Estava procurando algum artigo interessante sobre mangá no Le Figaro, importante jornal francês, e tropecei neste artigo que foi publicado durante o Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, o mais importante do mundo. "Avec un livre sur sept vendus, la France est devenue l'autre pays du manga" é um texto curto e assinado pela própria editoria do jornal e trata do crescimento do marcado de mangá na França, a fatia que os mangás já abocanharam dentro da quantidade de livros vendidos no país e, um detalhe importante, dois, na verdade a renovação do público e como o Pass Culture, um subsídio do governo francês, vem servindo para alavancar as vendas de mangá no país.
O texto traduzido está abaixo. Mantive a estrutura do texto, só linkei o instituto GfK. Como não tinha imagens, não coloquei. O texto traz vídeos de Angoulême, mas tem que abrir o link original, que está lá em cima.
Com um em cada sete livros vendidos, a França se tornou o outro país do mangá
Por Le Figaro com AFP
Em 2022, 28 títulos do gênero apareceram no ranking dos 100 livros mais comprados do país.
Cerca de um em cada sete livros comprados na França em 2022 foi um mangá, com crescimento que deve continuar dada a pouca idade dos leitores, segundo estudo revelado pelo instituto GfK. O instituto, que é uma referência na venda de livros, constatou durante o Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême que os mangás representavam 57% do mercado de quadrinhos em número de volumes, o que representa 25,2% do mercado livreiro. “Os mangás estão atingindo novos patamares, depois de já terem tido um ano histórico em 2021”, explicou a consultora da GfK Casseline Rosello em entrevista coletiva.
Em dez anos, o volume do mercado francês de mangás, segundo no mundo atrás do Japão, quadruplicou. Atingiu 381 milhões de euros em valor em 2022. Um gênero de mangá, shounen (para meninos adolescentes), representa sozinho 43% das vendas de quadrinhos na França.
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Embora nenhum mangá tenha aparecido entre os 100 livros mais vendidos em 2019, foram três em 2020, 24 em 2021 e 28 em 2022. Esses títulos muito populares, como as 253.000 cópias em 2022 do primeiro volume de One Piece, geralmente são estreias de séries de baixo custo, para convencer o leitor a prosseguir. One Piece tem, portanto, 103 volumes até o momento em francês.
O papel do Passe de Cultura, um subsídio estatal para alunos do ensino fundamental e médio [1] para a compra de produtos culturais, deve ser colocado em perspectiva. “A ideia de que o Passe de Cultura seria um Passe de mangá foi bem recebida”, sublinhou quinta-feira de manhã em Angoulême a Ministra da Cultura Rima Abdul Malak.
Quanto aos livros adquiridos com este passe, o item mais comprado pelos seus seus detentores é o mangá representando 43% das vendas em volume e 29% em valor. A GfK observou a expansão da base de clientes de mangá. Em 2022, “leitores que já compravam mangá compraram um pouco menos. Temos mais crescimento do lado de quem não comprou”, disse Casseline Rosello.
Este ano, o Festival de Angoulême recebeu várias estrelas da manga como Hajime Isayama (Attack on Titan), Ryoichi Ikegami, criador da série Crying Freeman, entre outros, ou Junji Ito (Maniac de Junji Ito, antologia macabra na Netflix).
[1] O limite de idade é 18 anos, se entendi bem.
2 pessoas comentaram:
Interessante essa popularidade do mangá na França, mais que qualquer outro país ocidental.
Curioso que não há essa popularidade do mesmo tamanho na Ásia... (excluindo o próprio Japão, claro)
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