domingo, 1 de março de 2020

Netflix lança trailer de série sobre a Primeira Mulher Negra Americana a Ficar Milionária


Sarah Breedlove (1867-1919), conhecida como Madam C. J. Walker, foi a primeira mulher negra a se tornar milionária nos Estados Unidos por seus próprios esforços.  O termo em inglês é "self made woman", alguém que se faz por si mesmo, o título em inglês da série é esse "Self Made".  o "madam" usado por Sarah vem do fato das cabeleireiras usarem o termo tomado do francês em sua época.  Ela foi a primeira mulher negra a conseguir enriquecer vendendo produtos para cabelos pensados para elas.  A Netflix, que não brinca em serviço, contratou a maravilhosa Octavia Spencer.  A estreia é em 20 de março.  O trailer está aí embaixo.


Falando brevemente sobre a biografia da protagonista, Madam C. J. Walker foi a primeira a nascer livre em sua família, ela tinha cinco irmãos mais velhos.  Sua mãe morreu em 1872, provavelmente de cólera, e ela foi morar com uma das irmãs mais velhas em  Vicksburg, Mississippi.  Teve somente três meses de educação formal, tudo o que sabia de ler, escrever, contar, aprendeu na escola dominical de sua igreja.  Aos dez anos trabalhava como doméstica, aos 14 anos casou-se para não ser abusada pelo cunhado.  Teve somente uma filha,  A'Lelia Walker, e para poder dar uma educação formal para sua menina, Sarah Breedlove trabalhou arduamente.  O nome que passou a usar nos negócios vem de seu terceiro marido Charles Joseph Walker, com quem casou em 1906 e separou-se em 1912.



O verbete da Wikipedia sobre ela diz, e o próprio trailer da Netflix mostra isso, que Breedlove sofria de problemas capilares.  As razões, segundo o artigo eram os produtos inadequados, não raro usando solventes perigosos, e as limitações de acesso à água e higiene adequada.  A maioria dos negros e negras era pobre e não tinha água encanada e outras benesses.  Antes de ser Madam C. J. Walker, Sarah trabalhou para outra mulher negra, Annie Malone (1877-1957), que inventou a primeira fórmula de produtos capilares pensadas para negros.



Malone, que aparece no trailer, também se tornou milionária, mas acusava Sarah de ter roubado sua fórmula.  A Wikipedia diz que a base do produto que Malone usava era conhecido fazia mais de um século e Madam C. J. Walker contou com dicas de dois de seus irmãos que eram barbeiros para aperfeiçoar o produto.


Madam C. J. Walker começou seu negócio na Louisiania, estado muito racista do Sul dos Estados Unidos e, para conseguir desenvolver sua companhia, mudou-se para o norte.  Ela terminou se estabelecendo em Nova York.  Consciente de sua origem e de como tinha sido custoso chegar onde chegara, ela contribuía para que outros não sofressem tanto.  Contribuía para numerosas organizações filantrópicas, era ativista política e social, patrocinava as artes.  Quando morreu, lamentou não ser ainda milionária, mas era.  Sua filha continuou seu trabalho.  A série tem material suficiente para ser excelente e, sim, há muitas mulheres que precisam ter suas histórias contadas, aliás, várias vezes e por vários ângulos.

2 pessoas comentaram:

Só uma curiosidade. Que tipo de abuso, exatamente ela sofreu do cunhado? Pergunto isso porque os americanos consideram violência física e/ou psicológica como abuso, enquanto aqui no Brasil, o termo denota conotações sexuais, estupro. Você saberia responder minha pergunta?

Aqui, no Brasil, violência física e psicológica também é considerado abuso. Agora, o que o verbete da Wikipedia sugere é abuso sexual, sim. Aliás, normalmente, a coisa vem em um combo. Uma menina sob a tutela do cunhado pode sugerir a ele que ela lhe pertence, ou lhe deve, alguma coisa. Situação muito comum.

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