quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comentando Black Bird #4



Como vocês sabem, eu acompanho a edição americana de Black Bird. Na verdade, ainda nem comprei a primeira edição brasileira da Panini, dinheiro curto e eu deixei para mais tarde. Terminei a leitura do volume da segunda-feira, meia hora e o volume já tinha ido. E foi um choque pular de um Ōoku, para um Black Bird. A diferença, o desnível, é tão evidente que não dá para comparar. Ainda assim, continuo achando Black Bird um “fast food” da melhor qualidade,uma delícia, tipo os hambúrgueres do Burger King, ainda que não te acrescente em nada. :)

O volume #4 dá continuidade a seqüência final do anterior, com Misao e Kyo dentro do banheiro em um “quase” muito quente. E vai ficar no quase acredito eu até o fim da série, já que a dúvida do moço é se, caso os dois façam amor, a menina morra. O livro do clã raposa que descreve como eram os relacionamentos entre as noiva humana e o youkai, foi perdido. Quem leu o livro, somente o fez até a metade e é isso que menino do clã das cobras conta para os tengus. Ele, que é muito simpático, está refém dos tengus (youkai pássaros). O menino, que ficou amigo de Misao e é apaixonado por ele, diz que o livro parecia uma publicação pornográfica e os tengus dizem para que ele recite as partes “censuradas” para eles à noite, sem Misao presente.

Quando está para ser resgatado pelo seu clã, o menino cobra, Kensuke Dojoji, dá um amuleto para Misao. Dentro há um remédio, Kyo acha que é um veneno, e ele avisa que aquilo dará algum poder para a moça. Não sei, não, mas acho que o problema entre a noiva e o youkai não é sexo, mas a concepção. Acho que o bebezinho youkai deve arrebantar a mãe, devorá-la por dentro, alguma bizarrice dessas, e acredito que esse remédio será a salvação de Misao. Estou chutando. Esse chove e não molha do faz sexo, não faz sexo, pode ser cansativo.

Neste volume somos apresentados ao novo chefe do clã raposa, Tadanobu, melhor amigo de Kyo, e, agora, promovido a seu grande inimigo. Só que o rapaz ama uma humana e não quer disputar Misao, porque sabe que terá que matar Kyo, mas sabe, também, que se não o fizer, Renko, sua amada, será morta por seu clã. Esse é o grande drama do mangá. Como resolver, ainda que temporariamente, o drama de Tadanobu. Não vou entrar em detalhes para não estragar a graça de vocês. Mas é o auge do volume. Discute-se amor e amizade, além de fidelidade à família. Kyo e Tadanobu sofrem um monte, na medida que Black Bird permite, claro.

Ah, Renko é aluna do pai de Misao na universidade e o vemos de novo em trabalho. Todo mundo conhece Misao sem tê-la visto, porque há fotos dela e da mãe por todo o escritório do professor. A menina é reconhecida por onde passa. Ela fica feliz em ter Renko como amiga, afinal ela tem mais experiência com youkais, inclusive um como namorado, e vê espíritos como Misao. Mas a amizade das duas pode ser abalada por conta do rolo entre Kyo e Tadanobu.

Achei uma das coisas mais simpáticas desse volume os freetalks da autora, onde ela fala sobre as personagens e seus gostos. Acredito que ela seja uma Sengoku Otome e projete nas relações dos clãs de youkai o “way of life” dos grandes senhores da guerra do período. É a honra samurai que guia os youkai, e ela já avisou que não vai colocar as personagens com roupas “modernas”, pois prefere kimonos completos. E eles ficam bem com eles, eu, pelo menos, gosto.

Por conta disso, deu até para fazer uma ponte com Ōoku, quando Iemitsu explica para Gyoukei que geralmente nas grandes famílias samurais, especialmente na do Shogun, como não havia lei clara de sucessão, quando um filho era escolhido como herdeiro, os outros deveriam morrer. E ela descreve que o irmão caçula de seu pai teve que cometer sepuku. E veja que era necessário ter muitos filhos por conta da mortalidade, mas isso era também um problema. Pelo menos, na Europa Medieval, ninguém matava ninguém... quer dizer... nem semrpe. Os irmãos caçulas homens é que tinham que sair para se virar na vida, ou, em algumas regiões, herdavam muito pouco.

Black Bird é uma mistura dessas duas situações. A inimizade entre irmãos por conta da chefia do clã fatalmente leva ao conflito e morte de um deles, ou ao exílio, pelo que tenho notado. O que me faz perguntar onde está o irmão mais velho de Kyo? Ele, para mim, deveria ser o grande vilão da série. Tem estilo, é inteligente, é malvadão, e muito bonito. De bom tamanho para o tipo de série que é Black Bird.

Não vou me prolongar mais. Continuo recomendando Black Bird. É diversão rápida, tem momentos dramáticos e divertidos, e, ainda que não passe disso, a gente termina a leitura bem satisfeita. Detalhe: nesse volume ninguém tentou violentar Misao! Sim, e o Senka Roku, a versão microfilmada, foi roubada do clã raposa. Kyo deve ter que ir atrás do livro como Inuyasha e os pedaços da jóia de sete almas. ^_^ E, claro, tudo isso em abstinência sexual. Sei lá, essa é a parte mais cretina da série toda.

2 pessoas comentaram:

que bom que continua gostando do Black Bird! Eu to lendo loucamente ainda xD

Eu fico feliz que ainda esteja gostando de Black Bird e recomendando. Eu comprei o volume um, pela panini, num impulso e achei que não seria lá grande coisa. Mas eu até que gostei do primeiro volume, embora não seja taaaanta coisa. Acho que eu daria uma nota oito... Agora eu fiquei triste por ser uma publicação bimestral =o

A propósito, parabéns pelo blog! ^^

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