quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Entrevista traduzida com a roteirista Erika Yoshida: ela fala em toxidade dos animes e outras coisas.

 

A roteirista Erika Yoshida é centro de uma grande matéria, que é também entrevista, do site japonês Kai-You.  Fiz a tradução, mas tive algumas dificuldades.  Por exemplo, onde aparece a palavra "dominância", eu sei que não está bom, mas não sei como melhorar.  Alguém que saiba japonês e puder me ajudar, eu agradeço.  O próprio título ficou estranho "nocividade" pode ser "toxidade", acho, mas e "da sua expressão?  A roteirista é muito preocupada em produzir em todo tipo de mídia, em todos os gêneros possíveis (*acho que é gênero mesmo, não demografia, mas ela não fez shoujo ou josei, pelo que vi*), ela também busca discutir questões sérias em suas obras, como o papel das mulheres, desigualdades de gênero no Japão, e achei um artigo sobre o dorama Tora ni Tsubasa apontando isso..  Aliás, eu fiquei sabendo da entrevista exatamente por causa de gente criticando a preocupação dela com a sexualização de adolescentes em animes e o acesso de crianças a material inadequado.  

Obviamente, especialmente se você me acompanha, você sabe que discordo dela quando ela espera que seu filho criança possa assistir a qualquer anime que ela roteirize, porque não é assim que funciona e ela estava falando de Bocchi the Rock! (ぼっち・ざ・ろっく!), que é um seinen.  Então, cada coisa em seu lugar, não é material infantil, não é mesmo?  De qualquer forma, é interessante analisar o que ela diz, mesmo que me pareça um tanto exagerado às vezes. 😊 Por exemplo, a parte de considerar romance como violência para quem é arromântico.  Oferecer diversidade é importante, eu defendo isso, mas essa culpa por não estar incluindo todo mundo é um exagero.  Mas leiam, por favor.  Deu trabalho traduzir isso.  E, sim, desta vez não mantive o formato original, juntei parágrafos, ou ficaria enorme, nem usei todas as fotos, porque havia muitas.


Erika Yoshida, roteirista de "Bocchi the Rock!" e "Tora ni Tsubasa", fala sobre a "nocividade" do anime e da sua expressão 

Uma conversa com a roteirista Yoshida Erika, conhecida por obras como o anime "Bocchi the Rock!" e a série dramática de TV "Tora ni Tsubasa", foi realizada no evento de anime "ANIME FANTASISTA JAPAN 2025" em 16 de agosto.  Tendo trabalhado em obras populares de vários gêneros, não é exagero dizer que Yoshida Erika é agora uma das escritoras mais indispensáveis ​​em qualquer ramo da indústria [de entretenimento].  Ao mesmo tempo, ela parece não sentir a estabilidade que acompanha o sucesso de uma escritora. "Na verdade, estou sempre preocupada, ou melhor, fico ansiosa quando tenho tempo livre", disse ela, expressando seu desejo ardente de criar.

Esta reportagem cobre o evento, que foi repleto de conteúdo, incluindo suas reflexões sobre os problemas enfrentados por doramas e animes como protagonistas, histórias dos bastidores sobre a produção de obras como Maebashi Witches, que atraiu atenção como um gênero incomum de "garotas mágicas", e a filosofia que ela continua a seguir.

Entrevista e texto: Oguma Fumiya Edição: Onda Yuta

Índice
1. Violência em Dramas Românticos
2. As Pessoas que Pensam que Entendem São as Mais Perigosas
3. "Maebashi Witches" Não Queria se Vender como "Doentio!"
4. Só Porque É Anime Não Significa Que Vale Tudo
5. Os Ruídos de "Bocchi the Rock!" Eliminados em Sua Busca por Dominância (???)
6. Medo do Fim da Cultura Anime
7. Diferenças Entre Dramas Live-Action e Roteiros de Anime
8. Pessoas Que Não Conseguem Remover Seus Nomes de "Death Note of the Heart"
9. O Objetivo Final e os Padrões Mínimos da Roteirista Erika Yoshida

A Violência dos Dramas Românticos

Entre as obras que produziu ao longo de sua vibrante carreira, começamos com o drama "Koisenu Futari" (2022/NHK), vencedor do Prêmio Mukoda Kuniko.  O drama retrata a coabitação de um homem e uma mulher arromânticos/assexuais — uma orientação sexual na qual as pessoas têm pouco ou nenhum sentimento romântico ou sexual por outros indivíduos. Um dos motivos para o lançamento do projeto foi o drama "Sanzensai Made Dotei Dattai ni Mahou Tsukai ni Naru Sou Ruizai" (2020/TV Tokyo), que apresentou um personagem arromântico como um elemento original não presente na obra original.

"Quando dramas sobre romance são escritos, eles tendem a retratar o amor como a coisa mais importante da vida, com ideias como 'Você não pode crescer sem amor' ou 'O amor pode mudar tudo na sua vida', e sempre me perguntei se há um elemento violento em impor essa maneira de pensar às pessoas."  Então, ela explica: "Ao apresentar uma personagem que pode ser arromântica, decidi adicionar a perspectiva de alguém que não dá importância ao romance e considerar o amor de uma forma que questione, mesmo que o romance não seja necessariamente importante, o que significa se apaixonar?"

Animes, dramas, peças de teatro, romances — o amor é retratado em todos os tipos de entretenimento e frequentemente visto como tendo valor supremo não apenas nas obras, mas também na vida real, mas ela argumenta que esta é apenas uma entre muitas opções.  "Pessoalmente, sou casada e tenho filhos, e na sociedade faço parte da maioria, então adoro comédias românticas e histórias de amor. Mas é justamente porque adoro coisas relacionadas ao romance que acho que devemos pensar nas pessoas de quem não gostamos ou pelas quais não temos interesse." É justamente porque ela ama romance que ela também considera a nocividade que ele pode ter. Essa maneira de pensar parece ser a raiz da bondade que permeia sua escrita.

As pessoas que acham que entendem são as piores.

Após a série dramática "Koisenu Futari", ela também está escrevendo o roteiro do drama "Seiri no Ojisan to Sono Musume" (2023), também na NHK General TV.

Como o título sugere, a história acompanha o protagonista, Yukio, um apaixonado relações públicas de uma fabricante de produtos higiênicos que trabalha como "menstrual man", e sua filha, Hana, que tem sentimentos complexos sobre o comportamento do pai.  O comentário de Yukio na TV: "Eu até sei o ciclo menstrual da minha filha!" gerou indignação e Hana saiu de casa, mas o drama também retratou a violência inerente a tal compreensão por parte daqueles que não estão diretamente envolvidos.

"Yukio fez tal comentário porque queria parecer 'compreendedor da menstruação, mesmo sem estar diretamente envolvido', mas, ao tornar públicos os assuntos privados de sua filha, ele está violando gravemente os direitos humanos dela. Essas pessoas que acham que entendem são as piores."

Mesmo que outros pretendam ser 100% compreensivos e agir com boas intenções, sua interferência pode ser ofensiva para a pessoa envolvida. Este filme soa o alarme do mundo do entretenimento sobre uma crise que pode ocorrer agora mesmo, mesmo dentro da menor unidade da sociedade: entre os indivíduos.

As Pessoas Que Pensam Que Entendem São as Mais Perigosas

Após a série dramática "Koisenu Futari", ele também está escrevendo o roteiro do drama "Seiri no Ojisan to Sono Musume" (2023), também na NHK General TV.  Como o título sugere, a história acompanha o protagonista, Yukio, um apaixonado relações públicas de uma fabricante de produtos higiênicos que trabalha como "homem menstrual", e sua filha, Hana, que tem sentimentos complexos sobre o comportamento do pai.  O comentário de Yukio na TV: "Eu até sei o ciclo menstrual da minha filha!" gerou indignação, levando Hana a sair de casa. O drama também retratou a violência inerente a tal compreensão oferecida por aqueles que não estão diretamente envolvidos.

"Yukio fez tal comentário porque queria parecer 'compreendedor da menstruação, mesmo sem estar diretamente envolvido', mas, ao tornar públicos os assuntos privados de sua filha, ele está violando gravemente os direitos humanos dela. Essas pessoas que pensam que entendem são as mais perigosas."

Mesmo que outros pretendam ser 100% compreensivos e agir com boas intenções, sua interferência pode ser ofensiva para a pessoa envolvida. Este filme soa o alarme do mundo do entretenimento sobre uma crise que pode ocorrer agora mesmo, mesmo dentro da menor unidade da sociedade: entre os indivíduos.

"Maebashi Witches" não queria se vender como "doentio!"

Um dos talentos artísticos de Yoshida Erika é destacar os problemas da sociedade moderna por meio do drama que se desenrola.  O anime original "Maebashi Witches" (2025) apresenta as personagens principais, aprendizes de bruxas, trabalhando arduamente para resolver diversos problemas que as pessoas enfrentam. A realidade do ambiente em que vivem as adolescentes no mundo moderno também se destaca.  No entanto, Yoshida afirma que levantar essas questões e conscientizar a população "não era o foco principal do projeto".

"No início, nem estava decidido que Maebashi seria o cenário. O projeto começou com a ideia de 'apresentar uma garota cantora', mas já havia muitos trabalhos semelhantes, incluindo 'Love Live!'"  Nesse contexto, "Quando pensei em como me diferenciar, decidi que, em vez de uma história esportiva, onde todos são amigáveis, saudáveis, positivas e cheias de empatia, eu queria criar uma história sobre garotas reais e realistas, a ponto de elas até serem percebidas como um pouco mal-intencionadas", lembra ela.

Veja, por exemplo, a personagem Niizato Azu. Ela tem fortes gostos e aversões, e no primeiro episódio, ela declara à colega de Maebashi Witches, Akagi Yuina, que "seu rosto me irrita", tornando-a uma personagem muito extrema. No entanto, ela também guarda um segredo e não pode ser descrita simplesmente como uma garota com uma personalidade dura e um senso de moda doentio. Ela é uma personagem complexa, realista e, portanto, adorável.

Claro, Yoshida Erika não tem a ideia fácil de que simplesmente apresentar um personagem com um complexo adicionará profundidade a uma história.  Em vez disso, ela diz: "Não quero vender minhas histórias com a ideia de que elas são 'doentias' e, se eu fosse uma escritora cujo trabalho as pessoas lessem só por causa do meu nome, não usaria esse tipo de elemento, mesmo em suspenses."

Só porque é anime não significa que vale tudo.

Durante esta palestra, Erika Yoshida mencionou a "exploração sexual de personagens" como algo a que se opõe particularmente.  "Não me importa como os fãs interpretam os personagens, e acho que eles são livres para desenhar e imaginar o que quiserem. Mas me oponho à ideia de a parte oficial distribuir como se dissesse: 'Vá em frente e me explore!'"

A gravidade do problema é clara, especialmente quando se trata de obras como "Maebashi Witches", que retratam adolescentes, o que na vida real equivale à exploração sexual de menores.  "Só porque é anime não significa que vale tudo. Eu valorizo ​​a ideia de 'É um desenho, mas é sobre um menor'."  Precisamente porque o mundo dos animes permite tudo, é preciso ter um cuidado meticuloso ao decidir o que desenhar e o que não desenhar. Esse grande senso de responsabilidade é um sinal de um forte compromisso com a expressão.

O Ruído de "Bocchi the Rock!" Eliminado em Sua Busca por Dominância

O anime "Bocchi the Rock!", que tornou o nome de Erika Yoshida famoso, também retrata garotas adolescentes, mas mesmo em animes baseados em obras originais, ela mantém a mesma abordagem.  "Na obra original, Hitori-chan (a protagonista, Goto Hitori) está nua na cena do banho frio, mas no anime, eu a fiz usar um maiô. Se esse tipo de representação fosse um ponto forte para "Bocchi the Rock!", tudo bem, mas não acho que seja o caso, e pensei que esse tipo de representação seria uma distração em nossa busca por dominância."

Embora Yoshida tenha negado veementemente que cenas como "garotas comentando sobre o tamanho dos seios umas das outras" sejam comuns em animes, dizendo que "as pessoas não falam assim na vida real", ela afirma que "é apenas uma distração" se a obra não for especificamente sobre isso.  "Em primeiro lugar, o trabalho original é fantástico e os criadores originais são muito cooperativos. O diretor, a equipe e a equipe musical estão trabalhando duro, e Kerorira (designer de personagens/diretor-chefe de animação) criou algumas imagens incríveis. Mesmo na fase de produção, senti que este era um trabalho que poderia se tornar um sucesso, mas se houver algum problema como este, muitas pessoas não poderão assistir."

O anime tem uma longa história de uso de muitas expressões padronizadas. Independentemente dos méritos ou deméritos dessas expressões, parece que explorar se elas são apropriadas para o trabalho e para a época se tornará ainda mais importante no futuro.  "Realisticamente falando, não existe isso de os seios de alguém continuarem tremendo de forma anormal enquanto toca violão, e se esse tipo de representação fosse incluída, eu hesitaria em mostrar esse trabalho para meu filho pequeno. Poder mostrar para meu próprio filho é um critério importante para mim."

Mesmo com essas escolhas, é importante não perder de vista o tema principal, especialmente quando se trata de uma obra baseada em uma obra original.  "O que eu gosto em 'Bocchi the Rock!' é que não é centrado em uma garota melancólica que adquire habilidades sociais por meio da banda. Hitori tem péssimas habilidades de comunicação do começo ao fim e até perde o controle no festival da escola. Ela não muda em sua essência, mas talvez tenha conseguido mudar um pouco por meio da banda."  Mesmo sem mudanças drásticas, os dias passam. 

A última frase, "Ah, tenho que trabalhar meio período de novo hoje", é uma dessas representações.  "Não é 'Sim, vamos!' ou 'Eu não quero ir trabalhar!'. É uma frase que expressa falta de entusiasmo pelo trabalho em si, mas um desejo de ver todo mundo. Passamos muito tempo discutindo o roteiro para que os espectadores pensassem: 'Bocchi não mudou nada' ou 'Ela mudou tanto!'"

Temendo o desaparecimento da cultura anime

Essa insistência na necessidade e na expressão apropriada de cada obra advém de um sentimento especial, semelhante a uma sensação de crise em relação aos animes.  "Mesmo que 99% das pessoas concordem com isso, temo que a cultura anime possa desaparecer se esse 1% de extremistas fizer algo errado. É justamente porque existem tantas obras diferentes que precisamos manter regras, moderação e ética. É aceitável ter obras extremas ou mesmo obras que sejam R18, e se eu decidir fazer isso, posso me envolver totalmente com tais obras. No entanto, nesse caso, é preciso considerar cuidadosamente para garantir que menores não possam assisti-las."

Em uma época em que as crianças podem acessar facilmente os serviços de streaming, ela argumenta que a classificação e a sinalização de gênero devem receber maior importância.  "Ao contrário de romances ou peças de teatro, que você escolhe e compra, acho que precisamos pensar mais na expressão em mídias mais acessíveis, e espero que essa mentalidade se torne mais difundida na indústria de animes."

Diferenças entre Roteiros de Live-Action e Anime

Erika Yoshida, que trabalha tanto em dramas live-action quanto em animes, diz: "As pessoas costumam dizer que meus roteiros live-action são parecidos com animes, enquanto meus roteiros de animes não são."  Embora essas diferenças possam ser devidas ao forte desenvolvimento dos personagens em dramas live-action e à representação realista e incomum das emoções em animes, Yoshida diz que não muda muito seu estilo de escrita.

"A única coisa que mudo é a forma como escrevo as indicações de palco. Por exemplo, em dramas live-action, não importa o quão detalhadas sejam as descrições, os movimentos mudam durante as filmagens, e às vezes peço aos atores que pensem em seus próprios movimentos, então não escrevo com muitos movimentos específicos. Tipo, 'Coloque a água enquanto diz XX.'"

Quando se trata de anime, no entanto, instruções mais detalhadas são necessárias para que os atores visualizem os movimentos.  "Se eu fosse escrever a mesma cena, poderia escrever algo como: 'Ela diz ____ e coloca a água no chão enquanto treme', ou 'Ela coloca a água no chão enquanto diz ____, mas a coloca bruscamente, então a água treme'. Não é tanto para que eles se mantenham fiéis à ideia, mas sim para transmitir como eu imagino a personagem e a cena, então não tem problema se forem omitidos."

Na indústria de anime, houve uma mudança nos últimos 10 anos em direção a indicações de palco mais detalhadas nos roteiros. Até mesmo Erika Yoshida, que diz que "não é do tipo que escreve indicações detalhadas em primeiro lugar", às vezes escreve entre parênteses para explicar o significado por trás de cada linha.

"Eu escrevo as nuances da peça que eu absolutamente preciso acertar, como "[Yuina: Eh! (assustada))" ou "[Yuina: Eh! (Ela não está falando sério)"].""  Essa pode ser a essência da técnica de roteiro de retratar meticulosamente as emoções dos personagens.

Uma pessoa cujo nome não pode ser apagado do "Death Note do Coração"

Seu estilo de escrever roteiros em vários gêneros serve a um propósito específico.  "Quero atingir a meta de ter todos os dramas e animes que escrevi transmitidos, filmes lançados, peças encenadas e romances e mangás publicados em um ano. Cheguei perto de atingir esse objetivo uma vez, mas não consegui com peças (risos)."

Ela diz que já foi criticada por não se concentrar em um gênero, e é justamente por causa da raiva e do ressentimento que sentiu na época que ela afirma com confiança: "Meu objetivo é dominar todos os gêneros."

"Mesmo que alguém me diga algo desagradável, posso apagar essa lembrança realizando algo. Mas a única maneira de apagar a pessoa que me disse que eu deveria parar de escrever roteiros em vários gêneros é realizar algo em todos os gêneros. É por isso que sinto que tenho um longo caminho a percorrer, e não posso apagar o nome da pessoa que me disse isso do meu Death Note do Coração (risos)."

Objetivo Final e Padrão Mínimo da Roteirista Erika Yoshida

O evento foi encerrado com uma discussão sobre o tipo de escritora que ela aspira a ser.  "Quero continuar escrevendo enquanto estiver saudável e quero escrever animes, filmes live-action e romances. Além disso, quero me tornar alguém que as pessoas pensem: 'Se Erika Yoshida está envolvida, eu também posso dar uma olhada.'"

Embora pareça estar a caminho de alcançar isso, Yoshida continua escrevendo em busca de um objetivo adicional.  "Idealmente, gostaria que as pessoas que veem meu trabalho pensassem: 'Encontrei este trabalho e ele me deixou mais leve!' Mas mesmo que não se sintam assim, acredito que preciso levar todo o meu trabalho ao ponto em que possam pelo menos pensar: 'Este trabalho não me salvou, mas reconheço o esforço que ele fez para me confortar.'"

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