quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Comentando Black Bird #10



Por conta da greve dos correios, meu volume 10 de Black Bird só chegou na semana passada. O atraso foi grande, para se ter uma idéia, o volume 11 já está para sair nos EUA. Pois bem, talvez por conta da decepção com o último volume, olhei para o 10 e coloquei na cabeça que seria um volume ruim. Me enganei. Quando peguei ontem à tarde, li tudo de enfiada, não consegui parar até chegar na última página. Efetivamente, o volume não adianta muito a história. Na verdade, Sakurakoji está abrindo caminho para o arco final, na minha opinião. Esse volume nos conta um pouco da história dos pais de Kyo, além de trazer de volta Sho, agora com um charmoso tapa olho.

No último volume, terminamos com a chegada do pai de Kyo, Yoh. Achei que ele seria o bebum clichê, aquele grande guerreiro/treinador com um trauma ou um grande fracasso e, por conta disso, mergulha na bebida. Yoh parece ser um pouco mais que isso e Sakurakoji me surpreendeu positivamente. A história dos pais de Kyo – Yoh e Yuri – é um dos pontos altos do volume. Kyo não perdoa o pai, porque ele foi embora. Na vila muitos comentam que ele matou a esposa, já que Yuri tomou veneno. Yoh não matou a esposa, claro, mas não se pode dizer que ele não tenha sido um motivador. Também, foi o pai de Kyo o primeiro a notar as capacidades do filho caçula e perceber a psicopatia de Sho.

É na parte em que Sakurakoji conta a história de Yoh, que eu percebo todo o potencial como mangá-ka. Realmente espero que possa se tornar uma autora top e ela é boa para escrever dramas mesclados com terror. Black Bird é uma dramédia, por assim dizer. Na boa tradição que começa lá atrás com Tezuka, a autora vai do sério para a piadinha sem prévio aviso. Só que nessas histórias extras, porque a história de Yoh e Yuri é uma espécie de gaiden, na minha opinião, ela mostra como poderia contar histórias mais dramáticas e adultas. Pena que ela pareça mais fascinada pelo steamy shoujo do que pelo drama mais denso. De qualquer forma, foi uma grande "pequena" história, e mostra que Sakurakoji tem muito o que crescer.

Já Sho sinaliza outra vez que é o grande vilão. Espero que Sakurakoji não dê para trás de novo. Era ele que estava pro trás da trama das possessões que vimos no volume anterior. Bem, a maioria das leitoras já deveria ter sacado isso. Mas o plano do irmão mais velho de Kyo é mais complexo. Ele quer ser recebido de volta pelo clã e, por forçação de barra, parece que será. No final do volume, a autora cria uma situação meio absurda para jogar Misao nas mãos de Sho de novo. E, agora, a parte chata.

Há umas partes bem ternas nesse volume. Misao e Kyo se mostram personagens cada vez mais complexas e mesmo a quedinha de Sakurakoji pelo steamy já que, volta e meia, Kyo é um pouco violento com Misao, o romance dos dois é muito simpático. Há algumas piadinhas infames, descobrimos, inclusive, que o lado pervertido de Kyo foi herança do pai. Até aí, OK. O problema é a autora querer colocar Misao dividida ente Kyo e Sho. Espero que ela não invista nessa linha de roteiro, porque não vai prestar. Primeiro, se Kyo já deflorou Misao, ninguém pode tirá-la dele. Afinal, é a regra que a autora enunciou lá no início da série. Segundo, Misao é apaixonada e devotada à Kyo. Ela não pode começar a ter sentimentos pelo vilão, a não ser que esteja sob influência dos novos poderes de Sho. Não peguei spoilers, vou esperar para ler o próximo volume, mas não gostei de como o #10 terminou. Kyo jamais daria a pisada na bola que deu...

Enfim, foi um ótimo volume e com uma capa muito, muito bonita. Espero que o próximo seja melhor. Eu realmente gosto de Black Bird. Não sei por qual motivo, sei das limitações de Sakurakoji, mas a série é viciante. ^__^ E, bem, Black Bird está saindo no Brasil, logo, a série está acessível para a maioria. A edição da Panini está enconstadinha na americana e deve passá-la em breve.

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