sábado, 25 de março de 2023

Netflix anuncia o anime de Ōoku e minhas considerações sobre isso

Olha, foi uma surpresa ver o anúncio ontem, mas já era quase meia noite e eu não tinha ânimo para postar, mas é isso, entre os anúncios feitos pela Netflix no evento chamado Anime Japan, a plataforma de streaming anunciou que Ōoku (大奥), série de ficção científica (História Alternativa) de Fumi Yoshinaga vai virar anime.  Eu fiquei entre soltar rojões e virar os olhos, porque até onde sei, a maioria dos animes da Netflix tem uma produção abaixo da média, vide Seven Seeds, e Ōoku tem 19 volumes.

Vamos ao resumo, porque sei que há quem não conheça a história.  Estamos no início do século XVII e uma terrível doença se abate sobre o Japão.  4/5 masculina do país, especialmente, os jovens, morre da horrível varíola vermelha. Para evitar que o país seja invadido, o Japão se fecha para o contato com os estrangeiros, para que ninguém saiba da situação. Com a falta de homens, as mulheres assumem suas funções e mesmo o shogun é uma mulher.  Como forma de distinção, a shogun tem um harém, o Ōoku, onde ela tem somente para si uma quantidade obscena de homens, seja para dividirem a sua cama, ou fazerem outros serviços.  Mas, com o tempo, a doença começa a recuar, até ser extinta definitivamente, e o balanço de poder entre homens e mulheres será revertido.

Pelos frames no Comic Natalie, a adaptação, ou, pelo menos, as amostras que eles ofereceram, vai focar no início do mangá (*Vol. 1-3*).  Essa parte, aliás, foi adaptada em um filme de 2010, um dorama em 2012, e na adaptação live action que estreou neste janeiro na TV Tokyo.  Eu fiz resenha do primeiro capítulo da nova versão (*ainda estou aguardando que legendem o resto da primeira temporada, porque haverá uma segunda*) e ainda que considere o resultado bom, para que o primeiro volume caiba em uma hora, e no filme ele foi adaptado no dobro de tempo, sacrificaram muita coisa, as subtramas, o que Yoshinaga coloca de humor.  Vejam bem, se essas adaptações levarem as pessoas ao mangá, eu comemoro, mas o sacrifício que está sendo feito nessa conversão atual para dorama me deixou bem decepcionada.  Será que o anime irá fazer diferente?  

Sobre a informação, o que temos é o seguinte, o diretor será Abe Noriyuki, o Estúdio será o Deen, que fez muita coisa boa.  O roteiro será de Takasugi Rika e o character design de Sato Yoko.  Pelos frames a arte está muito diferente da série original, está meio morta, sem a beleza do original, genérica até.  Fumi Yoshinaga merecia uma série que, pelo menos, preservasse o seu traço, ou o espírito dele.  Pelas frames, vejam bem, pelo pouco que liberaram até o momento, não será assim, não.  Ainda não há data de estreia.  

Outra coisa, no anúncio, houve a dúvida de se a série é shoujo, ou josei.  Bem, sai na revista Melody.  Na wikipedia em inglês, está escrito que a revista era shoujo e, agora (*DESDE QUANDO? Nas notas do artigo, há links externos, não da Hakusensha, do mesmo ano, 2021, chamando a Melody de josei e shoujo*), é josei.  No entanto, Na Wikipedia japonesa continua como shoujo, eu fui checar para ver se tinha mudado.  Considerarei como válida a informação da página em japonês, até porque, a Melody, a Cookie, mesmo a Cheese, são aquelas revistas shoujo limítrofes, isto é, elas almejam um público mais velho e oferecem mangás que são mais sérios, mais dramáticos, o que, claro, não representa o todo da revista.  No fim das contas, as japonesas querem é ler bons  mangás e, às vezes, se apegam a uma revista, ou autora e, neste caso, a seguem para onde ela for.  De resto, para fechar o caixão, na conta do Twitter da revista, está que ela é shoujo.

Fora, claro, que virou quase moda entre alguns fãs de mangá tentarem tirar material shoujo da sua demografia original para mostrar que são pessoas maduras e que não leem material juvenil, isto é, shoujo, quando está cheio de shoujo muito mais complexo do que muita série que tem como alvo o público adulto mesmo. Eu até relevo esse tipo de atitude, quando ela é fruto da imaturidade, tipo o/a adolescente que quer mostrar que cresceu, agora, quando é coisa de gente supostamente bem informada, não.  É a mesma coisa que empurrar material shounen e seinen com romance como shoujo, ou josei, porque, bem, macho não gosta dessas coisas, então, tem que ser para menininha. 

1 pessoas comentaram:

Animes da Netflix meio que me desanimam um pouco, mas esse eu faço questão de ver.

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