sexta-feira, 8 de agosto de 2008

The Bechdel Rule



Cheguei neste artigo por acaso quando procurava crítica sobre o filme Then She Found Me (*Lembram da minha fase Colin Firth freak? Pois é...*), que pela minha passagem de olhos periga ser uma bomba que não se decide sobre o que é e com uma Helen Hunt cada vez mais esquálida e agora diretora. Pois bem, não conhecia a tal "The Bechdel Rule", de Alison Bechdel, nem sabia que Dykes to Watch Out For, um quadrinho americano com temática lésbico-feminista, era tão famoso, mas bastou jogar "the Bechdel Rule" e pipocarem os artigos sobre cinema.

A história das regras surgiu em uma tirinha, onde uma das protagonistas explicava seus três critérios para ir ao cinema assistir um filme: 1) Pelo menos duas das personagens precisam ser mulheres e terem nomes próprios, 2) Elas precisam conversar, 3) Sobre alguma coisa que não sejam homens. Ha! Se eu usasse esse critério para o cinema americano, ou mesmo para as novelas brasileiras, não iria assistir praticamente nada. Isso porque fatalmente a regra 3 não seria vencida, como se todo o mundo das mulheres - em uma leitura patriarcal de mundo, claro - girasse em torno dos homens, assim como suas conversas. Sei que não sou uma "mulher padrão", mas minhas conversas cobrem um leque bem maior de opções. Eu acrescentaria ainda uma nova regra ao grupo: 4) Sobre alguma coisa que não sejam os filhos. Isso mataria o Then She Found Me, pois toda a vida da criatura parece girar em torno da necessidade de ter um filho, que precisa ser biológico, claro. 99% dos filmes e novelas estariam fora, mas sobrariam mangás e animes. Por exemplo, Anatolia Story consegue se qualificar sem cair em nenhum dos quatro pontos. Glass Mask, fácil, fácil, também.

Mas só para fechar e ressaltar a miséria dos papéis femininos no cinema, saiu uma lista dos 15 professores mais legais do cinema em um jornal britânico e li uma das críticas dizendo "Como se a maioria dos professores do mundo são mulheres há somente três mulheres na lista?". Ora, muito fácil de entender! O cinema americano (*será que ourtro investe?*) parece não valorizar a adolescência das meninas seu amadurecimento, a amizade entre elas, suas escolhas de vida (*para além de pegar o carinha certo*) como valoriza isso nos meninos. Meninas não vão conquistar o mundo... Daí, temos filmes maravilhosos sobre colégios masculinos e filmes de terror em internatos de garotas. Fora, claro, que a maioria dos roteiristas, produtores e diretores são homens ou mulheres que desejam ou precisam pensar como o mainstream masculino. Bem, ainda bem que existem os mangás e animes. Para crescimento e amizade, poderia sugerir Maria-sama ga Miteru. E tem Seito Shokun! nos oferece tanto o crescimento das meninas, quanto a construção de uma professora, no caso da protagonista, Nakky. Nem vou engrossar a lista.

Tentei lembrar de professoras no cinema americano e não consegui lembrar salvo de uma muito guerreira em um filme dos anos 30 ou 40 que não lembro o nome... Passava na Sessão da Tarde. Lembrei da inesquecível Miss Jean Brodie de A Primavera de uma Solteirona, mas ela seria tudo menos uma boa professora para mim. Não deixaria uma filha não mão dela, pois os benefícios poderiam não superar os estragos. Claro que Anne Sullivan deveria estar mais lá para o topo da lista e eu retiraria Remus Lupin, pois se é para encaixar alguém, a mesma Meggie Smith nos deu a Professora Minerva que (*nos livros*) é a Professora com "P" maiúsculo. Ela deveria estar na lista. Tiraria o Yoda (*OK, precisa ser humano!*) e colocaria o professor William Hundert de O Clube do Imperador. Não é lá uma grande aula de história a que ele dá, mas é um professor excelente em outros fundamentos. Agora, lembrar de mais professoras para colocar na lista, eu não lembro. Eis a miséria do cinema patriarcal sobre nós outra vez.

Última forma: Katharine Watson de O Sorriso de Monalisa!!!!! Eu amo este filme! Como pude esquecer? Sim, falta alguém nesta lista e é uma mulher! :) Enfim, se alguém tiver outras sugestões, seja de filmes que preencham a "Bechdel Rule" e que não seja cinema militante ou alternativo, ou então sobre professoras inesquecíveis pode deixar nos comentários. ^_^

Adorei escrever este negócio. Preciso me sentir feliz com alguma coisa, afinal. E vou colocar Dykes to Watch for em minha lista de possíveis leituras, também. Ah, e se eu entrar em alguma crise de meia idade e começar a uivar que não sou feliz, porque não pari ninguém, podem me bater, assim, tipo aqueles tapas na cara de anime, porque eu mereceria e, talvez, até acordasse.

12 pessoas comentaram:

Passando pro lado sarcástico, tem um anime de colegiais bacana: Life. Pode ser até que a Ayumu e seus amigos não conquistem o mundo (americanos tem essa fama de quererem ser sempre os melhores), mas eles dão uma aula sobre a realidade atual dos colégios. E claro, nem tem como votar na sensei Toda, mas a sensei Hiraoka dá um show sobre como deve ser a relação aluno e professor.

Eu já ia indicar o Sorriso de Monalisa, mas vi que você colocou aí no final. Vi o filme com outros olhos depois de estudar História da Arte na faculdade, e posso dizer que admiro bastante esse filme. Também concordo plenamente com o Clube do Imperador, achei um ótimo filme.
E fiquei chocada ao ver que Lupin está relacionado antes mesmo do John Keating da Sociedade dos Poetas Mortos. Realmente pensei que ele ia ser um dos primeiros, mas Robin Williams não parece muito popular. Fora isso, tem até um Tira no Jardim de Infância nessa lista! Realmente, estamos precisando de mais filmes marcantes relacionados à mulheres... obrigada pelo artigo!

Tem a professora Marine Louanne Johnson, do filme "Mentes Perigosas" (1995) interpretada por Michelle Pfeiffer. O filme fala da his´toria de uma professora loura q vai dar aula numa perigosa vizinhança negra nos EUA. O filme é legal, a mulher tem pulso firme. Depois até virou seriado. Ambos passaram no SBT.

Se ñ viu, vale a pena

John's, esta é uma das professoras da lista. ^_^

O Sorriso de Monslisa é ótimo. E as críticas negativas, claro, perderam a dimensão feminista do filme. Lembro de uma em que o cara reclamava que as mulheres - professora e aluna - não brigaram pelo homem (o professor). Tão sem graça!

Ahhh Erin Gruwell *.* professora q transformou uma classe desacreditada em grandes escritores no filme baseado em fatos reais "Freedom Writers" Escritores da liberdade, Filme novinho de 2007, vi esse filme na faculdade indicado pela minha professora achei o filme lindo e emocionande principalemnte para quem vai ser pedagoga como eu. a atriz q faz o filme e a prof é a Hilary Swank que tambem fez um recente papel em PS Eu te amo.

Esse lance de tapas e socos é meio dramático,Val! Um balde de água fria resolve o seu problema! Aliás, eu sou mais velha que vc e ainda não me considero na meia idade, viu?
:-P

Ah, esta semana a professorea de português da minha escola passou o filme Escritores da Liberdade - comentado aqui. Hj eu ouvi alguns alunos da 5ª série (6º ano) comentando sobre ele. Ficaram encantados!

Pensei na Anna, de Anna e o Rei.

(caí de pára-quedas aqui, parabéns pelo blog!)

Pode ou não ser uma bola fora minha para vocês, mas....

O Labirinto do Fauno?

Amo Primavera de um Solteirona! Fico feliz de ver alguém que lembra desse filme, achei que só eu e minha irmã lembrássemos desse filme.

Hahahahaha! Sua fase "Colin Firth Freak" foi na mesma época da minha! XDD (Comentário dispensável detected! XP)

Eu lembro que quando criança, passava um filme muito legal sobre uma turma de escola que foi sequestrada e conseguiram fugir e foram guiados pela professora, que não ficou lamuriando nem se deixou abater, sempre ajudando os alunos assustados e guiando os corajosos. O filme é 'A Fortaleza' http://www.cinemenu.com.br/filmes/a-fortaleza-1986
só que não tem duas mulheres rsrsrs só uma, e deu conta de tudo ^^

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