sábado, 9 de agosto de 2025

População do Japão perdeu 908 mil pessoas em 2024, a maior queda desde 1968

O título do post é o título de uma matéria do UOL apontando o agravamento da crise populacional no Japão.  No ano passado, a população japonesa, descontando os estrangeiros, registrou queda de 908.574; nasceram 686.061 bebês no Japão e ocorreram quase 1,6 milhão de mortes na população em geral.  O primeiro-ministro Shigeru Ishiba se referiu ao drama demográfico como "emergência silenciosa" e prometeu ampliar o número de creches gratuitas e flexibilizar os horários de trabalho.  Essa das creches já foi prometido antes, então... 

Segundo a matéria, "quase 30% dos japoneses têm mais de 65 anos; vilas inteiras esvaziam-se e 4 milhões de casas estão abandonadas; o custo de vida elevado e a cultura de trabalho rígida desestimulam novos casais".  Não é a cultura do trabalho que desestimula os casais, eu diria, mas o alto custo de vida associado ao investimento considerável que uma criança demanda.  Não são taxas elevadas, mas o ensino público japonês não é totalmente gratuito, OK?  Escrevendo o texto, acabei de descobrir que (finalmente) o colegial deixou de cobrar anuidade, ainda assim, há várias taxinhas, fora que, para ser competitiva, uma criança ou adolescente precisa fazer os cursinhos que complementa a educação formal.  

A queda, a décima-sexta consecutiva, foi a mais expressiva desde o início do censo em 1968, informou o Ministério do Interior, a população total do país asiático diminuiu 0,44% na comparação com 2023, segundo os dados governamentais.  Em contrapartida, o total de residentes estrangeiros alcançou o nível mais elevado desde que os dados começaram a ser registrados em 2013.  "Em 1º de janeiro de 2025, o país tinha 3,67 milhões de estrangeiros, o que representa quase 3% da população total do Japão, que era de mais de 124,3 milhões na data." e, claro, o racismo continua grande e a extrema-direita japonesa abraça o discurso contra a imigração, como se se pudesse jogar fora esse reforço de mão-de-obra.  

Os japoneses de 65 anos ou mais representavam quase 30% da população, já o grupo entre 15 e 64 anos constituía 60%, ambos com leves altas na comparação com o ano anterior.  E acredito que se abrirem esse grupo dos 15 aos 64, teremos uma quantidade muito maior de gente com mais de 35 anos, fazer um recorte tão amplo é uma forma de fuga, eu acredito.  Ainda segundo a matéria, o Japão tem a segunda população mais envelhecida do mundo, depois de Mônaco, segundo o Banco Mundial.  O número de nascimentos no Japão no ano passado ficou abaixo de 700.000 pela primeira vez na história, segundo o Ministério da Saúde.

Enquanto não se criar uma rede de proteção social mais robusta e não se repensarem os papéis de gênero, que criam expectativas que lhes privam de manter suas carreiras e mantém uma estrutura familiar opressiva, não vai dar certo.  E quando eu falo de carreira, não estou falando de trabalho.  Muitas esposas japonesas trabalham em meio expediente.  São trabalhos mal pagos e que já são fruto de uma crise econômica que atinge as camadas médias.  O salário do marido não é mais capaz de sustentar o lar, mas a sociedade não percebe isso e as empresas se aproveitam desses valores que não se coadunam com o atual capitalismo para rebaixar as mulheres e continuar explorando todo mundo.

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