domingo, 31 de dezembro de 2017

Retrospectiva 2017... ou algo do gênero!


Gostaria de deixar uma mensagem positiva para os leitores e leitoras do Shoujo Café, mas acho que não estou muito inspirada para escrever.  Não foi um bom ano em termos coletivos, por assim dizer.  20017 foi marcado por retrocessos e agressões aos mais básicos direitos e não falo somente das mulheres, mas de todos, especialmente, daqueles em situação mais vulnerável.  Mas não vou falar de política, já basta que não fazemos nada além disso desde 2014, como se estivéssemos presos dentro de um pesadelo que nunca termina.  2017 não foi um bom ano para mim em termos de saúde, também.  Só que 2017 não foi um bom ano para os mangás femininos (*shoujo, josei, BL etc.*) no Brasil.  Aliás, foi um dos piores anos que eu tenho recordação.  

O que tivemos de lançamentos identificados?  Hal (春HAL) e Last Notes (ラストノーツ)  e foi somente isso, se não perdi alguma coisa.  HAL foi lançado, porque o character design do filme animado foi feito por Io Sakisaka, de Ao Haru Ride  (アオハライド).  O mangá não tem a arte da autora, mas sempre se pode usar a propaganda.  Já Last Notes – que eu iria trazer para as férias e esqueci em casa – é da autora de Black Bird (ブラックバード), Kanoko Sakurakoji.  Percebem as conexões? Será que as séries citadas fizeram sucesso e, por isso, a Panini trouxe HAL e Last Notes?  Será?  Ou foi contrato mesmo?  Nunca saberemos, afinal, ainda estamos naquele estágio de sempre, vendagens só são comentadas quando estratosféricas, fora isso, silêncio.

Não vi esse volume em Brasília,
nem saberia dele não fosse o Mais de oito Mil.
Segundo li em um site – não me lembro qual, desculpem – Coin Laundry Lady (コインランドリーの女), que eu só sabia que existia por causa de um post detonador do Mais de Oito Mil, é shoujo.  Acabei de checar no Mangaupdates e já sei que é informação errada.  O mangá, que é de 2005, antigo e provavelmente barato, começou a ser publicado na Beans Ace, depois, migrou para a Comic Beam, ou vice-versa.  A Beans Ace está extinta desde 2008 e era um caso raro de revista mista e publicava material vindo de light novel.  Quando ela terminou, o que era shoujo foi para revistas shoujo, como a Asuka, o que era shounen, para as revistas da demografia.  Falei sobre isso no Shoujo Café.

Quanto ao mangá de terror Ma no Kakera (魔の断片), Fragmentos de Horror, de Junji Ito, ele começou a sair na Shinkan (*revista que não consegui descobrir qual é, realmente nunca ouvi falar dela*), e foi transferida para a Nemuki +, que é shoujo, não josei, apesar do que está no Mangaupdates. Vamos então afirmar que Fragmentos de Horror é shoujo ou josei. Lançamento importante, aliás, dado o peso do autor, só que a Darkside (*não a JBC, meu marido me corrigiu*) não o identificou como tal, que eu saiba, ele foi lançado sem denunciar a demografia de origem.  Da mesma forma que é interessante para que as pessoas entendam que virtualmente qualquer coisa pode sair em uma revista shoujo, ou josei, é uma forma de silenciar que se trata de um mangá feminino (*na sua origem*), porque as pessoas carregam uma série de (pre) conceitos sobre o que shoujo é, ou não é.  Percebem?  Eu posso contar o lançamento, mas o faço mais por obrigação de ofício, porque para a editora é um mangá de horror/terror e pronto. Afinal, ela é especializada nisso.  Resumindo, foi um ano bem fraco em relação aos lançamentos de shoujo e josei no Brasil.

Kimi ni Todoke terminou em
 novembro, no Japão.
Tivemos, claro, as continuações, LoveCom (ラブ★コン), Ore Monogatari!!  (俺物語!!) e Kimi ni Todoke  (君に届け).  Parando para pensar, são três títulos de peso no mercado e o nosso mercado é muidinho e carregado de restrições em relação aos mangás femininos.  Caminhando para seu último volume no Brasil, Kimitodo termina em 2018, assim como os demais.  Será que teremos alguma coisa anunciada?  Será?  Por mais que eu compreenda que vivemos uma crise econômica e que, com menos dinheiro (*ou nenhum dinheiro*), as pessoas compram menos, a gente vê shounen e seinen sendo anunciados o tempo inteiro, então, só posso supor que é má vontade. Eu comprei muita coisa, mas a maioria foi fora.  Kindle me ajuda muito, sabe?  Há scanlations?  Sim, mas ainda assim, sinto falta de material lançado legalmente no Brasil.  Uma aposta para 2018,a minha única, aliás, é que alguém vai anunciar Card Captor Sakura ~Clear Card Hen~  (カードキャプターさくら クリアカード編).

Coisa da qual não sinto falta, mas que parecem ter ressuscitado em 2018, são revistas.  Enfim, comemorando, acredito, os 20 anos da revista, a #1 saiu em 1996, tivemos uma edição comemorativa da Animax, a #51 e #51 é sempre uma boa idéia (*lembram da propagada?*).  Compramos por nostalgia, mas acredito que a maioria dos interessados em anime e mangá possa ter na internet uma fonte razoável de informação.  Claro que a revista oferece a coisa mastigadinha, na internet é preciso procurar e, para alguns, é difícil separar o joio do trigo.  Agora, aquela carência de outros tempos, com pouquíssima gente tendo internet, com a necessidade de referências para desenhar, é meio que coisa do passado. Obviamente, talvez esteja sendo elitista e a maioria continue se emocionando em ter uma revista de papel. Só que, em nossos dias, é até complicado achar uma banca de jornal. Vi várias fecharem nos últimos tempos...

Como disse uma amiga, quanto melhor o dançarino,
 mais longo seu pescoço. 
Mas a culpa não é da arte do mangá, não.
Anime, eu não acompanhei nenhum.  Tentei assistir Welcome to Ballroom, Ballroom e Youkoso (ボールルームへようこそ), mas larguei.  Fiquei esperando o filme de Yuri!!! on ICE (ユーリ!!! on ICE), mas só no anno que vem.  Mas assisti ao dorama de Nigehaji e estou devendo a resenha da série de mangás.  Queria ter visto  mais coisas, não consegui, mas fiz muitas resenhas de filmes, não parei para contar, mas acredito que foi o ano mais produtivo desde que parei para contabilizar.  Sei que há pessoas que visitam o Shoujo Café pelas resenhas de filmes e séries da BBC (*principalmente*), é um público que eu sempre gosto de agradar, ainda que tenha umas figuras que, bem, são muito sem noção mesmo... 

De resto, é curioso e meio frustrante ver que um dos pots mais visitados seja o da dublagem da Patrulha Canina.  É tão surreal que eu publico todos os comentários.  TODOS!  Também é  frustrante o grupo do Shoujo Café no Facebook.  Às vezes, bate um certo recalque, porque, bem, a gente se esforça  para dar as notícias (*e eu trabalho sozinha*) e parece que tem gente no grupo que  nem sabe que o blog existe.  Daí, postam a mesma notícia, ou pesquisa (*que eu traduzi muitas vezes do japonês... e eu sou quase ZERO em japonês*) de outro site... Ontem, veio uma com SEIS MESES de atraso.  Sabem o que é isso?  Você colocou a notícia em JULHO e outro site "especializado" e "da moda" publicou em DEZEMBRO e alguém vai lá e posta no grupo.   Será que o Shoujo Café sobrevive pela inércia?  Será que é hora de fechar?  Enfim... E há as coisas fofas qe postam no grupo.  Gosto de coisas fofas, mas me sinto intoxicada em alguns momentos, sabe?  Devo estar velha e resmungona... 

O episódio das sereias bugou a cabeça de muita gente.
Enfim, 20017 não foi legal, foi assim que comecei o post, mas isso não quer dizer que 2018 não possa ser melhor.  Talvez, o ano tenha sido bom para você  em termos individuais e espero que só melhorem.  Desejo, também, que naquilo que esteja nas nossas mãos - e muita coisa está,não se enganem - possamos transformar 2018 em um ano melhor.  

Aqueles que vão votar, por exemplo, votem bem.  E não estou falando "votem em fulano ou ciclana", mas que vejam as propostas do seu candidato, reflitam e pensem que nenhum presidente, ou presidenta, governa sem o Congresso.  Em termos pessoais, busquem se divertir mais, aproveitarem as coisas belas que o mundo nos oferece de graça.  Em alguns casos, a gente está tão ocupado que não vê a beleza de  uma flor, não tem prazer na leitura de um livro, em sentar e conversar com a família e os amigos.  A vida pode ser pesada, mas, talvez, possamos torná-la um pouco melhor para nós e para os outros.  Quanto aos mangás, bem, depende das editoras... Então, gente, não dá para fazer nada, mas sempre podemos ir atrás das scanlations.  Que tal usar mangá e anime para estudar um outro idioma?

Como não usar uma imagem fofa como essa?
Bom 2018!  Feliz Ano do Cachorro!  Obrigada mesmo por visitarem o Shoujo Café.  Obrigada pela amizade que alguns me ofereceram graças ao blog.  Desculpem ser uma velha tão rabugenta em alguns momentos.

3 pessoas comentaram:

Nossa, caiu uma lagriminha aqui. Seilá por que. Sua forma de escrever me emociona muito.
Enfim.
Torço para que coletivamente 2018 seja um ano mais robusto.
Boas novas pra ti :)

PS: preparada para Bolsonaro ser nosso presidente? Eu francamente nao tenho esperanças quanto a isso :'(

Não feche o Shoujo Café não ;_; Eu amo seus textos. Que 2018 possa trazer coisas melhores <3

Obrigada! Feliz Ano Novo!

Quanto ao candidato citado, vamos esperar e ver.

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