terça-feira, 23 de outubro de 2018

“Eu queria que minha mãe admitisse que mangá é uma coisa maravilhosa!”: Yukari Ichijo fala de sua carreira



Dias atrás, fiz um post sobre a exposição comemorativa dos 50 anos de carreira de Yukari Ichijo.  Ressalto de novo que não sei japonês, eu quebro galhos, mas esta frase que apareceu no tradutor foi um convite para tentar traduzir um pouquinho da conversa que a mangá-ka teve com 60 fãs.  E, gente, que linda que a Yukari Ichijo é.  Ela é muito elegante!  E, para quem não sabe, Yukari Ichijo é uma das mangá-kas favoritas da Naoko Takeuchi de Sailor Moon.  Vamos lá!

Logo no início, ela diz que está no ramo da moda agora, exibiu o seu vestido, e completou que aprendeu a ser designer de moda fazendo shoujo mangá.  Enfim, quando escrevi que ela era linda e elegante, nem tinha visto esta parte, mas Ichijo tem um estilo de desenhar desde os anos 1970 que lembrava desenho de moda.  Um dos seus mangás mais importantes dela se chama? Designer (デザイナー).  


Ela falou, então, de sua estreia como mangá-ka.  Ela disse que era fã da Nakayoshi por causa de A Princesa e o Cavaleiro.  Daí, ela estava no correio para postar seu quadrinho para o concurso da Nakayoshi e viu a Ribon com um mangá de Hideko Mizuno (*Honey Honey, Fire*) na capa. Ela gostava muito do trabalho de Mizuno e decidiu mandar seu mangá para a Ribon, então.  Ela acabou ganhando o concurso. 😊 O da Nakayoshi pagava 100 mil ienes, o da Ribon pagava 200 mil.  Saiu no lucro e ela riu que foi conquistada pelo dinheiro, também.

A autora falou, então, de sua infância muito pobre e que os pais detestavam mangá, culpavam os mangás por todos os males do mundo.  Ichijo falou, então, que ela queria desenhar e dada a oposição dos pais, ela queria sair de casa logo, desde a época da escola, porque queria fazer mangá.  Parece que a forma como a mãe dela a reprimia a respeito de seu interesse pelos mangás, fez com que ela tivesse medo de ser mãe, de tornar-se como sua genitora.  Olha, essa experiência aprece ser geracional, Hagio Moto comentou sobre a mãe em uma entrevista, que eu traduzi para o blog, e falou que até hoje, ou na época da entrevista, enfim, a mãe dela ainda dizia aos vizinhos e conhecidos que ela era professora de arte, não mangá-ka.


Mas parece que, no caso de Ichijo, ela desenvolveu certo rancor em relação à mãe.  Ela queria desenhar e contar histórias sobre temas tabus, como a homossexualidade, amor entre pessoas muito diferentes, coisas, enfim, que a mãe desprezava.  Ao mesmo tempo, ela queria que a mãe reconhecesse seu trabalho e percebesse que mangás eram coisas boas, porque ela amava sua mãe.  Ela queria que a mãe se desculpasse com ela depois de compreender a beleza dos mangás a partir das suas obras.  Pelo que pude perceber, ela não conseguiu, não.

Daí, ela falou de três de seus mangás: Suna no Shiro  (砂の城), Designer e Yuukan Club (有閑倶楽部).  Esta parte, vou pular, OK?  Daí, ela respondeu perguntas dos fãs.  O Comic Natalie pontua que a maioria perguntou coisas semelhantes “Quais os seus hobbies nos dias de hoje?”  Piano, estudo de línguas e jardinagem.  Daí, Ichijo falou dos tomates maravilhosos que ela planta em casa.  Yukari Ichijo falou do glaucoma, que foi aconselhada a parar de beber, mas que ela bebeu a vida inteira e gosta de tomar um drink em casa.  Ela enfatiza, no entanto, que está feliz e saudável.  Esse foi o resumo de 90 minutos de conversa com a autora.  Há mais outras duas marcadas durante o período em que a exposição estiver aberta.

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