feliz que ela esteja realizando o seu sonho.

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