segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Começou o Loveauary do Hallmark Channel: Comentando Love & Jane

Estamos no mês em que o Hallmark, canal norte-americano, está comemorando Jane Austen.  O chamado Loveuary terá quatro filmes, eu assisti ao segundo deles, Love & Jane, que foi exibido no sábado, dia 10 , e vou fazer uma pequena resenha, porque não acredito que valha grandes reflexões, não.  Vamos ao resumo:

Lilly Thorpe (Alison Sweeney), uma fanática por Jane Austen, foi um dia uma promissora escritora, recebeu até um prêmio literário importante, mas tudo isso ficou para trás, insegura, ela é funcionária de uma agência de publicidade e não se sente nada estimulada pelo trabalho.  A única coisa que a deixa realmente feliz é seu clube de leitura de Jane Austen.  O problema é que o legítimo pub londrino (*que fica em Boston*) onde o grupo se reúne gratuitamente foi vendido.  Fora isso, antes dessa última reunião, Lilly tem um enfrentamento desagradável com um funcionário de uma livraria, que lhe tira das mãos o livro que ela pretendia comprar, pois esquecera seu exemplar em casa, porque ele havia sido vendido pela internet.  Lilly diz odiar tecnologia (*mas tem uma casa toda tecnológica e até uma versão da Alexa*).

Na mesma noite, seu namorado de longa data lhe pede em casamento, ele recebeu uma proposta tentadora de emprego em Chicago e propõe à Lilly que ela largue tudo, afinal, ela não gosta mesmo do seu trabalho, o clube de leitura está condenado a terminar e ela não consegue tempo para escrever.  Ele diz que pode sustentá-la e inclusive se propõe a pagar sua viagem dos sonhos para a Inglaterra.  Lilly recusa, mas fica arrasada.  O que estava fazendo de sua vida?  Ela busca conselhos nos livros de Jane Austen e, para sua surpresa, a própria autora (Kendra Anderson) aparece em sua casa.

A confusa Lilly descobre no outro dia que o funcionário mal criado é, na verdade, um milionário excêntrico do ramo de tecnologia chamado Trevor Fitzsimmons (Benjamin Ayres).  Ele é amante de livros, embora considere Jane Austen uma escritora fraquinha, e comprou a livraria para desestressar.  Ele encomenda uma campanha para a agência exatamente centrada em conectar pessoas através da experiência na tal livraria.  Como unir o prazer do livro físico com o mundo digital?  Lilly e seus colegas - Alisha (Aadila Dosani) e Brennan (William Vaughan) - ficam responsáveis pela campanha.  

Além dos dramas de Lilly, da sua relação com Jane Austen e do romance com Trevor, a protagonista tenta ajudar sua amiga Alisha.  A jovem tem 27 anos, é de família paquistanesa ou indiana e está sendo pressionada pelos pais a entrar em um casamento arranjado.  Já o caso do clube de leitura se resolve quando Trevor oferece a livraria como espaço gratuito.  Isso ajuda na campanha e, claro, aproxima Lilly e Trevor.

Enfim, é um filme bem bobinho e parece forçar analogias entre a vida da protagonista e seus amigos com os livros e personagens de Austen.  A atriz que faz Jane Austen é simpática, ela tenta ensinar Lilly a ser uma dama aos moldes de seu tempo e a segue em vários lugares, mas só pode ser vista pela protagonista.   Em dado momento, as duas sentam juntas para assistir uma adaptação de Orgulho & Preconceito que é, obviamente, inspirada da versão da BBC de 1995.  Há a cena da camisa molhada, mas o sujeito que faz o Darcy... UGH!  

Agora, no geral, o filme me pareceu bem sem graça mesmo, decepcionante.  Só consegui rir de verdade em um momento, quando Trevor pede que Lilly o chame pelo nome.  Daí, ela brinca dizendo que milionários gostam de serem tratados com intimidade (*que é, obviamente, falsa*) e cita nomes como "Elon" (*Musk*).  Depois, ela diz ser conservadora e preferir ser tratada com formalidade.

As sequências do cube de leitura até são interessantes, não vou negar.  A ideia é mostrar a diversidade dos fãs de Jane Austen.  Há gente jovem e velha, homens e mulheres.  Temos um caminhoneiro que ouve áudio livros na estrada, Lilly lhe indicou as melhores versões.  Há uma moça que só lê versões digitais dos livros.  E um dos rapazes do grupo, Alejandro, é interpretado por um ator sergipano chamado Eduardo Britto.  

No fim das contas, Lilly não percebe o interesse de Trevor, que parece mais que evidente já no segundo encontro dos dois.  E me pareceu um tanto incômodo ver uma atriz da minha idade, ela é nascida em 1976, fazendo um papel que ficaria mais adequado a uma mulher bem mais jovem, de preferência com no máximo uns 30 anos.  Os comportamentos dela eram muito bobos, ingênuos, imaturos mesmo.  E a fixação dela por Jane Austen, que poderia ser por outra coisa qualquer, não justifica as atitudes tão infantis.

Estou com Paging Mr. Darcy no HD, foi bem fácil baixar ambos os filmes, irei assistir, mas este Love & Jane não vale o esforço, não.  Pelo menos, o meu não valeu.  Há comédias românticas baratas bem mais interessantes, o fato de ser para a TV não justifica a obviedade do roteiro.  Há excelentes filmes feitos direto para a TV, ou streaming, que não deixam nada a dever para produções cinematográficas.  Mesmo não sendo para a TV, eu recomendaria Clube de Leitura de Jane Austen, que consegue entrelaçar de forma muito competente a vida das personagens com os livros de Jane Austen.  

Concluindo, Lilly consegue redescobrir seu talento como escritora e, ao terminar o filme, decide escrever uma variação de Orgulho & Preconceito, algo que é muito comum entre fãs de Jane Austen.  E qual o foco?   A história pelos olhos de Mr. Darcy.  Não vai ser a primeira versão com este enfoque, mas, se você quiser uma que seja boa, recomendo O Diário de Mr. Darcy, Amanda Granger.  Há uma pequena resenha no blog..

2 pessoas comentaram:

Onde você ver os filmes desse canal?

Márcio, eu vou até o pirate bay e pego o torrent.

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