quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Mais uma quase resenha do livro 2 de Watashi no Shiawase na Kekkon: O capítulo 4 é muito diferente do episódio 12 do anime


Deveria ter escrito esse texto comentado o quarto capítulo do segundo livro de Watashi no Shiawase na Kekkon (わたしの幸せな結婚) faz algum tempo.  A série de TV acabou faz três semanas e eu estou com esse material lido faz algum tempo.  Para quem não lembra, eu fiz um texto e um Shoujocast sobre o episódio 12 do anime.  O capítulo 4 é o que corresponde a boa parte do episódio. 

Começamos com Arata levando Miyo para perto de Kiyoka.  O primo da protagonista diz não ser bom motorista, mas ela acha que ele está se saindo muito bem, ainda mais com a necessidade de ir rápido. Ele não sabe onde ele está, só que o rapaz  foi ferido de morte.  Ele comenta com Miyo que o Kiyoka não deve estar no hospital, nem no QG do destacamento que luta contra as grotesqueries.  Onde ele estaria?  Na mansão dos Kudou ou em sua casa na beira da floresta?  Eles apostam na casa e é lá que ele está.  Temos aqui uma mudança em relação ao anime.


Enquanto dirige, Arata faz duas observações importantes, a primeira é que Kiyoka jamais seria derrotado por uma grotesquerie, se ele estivesse em sua melhor forma.  É uma referência ao fato de Kiyoka ter duelado com Arata, se ferido e, claro, estar angustiado em relação à Miyo.  O primo da protagonista também observa que Miyo não deve se culpar, ou angustiar, porque fora da mansão dos Usuba, a barreira de proteção se desfaz e a moça pode perder o controle do seu dom e seu corpo pode sofrer.  Por fim, ele afirma que jamais a abandonaria, que sempre estaria ao lado dela.  Nesse sentido, temos a ideia que está no anime, e que Arata existe com a função e proteger Miyo, a portadora da visão dos sonhos, mesmo que não se torna seu marido.

Ao chegarem lá, encontram Godou e Kazushi discutindo.  Godou cobra o irmão de Kouji por não ter estado presente na batalha (*porque no livro houve uma batalha*) e por não conseguir tirar Kiyoka do seu estado de coma.  Ele não seria capaz de tirar encantos? Arata e Miyo passam por eles sem serem percebidos.  Miyo só consegue apertar as mãos e repetir para si mesma que tudo vai ficar bem, que Kiyoka ficará bem.  Ela está tão nervosa que nem se faz anunciar, esquecendo seu excesso e polidez, e desliza a porta.


O que ela vê é Kiyoka deitado e com o rosto cor de cera, imóvel.  Ela agarra a mão do noivo e percebe que ele ainda está vivo.  Hazuki e Yurie estão com ele.  A irmã de Kiyoka se levanta e abraça Miyo.  Hazuki acredita que a moça veio para estar junto de Kiyoka quando ele morresse, para dizer "adeus". Miyo tenta se desculpas, mas Hazuki diz que sabe de tudo, que Kiyoka lhe contou.  Arata interrompe e comenta que Kiyoka está  envolvido pelo rancor (grudge) de um espírito.  Hazuki só então parece perceber a presença dele e pergunta surpresa (*da forma negativa*) para Miyo, que não consegue explicar, quem é ele.  

Depois de aceitar a presença de Arata, ela o cumprimenta de maneira formal e o chama de "primo de Miyo".  Yurie não parece muito e acordo, mas Miyo lhe garante que o rapaz é um aliado.  Arata deixa claro que o dom de Miyo pode ser a chave para salvar o rapaz, mas que a ação estará quase no campo do milagre.  A moça resiste, diz que não conseguirá.  Arata é direto "Você vai tentar, ou aceitar a situação?".  É aqui que temos a luta interna da mocinha.  Ela chega a conclusão que, mesmo não confiando em si mesma, ela jamais se perdoaria se não tentasse.


Ela decide tentar, Arata reforça que não há certeza de que a ação vai funcionar.  Hazuki intervém e fala que Miyo não deve se sacrificar, que ela ama Kiyoka, mas que a protagonista também é amada por ela.  É a ideia de família, algo que Miyo demorou tanto a entender.  Miyo aperta a mão que Hazuki lhe estenderá e diz que ama a todos que estão ali, também.  "Você pode me ensinar a usar o meu dom?", ela pergunta para Arata.  O rapaz começa a ar ordens, pede um futon e que seja colocado ao lado de Kiyoka.

Ele ordena que ela se deite ao lado de Kiyoka e tome a mão do rapaz.  O contato com a pele dele aumentará as possibilidades e sucesso.  Ele avisa que a consciência e Miyo irá se separar o seu corpo.  Miyo se surpreende com a sensação ruim ao tocar a mão de Kiyoka.  "É o rancor do espírito.  É com se fosse um veneno."  Miyo entende bem a sensação.  Arata avisa que ela deve se concentrar, que sua alma irá se desprender do seu corpo e entrar no de Kiyoka, ela deverá localizar a alma do moço e resgatá-la.  A tradução para o inglês, ora usa alma, ora usa consciência.


A partir de um determinado momento, ela passa a se sentir leve, não ouve mais nada.  Ao abrir os olhos, está em um túnel completamente escuro, mas sabe que deve seguir em frente.  Miyo sente as lágrimas e se vê pequena e frágil, ela sempre precisou e alguém para ajudá-la, mas, agora, está sozinha.  Ela começa a chamar por Kiyoka em sua mente. Quanto tempo teria se passado?  Ela começa a ouvir barulhos à distância, tudo continua escuro, mas ela percebe que há um céu e ele tem estrelas.  Ela começa a ouvir insetos e sentir os cheiros da natureza.  Parece os arredores da casa que divide com Kiyoka, mas, ao mesmo tempo, é um lugar diferente.

Ela sabe que Kiyoka está perto, que ele está lutando.  Miyo começa a correr na estrada que, agora, está dentro de uma floresta.  Kiyoka está lutando e as grotesqueries se sucedem sem fim.  Ele não consegue perceber o seu gênero, as transforma em cinzas e elas retornam.  Ele se julgava morto, mas passa em revista todos os fatos até então.  A tumba, a mobilização para prender/estruir as grotesqueries, sua necessidade de resolver o problema e ir até Miyo.    Ele se feriu por estar distraído.  Agora, se encontra preso em uma luta sem fim.  Estaria em um sonho, ou no inferno?  Ele imagina o que Miyo sentiria se ele morresse.  Ela choraria de novo?  Ela viveria feliz com os Usuba?  O que seria?  De repente, ele ouve a voz a moça.


Ele se sente um fraco por estar ouvindo a voz ela.  Ele precisa continuar lutando.  A voz de Miyo é ouvida novamente.  Ela pede que ele pare de lutar.  Kiyoka finalmente a vê e ela está vestida como uma sacerdotisa (*shrine maiden*).  Quem viu Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン), é só lembrar da roupa que Sailor Mars usava no templo.  Ela segura a mão ele.  O rapaz repete mais de uma vez "É realmente você?", mas seu corpo quer se mover e continuar a lutar.  Miyo insiste em segurar sua mão e ele percebe que está com medo, que sempre esteve.  "O que você faz aqui?" "Eu vim resgatar você?"  "Eu não estou morto?"  Ela assegura que não, que se ele morresse ela ficaria terrivelmente triste, porque ela não pode fazer nada na vida a não ser segui-lo.

Essa ideia é importante, porque Miyo que seguir o noivo/futuro marido.  Ela não fala em estar ao lado dele (*não ainda*).  Não é uma relação igualitária, ela está abaixo de Kiyoka, ela o adora e admira, ela, mesmo no auge do seu poder, continua a se perguntar se é digna dele.  Algo que não podemos esquecer, e isso não torna a história ruim, é que Watashi no Shiawase na Kekkon não é uma série feminista e isso não a torna ruim.  Aliás, devemos respeitá-la como ela é.  O anime fez grande alteração na relação dos dois no último episódio para a TV e, claro, isso terá impacto na segunda temporada.


Ele pergunta se ela será capaz de tirá-los dali. Ela coloca as duas mãos no peito e sussurra para os espíritos "desapareçam". Ela pergunta se ele pode lhe dar sua mão.  Ele segura uma das mãos da moça.  Ela se apruma encara novamente os espíritos e diz em alto e bom som "DESAPAREÇAM".  E eles se vão.  Sem fogos, sem raios, sem imperador.  Apenas uma palavra.  Imaginem a grandiosidade do poder de Miyo, porque, sim, ele é gigantesco.

A seguir, ela explica para Kiyoka que esse é o dom que ela possui.  "Você se tornou uma perfeita usuária do dom."  Ela titubeia e diz que não é bem assim.  Ele fica mais tranquilo.  Miyo lhe parecerá absolutamente poderosa e capaz, mas continua a mesma.  Logo, aqui sou eu comentando, ela ainda depende dele.  O equilíbrio patriarcal está mantido.  Eles começam a jornada de volta e, logo, estão na escuridão.  Kiyoka pergunta se está dentro dos sonhos dele.  Ela diz não saber com certeza.  


É nesta caminha de volta que eles se acertam.  Miyo se desculpa, Kiyoka diz que a culpa é dele, que ele foi grosseiro e, mesmo preocupado com ela, se expressou mal (*o anime aliviou MUITO isso aqui*).  Ela insiste e deixa claro que, agora, ela entende o sentido de família, que ela deve dividir as cargas.  Ela pergunta se ele a quer ao lado (*não seguindo*) sele, porque ela deseja mais do que nunca estar com Kiyoka.  O rapaz diz que mesmo se ela não tivesse dito, ele iria atrás dela na casa dos Usuba e se ela realmente prefere estar com ele, que não deseja estar com sua família de sangue.  Ela reafirma sua resolução, eles apertam as mãos ainda mais e seguem no caminho.  

O diálogo é longo, é bonito, e é, ao mesmo tempo, repetitivo.  Miyo precisa se desculpar, precisa reafirmar que sente muito, que ama Kiyoka (*mesmo sem dizer a frase "Ai shiteru"  ou mesmo um "Suki desu"*), mas está evidente, ela não acredita que tanto faz estar com os Usuba, ou com ele, que ela mentiu.  Já ele reafirma que não foi gentil, que feriu os sentimentos dela.  Ele a ama, mas não diz nada claramente.  Mas ele só descobrirá que a ama no livro 3, comentei isso na minha resenha.


A cena é cortada e volta com Miyo acordando fragilizada.  Ela tosse.  É importante isso, essa transição, porque o esforço a moça para controlar o dom foi muito grane.  Kiyoka acordou por si mesmo e antes dela.  Ela pergunta se ele está bem e ele diz que estando tão fraco ainda, certamente não estava.  Ele se esculpa por preocupá-la e ela começa a chorar e tentar controlar as lágrimas e ela a abraça, a embalando como uma criança.  E ela percebe e diz que é um tanto constrangedor que ele a trate como uma criança.  Kiyoka diz que ela precisa parar de chorar, por isso ele a está tratando assim.  O abraço dos dois é interrompido por Hazuki.

Miyo fica envergonhada e a coisa fica pior com a intervenção de Hazuki, Yurie e a briga entre Godou e Kazushi.  Kiyoka os repreende e os dois se calam.  Arata se faz ouvir finalmente e se despede. Miyo se ajeita sentada na cama e agradece a ele.  Ela quer pedir que ele fique, mas sente que não é o correto.  Arata diz estar dispensado de seus deveres.  Miyo diz que se ele for punido por ter ajudado Kiyoka e rompido o segredo dos Usuba, que ela deve ser avisada, porque iria assumir a responsabilidade junto com ele.  Ele diz que avisará.  Kiyoka então chama por ele como "Arata Tsuruki" e diz que ele irá desafiá-lo para um duelo e que, desta vez, não irá perder.  Arata responde "Você vai?  Espero que tenha sorte nessa empreitada.".  A troca de provocações dos machinhos é menos agressiva do que no anime e, claro, conhecemos mais de Arata, também.


É isso, pessoal.  Não sei como o mangá recontou essa parte do livro 2, o que eu vi do quadrinho estava ainda muito atrás na história.  Eu estou atrasada em tudo, mas vou cumprir a missão.  Para as outras resenhas:  Livro 1, Quase resenha o livro 2, Mais uma quase resenha do livro 2 de Watashi no Shiawase na Kekkon: as diferenças entre o original e os episódios 10 e 11 do anime, Livro 3.  É isso, espero que tenham gostado.  Agora é gravar o vídeo usando este texto como um guia.  

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