Por algum motivo inexplicável, o Ministério da Justiça e Segurança classificou o filme Demon Slayer: Castelo Infinito como desaconselhável para menores de 18 anos. Digo inexplicável, porque o argumento foi a violência, mas Bacurau, só para citar um exemplo, que tem muita violência, sexo e nudez, recebeu 16 anos. A Sony Pictures, distribuidora do filme, queria que a classificação fosse 14 anos, o que seria muito justo, chegou a recorrer, mas o Ministério não cedeu. Minha filha de 11 anos é fã da série e ela queria assistir ao filme no cinema, mas, com essa classificação indicativa, o Estado toma a tutela e o responsável, neste caso, EU, não pode decidir a respeito. Ainda assim, mesmo com essa sabotagem, parece que o filme vai muito bem de bilheterias e tem sessões legendadas em cinemas de Brasília que nem exibem filmes legendados, uma surpresa.
Muito bem, o G1 trouxe uma notícia curiosa: segundo relatos, em um cinema da rede Cinemark, na Zona Leste de São Paulo, a sessão foi interrompida por funcionários, porque havia crianças na sessão. Eles pediram que as crianças e seus responsáveis deixassem a sala. A família se recusou a sair, as pessoas que estavam na sessão começaram a reclamar, e apareceram quatro policiais para resolver a questão. O Cinemark soltou uma nota dando sua versão dos fatos: "uma família com dois menores de idade chegou ao cinema para assistir a Demon Slayer: Castelo Infinito e, devido à classificação indicativa de +18 anos, foram impedidos de entrar. Não aceitando a determinação, a família decidiu entrar na sala, sem autorização, e foi acompanhada de outras duas famílias que, ao perceberem esse movimento, também resolveram se dirigir à sala sem estarem autorizadas".
A mãe da família terminou indo até a delegacia registrar uma ocorrência, argumentando que, ao comprar os ingressos, não havia informação sobre a classificação indicativa. Mais adiante na notícia, há uma nota mais extensa do Cinemark com mais explicações sobre o comportamento dos clientes que "Não aceitando a determinação, a família decidiu entrar na sala, sem autorização, e foi acompanhada de outras duas famílias que, ao perceberem esse movimento, também resolveram se dirigir à sala sem estarem autorizadas. Após todos serem chamados para se retirarem, e não terem colaborado com o pedido, a sessão foi interrompida e a polícia foi acionada, tanto por uma das famílias quanto pelos colaboradores da Cinemark.".
Vamos por partes, começo afirmando que lei a gente cumpre, mas pode reclamar, pode usar as redes sociais para deixar claro o absurdo da coisa e tudo o que tem direito. Pela matéria, me parece que a família foi desrespeitosa. Sabe gente mimada que não consegue aceitar um não ou seguir uma regra simples? Pois é. Agora, é fato que a classificação indicativa dada ao filme é absurda e, muito provavelmente, fruto de (pre)conceitos contra os animes. Kimetsu no Yaiba é uma obra do tipo para toda a família e voltada principalmente para o público infanto-juvenil. Colocar uma classificação tão alta, e que nem filmes live action realmente violentos recebem, é excluir o público principal do anime, um estímulo à pirataria e um duro golpe para a distribuidora que poderia investir mais nesse filão.
Só para reforçar, no Japão, a classificação foi PG12, nos Estados Unidos foi R (*seria o equivalente ao 16 anos no Brasil*) e, no México, foi B15 (*menores de 15 anos somente acompanhados*). Não encontrei outros países, mas em todos os casos, qualquer menor pode entrar acompanhado de um responsável. Alguém que fez a classificação no Brasil, certamente odeia anime..
















































1 pessoas comentaram:
Gente, como o preconceito sobre o anime é ainda tão alto por aqueles que não deveria demonstrar tal comportamento, não é mesmo? Todos os outros países do mundo classificando o filme como proibido para menores de 14-16 anos, e só aqui roda como se fosse filme para maiores. E enquanto isso, filmes de chanchada recebem classificação mais livre. É um despautério.
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