terça-feira, 10 de julho de 2018

Comentando Os Incríveis 2 (Incredibles 2)


Terça-feira passada fui assistir Os Incríveis 2 com minha filha e outra priminha da mesma idade, 4 anos. Tendo visto o filme e as reações um tanto mornas das duas, vimos juntas Viva: A Vida é uma Festa e Ferdinando, fiquei ainda mais convencida de que o filme não era necessário, ainda mais, quatorze anos depois.  Se queriam um revival das personagens, bastava fazer uns curtas legais que dessem conta de algumas questões que vimos em tela. É um filme ruim? Não. É um filme muito legal? A mesma resposta. Acabei gostando mais do primeiro, que terminou virando uma febre à época, algo que não sei se está segunda película irá se tornar.

Logo depois de derrotar o vilão do seu primeiro filme, tudo parecia ir bem para a família de super-heróis, quando se veem obrigados a enfrentar um novo vilão, o Escavados. Uma grande destruição resulta do confronto e representantes do governo se mostram pouco compreensivos e acolhedores em relação aos super-heróis,  ou seja  eles continuam fora da lei.  A situação parecia muito ruim, especialmente, para  a adolescente Violeta que, finalmente, parecia estar se enturmando e descobrindo o primeiro amor, quando uma dupla de irmãos bilionários faz contato e uma proposta: convencer a opinião pública de que os super-heróis são necessários. Só que, desta vez, ser a Mulher-Elástica a ocupar o centro das atenções. Motivo? Seu potencial de destruição é  potencialmente menor.  
Os bilionários que querem a volta dos heróis
são fãs de seus antigos uniformes.
Com a esposa longe , Roberto fica em casa com Violeta e Flecha para conduzir a heroica rotina de uma vida 'normal' de dona de casa É uma transição difícil para todos, que se complica ainda mais levando em conta que a família ainda não sabe dos superpoderes do bebê Zezé. Quando o Hipnotizador, um terrível vilão, parece disposto a humilhar os vilões e mostrar o quanto eles são inúteis, a família e Gelado precisarão encontrar um jeito de trabalhar juntos novamente – o que é mais fácil de dizer do que de colocar em prática, mesmo todos eles sendo realmente incríveis – para salvar a reputação dos heróis e evitar uma grande tragédia.

O resumo, sem muitos spoilers,  abrange bem o que foi o filme. Eu fui assistir meio às escuras, sem buscar detalhes. Esperava que a situação dos heróis, depois do primeiro filme, já começasse em outro patamar. Quando comentei Batman vs Super-Homem e o segundo Vingadores, já havia escrito que odeio esse clichê (*que os americanos costumam amar*) de acusar os super-heróis de serem perigosos, porque causam danos quando estão, na verdade, evitando um mal maior. Então, não é bem a esfera aventura de super-heróis que funciona para mim, no que Os Incríveis 2 acertou, com ressalvas, foi expor o drama familiar e discutir papéis de gênero de forma divertida e convincente.


A culpa da mãe que "trabalha fora" é
bem explorada no filme.
Quando A Mulher-Elástica é escolhida para representar os heróis e é vista pelos irmãos bilionários Winston e Evelyn Deavor como uma opção melhor que o marido, o Sr. Incrível se ressente. Como homem em uma estrutura familiar tradicional, ele estaca acostumado a ser o provedor e o centro das atenções. Como assim, Helena era a melhor escolha? Talvez a questão passe desapercebida pelas crianças menores, mas as maiores e os adultos certamente entenderão o que está envolvido. Os Incríveis 2 discute bem esse machismo que está entranhado até nas pessoas mais legais e o faz sem forçar a barra.

Outra questão muito bem trabalhada é a situação do homem, seja ele super poderoso, ou não, lidando com os dramas do dia-a-dia de uma dona de casa. A gente, eu incluída, faz isso, porque tem que fazer, porque foi adestrado para isso, porque não tem alternativa, porque gosta, o que seja, mas a maioria dos homens, se deixados a sua própria sorte, terão sérias dificuldades, não porque não seja seu papel natural, mas exatamente por não serem treinados e doutrinados para isso. Essa situação não é coisa nova nem no cinema, nem na TV, aliás. Novidade? Ter um bebê manifestando mais de uma dezena de poderes e não saber como lidar com isso. Ponto para o filme por colocar a necessidade de trocar as fraldas do bebê mesmo no meio da grande batalha contra o “mal”.  A parte chata? Acho que esticarm demais o drama da adolescente Violeta.


Tentando ser bom pai e "dona de casa",
mas a pressão é grande.
Há as crianças, o pai em apuros com o cuidados dos filhos e as prendas do lar, a mãe super poderosa que está com a cabeça no trabalho e em casa, pois não crê que o marido vá dar conta e a adolescente reduzida a um estereótipo. Violeta é tímida, mas estava ganhando confiança, inclusive tinha arrumado quase um namorado... Daí, por conta das peculiaridades de sua família, tudo desanda. É, claro, a adolescente não tem outros interesses, outras possibilidades, é  somente uma bomba de hormônios.  A piada esticada se torna chata. E ainda tendo que aturar os nomes brasileiros, a coisa se torna pior. “Toninho Rodrigues”. Ai, gente... 

A última animação americana que eu consegui assistir com som original no cinema foi exatamente Os Incríveis, só descobri os  nomes brasileiros um tanto ridículos,  além dos trocadilhos e piadas, depois que Júlia nasceu.Só que quando as crianças entram em ação, é  muito legal. Bom deixarem de lado o drama adolescente de Violeta antes que fosse tarde demais. Os poderes da menina, especialmente, estão mais desenvolvidos nesse segundo filme.


Void, a de cabelo azul, tem a
Mulher-Elástica como modelo.
Já indo para o final, porque realmente não sei se tenho muito mais a dizer, é preciso registrar o óbvio, o filme cumpre a Bechdel Rule. Há várias personagens femininas com nomes, que conversam entre si.  Fora isso, sejam as heroínas, ou as vilãs, elas são ativas e com dramas que, mesmo em um filme de fantasia, se remetem ao que muitas mulheres vivem em seu dia-a-dia. Outra coisa, jovem super-heroína chamada Void se espelhou na Mulher-Elástica para superar os espetáculos e tentar se tornar uma heroína em um mundo que rejeita os que têm super poderes. Representatividade importa. Foi uma forma muito inteligente de mostrar algo que a gente vive falando, é muito importante se ver, ter mulheres e outras minorias (*politicas*) representadas. Dito isso, eu dou o selo de filmes feministas para Os Incríveis 2, ainda que repita que não precisávamos dele.

Perguntei aqui para minha garotinha se ela gostou dos Incríveis 2, ela disse que gostou muito, porém, quando eu perguntei se ela gostou mais de uma série de filmes (*Meu Malvado Favorito 1 e 2, Sing, Zootopia, Toy Story 1-3, Moana, Touro Ferdinando, Nemo, Vida é uma Festa, A Vida Secreta dos Bichos etc.*) ou de Os Incríveis 2, ela preferiu todos os outros, incluindo Os Incríveis original. É isso  bom, mas esquecível em muitos aspectos.  Se você era criança quando assistiu ao primeiro filme, talvez seja movido pela nostalgia, no meu caso, não houve impacto, não. A Pixar-Disney tem filmes muito mais legais.

2 pessoas comentaram:

Tanta coisa para comentar e tu comenta uma porcaria dessa. Melhore!

Blue, não é a primeira vez que você é grosseiro/a ao comentar, se é que pode ser chamado de comentário, alguma resenha de filmes. Como você não paga minhas entradas e não é babá da minha filha, faça o favor de não vir aqui falar grosserias. Eu resenho aquilo que eu quiser e seus comentários, a partir de hoje, nunca mais serão publicados.

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