terça-feira, 30 de novembro de 2010

Algumas palavras sobre Mario Monicelli



Domingo e segunda foram dias de perdas para o cinema, Leslie Nielsen (*desculpem, mas nunca gostei de Corra que a Polícia vem aí*), Irvin Kershner (*diretor de O Império Contra Ataca, melhor filme da série Guerra nas Estrelas para mim*), e o grande Mario Monicelli. Quando vi a notícia, pensei assim “Poxa, ele já tinha 95 anos e 75 de carreira, viveu bem, produziu muito, deixou sua marca neste mundo.”, mas aí veio a confirmação de que tinha sido suicídio. Me bateu então uma profunda tristeza... Não tenho informações, estou especulando, mas com base no fato de que ele sofria de uma doença terminal e se atirou da janela do hospital, fico me perguntando se ele não estava sendo forçado a “se tratar”. É preciso saber passar pela vida e sair dela, e acho um desrespeito para com um doente terminal, especialmente um idoso, quando parentes submetem a pessoa a tratamentos inúteis e dolorosos, quando ela simplesmente só quer morrer em paz, aproveitar os últimos momentos. Mas, de novo repito, estou especulando, não sei se era esse o caso, mas acho triste que um homem de 95 anos se mate em um hospital. Chega disso, Monicelli me deu um dos meus filmes favoritos, O Incrível Exército Brancaleone (L’Armata Brancaleone) .

Quando dava aula para a 7ª série, sempre passava este filme que, mesmo antigo (1966), encantava os alunos e alunas desde a abertura com os fantoches. Era a senha para que começassem a cantarolar “Branca, Branca, Branca, Leone, Leone, Leone”. Brancaleone tem momentos espetaculares, nos leva ao riso e ao choro, e é inesquecível. Eu vi o filme pela primeira vez na faculdade e foi este filme que me fez gostar da sonoridade – por vezes cômica, por vezes romântica – da língua italiana. Não vi muita coisa de Monicelli, talvez aproveite para mergulhar na obra desse diretor que vai deixar saudade. (*Devo estar ficando mole... Ouvir a musiquinha me fez chorar...*)

4 pessoas comentaram:

Eu Adoro o Incrível Exército de Brancaleone, filme que me foi mostrado pelos meus pais. Falo bastante dele pra meus amigos, acho o maior barato. Não tem como não decorar a música uma vez que se assista o filme -- que eu sempre recomendo a quem quer que eu possa, pricipalmente RPGistas. (Adorava o personagem do judeu que na hora do perigo se escondia no baú...)

Essa notícia ontem foi das que me pegou mais desprevenida. Não sou íntima da obra desse cineasta, mas basta o significado desse filme pra mim pra que a falta dele seja sentida aqui =(

Acho que nunca assisti ao filme "L’Armata Brancaleone". Mas pelo seu comentário, vou assistir com certeza.

Adorei a música, e penso que uma boa música já é um dos bons motivos para que eu assista a um filme. É triste saber que um bom diretor como ele parece ser, tenha morrido dessa forma. Ou melhor, é triste saber que qualquer pessoa possa morrer dessa maneira.

Vou procurar os filmes dele para assistir. Espero gostar.

Valéria, queira deixar um link - acho que algumas considerações são semelhantes às suas:
http://www.saitenereunsegreto.com/index.php/2115/ognuno-dira-la-sua-su-mario-monicelli/

Pois é, eu também fiquei baqueado pela notícia... Afinal ele era um dos últimos remanescentes vivos da época de ouro do cinema italiano, que deu à sétima arte talentos como Fellini, Pier Paolo pasolini, Michelângelo Antonionni, Luchino Visconti,Ettore scolla, Vitório De Sica e a lista é enorme... Para quem quisere aventurar no cinema dele, recomendo "Os Eternos desconhecidos" (I soliti Ignoti), deliciosa comédia de 58 com Marcello Mastroianni, Cláudia Cardinalle e o humorista Toto.

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