quarta-feira, 6 de julho de 2022

Ms. Marvel e seu olhar carinhoso sobre Karachi (Artigo traduzido)

Estou atrasada com minhas resenhas de Ms. Marvel.  Ainda não terminei o episódio anterior, que se passa em Karachi, não vi o atual, que acabou de sair.  Karachi, maior cidade do Paquistão, e uma das maiores do mundo,  é bem mais importante em termos econômicos, culturais, estratégicos até do que a capital,  Islamabad, mas costuma aparecer na mídia internacional por seus problemas, quando há algum atentado e coisas do gênero.  Confesso que minha visão sobre o Paquistão é bem nessa linha (*Talebã, Malala, e por aí vai*) e Ms. Marvel não vai me ajudar muito a mudar isso, mas sigamos.

Enfim, Kamala estava nos trending topics do Twitter (*mais pela vice-presidente dos Estados Unidos do que pela série da Ms. Marvel*) e, ao abrir, vi este artigo do jornal paquistanês Sahu News chamado SOC on showing a ‘vibrant’ Karachi through Kamala’s eyes (SOC mostra uma Karachi 'vibrante' através dos olhos de Kamala).  Achei que vaia a pena traduzir.  Os episódios de Ms. Marvel em Karachi foram dirigidos pela premiada diretora paquistanesa Sharmeen Obaid-Chinoy, daí o SOC do título original.  Segue a tradução (*as imagens foram escolhidas por mim*):

SOC mostra uma Karachi 'vibrante' através dos olhos de Kamala

No episódio da semana passada de Ms. Marvel, a primeira diretora vencedora do Oscar do Paquistão, Sharmeen Obaid-Chinoy, mostrou Karachi através dos olhos de Kamala. Ela pintou uma visão tradicional e quase animada da cidade que muitas vezes é encharcada de sangue e carnificina nas telas. A diretora falou sobre como ela queria que o público percebesse Karachi pelo que realmente é – uma cor, um deleite visual.

No Instagram, na terça-feira, Obaid-Chinoy compartilhou um clipe dos bastidores de tudo o que aconteceu na criação do Karachi que vimos na Ms. Marvel. Ela lembrou como incorporar suas memórias de infância da metrópole ajudou a tornar sua representação o mais autêntica possível. “Eu queria mergulhar Kamala na minha Karachi. E pensei em todos os lugares importantes que fizeram parte da minha infância, as coisas que gostei de fazer”, disse ela.

Através da caminhada pela área histórica da cidade, com Kamala explorando a Cidade Velha, Obaid-Chinoy queria colocar a Ms.. Marvel nas ruas da cidade movimentada “para que ela pudesse andar entre as barracas que vendem relógios e roupas coloridas, ao lado de perfumes. ”

Mostrando a magnitude de todas as coisas chinesas em Karachi, incluindo dentistas chineses, ela acrescentou: “Nós até mostramos Kamala passando por este restaurante chinês A.B.C., que é onde eu cresci comendo comida chinesa”. Obaid-Chinoy também aproveitou a oportunidade para apresentar a estação de trem de Karachi e como ela levou a “atenção aos detalhes” a um nível totalmente novo, fazendo os carregadores se vestirem com trajes coloridos impressionantes usados ​​pelos coolies em sua terra nartal. “Quando Kamala vai para a estação de trem em Karachi, era importante ter a maneira como os carregadores estão vestidos, as roupas de cor vermelha.”

E enquanto a residência da avó de Kamala “é imaginada em uma parte antiga de Karachi”, Obaid-Chinoy fez questão de acabar com o tom amarelo em que Karachi costuma ser mostrada. “Meu querido Diretor de fotografia Jules e eu trabalhamos em estreita colaboração para garantir que o filtro amarelo que é tradicionalmente usado para mostrar Karachi fosse eliminado.” Já que o mais importante para o diretor era “dar vida à cidade pelos olhos da visita de Kamala”.

A diretora também compartilhou um videoclipe no Instagram, onde falou sobre o transporte tradicional de Karachi também fazer parte do programa. “Karachi é minha casa. Quando pensei em trazer Kamala para aquele mundo, queria que fosse colorido, queria trazer seus ônibus coloridos, seus caminhões com belos trabalhos manuais, seus riquixás e táxis. Eu queria que Kamala levasse o público em uma aventura pela cidade de Karachi, onde ela vai descobrir seu passado.”

[1] Coolie significa "um trabalhador nativo não qualificado na Índia, China e alguns outros países asiáticos.".  Está no texto, mas será que os paquistaneses continuam usando esse termo, de conotações visivelmente racistas, nos dias de hoje?  Enfim, eu não sei.

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