terça-feira, 13 de março de 2018

Mais chamadas de Orgulho & Paixão e algumas considerações sobre o (pre)conceito contra o produto nacional


A Globo estréia Orgulho & Paixão no dia 20 de março.  Estou curiosa para conferir o resultado.  Mais quatro teasers da novela foram lançados recentemente.  Um enfocando Darcy e Elisabeta (*Ah, esse nome...*), outro, Emma e a mocinha, outro focado na mãe das meninas Benedito e mais outro com Emma.  Para quem não está sabendo, Orgulho & Paixão é livremente baseado em cinco livros de Jane Austen (*e em adaptações de suas obras, como qualquer pessoa que assistiu ao filme de Orgulho & Preconceito de 2005 pode perceber*): Orgulho & Preconceito, Razão & Sensibilidade, Abadia Northanger, Emma e Lady Susan.  Não é a primeira vez que obras da literatura nacional e estrangeira são adaptadas para telenovelas, mas imagino que o fandom de Jane Austen seja um dos mais sensíveis a este tipo de apropriação por parte de autores  nacionais.  Os vídeos estarão ao longo do texto, junto com minhas ponderações..


Como uma pessoa comentou no meu último post sobre a novela, perderam a chance de pegar Persuasão e colocar como impeditivo para o romance entre Anne Elliot e o Capitão Frederick Wentworth o fato dele ser negro e pobre, voltando rico e poderoso anos depois.  Seria uma forma muito interessante de usar o livro original, uma tirada de mestre e uma das poucas críticas imediatas que eu faço ao material é que teremos um elenco quase que 100% branco.  Outra coisa que percebi é que o registro – a forma como as pessoas falam – parece que será bem livre, algo, talvez, próximo de Lado à Lado.  Não precisavam falar como em Tempo de Amar, a novela das seis que termia para que Orgulho & Paixão possa ir ao ar, mas não me agrada essa forma tão coloquial que parece que vai imperar na novela.  É algo a se aguardar, mas o Brasil dessa novela certamente não será um Brasil realista.  Estamos com um pé em Cordel Encantado e outro na República Velha dos livros de História.  Vamos ver qual o lado tem mais força.


Mas vamos lá.  Há fãs de Jane Austen – algumas dos livros, outras, ainda que neguem, das adaptações estrangeiras – que estão rejeitando a novela antes que ela comece.  Ninguém é obrigado a assistir coisa alguma e nem é disso que falo neste texto, mas o que vejo como absurdo é a depreciação do material por ser nacional.  Por ser novela, como se seriados e outros produtos estrangeiros não fossem muito semelhantes às nossas produções.  Todo mundo tem um pé no folhetim, por assim dizer, os mangás, inclusive.  Mas lendo a ladainha “Vão estragar meu livro favorito” (*quando a pessoa escreve filme, eu não vejo graça, tenho dó mesmo*) e imagino as páginas dos livros sendo reescritos a cada capítulo de novela.  Apagados para sempre.  Sai Elizabeth Bennet e só teremos Elisabeta Benedito.  Menos, menos... 


Agora, uma crítica que li e entrei em uma discussão por causa disso, acho que a pessoa até ficou chateada, enfim, não era a intenção, é que as atrizes seriam muito velhas para os papéis, que teriam 10, 15 anos a mais do que as personagens dos livros.  Olha, a mesma pessoa não se sentiu incomodada com o Darcy ser interpretado por um sujeito de 40, que parece ter essa idade e poderia passar por mais, quando, no livro, a personagem tem 28.  Thiago Lacerda é bonito, é bom ator, mas por qual motivo tanta complacência com os homens?  Os homens são como o vinho, não é?  Já as mulheres... Veja, o que eu estou pedindo é que as pessoas parem para refletir sobre como as questões de gênero estão se impondo aqui, não precisa deixar de achar o fulano, ou ciclano, lindos.  OK, mas, ainda assim, me dei ao trabalho de ir checar a idade das atrizes que farão as protagonistas da novela.  Vejam só:

  • Nathalia Dill tem 31 anos.  Onze a mais que Elizabeth no início da história.  Ela pode parecer mais jovem, mas não tão mais jovem assim.  Sabe como eu resolveria?  Colocaria a Elizabeth mais velha que a Jane.  Uma pequena inversão, afinal, trata-se da irmã um tanto rebelde.  Vai que ela já está passando da idade de casar?
  • Pâmela Tomé tem 24. Jane tinha 22. Na média.  
  • Bruna Griphão tem 18. Lídia tinha 15. Na média e acho que esta menina vai roubar as cenas para ela.  Adorei a Lídia das chamadas.
  • Anaju Dorigon tem 23 anos. Ela é Cecília, deveria ter 17, é isso? Não olhei a sinopse, mas está mais que passável.
  • Chandelly Braz tem 33 anos. Talvez seja o caso mais grave, porque Mariana começa a história com 16 anos. 
  • Agatha Moreira tem 26 anos. Emma tinha 21 anos. O problema, talvez, é que Agatha Moreira parece ter a idade que tem, mas seu tom para a personagem me agradou.  Acho que ela vai aparecer mais do que o previsto.

Quando vejo essas reclamações sobre alterações e idades, lembro de imediato das adaptações estrangeiras.  Falarei de algumas, prometo não cansar vocês.  Vejam só, ainda não encontrei ninguém que ficasse colocando defeitos em Razão & Sensibilidade (1995).  Há quem prefira a adaptação mais recente da BBC, ela é muito mais fiel ao livro, e tem muito mais tempo para ser, também, e eu gosto bastante dela, mas vou deixá-la quieta.  Voltando ao filme, a história é mais que conhecida, Emma Thompson tinha 35 anos e a produtora do filme desejava que ela, que escreveria o roteiro, fosse Elinor Dashwood, uma moça de 19 anos.  A atriz protestou.  O que foi feito?  Fizeram uma alteração, Elinor teria 27 anos e sua condição de solteirona ficaria mais evidente.  Diversas falas foram adaptadas e Thompson com 35 fez uma mulher de 27.  Várias das idades foram mexidas.  Alan Rickman tinha 49, no livro, sua personagem, o Coronel Brandon, tinha 35 anos.  Desculpe quem discorda, mas o Coronel Brandon sempre terá o rosto de Alan Rickman para mim.  Kate Winslet tinha 20 e fez Marianne, que tinha 16 anos.  Preciso continuar?  Por qual motivo a tolerância com o produto nacional é menor?  Por ser nacional, eu presumo.

Alguém é capaz de reclamar de Razão & Sensibilidade
de 1995 e seu elenco maravilhoso.  Tem até o Dr. House...
Vamos para Orgulho & Preconceito então. Como Mr. Collins é, via de regra, escalado sem que se olhe para o livro, deixarei a personagem de fora. Começo com a versão de 1995, aos meus olhos, sinônimo de perfeição.  Colin Firth tinha 35 e interpretou Darcy, com 28, mas a gente sabe que a idade dos homens nunca é problema, certo?  Basta ser bonito e gostoso que a gente leva “de boa”. Vamos para as irmãs, então.  Susannah Harker fez Jane e tinha 30 anos.  Julia Sawalha tinha 27 e fez Lydia, a menina de 15 anos.  Lucy Briers, que fazia Mary, que tinha 17, 18 anos, estava com 27 anos. Polly Maberly, a Kitty, tinha 19 anos, a personagem teria 16.  Já Jennifer Ehle tinha 26 anos e foi uma Elizabeth espetacular.  E em 2005?  Vamos ver.  Keira Knightley (Elizabeth) tinha a mesma idade da personagem, 20 anos.  Rosamund Pike (Jane) tinha 26 anos.  Carey Mulligan (Kitty) tinha 20 anos.  Jena Malone (Lydia) tinha 21 anos.  Talulah Riley (Mary) tinha 20 anos.  Enfim, salvo a protagonista, ninguém tinha perfeitamente a mesma idade e ninguém reclama disso.  Aliás, é muito raro escalarem um elenco que tenha a mesma idade das personagens.  Raríssimo.

As cinco irmãs Bennet na quase perfeita versão de 1995.
Acredito que o problema maior é quando por razões de contrato, por vontade de quem está bancando o projeto, um ator ou atriz muito fora da curva é imposto. Greer Garson foi Elizabeth Bennet em Orgulho & Preconceito de 1940.  Ela não parecia ter muito menos que sua idade e era mais velha que Laurence Olivier, que fazia o Mr. Darcy.  Aliás, vendo o tom apaixonado do Darcy do Thiago Lacerda na última chamada, só consegui lembrar do Darcy de Olivier, com dez minutos de filme já estava aos pés de Lizzie.  Mas é um filme muito estranho esse Orgulho & Preconceito de 1940... Na verdade, houve época em que ninguém dava muita atenção para essas discrepâncias de idade.  Os resultados, claro, poderiam ser dos mais variados do muito bom ao "Só Jesus na causa!".

Greer Garson e Laurence Olivier.
Falando em imposições, eu estou revendo Sinhá Moça e meio que olhando as duas versões ao mesmo tempo.  Lucélia Santos foi imposta pela Globo, tinha 28-29 anos e fazia uma moça de, no máximo, 19 anos. O problema é que ela parece ter a sua idade real, ou até mais.  A maquiagem, que é absolutamente anos 1980, não ajuda.  Débora Falabella, a segunda Sinhá Moça, tinha 26 anos, mas seja por seu tipo físico, pela maquiagem, ou seu tom de interpretação que é muito diferente, consegue parecer bem mais jovem.  (*Mas não vou falar de Sinhá Moça, porque sei que vou fazer um texto sobre a novela mais cedo, ou mais tarde.*)  Há atores e atrizes que conseguem a façanha de parecer mais jovem do que é, ou mais velho, outros, não, mas podem tomar o papel para si o papel com tamanha propriedade, paixão, que a gente esquece que se trata de uma escalação equivocada e se deixa levar.  Comigo acontece assim, talvez, com você, seja diferente.

Duas versões da mesma personagem.
O que eu quero dizer é que o elenco da adaptação novelesca nacional não destoa em nada do que é feito nas adaptações mundo a fora. Adaptações que a gente consome e, normalmente, aceita como válidas.  E eu poderia pegar adaptações de livros de Austen nos tempos modernos, na Índia, em versão gay, com zumbis, eliminando determinadas personagens (*uma das irmãs Bennet, uma das irmãs de Bingley*), enfim, há para todos os gostos. Será que a grita, a falta de empatia, não esteja ligada a outras questões?  Ser novela.  Ser nacional.  Ser da Globo.  Claro que escalações infelizes podem acontecer, mas salvo minha implicância com o Thiago Lacerda e com o Malvino Salvador, não tenho mais nada a criticar sem olhar a novela em si.  Como pontuei antes, este deve ser, sei lá, o quinto post sobre a novela, queria outros atores homens em alguns papéis, mas todos, ao que parece, estão engajados em outras produções.  Até queria uma outra atriz, mais jovem, como Elizabeth, mas confesso que gosto de Nathália Dill e me incomoda mais o inexplicável "Elisabeta".

Talvez funcione.
Não estou com este post dizendo que você, fã de Jane Austen, está errada/o se não quiser nem dar uma olhadinha na novela.  O que que queria pontuar é que muitas das críticas são bem absurdas e que toda adaptação é uma obra diferente, inclusive com a necessidade de sacrificar cenas, personagens, enfim, muita coisa.  Fechando, eu gosto muito de E o Vento Levou.  Eu vi o filme primeiro, claro, como a maioria das pessoas da minha geração, mas eu li o livro, também, algo que muito menos pessoas fez.  Dada a dificuldade em adaptar uma obra tão vasta, tão cheia de minúcias, eu considero o filme espetacular, com tudo de bom e ruim que ele tem.  

Esta cena não era com Mammy no livro, mas Will Benteen. 
Ele não existe no filme.
Só que tomei um grande susto ao ler o livro e descobrir que uma personagem superimportante tinha sido absolutamente eliminada e algumas das falas dele – um ex-combatente que se torna braço direito de Scarlett em Tara e se casa com a irmã do meio da protagonista – tinham sido convertidas em falas da Mammy.  Uma das principais cenas da ama escrava de Scarlett, primeira pessoa negra a ganhar um prêmio Oscar, era da personagem que desapareceu, Will Benteen.  Acontece, adaptações são outra obra e, às vezes, coisas que a gente gosta e acha fundamentais são eliminadas e, no fim das contas, acaba ficando bom do mesmo jeito.  Espero que Orgulho & Paixão seja uma experiência agradável, mas sei que vou rir muito de certos comentários e lamúrias.

7 pessoas comentaram:

Olhe fotos de pessoas de 20 anos tiradas há um século. Elas não parecem bem mais velhas? Eu olho as fotos de casamento da minha vó e ela parece uma mulher de 30 de hoje, mas só tinha 21. Seja pela moda, pela vida mais difícil ou pela pouca maquiagem e acesso a produtos que tratam a pele, as pessoas de antigamente parecem mais velhas mesmo. Por isso encaro as diferenças de idade numa boa.
Os 40 são os novos 30, e os 30 são os novos 20.

Que texto maravilhoso, Valéria! Excelentes colocações.

Concordo que a novela apresenta desde já um problema recorrente da Globo - a falta de personagens negros e a sua relegação a papéis menores e subalternos. No clipe de 8 minutos de apresentação da novela, a maioria dos personagens negros aparece só em fotos, mostrando que não só estão relegados a papeis de menor importância, mas também que provavelmente ainda vão demorar a entrar na trama.

Adorei a sua colocação sobre "Persuasão"! É o meu livro favorito da Austen e uma história que poderia render muito. A idéia de ter um Capitão Wentworth negro (e pela idade e contexto histórico, provavelmente ex-escravo ou filho de ex-escravos) é maravilhosa - seria uma maneira fantástica de se adaptar a separação entre ele e Anne. A Record, é interessante lembrar, soube pegar essa oportunidade de "racebending" em uma adaptação literária. Na novela "Essas Mulheres" (adaptação de três romances urbanos de José de Alencar) o Dr. Augusto, o protagonista masculino de "Diva," foi interpretado por um ator negro.

[Falando em "Essas Mulheres", duvido muito que o tipo de picuinha e acusações de plágio que estamos vendo com "Orgulho e Paixão" tenha acontecido com essa novela, ainda que elas apresentem muito em comum...].

Quanto a questão da idade, acho que a única que realmente possa trazer um problema para o desenrolar da história é a Chandelly Braz, mas isso dependerá de como a trama da Mariana for adaptada. No livro muitas das decisões dela são levadas pela imaturidade, o que é compreensível considerando a sua idade. A Chandelly (ao contrário da Bruna Griphão, que interpreta a Lídia) já não passa mais aquela imagem de adolescente ingênua que poderia nos fazer relevar muitas besteiras. Se a história não for bem dosada, a Mariana pode ficar é com cara de idiota, o que seria uma pena.

Quanto ao nome Elisabeta, imagino que foi uma adaptação (infeliz, concordo) para evitar que a protagonista tenha o mesmo nome da personagem da Glória Pires em OOLDP, dado seu destaque na trama das nove. Esse tipo de mudança de nome de personagem já aconteceu em algumas novelas pelos mesmos motivos.

Por fim, um comentário sobre quais histórias estão sendo adaptadas. É difícil, sem a novela ter começado e tendo acesso apenas a perfis muito breves, ter certeza de quais personagens literários são a fonte de inspiração para personagens da novela. Além dos perfis mais óbvios das cinco obras que você mencionou, me parece que existem referências a outro dos livros mais importantes de Jane Austen - "Mansfield Park." Pelo nome ("Fani Pricelli") e pelo fato dela vir de uma família numerosa e pobre (contrastando com a maioria dos personagens de Austen, que vem da classe média alta ou baixa nobreza) e ter uma posição subordinada na casa de terceiros, fica claro que a personagem da Tammy Di Calafiori tem uma base na Fanny Price, ainda que a personalidade dela parece (pela descrição) ser um pouco mais para Sra. Norris... Além disso, o fato do Rômulo Tibúrcio, personagem do Marcos Pitombo, ser chamado de "Casanova" me dá a impressão de que ele não se baseia só no Henry Tilney de "Abadia de Northanger", mas também um pouco no Henry Crawford de "MP" (que é, a meu ver, muito mais inconsequente do que malicioso, ao contrário dos “vilões” Wickham e Willoughby - de O&P e R&S respectivamente-, que parecem terem sido combinados no personagem do Bruno Gissoni, o Diogo Uirapuru).

Infelizmente, a primeira vista não parece que exista qualquer ligação com a história de "Persuasão". O máximo que se pode considerar é que a patente de Almirante do personagem do Oscar Magrini (claramente inspirado no General Tilney de "Abadia") seja uma referência ao Almirante Croft, mas imagino que pela personalidade ele deva estar mais para Almirante Crawford...

ah sim, esqueci de falar: homens, como sempre, não têm sua idade questionada.Thiago Lacerda além de ser um ator meio limitado tá bem velho pra ser o Darcy. O Colin Firth pelo menos tem um olhar mais "inocente", por assim dizer. Malvino Salvador sem comentários. Péssimo.

O melhor exemplo da valorização da idade do homem em detrimento do da mulher está na atual novela das 18h. O casal de protagonistas são ambos estreantes, e têm idades próximas na história, pelo menos é o que me deu a entender. Mas a mocinha, Vitória Strada, tem 21 anos, enquanto o mocinho Bruno Cabrerizo tem incríveis 38 anos. Tudo bem que ele aparenta menos, mas vê? Quando que uma atriz estrearia como mocinha aos 38 anos na TV? Nunca. Nessa idade ela já tá "passada" (vi um comentário outro dia dizendo que a Paola Oliveira já tava velha pra mocinha. Ah FALA SÉRIO, se Thiago Lacerda ainda serve pra mocinho, Paola lindíssima ainda dá pra váaarias mocinhas rsrs). Outro caso: em "Gabriela", choveram críticas falando que Juliana Paes estava velha pro papel, com 33 anos na época, sendo que a personagem se não me engano tem por volta de 21. Mas o Nacib no livro tem seus 30 e poucos, e não ouvi um pio sobre o cinquentão Humberto Martins fazer o árabe. Na primeira versão Sônia Braga era novinha, Mas Armando Bogus já caminhava para os 50.
Mais um caso: em "ciranda de pedra", a protagonista era Ana Paula Arósio, que com apenas 32 anos fazia papel de mãe de 3 jovens. É lamentável como a mulher perde a validade tão rápido.

Só li verdades. E as pessoas tem que considerar que existem boas adaptações da obra da Jane e outras nem tanto, é preciso esperar para ver; Eu mesmo considero o filme de 2005 bem mais ou menos, não suporto a Keira Knightley fazendo cara de songamonga (até suspeito que muita gente que sai por aí reclamando só viu essa adaptação, se bobear nem leu o livro). Por enquanto não gostei do que vi da Elisabeta, achei que forçaram demais o feminismo dela (gritando para os quatro ventos que o casamento não é a prioridadeee) e da Ema (me soou muito rasa, Emma Hoodhouse foi reduzida a uma doida casamenteira). De resto os homens fica até desnecessário comentar. Mas gostei da Anaju, da Chandelly (deram uma mexida que funcionou, ela não é uma romântica frágil como a Marianne Dashwood, Mariana parece ter uma postura mais madura). De resto, vamos esperar.

Essa discussão me lembrou uma entrevista que li da Anne Hathaway contando que hoje, aos 32 anos, está perdendo papéis por causa da idade, devido a exigências de Hollywood. Na entrevista ela contou que as 24 anos conseguia papéis escritos para mulheres de 40 ou 50 anos. Logo me lembrei de Jennifer Lawrence que, mesmo com a pouca idade (falando sobre um tempo atrás), pegou papéis de personagens mais velhas como em O Lado Bom da Vida (papel ofertado a própria Anne) e Joy: O nome do sucesso e em nenhuma das atuações fui convencido de que se tratavam de mulheres vividas e não apenas com seus 20 anos como J-Law realmente tem.
Falando sobre a Globo, penso que deve pesar também o fator identificação com o público. Malhação hoje em dia não é mais um grande celeiro de futuros protagonistas como as que revelaram a própria Nathalia, Bianca Bin e Fernanda Vasconcellos e no máximo os revelados em malhação vão pra algum papel de coadjuvante na novela das seis como estamos vendo atualmente. Imagino que a globo tenha dificuldade de encontrar bons e carismáticos atores nas faixas de idade dos personagens, e isso ocorre principalmente com os ditos galãs, por isso vemos nas novelas um rodízio entre Rafael Cardoso, Cauã Reymond, Bruno Gagliasso e Marco Pigossi. Thiago Lacerda e Malvino Salvador não estão me descendo nessas chamadas, mas pelo menos Thiago é um bom ator... Em todo caso, vamos esperar pra ver

Sério, Valéria, me abraça! Jane Austen teria orgulho de você! ♥

*quando a pessoa escreve filme, eu não vejo graça, tenho dó mesmo* - MORTA kkkkkkkkkkkk É bem isso. Pra vc ter ideia, estava eu numa página da JA esses dias quando uma pobre coitada teve a coragem de "ameaçar" a dona da página, dizendo que ia deixar de seguí-la, se ela continuasse com posts relacionados à Orgulho e Paixão... tem cabimento?
Engraçado que, mesmo concordando que são menos tolerantes com as mulheres no quesito idade e aparência, nesse caso eu me deparei com mais críticas às idades dos homens do que das mulheres, sobretudo quanto ao Thiago e ao Murilo Rosa.

Enfim... discussões a parte, eu que detesto novelas estou EMPOLGADÍSSIMA e AMEI seu texto!
Bjss


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Não posso concordar mais com os comentários. Nos meios literários o pessoal está descendo a lenha sem nem ter visto a novela,só se baseando em algumas cenas. Ouvi coisas do tipo "as obras da Jane Austen nem rola beijo e já vi q vai ter beijo a vontade (decepção)" "todas as obras de Jane Austen são super conservadoras, quero ver como a Globo vai se virar para atender a demanda do Movimento LGBT e negros nas novelas"
É nesse "nivel" de comentários que o fanfom da Jane Austen está comentando. #Nojo
Da minha parte estou bem curiosa e olha q não assisti a novelas há uns bons 20 anos. Aliás uma das últimas foi Chocolate Com Pimenta inspirada na Megera Domada.
O pessoal quer q seja 100% fiel a obra e se esquece q é uma ADAPTAÇÃO.

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