domingo, 3 de abril de 2016

Comentando Mad Max: Estrada da Furia (Mad Max: Fury Road)


De domingo para segunda passada, finalmente assisti Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road).  Foi impossível parar o filme e mesmo não sendo o tipo de película que eu escolhesse para assistir – só me obriguei por conta do zum-zum-zum feminista mesmo – foi uma experiência bem interessante.  Imaginem um filme que é basicamente uma grande perseguição de carros, quase duas horas disso e, bem, o filme não consegue fazer perder a atenção em um momento sequer.  Talvez o melhor roteiro e edição que eu vi nos últimos tempos.  Acrescido a isso, temos uma música empolgante, cenas ousadas sem o excesso de computação gráfica que marca as produções atuais e, o que é mais interessante, um elenco muito bem integrado, trabalhando de forma coesa e sem que ninguém brilhasse além da conta.  E, bem, é necessário, também, reconhecer a coerência de alguns críticos e mesmo odiadores do filme: Mad Max: Estrada da Fúria não é Mad Max, é outra coisa, deveria, talvez, ter outro nome.  

Fazendo a pesquisa para o filme, sei que outro título foi cogitado, afinal, o herói Max (Tom Hardy) não é um elemento que concentre uma atenção maior que a de outras personagens, especialmente, Furiosa (Charlize Theron).  Ainda assim, trata-se de um filme coletivo, com uma presença feminina tão forte e digna que transforma uma película que poderia ser esquecível em uma obra que ficará na história do cinema.  Sim, não se trata de exagero.  Mad Max se destaca pela representatividade das mulheres dentro e fora da tela e o empoderamento das personagens femininas ao longo do filme.  Se eu tivesse que dar cinco estrelinhas, Mad Max: Estrada da Fúria receberia 4,5.   Agora, tomarei emprestado o resumo do IMDB (*Internet Movie Database*), pois ele reforça exatamente o que eu escrevi, vejam só: “Uma mulher se rebela contra um governante tirânico numa Austrália pós-apocalíptica em busca de sua terra natal com a ajuda de um grupo de prisioneiras, um adorador psicótico, e um andarilho chamado Max.” 

O vilão e seu filho Rictus Erectus
Mad Max foi a sensação da última noite do Oscar conseguindo seis prêmios, um deles, o de figurino, gerou um grande furor, porque a premiada, Jenny Beavan, apareceu despojada e usando uma magnífica jaqueta de couro bem ao estilo do filme.  Os olhares de desprezo e frustração denunciaram  tanto os maus perdedores, quanto os machistas de plantão, mas, e daí?  Foi glorioso e ela voltou com a estatueta para casa.  Só assistindo Mad Max, eu, que sempre fico deslumbrada pelos figurinos de filmes de época e torcia pela Garota Dinamarquesa, fui entender a grandeza do trabalho de Beavan.  É estranho começar falando do filme pela produção, às vezes, eu nem toco nisso em minhas resenhas, mas, sim, nesse caso, faz-se muito necessário.

O fato é que a película dirigida por George Miller conseguiu ir além dos prêmios técnicos e mesmo não conseguindo nenhum dos considerados mais importantes – filme, diretor, atriz, ator e roteiro – levou, por exemplo, edição.  A esposa do diretor, Margaret Sixel, a responsável pelo trabalho, representou a equipe no palco.  Sim, a edição de Mad Max foi perfeita e essa é uma área sensível em um filme.  Mad Max tem roteiro simples, trata-se somente de um road movie pós-apocalíptico no fim das contas, mas consegue encantar, sem cansar.  Mad Max fez história não por ser o maior vencedor de prêmios, há filmes com quase o dobro desses seis, mas por ter merecido cada um deles (*além de outros que poderia ter levado com justiça*) e por ter sido a primeira vez que tantas mulheres foram premiadas por um mesmo filme.  

A vida de Blood Bag é muito perigosa.
Voltando para Mad Max, a série, se passa em um mundo pós-apocalíptico, Austrália, mais especificamente, onde a destruição do ecossistema acelerou o colapso da nossa civilização, ainda que não toda de uma só vez, eu imagino.  Os parcos recursos naturais são disputados ou assenhorados pelos mais fortes; a Austrália se tornou um grande deserto, mas a sociedade não entrou em anomia ao mesmo tempo.  Digo isso, porque o pequeno reino do vilão, Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), não poderia ter se estruturado tão rapidamente, especialmente, com a existência de um culto tão elaborado em torno dele.  De qualquer forma, em um mundo como aquele, a maioria das pessoas deve viver rápido e mal.

Max, que dá nome à película, já foi visto em outros três filmes nos anos 1980 na pele de Mel Gibson.  Confesso que lembro pouco desses filmes, nunca me interessei por Mad Max.  Aliás, quando lembro alguma coisa da série, ela sempre me vem na cabeça meio que misturada com Hokuto no Ken, um dos clássicos da Shounen Jump da época.  De qualquer forma, o Max atual continua sendo  um ex-policial que vaga pela terra arrasada (Wasteland) sempre atormentado pela lembrança da morte da esposa e da filha.  Ele não conseguiu evitar a tragédia.  É um sobrevivente sem nada a perder.  Doador universal, ele é capturado e transformado em “Blood Bag” para um dos “War Boys” de Immortan Joe, Nux (Nicholas Hoult).  

Mulheres na central produtora de leite materno.
Quem são esses?  São garotos capturados, ou gerados pelas mulheres mantidas pelo vilão para produzir leite.  Sim, isso mesmo, leite materno é rico em nutrientes e é produzido intensivamente na cidadela de Immortan Joe, um sujeito obcecado pela necessidade de gerar filhos saudáveis.  Muitos desses meninos estão doentes (*os próprios filhos do vilão não são saudáveis*), muitos têm câncer (linfomas) e recebem sangue de doadores saudáveis capturados.  Assim, Max permanece vivo, pois precisam dele.  Fanatizados, os “War Boys” são capazes de qualquer coisa por Immortan Joe.  Falando no leite materno, ele é um recurso controlado pelo vilão, assim como o sangue de Max, a água ou os ventres saudáveis das mulheres do harém.  Em um mundo pobre de recursos, esse tipo de controle é muito útil para a manutenção do poder.

Voltando ao resumo do IMDB, que coloquei propositalmente, ele transfere o protagonismo de Mad Max para uma mulher.  Seu nome é Furiosa e Charlize Theron a interpretou de forma aguerrida e sensível.  Trata-se de uma guerreira.  Não se sabe como, mas ela se tornou um dos oficiais do vilão, uma Imperator.  Esse aspecto, aliás, é o único que me incomoda em Furiosa, ela ser estrangeira e a única mulher entre os generais de Immortan Joe.  Obviamente, se eu paro de pensar nisso, o filme flui sem problemas.  Furiosa fora tirada com sua mãe de uma terra verde governada por mulheres.  Sua fuga é uma tentativa de volta para o lar, quase retorno ao ventre materno.  

Furiosa e quatro das esposas.
Marcada por uma vida de crimes à serviço do vilão, ela busca redenção ao tentar salvar as cinco esposas de Immortan Joe.  Todas cinco são jovens, uma ou outra visivelmente adolescente.  Duas estão grávidas, uma delas traz marcas pelo corpo.  Foi torturada?  Ela mesma se mutilou?  O fato é que a possibilidade de retorno lhes causa terror.  Certamente, a vida com o vilão foi marcada por estupros e outros abusos.  Furiosa lhes estende a mão.  Parece que o quadrinho prequel do filme dá detalhes de como a relação entre a Imperator e as mulheres se construiu.  Independente disso, o filme ressalta que é a sororidade – essa solidariedade que nasce entre mulheres – que move Furiosa.  Ela está arriscando tudo em sua jornada.

Se a presença de Max no grupo é importante, ela não é determinante para o sucesso da fuga.  Ele se torna parte do grupo, alguém que acaba, assim como Furiosa, tentando ajudar, mesmo que o primeiro encontro não tenha sido dos melhores.  Aliás, em um filme comedido, foi bem exagerado o acidente envolvendo Nux e seu blood bag.  Sobreviveram, sim, mas é necessária total suspensão de descrença para levar aquilo à sério.  Só que filme é simpático e a gente acaba até apreciando a presença de Nux, que de sujeito quase à morte se torna uma peça importante no andamento da fuga. Nicholas Hoult é um bom ator e sua participação ajuda no andamento da história.

Nux (Nicholas Hoult) e Capable (Riley Keough)
Voltando para as mulheres, nem tudo no plano de Furiosa dá certo e a cena do desespero da personagem é uma das mais tocantes.  Difícil crer no que as Vuvalini of Many Mothers – um grupo de mulheres armadas e montadas em motocicletas – acabam de lhe contar.  Elas são parte do povo de Furiosa, as sobreviventes... Sim, eu sei que é um grande spoiler, mas é inevitável.  As Vuvalini são em sua maioria mulheres idosas, mas guerreiras valorosas.  Elas se juntam ao grupo e ajudam na fuga.  Salvo pela Valquíria (Megan Gale), a mais jovem, e por Madie (Christina Koch), elas não tem nome.  Uma delas leva um baú cheio de sementes, ela tem esperança de que o futuro pode ser melhor e que a Terra Verde poderá reviver.  

É difícil lembrar de um elenco feminino tão numeroso, com tanta presença, falas e passando uma mensagem de força para as mulheres que estão na audiência.  As mulheres são ativas e, não, simplesmente, donzelas em perigo com Furiosa como exceção.  Talvez, Mad Max seja um dos filmes mais feministas dos últimos tempos.  No meu post sobre a Cerimônia do Oscar, eu escrevi que não tinha lido ninguém que negasse o caráter feminista do filme.  Então, uma leitora postou um comentário da Anita Sarkeesian – uma voz feminista muito importante – desmontando o filme.

Furiosa e as Vuvalini ao fundo.
Bem, já discordei dela quanto à Jogos Vorazes e não tenho problema em fazer isso novamente.  Aliás, vou comentar duas coisas relacionadas à crítica de Sarkeesian.  A primeira, que a câmera objetifica e sexualiza as esposas de Immortan Joe; a segunda, que o filme faz uma glorificação da violência e que isso nada tem a ver com feminismo.

Começando pela violência, sim, trata-se de um filme muito violento, mas, em nenhum momento, as mulheres em fuga – Furiosa e as cinco esposas – demonstram qualquer prazer nisso.  Elas querem sobreviver, reagem e agem com esse intuito.  Desejam fugir do vilão e ter sua vida de volta, tanto que elas são capazes de acolher e perdoar mesmo os inimigos.  Conseguem confiar em um homem, Max, e aceitar Nux, um inimigo, um War Boy, entre elas, mostrando compaixão.  Se há algum tom de romance em Mad Max é exatamente entre uma das esposas e Nux.  Não consigo ver nenhuma glorificação da violência, aquelas mulheres estão em busca de um mundo diferente e pacífico, no qual ser mulher não significa sofrer violência.  Ilusão?  Utopia?  Talvez.  Agora, fato é que ser feminista não significa ser incapaz de lutar e ser violenta em caso de necessidade.  Elas lutam e sobrevivem, se não lutassem, continuariam no harém do vilão sendo estupradas.

War Boys
Quanto à objetificação e sexualização, percebi uma coisa e não sei se quem assistiu ao filme concorda.  Isso realmente acontece, a primeira cena das esposas as mostra seminuas, com as roupas molhadas, a câmera desvela seus corpos como se fosse um olhar faminto.  Só que, ao longo do filme, a câmera muda, e isso acontece conforme elas deixam de ser e se ver como objetos – corpos e ventres à disposição de Immortan Joe – e passam a ser pessoas, autônomas, capazes de lutar.  Na primeira aparição, elas sequer são capazes de romper as correntes de Max com um alicate, são moças frágeis e débeis, depois, mais tarde, descobrem a força que têm dentro de si e sua capacidade de agir em grupo e sobreviver.  O filme é tremendamente feminista, libertador mesmo.

Agora, eu tenho uma crítica à escalação das esposas.  Em um mundo marcado pela carência, dificilmente seriam escolhidas moças tão magras para serem reprodutoras.  Gordura e fertilidade andam juntas, mulheres magras demais podem ter tanta ou mais dificuldade de engravidar que as obesas e correm grande risco de aborto espontâneo, por exemplo, fora isso, além de serem poupadas do sol e do trabalho, e pele branca é de riqueza ao longo da história, gordura corporal é signo de fartura.  Quando lemos sobre os haréns, especialmente sobre as mulheres que eram destinadas a eles, o que temos são mulheres voluptuosas, cheias de carnes, sinônimo de saúde, signo da riqueza de seu senhor.

Uma das primeiras cenas das esposas.
O padrão de beleza das esposas de Immortan Joe é o de nosso tempo, o de modelos de passarela.  Há alguma diversidade étnica – duas louras, uma negra (*para os padrões americanos*), uma morena e uma ruiva – só que, fisicamente, elas são muito semelhantes e muito mais próximas da fome do que da prosperidade que deveria marcar a vida das esposas.  A única possibilidade de explicação é que o estresse e violência aos quais elas eram submetidas era tal que elas acabavam tendo uma aparência frágil e doentia.  Só assim mesmo.

De resto, o desenho mecânico do filme é muito bom, assim como o figurino.  Algumas sacadas como o guitarrista cego e os tambores de guerra tornam o ritmo mais frenético e divertido, também.  Mesmo com a perseguição sem fim, Mad Max não consegue ser chato, nem monótono.  E o trabalho da produção, como comentei lá no início, foi impecável.  Todos os prêmios foram justos e se viesse Melhor Diretor e o Oscar que foi para Ex-Machina, teria sido ainda mais coerente.  Aliás, Charlize Theron merecia uma indicação.  Ela foi brilhante como Furiosa e seria muito legal ver uma continuação de sua história.  Parece, aliás, que isso não está fora de cogitação.

Destruindo os signos da escravidão.
É isso.  Preciso responder se Mad Max cumpre a Bechdel Rule?  Cumpre com louvor e ainda se qualifica como feminista.  Coisa rara, raríssima, especialmente em um filme de ação que, a rigor, seria sobre um herói masculino.  Sim, Mad Max: Fury Road é feminista em vários aspectos, especialmente, porque mostra que é possível para mulheres estarem intimamente ligadas à produção de um filme de ação e, ainda por cima, serem suas protagonistas. Fala sobre sexo, escravidão sexual, na verdade, sem mostrar nada de sexo, muito menos violência sexual contra as mulheres.  A sugestão já é aterrorizante o suficiente e torna mais libertadora a mensagem do filme.

Mad Max é exagerado em alguns pontos?  Sim, vejam o final da Furiosa, mas isso não torna o filme menos brilhante.  É uma obra de ficção e ponto final.  O fato é que esse Mad Max será lembrado por trazer mulheres em papéis de destaque sendo fortes, destemidas, ternas e, acima de tudo, seres humanos.  A mensagem antissexista do filme é muito clara e, acredito, a maioria conseguiu entendê-la, até os que odiaram o filme.

6 pessoas comentaram:

Ainda não assisti esse filme, apesar de milhares de comentários positivos sobre o mesmo, nunca senti aquela necessidade igual normalmente sinto ao ver filmes bem posturados, sequer vontade. Comecei um dia desses, mas estava tão nem aí que acabei retirando no segundo minuto e acabei colocando algum filme de romance qualquer, ela o que aquele momento e a minha situação emocional pedia - bem contraria de um filme cheio de ação e aventura.

Algum dia desses, quando estiver uma vibe mais adequada, tentarei assisti-lo de novo pois tudo indica que vale a pena - e se não valer, terei uma opinião formada para as rodinhas de discussões sobre grandes ganhadores do Oscar.

Beijos. ✿

Elfo Livre

Vale a pena um comentário. Tirante o primeiro Mad Max (que conta a história de como ele perdeu a família e se tornou, bem, o Louco Max), em todos eles o Max se torna mais um elemento catalisador de trama do que um personagem — é aquele raciocínio dos filmes de John Ford para seus faroestes, aonde as pessoas não são de papel antes do protagonista chegar. Veja o segundo filme sem falta. :)

(o terceiro... bom, o terceiro matou a franquia por muitos anos; o Miller mergulhou em depressão por causa de falecimentos de pessoas próximas e os produtores tomaram as rédeas de tudo. É o pior filme da série. O pessoal tende a gostar dele por nostalgia, mas de acordo com o Miller, com esse novo filme, se sente como se tivesse finalmente feito o terceiro Mad Max).

Mas realmente não é preciso ver o 1 e o 3; veja só o segundo — foi ele quem definiu o pós-apocalíptico como gênero (no primeiro ainda havia a sociedade se desmontando) e sem ele não haveria o próprio Hokuto no Ken. :)

Eu li as HQ de introdução depois de assistir o filme. São interessantes, explicam a origem da cidadela e do reinado do Joe e como Furiosa e as esposas acabam na estrada. Bom material, parece que as coisas fazem mais sentido, mas o filme é bom por si só e não exige a leitura de nada, li porque fiquei curiosa.

Quanto ao filme, concordo em que é feminista sim. Eu nunca tinha assistido antes um filme que me fez sair do cinema achando que eu podia "botar pra quebrar" também, como as heroínas. É um filme sem grandes discursos, não se defende como feminista ou fala que mulheres podem fazer isso ou aquilo. Elas simplesmente vão lá e fazem, naturalmente. Li alguma menina dizendo que depois de assistir entendeu como os homens se sentiam depois de assistir um filme de ação, cheios de energia e tal. Pra mim foi o mesmo e foi primeira vez.

Eu tava esperando a sua resenha desse filme ainda bem que não esperei em vão. Uma coisa eu percebi com Mad Max para se ter uma boa representação feminina num filme é preciso que tenha uma boa representação de mulheres na equipe técnica.
Achei injusto não terem indicado nem a Charlize nem o Tom Hardy pra categoria de
Atriz no Oscar. O que são aquelas cenas em que eles se comunicam por olhares?
Uma coisa que eu li no Twitter é que o George Miller fez questão que a esposa montasse o filme pra não ser um filme de ação como qualquer outro.
E pra quem cresceu vendo sessão da tarde com Stallone, Schwarzenegger e cia em filmes de ação e gosta de filmes de ação, confesso que Mad Max lavou a minha alma mostrando mulheres que acabam por se resgatar, quem dera virasse moda.

Espectacular, personagens, adaptação, tão bom. A história por trás de Mad Max: Estrada da Fúria é interessante. Merece destaque a trilha sonora de Tom Holkenborg, mais conhecido como Junkie XL. O DJ holandês criou uma trilha original e impactante. Do ponto de vista musical, deve-se elogiar a opção de Miller de criar uma espécie de "carro de som", em que vemos uma guitarra e tambores em cena. É meio brega, mas condizente com o universo Mad Max. Bizarro, mas cool.

Este comentário foi removido pelo autor.
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