sexta-feira, 14 de julho de 2023

Comentando o segundo episódio de Watshi no Shiawase na Kekkon: Para quem prefere texto ao vídeo

Sei que muita gente prefere texto e eu nunca consigo falar tudo o que eu preciso no Shoujocast, então, decidi fazer uma pequena resenha do segundo episódio de Watashi no Shiawase na Kekkon (わたしの幸せな結婚), ou My Happy Marriage, ou ainda Meu Casamento Feliz, porque tem dublagem em várias linguas, que estreou na semana passada na Netflix.  Vou comentar somente algumas coisas do segundo episódio e recomendo, claro, que vocês ouçam o os programas que eu já fiz.

Watashi no Shiawase na Kekkon é baseado em uma série de livros de Akumi Agitogi (texto) e Tsukiho Tsukioka (ilustrações), que estão fazendo um sucesso absurdo no Japão, o mangá veio depois, claro, e o traço é de Rito Kousaka (abaixo).  A série se passa no início do século XX, em um Japão alternativo, no qual algumas pessoas nascem com dons especiais que lhes permitem lutar contra as grotesqueries (*youkai*).  Nossa protagonista, Miyo Saimori, nasceu de um casamento planejado para produzir uma pessoa com dons muito poderosos, mas ela, aparentemente, não tem nenhum.  

Depois da morte de sua mãe, seu pai se casa com a amante de longa data, a mulher que ele ama, e a filha esse novo casamento nasce com poderes.  Por conta disso, a situação de Miyo é rebaixada no seio familiar, ela se torna uma espécie de cinderela, e, quando completa 19 anos, seu pai decide arranjar o casamento de sua irmã e o dela.  Kaya deve se casar com o vizinho, Kouji Tatsuishi, que é apaixonado por Miyo, já a moça será enviada para a casa de Kiyoka Kudo, um jovem de uma família muito poderosa.


Quando terminamos o primeiro episódio, meu vídeo está acima, Miyo acabou de chegar na casa de Kiyoka e está se apresentando de forma muito subserviente, o que o irrita, ao mesmo tempo em que está deslumbrada pela beleza do noivo.  Ele a ameaça (*se a mandar embora, ela deve partir./se quiser matá-la, ele irá matá-la/blá-blá-blá*).  Obviamente, ele não fará nada disso, mas além de ser uma história de Cinderela, é uma história de Bela e a Fera.  No outro dia, Miyo, que era uma escrava em sua casa, acordou cedíssimo e preparou o café da manhã do noivo.  Ele desconfia dela e a acusa de querer envenená-lo.  

Miyo fica arrasada, ela não pode fracassar, porque não tem para onde voltar, mas ela se vê, por causa dos abusos sofridos em casa, como alguém sem valor algum.  Yurie, a criada velha da casa e que foi ama de Kiyoka, fala com o rapaz e com Miyo.  Kiyoka, apesar de não demonstrar, sente-se culpado e tenta se consertar.  Além disso, desconfia que há algo de errado no passado de Miyo.  Seria ela realmente a filha de uma família aristocrática?  Ela é muito esquálida, suas roupas são muito surradas.  O problema, e é o grande problema do anime, é que o character design coloca Miyo como muito saudável, quando ela, na verdade, iria florescer na casa de Kiyoka.

Mais adiante no episódio, Miyo se oferece para preparar o banho do rapaz, aquecer a água.  Ele diz que pode usar seus poderes para isso e ainda esquenta o banho dela.  É neste episódio que a parte mágica da história é mostrada.  Miyo se sente mais inútil ainda e Kiyoka diz para a moça que ela deve preparar o café da manhã do outro dia, para ambos, porque ele percebe que ela não tinha comido com ele, porque Yurie iria se atrasar.  É uma mentira, a criada chega quando Miyo está na cozinha, mas trata-se de uma tentativa de Kiyoka de se retratar.

Eu realmente não lembro dele ter mentido no livro, mas o fato é que várias cenas foram inventadas tanto no primeiro, quanto no segundo episódio, para o anime.  A maioria são materializações detalhadas de coisas que estão no livro, ou poderiam estar.  Por exemplo, criaram a cerimônia em que o pai de Miyo testa as duas filhas para saber se elas têm o dom.  Ficou ótima.  Criaram-se várias cenas para que tenhamos pena de Kouji, que ama Miyo, mas terá que se casar com Kaya.  Há uma cena no telefone em que o pai de Kouji cobra  que Miyo se case com seu filho.  Esta cena é possível, mas foi criada fora do livro.  E há outras, a única que ficou ruim foi a de Kiyoka e seus soldados.

Kiyoka comanda uma divisão do exército japonês em que todos os sujeitos têm dons e lutam contra as grotesqueries.  Ora, os caras sabem o que fazem ali, se alistaram, aliás, esta é uma ideia do livro, só que o anime coloca Godou, o segundo em comando de Kiyoka, explicando o que eles vieram fazer ali, sua função, e os soldados tomam isso como novidade.  A ideia, claro, é explicar para a audiência, nós, poderiam ter feito de outra forma.

Voltando para Miyo e Kiyoka, ela toma a refeição com ele, e assim será daqui para frente.  O rapaz, do seu jeito frio (*descobriremos mais tarde que se trata de timidez*), elogia a comida e Miyo começa a chorar.  Para ela, sempre pisada, sempre tratada como inútil, é algo mágico receber um elogio.  É uma cena muito tocante, porque Watashi no Shiawase na Kekkon não é somente mais uma história e Cinderela, é uma série sobre uma jovem que foi abusada pelos seus parentes, emocionalmente abandonada e que, agora, encontra uma família em Kiyoka, em Yurie e veremos que em outras personagens, também.  Se quiser ver o vídeo que fiz comentando este mesmo episódio, ele está abaixo.

Concluindo, no primeiro episódio não tivemos nem abertura, nem encerramento, eles vieram só no segundo capítulo e, bem, ficaram lindas, lindas, lindas.  Tudo combina tão bem, a abertura dando destaque para o pente de Miyo (*o quebrado que era de sua mãe e o novo, dado por Kiyoka*), o laço do rapaz, ela sendo mostrada o fazendo.  E o encerramento, em um estilo de desenho diferente, apresenta a jornada da moça de sua solidão até o casamento feliz.  Tudo muito bonito mesmo.  Foram dois capítulos excepcionalmente bons.  

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