O canal Fora do Plástico tinha noticiado que um sujeito decidiu publicar artesanalmente o manga Urusei Yatsura (うる星やつら), de Rumiko Takahashi, no Brasil. Sim, segundo ele (*e não acredito, deixo claro*), tentou negociar os direitos com os japoneses, não conseguiu e decidiu publicar o mangá por conta própria como uma forma de chamar a atenção dos detentores dos direitos (!!!). Sim, está na matéria da Folha de São Paulo: "Eu falei, quer saber? Vou fazer algo que chame a atenção. O meu objetivo é que os japoneses me notem, conversem comigo, ouçam o meu projeto para trabalharmos juntos." Parece o Trump metendo tarifas em todo mundo para que os prejudicados viessem se arrastando aos seus pés (*ou dispostos a beijar o seu rabo, como o próprio disse*) desesperados. Bem, os japoneses não vão fazer isso, espero que ele tome um processo, e não me surpreenderia se esse mangá já não estivesse com os direitos nas mãos de uma das editoras brasileiras, mais especificamente, a JBC.
Assim, houve mangás piratas no Brasil, mas isso em um momento nos quais as editoras estavam engatinhando. Mesmo assim, foi um escândalo. O dono da "editora" Ao Leitor, com Carinho disse desejar publicar "mangás editados por fãs, com títulos produzidos numa época nostálgica para entreter e divertir". Ele disse que comprou os originais japoneses e contratou um tradutor e uma revisora, além de escanear e tratar as imagens. O sujeito ainda mandou um papo de nostalgia e obra que li na adolescência, quando, na verdade, é picaretagem mesmo e a escolha deve ter a ver com o recente anime baseado na obra publicada entre 1978-1987.
A matéria também cita a fala de um sujeito que reclama que a tal editora não informou que não tinha os direitos da série, mas que fazia propaganda como se fosse um lançamento regular: "Em nenhum post eles falaram que não tinham licença. Isso é enganar o público. Muitos fãs vão comprar e, quando o processo vier, a editora não vai mais publicar, fazendo as pessoas ficarem sem a obra completa. Eu não gastaria dinheiro com isso."
Um advogado também é citado na matéria da Folha e eu reproduzo aqui: "O advogado Gustavo Martins de Almeida, doutor em direito autoral, afirma que a editora infringe a Lei nº 9.610 de 1998, que regula os direitos autorais. O artigo 29 exige a autorização do autor para a edição, reprodução e tradução de uma obra. (...) Se não houver um contrato de edição escrito, prévio e expresso com a autora original, a editora está publicando de forma irregular, sujeita a pagar indenização e a ter a obra apreendida".
Olha, nós temos um mercado de mangá, não é o melhor do mundo, temos críticas e tudo mais, só que as editoras são sérias e fazem as coisas direitinho, conseguiram o respeito dos japoneses e tudo mais. É um absurdo ousar fazer um negócio como esse e acreditar que vai se dar bem. Espero que esse sujeito tome um processo e tenha que se desdobrar para pagar a multa. É aviltante isso.
0 pessoas comentaram:
Postar um comentário