domingo, 24 de março de 2019

Sabaku no Harem chega ao final na revista LaLa + Resenha do Primeiro Volume


O Comic Natalie publicou nota sobre o final do mangá Sabaku no Harem (砂漠のハレム), literalmente Harém do Deserto, na revista LaLa.  Deveria ser o terceiro mangá mais importante da revista atualmente, depois de Natsume Yuujinchou  (夏目友人帳) e Gakuen Babysitters (学園ベビーシッターズ).  E havia muito barulho no Twitter, também, por conta do final do mangá de Yumeki Mitsuru, acredito que é sua terceira obra e seu primeiro grande acerto.  Com esse título e com as ilustrações que eu via, só me vinha na cabeça aqueles romances Harlequin cafona com sheiks e coisas do gênero.  Eu não curto essas coisas, mas vá lá, fiquei curiosa.  A série fechará com 10 volumes, este último sai em 5 de julho, com edição especial com um booklet.  As scanlations já estão no volume #8, o que aponta que o material está agradando.  Sabaku no Harem costuma aparecer no ranking da Oricon, o que me lembra que eu preciso voltar a publicá-lo. 

Arabland total.
Procurei as scanlations em inglês (*tem em português, também*), fui lá e li o primeiro volume.  Vamos lá!  Nossa história se passa no reino de Jalbra (*só nas scanlations que peguei havia duas transliterações diferentes*), um país que é uma típica Arabland, aquele lugar genérico que combinaria todas as referências mais comuns sobre o que é ser árabe e/ou muçulmano, como as moças com roupas de odalisca,, turbantes, camelos, haréns etc.  O rei do país está doente faz cinco anos e entregou a administração do reino para seus três filhos mais velhos, há um quarto filho, o caçula, mas ele não recebeu nenhuma terra.  Kallum, o terceiro príncipe, recebeu a mais pobre de todas as províncias e graças a sua inteligência e trabalho duro, está transformando o deserto em um jardim.  

A capa da última Lala.
Seus irmãos o invejam e não teriam problemas em matá-lo, já o moço, não esconde que deseja ser rei e espera que seu pai lhe dê o trono por conta de sua competência.  Meritocracia não é algo comum nas monarquias, vocês sabem, coisas assim não costumam acontecer sem banho de sangue, ou assassinatos cirúrgicos. Só que não é mangá de Chie Shinohara, ou Fumi Yoshinaga, então espero algo menos violento no desenrolar dos acontecimentos.  No reino de Jalbra é normal que os homens poderosos tenham um harém com várias concubinas, mas somente uma esposa oficial.  Olha o Império Otomano sendo indiretamente a referência de novo em um mangá feminino.  Kallum tem 30 concubinas, mas não escolheu uma esposa ainda.

Tramas de harém tendem a atirar
as mulheres umas contra as outras.
Mishe, nossa mocinha, é uma garota corajosa que enfrenta os guardas do príncipe depois de salvar um menininho que seria atropelado por eles.  Ameaçada pelos homens, ela os enfrenta e Kallum ordena que seja levada para seu harém.  A moça odeia nobres, tem total desprezo por eles, mas o jovem príncipe vê nela qualidades para uma concubina.  Ela resiste, ela lhe dá uma bofetada que deixa o príncipe marcado por dois dias, e começa a ser hostilizada pelas outras mulheres do harém.  Elas percebem bem que Kallum mostra preferência por ela.  Intrigas de harém podem render umas histórias bem ruinzinhas, mas nada que uma mocinha de shoujo mangá não possa transformar em algo interessante.

Mishe não tem interesse em agradar o seu senhor.
A partir daí, o volume #1 tem cinco capítulos, temos Mishe descobrindo que Kallum, apesar de ter todos aqueles traços do playbloy de shoujo mangá agravados pelo fato de ser príncipe (*ele faz questão de reafirmar que é dono dela, por exemplo*), tem bom coração e, o mais importante, valoriza cada uma de suas mulheres, não as trocaria com outros homens, algo comum naquele reino.  Elas são sua honra e seu orgulho.  A protagonista descobre, também, que cada concubina tem uma competência, como uma que fala várias línguas.  Elas o ajudam a governar melhor.  E o que Mishe teria que atraiu o príncipe?  Aparentemente, nada.  Não me surpreenderia se ele dissesse que é porque ela lhe faz rir, porque ele ri muito das coisas que ela apronta.

Kallum apanha bastante nos três primeiros capítulos.
Logo no início temos um confronto entre Kallum e seu segundo irmão, que lhe faz uma visita e propõe que ele troque uma de suas concubinas com ele.  O príncipe recusa e Mishe afronta o irmão do soberano.  Temos um barraco e Kallum fica tão feliz que lhe dá um colar de presente.  A moça recusa, diz que não quer presentes caros e ele diz que esperava que ela dissesse isso e afirma que o tal colar é uma réplica feita com contas de vidro.  Mishe fica encantada e percebe que as tais contas refletem a luz da lua.  Nesse momento, ela já está apaixonada por ele, mas não quer admitir.

Mishe rapidamente se apaixona.
Kallum parte em viagem e seu irmão ofendido usa de um ardil para sequestra as concubinas do irmão.  Elas são drogadas e Mishe finge que ingeriu a bebida batizada, mas está consciente e vai jogando as contas do colar pela estrada ciente de que o jovem príncipe irá entender a mensagem.  O objetivo do irmão mal nº 2 é vender as moças como escravas para o reino vizinho, manchando a honra de Kallum, pois ele não teria sido capaz de proteger suas mulheres.

Kallum pode ser arrogante e possessivo. 
Estereótipo do sheik de romance Harlequin.
O tal príncipe exige que uma das concubinas dance para ele e Mishe, que até então parecia não saber fazer nada de especial, se oferece, manda que as outras fujam e exibe sua competência para o vilão e para Kallum, que estava escondido e pronto para regatar as moças.  Enfim, nesse capítulo #2, ficamos sabendo de parte da história da mocinha, ela foi escrava em um reino vizinho.  Ela sabe dançar e aprendeu línguas no harém de seu antigo senhor, um nobre.  Lá, as mulheres eram maltratadas.  Um dia, seu senhor mandou as escravas embora.

Algumas ilustrações são fofas.
Aí está um ponto curioso, nenhum senhor manda escravos embora aos pontapés.  Há um mistério nas origens da mocinha que não será revelado no primeiro volume.  Imagino que ela possa ser uma princesa e nem mesmo saiba.  Talvez, tenha perdido parte de sua memória. O fato é que ao saber que ela era uma escrava, Kallum não perde o interesse nela, mas o fato passa a ser usado pelas outras mulheres do harém contra Mishe, afinal, todas são nobres e ela, quem é.  A mocinha serviria sequer para ser criada no harém, mas, não, uma concubina.  Esposa?!  Nem pensar!

Qual o passado de Mishe?  Será que ela perdeu a memória.
Nos capítulos seguintes, temos uma tentativa de assassinato, bebida envenenada é servida para Kallum.  Ele escapa, claro, diz que é normal que tentem matá-lo e que é imune aos venenos que usam contra ele.  As concubinas acusam Mishe de ser a criminosa, começa uma espécie de conspiração contra ela.  Clichê dos grandes.  Kallum finge acreditar para expôr a criminosa.  Mishe acredita que ele a despreze de verdade, mas, no fim das contas, ela acaba pedindo pela vida da assassina.  Outro clichê que, normalmente, garante uma aliada para a mocinha de bom coração.  A concubina é perdoada, ela tinha vindo como presente do harém do irmão nº 1.  Dois irmãos "do mal" apresentados, falta saber alguma coisa do irmão nº 4.

De um volume futuro.  Kallum e Mishe não estão
no mesmo nível.  A situação dela é frágil.
Kallum e Mishe saem incógnitos para visitar o reino.  Continua o jogo do gosto, não gosto, entre mocinho e mocinha.  Ela continua batendo nele, o sujeito roubando-lhe uns beijos e nada muito além disso.  Há umas ceninhas fofas e engraçadas.  Chegam a uma área onde estão sendo implementadas obras de irrigação e Mishe conhece o irmão caçula de Kallum, Johan (*outro cujo nome aparece de formas diferentes em míseros nos dois capítulos*), um rapaz alegre e que lembra o Momji de Fruits Basket (フルーツバスケット).  Kallum fica enciumado com a relação amigável que o irmão e Mishe desenvolvem, ele avisa para a mocinha que seu irmão não presta.  Ela não acredita.

Ele fica desesperado quando ela 
sai de perto dele.  Tem medo de perdê-la.
No capítulo seguinte, de volta ao harém, Johan arruma uma desculpa para visitar o irmão e conversa com Mishe, ele já tinha semeado no coração dela a ideia de que seu irmão nunca poderia se casar com uma ex-escrava, porque isso seria desgraça política para ele. Como o príncipe a estava evitando sem razão aparente, Mishe está triste e vulnerável. Contrariando as evidências de sua inteligência, Mishe é convencida por Johan que Kallum a cedeu para ele, que ele nunca a desejou como concubina, que ele é um nobre como todos os outros.  E ela vai embora do harém com o caçula e ninguém percebe, ou evita.  Normal.  

Johan, o irmãozinho.
Na verdade, Johan, o Momji do mal, queria obrigá-la a casar com ele e se revela um invejoso perigoso, porém, suspeito que ele tenha redenção.  Shoujo mangá nesses moldes sem inimigos que se redimam de alguma forma, deve ser raridade e Johan é melhor candidato a uma mudança de comportamento do que seus irmãos mais velhos.  Enfim, Johan trata muito mal as mulheres de seu harém e se ressente por seu pai não ter lhe dado um pedaço do reino para governar.  De qualquer forma, é preciso que a autora dê mais detalhes sobre a família real e os motivos para todo mundo se odiar e querer matar Kallum.

Há uma capa de Anatolia Story com essa mesma pose.
Kallum está infiltrado no harém e Mishe aceita o casamento temendo pela vida do amado.  Só que o casamento é interrompido com um memorável barraco feito pela mocinha e Kallum aparecendo e completando o circo.  Muita gritaria e soco na cara do irmão malvado.  Assim, a situação que conduziu a esse evento foi um tanto forçada, mas a sequência do casamento que não foi acabou sendo divertida.  Kallum termina pedindo Mishe em casamento e dizendo que não tomaria outra esposa que não fosse ela.  Daí, a mocinha entra em uma nóia de que precisa ser digna dele e que tem muito o que aprender, blá-blá-blá.  O capítulo 5 gira em torno do aniversário do príncipe e do presente que Mishe quer lhe dar sem usar o dinheiro do amado.
Não sei o que está acontecendo aqui.
De resto, o mangá é bem casto até o momento.  Tem uns beijinhos, uns quase amassos, porque sempre termina com a mocinha fugindo do sujeito ou dando-lhe umas pancadas, mas não passou disso.  Aliás, olhando os dois, a forma como se comportam, parecem dois pré-adolescentes.  Mais para frente, é possível encontrar sequências mais sexualmente mais ardentes dos protagonistas, mas não sei até que ponto a autora levou a coisa.  É revista LaLa e os tempos são bem diferentes do que  era na época de Anatolia Story (天は赤い河のほとり), que parece ser referência até para certas ilustrações de Sadaku no Harem.  Só que sem Nakia, a rainha madrasta má do Príncipe Kail, a vida da mocinha é bem mais fácil, por assim dizer.

Beijos ardentes só em volumes futuros.
Outra coisa, não fica claro nem mesmo se Kallum tem alguma espécie de intimidade com suas outras concubinas.  Nada é sugerido nesse primeiro volume.  Já Mishe, sua condição anterior de escrava pode trazer alguma dúvida futura sobre sua virgindade, talvez isso possa ser usado para tentar obstruir o casamento dela com Kallum, mas, certamente, se acontecer, será só uma forma de tentar difamá-la.  Também acredito que, em algum momento, será introduzida uma noiva ideal, uma princesa, talvez, que possa ser empurrada para Kallum.  Se Mishe não amadurecer, certamente, cairemos mais uma vez na situação da mocinha querendo deixar o terreno livre para uma mulher mais adequada para seu amado.

Ele vai dispensar as concubinas e ficar somente com Mishe?
É isso.  Foi uma leitura prazerosa, mas não achei nada de brilhante nesse início.  O mangá é simpático, tem um traço agradável, uma mocinha de quem a gente consegue gostar e o príncipe não é detestável, ainda que tenha umas atitudes autoritárias, justificadas por sua posição.  A autora vai ter que tirá-los do harém com frequência, ou a história vai se tornar chata, isso é fato.  Imagino que ela vai usar de vários clichês conhecidos para manter a história em movimento, nem vejo isso como problema, desde que ela saiba usá-los.  Olhei um capítulo mais avançado e eles estavam em um navio pirata.  Não sei quem foi capturado, se Mishe, ou Kallum.  De repente, continuo lendo o volume dois para ver se há alguma evolução.

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