segunda-feira, 12 de março de 2018

Sobre a Panini e as homenagens bem intencionadas no 8 de março...

Ah!  Tem menininhas e romance?  É shoujo!
A Viviane, que faz parte da comunidade do Shoujo Café no Facebook, comentou de um problema que teve no página da Panini na rede Social.  A editora, muito bem intencionada, postou esta imagem abaixo e fez a pergunta "Para você, qual a personagem feminina que mais representa a força das mulheres nos mangás e animes?" .

As mulheres fortes da Panini.
Olha, eu compreendo que quando muita gente hoje pensa em mulheres fortes associe imediatamente à mulheres guerreiras, que estão envolvidas em atividades (*ditas*) violentas, enfim.  Basta olhar a imagem acima.  A visão do que é ser forte parece que afunilou nesse modelo aí.  Chega a ser cansativo.  A gente curte amazonas e Dora Milaje, mas nem todas as mulheres fortes são ou precisam ser como elas.  Mas vamos em frente, nem vou discutir isso, não acho que a coisa tenha sido por mal, só foi rasinha mesmo. Daí, a Viviane questionou:

A troca de mensagens.
Houve o apagamento dos shoujo, afinal, a editora não publica nenhum mangá feminino com mulheres guerreiras nesse sentido restrito da palavra, mas até que a esquivada do/a responsável pela resposta foi razoável "não cabia todo mundo na foto".  Sim, realmente, e quem está faltando não é "guerreira", por assim dizer.  Só que o respondedor oficial disse que Nisekoi (ニセコイ) e One Week Friends (一週間フレンズ。/ Isshuukan Friends。) são shoujo, ou seja, sequer consegue discernir as demografias.  É coisa básica, ainda mais no caso de Nisekoi que é publicado na SHOUNEN JUMP.  Quando a gente pensa que já saiu da fase do A-B-C vem o perfil oficial de uma das maiores editoras de mangá do Brasil e mostra que não, não é verdade.  Tem romance é shoujo... 

Se saiu na Jump, não é shoujo.  Não é, cara,
não importa o que você acredite.
Mas já que falamos de Panini, senhoras e senhores, será que eles tem alguma coisa em mente para o público que deseja ler shoujo e josei?  Falta um volume para o fim de Ore Monogatari!! (オレモノガタリ!!), Kimi ni Todoke (君に届け) acaba já, o mesmo para LoveCom (ラブ★コン) está nos finalmentes, enfim, os títulos shoujo que a editora está publicando estão nos últimos volumes e a Panini não anunciou nada de novo, ou importante, não quando o assunto é shoujo.  Eu tenho perfeita noção de quão minúsculo é nosso mercado, mas seria razoável esperar que a editora substituísse esses títulos por outros shoujo ou josei.  

Akatsuki no Yona... É só uma sugestão, OK?
A JBC entrou com uma voadora - A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) - e anunciou Orange (オレンジ), que se não é shoujo strictu sensu da palavra, mas começou na Betsuma e poderia ter ficado lá, se a autora não tivesse tido algum problema.  De qualquer forma, a Panini vem se fazendo de morta, pelo menos quando o assunto são os mangás femininos.  E são da editora os dois casos mais traumáticos de cancelamento da demografia no Brasil, aqueles casos que a gente não esquece (*Peach Girl e Otomen*), porque, bem, a editora nem faz questão de explicar os motivos, e acredito que os tenha, ainda que parte da culpa seja da própria empresa, nem faz qualquer esforço junto aos fãs para tentar salvar as séries.

Peach Girl: Minha função aqui, nesses
quase treze anos é, também, fazer com que 

as pessoas não se esqueçam das burradas de nossas editoras.
Mas o resumo do post é esse, nem quem gerencia o Facebook da editora, ou estava de plantão respondendo, sabe o que é shoujo e shounen, pior ainda, pode até sair na Shounen Jump que a pessoa ainda erra, com tanto tempo de mercado de mangá no Brasil, isso é muito chocante.

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