sábado, 5 de junho de 2010

Robert McKee: "Ignore as partes chatas da vida"



A revista Época desta semana trouxe uma grande matéria sobre o trabalho de Robert McKee, um dos mais importantes roteiristas e professores de roteiro de Hollywood, com à entrevista.
Nem todas as histórias são inspiradoras. Algumas nem sequer fazem sentido. Mas entre os milhares de histórias produzidas por ano – só nos Estados Unidos há cerca de 25 mil roteiristas cadastrados nas duas associações de escritores do país –, umas tantas conseguem dar um recado original, intenso, emocional, impactante. São histórias que nos marcam.

“A diferença entre um bom roteiro e um mau roteiro é a transformação”, disse o americano Robert McKee, de 69 anos, uma referência para roteiristas de todo o mundo. “Numa história ruim, o protagonista se mantém estático, mesmo se a trama for agitada.” Não há evolução, não há mudança. Não há aprendizado.

McKee esteve no Brasil pela primeira vez há duas semanas e ministrou seu curso Story (Enredo) para 590 pessoas, a maioria atores, diretores, dramaturgos e roteiristas brasileiros (além de dois jornalistas de ÉPOCA). O curso, criado em 1986, é famoso por ter contribuído para que ex-alunos de McKee ganhassem 33 Oscars e 168 Emmys.
Como era muito grande e só para assinantes, decidi transformar em um *.pdf. Vocês podem baixar aqui. Para quem se interessar pelo livro do autor "Story – Substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro", ela pode ser encontrado em várias livrarias, por preços variados. Eu tenho o livro e para quem se interessa pelo tema, ele é bem obrigatório. Segue, para terminar, o "decálogo" do autor. Para mim, a tradução aprece canhestra, mas como é interessante, decidi colocar aqui:
Os dez mandamentos de Robert McKee

1. Respeitarás tua audiência
Jamais subestime a inteligência de seus espectadores. Supere suas expectativas e apresente algo a mais

2. Pesquisarás
Estude o tema a ser abordado para tornar o filme atraente para leigos e especialistas

3. Dramatizarás tua apresentação
Torne atraente, dinâmica e bem amarrada a história que pretende contar

4. Criarás camadas de significados sob teu texto
A superficialidade não é perdoada nem nos comerciais de margarina

5. Criarás personagens complexos, não histórias complicadas
Ninguém entende histórias difíceis, ninguém se identifica com personagens simplórios

6. Não usarás falso mistério nem surpresas baratas
Truques como acordar de um sonho para resolver o problema do filme estão fora de cogitação

7. Não usarás deus ex machina para teus encerramentos
Se a solução vem de alguém que não estava na história, o espectador se sente ludibriado

8. Não facilitarás a vida de teu protagonista
Se não houver transformação, não há por que contar a história

9. Levarás tua história às profundezas e extensões da experiência humana
Apresente ao público o que ele espera – e ainda assim o surpreenda

10. Não dormirás com ninguém que tenha mais problemas que ti
Licença poética. McKee quer dizer: você é que tem de ter as tramas

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