quinta-feira, 3 de junho de 2010

Notícia de Óbito: Conrad confirma cancelamentos



Todo mundo já suspeitava, o coração estava apertado, não acredito em cancelamento simples, alguns títulos devem ser caso de licença expirada. É bom que a novela termine, e as promessas se confirmem mentirosas. Segundo a nota no Anime-Pró, a Conrad decidiu deixar de trabalhar com alguns mangás (*sei*): Delivery Service of Corpse, Evangelion Iron Maiden, Fushigi Yuugi, Megaman, Monster, Neon Genesis Evangelion, Preto e Branco, Ring, Sanctuary, Uzumaki e Zettai Kareshi. Não se fala na nota em Nausicaä e One Piece, o que prolonga a agonia de quem coleciona esses mangás, ainda que eu não acredite que eles sejam continuados. Também não se fala na nota em Paradise Kiss ou os mangás de Osamu Tezuka, sem falar em outros materiais. Será que a Conrad ainda tem a licença?

Eu realmente lamento muito que a Conrad esteja terminando sua jornada de forma tão melancólica. Eles foram pioneiros no Brasil ao buscar publicar mangá como mangá com Dragon Ball (*lembro que comprei duas edições e sorteei para os meus alunos e alunas da 5ª série*), eles foram elevando os eu padrão editorial até nos oferecerem Osamu Tezuka com qualidade excelente (*Adolf está aqui diante dos meus olhos*), no entanto (*e é pena que eu não tenha achado a entrevista antiga*) o dono da Conrad nunca se mostrou muito interessado em mangá, mas no retorno que os títulos poderiam dar para que ele publicasse material alternativo. Enfim, acho que terminou um belo capítulo da história dos mangás no Brasil e é uma pena.

11 pessoas comentaram:

Pois que graça ¬¬. Justo agora que pedi pra minha tia me comprar Zettai Kareshi, vou ficar sem o último número... Nao há forma de consegui-lo por outra parta? Você saberia me informar, Valéria, porque desde a Espanha é um pouco difícil... Muito obrigada ^^.

mas... Paradise Kiss eles não lançaram todos? .-. e Zettai Kareshi tbm, não?

Matt, se eles tinham a licença, poderiam republicar a obra, entende? É como a CMX e seus mangás. Alguns volumes de Emma já estão out of print. :(

PaGe, talvez a gente consiga em sebo. Tente um site chamado www.estantevirtual.com.br Use o título "Namorado Perfeito".

Pois é... Eu suspeitava disso também, embora não quisesse acreditar. Eu espero que outras editoras se interessem em Delivery Service of Corpse, que é muito divertido, e em Blade - A Lâmina do Imortal, mangá fodésimo que parou em um momento crucial... Pelo menos o primeiro é publicado nos EUA até onde sei, e eu darei meu jeito de colecionar (I'm fucked... =_=''''), o segundo não tenho certeza... Mas pior é que tenho eidções faltantes de Slam Dunk que, pelo visto, terei de adquirir o mais rápido possível, não confio em mais uma palavra que sai da editora.
E assim acaba uma parte importante da história das HQs no Brasil... u.u

Sinceramente, a melhor coisa a fazer e afastar fãs de material alternativo das redações. Isso destroi editoras por onde passa.

Também fico triste pelos cancelamentos, mas se estes fazem parte do processo de recuperação da empresa, não tem jeito.

Fracassos são inevitáveis em qualquer indústria e todos os envolvidos (inclusive os consumidores e os fãs) prescisam entender que isso faz parte do jogo. Os japoneses resolveram este problema desenvolvendo o seu genial (embora atualmente ameaçado) sistema de antologia, feito especialmente para permitir uma alta rotatividade de títulos (com seus inevitáveis cancelamentos) sem prejudicar seus leitores, por se tratar de um formato barato e não-colecionável.

Mas como a indústria brasileira não tem nada parecido, os cancelamentos são a única saída para uma editora azarada estancar a sangria de dinheiro resultante de empreendimentos fracassados. É como um soldado ferido na guerra que amputa um membro gangrenado para que a infecção não o mate de vez. Mesmo que lhes falte um pedaço do corpo, ele ainda pode tentar seguir sua vida com o que lhes restou, enquanto que, se morrer, acabou.

Pior seria se a Conrad insistisse em publicar títulos que estão dando prejuízo ou cujo relançamentos exigissem novos investimentos (sem garantia de retorno), e falisse de vez. Aí sim, estaríamos fu-di-dos. O fechamento de uma editora ligada aos mangás amedrontaria empreendedores interessados nesse mercado, que poderiam ficar com a impressão de que o mercado de mangás é demasiado arriscado e que seria melhor investir em outro ramo.

Isso prejudicaria o aparecimento de novas editoras dedicadas aos mangás, inibiria editoras já existentes a ingressar nesse filão, e desestimularia as editoras que já trabalham neste ramo a ampliar seus investimentos nele. Não é presciso ser um gênio dos negócios para saber que tudo isso retardaria severamente o desenvolvimento da indústria brasileira de mangás.

Peço a todos os leitores deste blog que encarem a situação como um sacrifício necessário, e concedam um voto de confiança para a Conrad de que esta aprendeu com seus erros e que poderá passar a administrar melhor seus negócios. Não a boicotem, nem saiam denegrindo a imagem dela por aí, pois nós todos só sairemos perdendo com isso. Permaneçam comprando os títulos que já colecionam e não deixem de comprar os títulos que lhes interessarem. Pelo menos, é isso o que farei.

Lembrem-se: Esta história poderia ter tido um final muito pior.

Olha, desde que a Conrad parou com a publicação de One Piece, eu me prometi que não compraria mais nada deles (e é o que estou fazendo, sem muito esforço, já que eles não tem lançado nada que me interesse).

O problema pra mim não é o cancelamento de títulos propriamente dito: é a dinâmica do mercado, alguns mangás rodam mesmo porque não sem saída. O que me incomoda mesmo são duas coisas.

Primeiro, a falta de transparência. Quando pararam com One Piece (e mais alguns), não houve nenhum comunicado, nenhuma satisfação, nada. Os leitores ficaram meses esperando, e tiveram que deduzir fatos ao encontrar outras notícias (leia-se: boatos de que a Conrad estaria sendo vendida, coisa q se concretizou). Até hoje não sei se eles deram alguma resposta oficial em relação a isso, enfim. Nem preciso dizer sobre o caso desastroso das edições normal X luxo de vagabond.

Segunda coisa: a Conrad tem um planejamento horroroso. Começaram muito bem, com títulos arrasa-quarteirão, depois foram se embrenhando em títulos cada vez mais alternativos e desconhecidos, e a preços bem salgados, tentando empurrá-los goela abaixo do leitor com resenhas de "esse é um dos melhores quadrinhos blá blá blá". Meio ingenuidade deles achar que os leitores iam "pagar pra ver" eternamente...

Fora que muitas vezes você vê um título de lançamento recente entrando em promoção pouco tempo depois de lançado. Ou é desespero demais deles, ou tão assinando atestado de "metemos a faca mesmo", e qualquer um dos dois indica planejamento burro.

Bem se vê que esse Pato Supersônico é alguém que trabalha na Conrad e que tá querendo naturalizar o fracasso da Conrad, como se fosse uma simples fatalidade.

Quem era a Conrad Editora antes e depois de começar a publicar mangás?!! Tudo o que a Conrad tinha era uma "revista Herói" já em crise de identidade! Por acaso a editora não decolou nos lucros quando começou o boom dos mangás no Brasil com Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco?!! Qual editora não daria tudo pra ter estes dois títulos em seu portfólio?!

Mas enquanto a Panini e a JBC usam os lucros de seus mangás pra financiar seu crescimento, a Conrad usou os lucros de seus mangás pra financiar lixo alternativo (tanto em livros como em HQ) que só o dono da Conrad gosta de ler!

Sem contar a insistencia estúpida de lançar qualquer coisa com formato e acabamento de luxo, como se todos os leitores fossem capazes de matar e roubar pra comprar um encadernado de uma HQ ou mangá qualquer só porque o acabamento é "de primeira".

E ainda quiseram pôr a culpa nos mangás(!!!). A mesma editora que inicou o boom dos mangás com nada menos que Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco.

Fracassam por burrice e ainda vem dizer que "é a vida", "isso acontece"? Não só querendo naturalizar como romantizar a mancada horrosa da Conrad com esse papinho de "é como um soldado feirido tendo que amputar um membro", "é um sacrifício necessário".

Sr. Pato Supersônico, eu só não lhe digo coisa pior em respeito à Valéria. Mas vá ver se eu tô na esquina.

E se é pra romantizar a mancada da Conrad, melhor compará-la à parábola do "Filho Pródigo", que tinha riqueza mas gastou tudo e ficou na miséria.

Caro Jader, acredite no que quiser sobre meus motivos e encare os fatos como bem entender.

Digo apenas que não sou funcionário da Conrad e que a defendi porque, como o grande amante de cultura J-Pop que sou, desejo ardentemente que a indústria J-Pop brasileira cresça, e faço minha parte como consumidor para ajudar essa indústria.

Acho linda a atitude japonesa de apoiar sua indústria com atos que vão além do simples (e inútil) apoio moral a que fãs brasileiros se limitam, e tento difundir essa mentalidade por aqui. Sou solidário, apenas isso.

Também há um pouco de filosofia pessoal nisso, pois acredito que O JUSTO É AQUELE QUE SABE SE COLOCAR NO LUGAR DOS OUTROS.

Eu apenas pensei sobre o que eu faria se estivesse na pele do editor e enfrentando os mesmos problemas que ele. Se reestruturar ou encerrar as atividades? Caso opte por reestruturar, o que fazer para que a empresa volte a lucrar, e assim, sobreviver? E por assim vai...

Concluí que, no lugar dele, provavelmente teria feito a mesma coisa, por isso não me vi no direito de me zangar com ele. Pelo mesmo motivo, apenas fiz por este editor - que não conheço pessoalmente, que isto fique bem claro - o que gostaria que meu público fizesse por mim se eu fosse editor.

E que também fique bem claro que não estou tentando te convencer de nada, faça como bem entender e acredite no que quiser que isso não é da minha conta, volto a repetir.

Só não entendo o porquê de você ter me atacado verbalmente. Você tem todo o direito de ficar zangado por ter sido prejudicado nessa história, mas tenha em mente que eu também tenho pleno direito de falar o que penso no meu comentário e de defender as causas em que acredito tanto quanto qualquer leitor deste blog.

Outra coisa. Eu sou comprador costumaz de material dessa editora e coleciono quase todos os títulos cujos cancelamentos foram anunciados, com exceção de "Preto e Branco" e "Megaman".

Estou no mesmo barco que o seu, não sou um sujeito insensível que dá de ombros para a tragédia alheia apenas porque o problema não é comigo. Tenho plena moral para dizer "Se reclamar ajudasse em alguma coisa, Brasil seria superpotência, porque brasileiro só sabe reclamar, reclamar e reclamar. Se não gostaram do que aconteceu, cuidem para que não aconteça de novo. Tomem uma atitude!".

E tomei uma atitude. Decidi perdoar a Conrad pelo meu prejuízo e ajudá-la com os meios que estão ao meu alcance.

Encarei essa tragédia do jeito que achei melhor, dei graças a Deus pela Conrad não ter fechado as portas, porque assim ela pode continuar a trazer novidades para cá. Fiz como um soldado que, tendo perdido suas pernas na guerra, agradeceu a Deus pela dádiva de ter sobrevivido e seguiu em frente, ao invés de praguejar pela sua desgraça.

E reitero meu pedido a quem quer que leia isto. Apoiem a indústria J-Pop!

Suspeitei do que ia ocorrer ao notar a ausência da Conrad nos eventos de São Paulo e por um sebo estar com um galpão com o triplo do tamanho da minha sala cheia com mangás do chão até a minha cintura, tudo da Conrad e todos eles sendo vendidos por R$ 1,00 cada.

Agora, só lamento que esses cancelamentos tenham ocorrido, até porque estava colecionando Evangelion (torço para outra editora se interessar por esse título).

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