segunda-feira, 26 de julho de 2021

Um Pódio digno de um shoujo mangá

Esta madrugada duas meninas de 13 anos subiram ao topo do pódio no skate street, Rayssa Leal e Momiji Nishiya, o grupo contava ainda com uma outra garota um pouco mais velha de 16 anos, Funa Nakayama.  O Skate estreou na Olimpíada trazendo, pelo menos no caso do feminino, um surpreendente sopro de juventude.  A vitória de meninas tão jovens pode servir de incentivo para que pais e mães não obstruam o sonho de suas filhas de se tornarem atletas da categoria ou de simplesmente se divertirem com um skate.  Uma das matérias sobre o pódio do skate destacou que a jovem Momiji teve dificuldades de convencer os pais a aceitarem o seu gosto pelo skate.

No caso de Rayssa, ela se tornou a  mais jovem medalhista olímpica de nosso país, acredito que seu recorde ficará de pé por muito tempo, ou para sempre.  Afinal, não é comum termos medalhistas tão jovens.  Aliás, curiosamente, a mais jovem medalhista olímpica era, também, uma garota de 13 anos, a norte-americana Marjorie Gestring, que foi vitoriosa nos saltos ornamentais na Olimpíada de Berlim, em 1936.   E quem conhece a história dessa Olimpíada sabe que ela foi feita para glorificar o Terceiro Reich e para que alemães vencessem, portanto.  Rayssa é mais nova que ela.  Momiji não é, porque faz aniversário em agosto, então Gestring continua a mais jovem medalhista de ouro.

Rayssa se tornou famosa quando um vídeo fazendo uma manobra difícil aos seis anos de idade e vestida de fada viralizou na internet.  Oriunda de Imperatriz do Maranhão, ela foi convidada a ir ao Globo Esporte onde recebeu um skate de Letícia Bufoni, então campeã na categoria.  Ambas estavam na Olimpíada e a menina superou a mestra que lhe serviu de inspiração.  É ou não é um bom roteiro para um mangá?  Espero que Rayssa tenha uma longa e frutífera carreira e que sempre pareça tão feliz com o seu skate como me pareceu nesta olimpíada.  Ah, sim, e que tenha direito à bolsa de incentivo aos atletas que lhe foi negada por não ter idade suficiente.  Se pode ganhar medalha, deveria poder receber o apoio.

E falando em meninas no skate, a minha me pede um desde o ano passado.  Acredito que agora não terei mais como enrolar.  Tenho medo que ela se quebre toda, tenho que admitir.  E eu tinha dito para a Júlia que achava que Rayssa seria bronze, que as japonesas eram boas e contavam com uma ajudinha dos jurados (*no masculino foi o que me pareceu e não estou falando que o brasileiro foi prejudicado, mas o peruano foi*).  Minha filha disse que achava que ela seria prata e fomos dormir.  Ela acertou. 

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