sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ontem foi Celebrado o Dia Internacional das Meninas



Ontem foi comemorado pela primeira vez o Dia Internacional das Meninas.  Comemorado, não seria a palavra mais adequada, mas irei usá-la por falta de outra melhor.  Tal data foi estabelecida pela ONU com o objetivo de marcar a luta contra as desigualdades de gênero apontando que as meninas - jovens mulheres com menos de 19 anos - são o grupo mais vulnerável.  Não se enganem, há países nos quais a situação é muito precária, mas o Brasil não figura bem no mapa das desigualdades de gênero.  Segundo a ONU, "(...) no Brasil, um em cada cinco nascimentos ocorre com mães com idade entre 10 e 19 anos", é a única faixa na população brasileira no qual a fertilidade cresceu.  Também entre os adolescentes, especialmente as meninas, cresceu a infecção pelo HIV.  Motivo?  relações sexuais precoces, falta de educação formal de qualidade, e, claro, a pressão cultural que impede que a meninas peça que o parceiro use camisinha.

Enfim, achei um texto simples e interessante no Washington Post, decidi traduzi-lo e colocar aqui no blog.  Lembrem, também, em suas orações ou pensamentos, da jovem  Malala Yousafzai (foto), menina paquistanesa de 14 anos, cujo único sonho era poder estudar, tornar-se médica, mas que sofria ameaças do Talibã local.  Esta semana, Malala sofreu um atentado, ela parece estar fora de perigo, mas não se sabe se terá seqüelas ou se os bandidos misóginos que se escondem por trás de uma leitura radical da religião islâmica voltarão a tentar novamente.  Segue o texto:

Dia Internacional das Meninas: Cinco Dados sobre os direitos globais das Meninas

Por Olga Khazan

Balki Souley, uma garota de 14 anos do Níger, perdeu seu filho no parto no início deste ano depois de sofrer de desnutrição por meses, sangrando em profusão e quase morrendo.

Souley foi uma das garotas mostradas em uma recente matéria sobre o crescimento do casamento infantil no Níger feito pelo correspondente do Washington Post, Sudarsan Raghavan. O Níger tem a mais alta taxa de casamentos infantis do mundo, com uma a cada duas meninas casada antes dos 15 anos.

Mas o Níger não é o único país no qual a infância é interrompida pelo casamento, parto ou abuso. A Assembléia Geral das Nações Unidas designou o 11 de outubro como o Dia Internacional das Meninas com o objetivo de chamar a atenção para as desigualdades entre meninos e meninas no mundo.



Aqui estão alguns obstáculos que as meninas e jovens mulheres do mundo enfrentam:
• A UNICEF descreve o casamento infantil como “a forma mais prevalente de abuso sexual e exploração de meninas.” A cada três segundos, uma menina com menos de 18 anos é casada com alguém no mundo, segundo o Reuters’ TrustLaw.
• Garotas com menos de 15 anos tem cinco vezes mais chance de morrer no parto do que mulheres com mais de 20 anos. Gravidez é a maior causa de morte feminina entre 15 e 19 anos, segundo o International Center for Research on Women.
• Há cerca de 2 milhões de meninas sofrendo de fístula obstétrica, um buraco no canal vaginal. A fístula pode causar incontinência crônica, conduzindo a infecções de pele, doença nos rins e isolamento social. A Organização Mundial de Saúde diz que adiar a idade da primeira gravidez é uma das melhores formas de prevenir a fístula obstétrica.
• Meninas com maior escolaridade correm menos riscos de entrarem em um casamento infantil. Mas em mais de 100 países, a escola não é gratuita, e somente 30% das meninas estão matriculadas no ensino secundário.
• Segundo a ONU Mulheres, cerca de metade das agressões sexuais no mundo são cometidas contra meninas com menos de 16 anos. E que para cerca de 1/3 das mulheres, a primeira relação sexual é uma experiência forçada, segundo a agência.
Slate, em parceria com a New America Foundation, tem um mapa interessante mostrando as disparidades de gênero por país, com base em índices, como a fertilidade dos adolescentes, a taxa de alfabetização e expectativa de vida. Não parece ser surpresa que os países da África sub-saariana e no Oriente Médio parecem ser a mais desiguais, enquanto o Canadá e a Europa são os mais igualitários:
(Visite o site da matéria para visualizar o gráfico animado.)

Eles também apontam para uma possível solução: identificação biométrica, como impressões digitais ou exames de retina, que permitiriam que o auxílio pudesse ser encaminhado diretamente para as mulheres e meninas em vez de políticos corruptos.

0 pessoas comentaram:

Related Posts with Thumbnails