Sexta-feira fui assistir Wifi Ralph, a última animação da Disney, tinha por companhia duas menininhas de 5 anos muito empolgadas. O que eu tenho para dizer? Ah, o filme foi delicioso! Eu não saberia decidir qual dos dois Ralph, o original, de 2012, ou este, foi o melhor. A vantagem de um segundo filme, se bem explorada, é não precisar apresentar as personagens, pois os conhecemos bem. Wifi Ralph se aproveita disso, o que dá liberdade ao filme para explorar uma gama de questões interessantes para adultos e crianças. E o que temos de novo? A surpresa é ter Ralph e Vanellope desbravando não somente a internet, território desconhecido para eles, mas, o mais importante, aprendendo a lidar com sentimentos que podem abalar, ou mesmo destruir, sua amizade.
Seis anos depois do primeiro filme, o Sr. Litwak, dono do fliperama, instala um roteador Wi-Fi, mas as personagens dos jogos do local são proibidos de se aproximarem. A amizade entre Ralph e Vanellope continua forte, mas a menina começa a ficar insatisfeita com sua vida monótona. Para compensar, Ralph abre uma pista bônus no jogo Corrida Doce, e quando Vanellope decide utilizá-la acontece um descompasso entre ela e a jogadora.
Ralph quer alegrar Vanellope mas... |
Wifi Ralph traz opções criativas para apresentar a internet, seus usuários, os principais sites, a navegação dentro dela, a Deep Web e tudo mais. Algorítimos, popups e seus bloqueadores são transformados em personagens e tudo é muito convincente. Todos os grandes sites e alguns portais aparecem na película, mas (*e eu não achei informações sobre a ausência*) parece que o Youtube não liberou o uso de seu nome, porque temos o Buzztube em seu lugar.
Quem vai receber os desabrigados da Corrida Doce? |
O filme é um festival de referências ao universo da Disney que,em nossos dias, inclui a Pixar, a Marvel e Star Wars. É muita coisa e a gente tem que ficar tentando não perder os detalhes, as pequenas e as grandes participações. Quando Vanellope entra no site da Disney, ela encontra personagens de diversas produções da empresa, tem que fugir dos Storm Troopers e até Stan Lee aparece no filme. Sério, essa parte é muito legal e tem função no roteiro, por assim dizer.
Yesss explica a lógica dos vídeos de internet. O que faz com que uns viralizem, outros, não? |
Voltando às princesas, elas tem um papel fundamental na batalha final do filme. Sim! E eu adorei. Agora, o character design da Cinderela e da Branca de Neve ficaram um tanto esquisitos. Sei que houve uma atualização do visual das personagens, algo inevitável, mas no afã, por exemplo, de colocar orelhas na Cinderela (*nunca percebeu que as da original não aparecem*), ela ficou muito orelhuda. Muito mesmo. E os rostos nada guardam de relação.
O imenso universo da Disney. |
Só as princesas já fariam o filme valer para mim, mas ele tem muito mais a oferecer. |
Agora, as princesas foram usadas para discutir questões de gênero e empoderamento feminino. Pegue os trailers e temos toda aquela parte de Vanellope e as princesas discutindo o que torna alguém inegavelmente uma princesa. E o que é? Ter um homem grandão ao seu lado para salvar o dia. No caso de Vanellope, esse homem não é um par amoroso, mas é alguém que assume uma atitude ciumenta em relação à menina quando ela decide ficar no jogo Corrida do Caos. O filme consegue mostrar deforma simples, ao alcance das crianças, que não é um homem ao seu lado que define quem você, menina, mulher, é, ou o que pode fazer.
Do outro lado, é possível discutir masculinidade tóxica com Wifi Ralph. O fofo protagonista, sim, ele é, adoro Ralph, mas ele é inseguro e dependente da amizade de Vanellope. Por conta disso, capaz de fazer qualquer coisa para não deixá-la escolher o seu destino. Ralph adota uma postura super protetora em relação à menina, o que escala em uma atitude agressiva, não do próprio Ralph, mas do vírus que ele coloca na internet. Sem maiores detalhes, mas ele busca o tal vírus na Deep Web.
A internet tem lugares perigosos, mas "A Corrida do Caos" não é o pior deles. |
Não sei se Aranhaverso, que estréia esta semana, é melhor que Wifi Ralph, talvez seja mesmo, mas o filme do vilão de bom coração perdido na internet é terno e simpático, além de oferecer tanta coisa para o deleite dos fãs que mesmo adultos devem ficar encantados. Uma coisa que não entendi das referências é o uso da vinheta, da música, pelo menos, do seriado do Batman dos anos 1960 no filme. Alguém notou, ou eu ouvi demais? O copo das princesas que vem com o combo em alguns cinemas, não tem todas as princesas, infelizmente. Ah, outra coisa, há duas cenas pós créditos. Uma aparece no trailer, mas a última, que aparece em no final mesmo (*demora MUITO*) é um trote fofinho, tipo o que aconteceu no último Homem Aranha.
1 pessoas comentaram:
Resenha muito legal. Parabéns!
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