sexta-feira, 8 de agosto de 2025

80 anos das bombas de Hiroshima e Nagasaki

Esta semana, lembramos os 80 anos do lançamento das bombas atômicas norte-americanas sobre Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto).  A guerra já havia acabado em maio na Europa, o Japão resistia, mas estava derrotado, era questão de tempo, só que os Estados Unidos tinham uma arma  nunca testada e a URSS estava prestes a desembarcar tropas no Japão.  Por conta disso, e para apressar a rendição japonesa, a principal desculpa, que veio em 15 de agosto e foi formalmente assinada em 2 de setembro.  E como foram os acontecimentos nesses dias fatídicos?

O Japão tinha recebido um ultimatum dos Estados Unidos exigindo a rendição do país, o presidente americano, Harry Truman, disse que a nação inimiga enfrentaria “destruição total” caso prosseguisse na guerra. No dia 6 de agosto de 1945, Truman ordenou o disparo da bomba “Little Boy”"Às 8h15, o artefato de urânio-235 explodiu a 600 m acima do solo, gerando uma força equivalente a 15.000 toneladas de TNT; Imediatamente, uma onda de calor de 4.000ºC se espalhou por um raio de aproximadamente 4,5 km; A temperatura altíssima matou dezenas de milhares de pessoas rapidamente, marcando as sombras de algumas das vítimas em paredes e calçadas que podem ser vistas até hoje, como efeito do calor e da luz radiante; Cerca de 60 mil edifícios foram danificados ou totalmente destruídos, o equivalente a dois terços da cidade." Como não houve rendição, mesmo com o horror causado pela bomba em Hiroshima, "os EUA decidiram realizar um novo ataque, usando a bomba “Fat Man” com carga de 6 kg de plutônio-239. A operação ocorreu no dia 9 de agosto, tendo Nagasaki como alvo.  O artefato nuclear explodiu às 11h02, a 500 m acima do solo, gerando força equivalente à detonação de 21.000 toneladas de TNT; A explosão varreu uma área de 7,7 km², destruindo aproximadamente 40% de Nagasaki; Regiões a menos de 500 m do marco zero foram totalmente devastadas; Embora a explosão tenha sido mais forte que a ocorrida três dias antes, as montanhas ao redor da cidade limitaram a área destruída; Em áreas até 4,5 km da detonação, cerca de 50% dos sobreviventes morreram pela exposição à radiação."

Só o impacto das explosões matou cerca de 140 mil pessoas em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki.  Os efeitos imediatos da bomba - água e comida contaminadas, chuva negra, milhares de feridos precisando de atendimento etc. - continuaram por dias e as sobreviventes continuaram adoecendo por causa da radiação por anos.    Um a matéria do G1 trouxe falas de sobreviventes, pessoas que eram crianças à época do impacto da bomba em Hiroshima, as duas mulheres entrevistadas Matsuyoshi Ikeda (87 anos) e  Tomoko Matsuo (92 anos), comentam da dificuldade em conseguir trabalho, porque os empregadores desconfiavam dos sobreviventes, que eles adoeceriam mais e se ausentariam mais do trabalho para se tratar, outra questão apontada por elas é o fato de muitas mulheres não conseguirem se casar, pois muitos pretendentes acreditavam que as sobreviventes teriam ficado estéreis.  O prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki, ainda comenta da discriminação do Estado, que fez de tudo para não reconhecer algumas vítimas usando de inúmeros subterfúgios, desde a falta de documentos comprobatórios de que a pessoa estava em Hiroshima ou Nagazaki quando da bomba, ou questionando a distância em relação ao lugar em que a bomba caiu.  O prefeito comenta que “Essa discriminação geográfica não faz sentido, já que até pessoas que estavam a dois quilômetros do ponto de impacto foram afetadas pela radiação".

Enfim, foi uma tragédia, poderia ter sido evitado e vota e meia o fantasma de uma guerra nuclear aparece para nos assombrar.  Atualmente, há quem fale de bombas atômicas como se fossem coisas banais, não são.  E o tipo de político que temos hoje, não tem pudor em usar bombas atômicas como ameaça.  E os sobreviventes, aqueles que viram a bomba continuam defendendo que nunca mais a humanidade presencie esse tipo de ataque.

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