domingo, 27 de setembro de 2009

Mulheres Japonesas não querem se casar




A revista French Express publicou uma matéria (*enorme*) sobre as mulheres japonesas que aponta para o mesmo lugar que outras pesquisas já tinham sinalizado: casar não é vantagem para as mulheres no Japão, não quando se tem alguma ambição de satisfação pessoal ou mesmo romance, além dos custos elevados para se criar uma criança. Fora isso, espera-se ainda que as mulheres abandonem a carreira depois do casamento. E o que elas ganham com isso? Pelo jeito uma parte considerável não pretende fazer o sacrifício. Traduzindo uma parte pequena da matéria que tem três páginas:
Os japoneses se casam menos e, cada vez, muito mais tarde que alguns anos atrás: esta é uma razão pela qual eles estão tendo menos filhos. Os nascimentos fora do casamento, que são mal vistos, são muito raros, apenas 2%. Aos 35 anos, um terço (32%) das mulheres e quase a metade (47,5%) homens ainda não encontrou sua alma gêmea. (...)

Estudos sobre as mulheres apontam que as que tem ambições de carreira, não querem se comprometer muito cedo com o casamento e maternidade. Os homens são levados na maioria das vezes por razões econômicas, relutantes em iniciar uma família até que tenham um emprego estável. (...)  “Cada vez mais as mulheres se sentem capazes de satisfazer as suas próprias necessidades. Elas não querem definhar [em casa], enquanto aguarda o retorno de um marido que passou a noite bebendo com seus colegas enquanto a comida esfria " diz Noriko Kamata.
 Aos 39 anos, esta mulher elegante, dirige uma pequena empresa de acessórios de moda. Ela teve um caso por vários meses, mas foi relutante em torná-lo oficial. Por agora, ela e seu parceiro têm seu próprio apartamento. Ela quer ter certeza de, uma vez casada, ele não a deixará assumir sozinha todas as tarefas domésticas ...” (...)
Vestindo skinny jeans, t-shirt com o logotipo de uma marca de moda, reflexos roxo cabelo, Akiko Kuraoka é uma viciada em moda. Aos 30 anos, recentemente abriu o café Rhythm, um bar da moda em Tokyo, onde os freqüentadores vêm ouvir a música depois do trabalho. E ela não tem pressa para se casar. Seus sonhos são outros: tornar-se proprietário das instalações e criar sua própria rede de estabelecimentos.


Em qualquer caso, ela disse, "as mulheres independentes, como eu, despertam medo nos homens." Um bebê? "Aqui no Japão, custa entre 150.000 e 225.000 euros (*hoje entre 396.348,05 e 594.522,07 reais*) para criar uma criança adequadamente, das fraldas até a universidade. Com essa quantia, posso fazer muito mais! Para que este bar seja só meu preciso de 75.000-150.000 euros. Hoje, é a minha prioridade”.
Enquanto não forem repensados os papéis de gênero e o estado não tomar sua parte oferecendo condições de trabalho para as mulheres e maior segurança para os jovens em início de carreira, acredito que apopulação japonesa vá continuar declinando. E, claro, o mundo das mulheres e o dos homens se afastando cada vez mais. A matéria também fala dos herbívoros "sem libido". A mulher até quer, mas o sujeito prefere criar gatos. Afinal, é mais barato...

2 pessoas comentaram:

Concordo na questão de filho sair caro. Já até saiu em revista daqui o quanto pode custar criar um filho ( não lembro direito se era assim a matéria). E por exemplo não pretendo ter filho por não ter muita paciencia com criança e por ser caro! Com dinheiro e tempo que gasto com filhos poderia estar fazendo coisas para mim. Meus pais gastam muito com meus estudos, roupas, etc. Não quero passar por isso. Só vou querer saber de casamento quando estiver totalmente independente. Alguns devem pensar d mim "q horror, ela não quer casar nem ter filhos" não é bem assim, só vou pensar em fazer essas coisas pelos motivos que citei é o que eu acho melhor para mim. acho que tudo isso foi influencia da minha mae O_O"

Tai uma notícia que vai crescer cada vez mais daqui em diante...Uma realidade mundial, e acredito cultural também.
Infelizmente ou felizmente, há um destino diferente e biologicamente imutável para homens e mulheres. Mas cada um é cada um não é mesmo?Ninguém é obrigado a seguir determinado destino só porque é homem, ou só porque é mulher.Cada pessoa teve sua forma de viver, e pensando nisso,também concordo que a mulher tem todo o direito de decidir em não se casar cedo, muitas mulheres quando jovens não puderam se dedicar a si mesmas.Não que o filho ou o marido "custe muito caro",mas o ritmo de vida de cada um é diferente, e deve ser respeitado suas decisões.

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