Começou a temporada de inverno da animação japonesa e o ano abriu, no dia 1, com Isekai de Mofumofu Nadenade Suru Tame ni Ganbattemasu。(異世界でもふもふなでなでするためにがんばってます。), ou, simplesmente, Fluffy Paradise. Eu fiz um post sobre essa série em dezembro, porque trata-se de um dos isekai reencarnacionistas mais bizarros que eu já vi ser animado. Enfatizo o animado, porque em formato livro, origem de Fluffy Paradise, ou em mangá, ou game, deve ter muita coisa mais alucinada e/ou violenta. Para quem não sabe, isekai (異世界) quer dizer "outro mundo", "mundo diferente", e é um dos gêneros favoritos dos japoneses. Enfim, vamos ao resumo do começo da história:
A jovem Midori Akitsu tem 27 anos e morre de tanto trabalhar, no Japão, isso tem nome, karoshi. Ela chega tão cansada em casa, que cai e bate a cabeça no chão. A cena da morte da moça é bem angustiante, porque ela lamenta a sua juventude perdida, não poder falar com seus pais em seus últimos momentos. Como pontuei no meu texto anterior sobre a série, quando saiu o último trailer, e no Shoujocast sobre esse tipo de série, há algo de muito mórbido e doentio nesse tipo de história. Enfim, a mocinha era infeliz, mas ela lamenta partir tão cedo.
A alma da recém-falecida sai do seu corpo e encontra uma figura divina que parece aquelas representações genéricas de Jesus Cristo. Kamisama (deus) diz que não pode estender sua vida na Terra, mas que ela irá reencarnar em outro mundo. Eu realmente não anotei o nome do lugar e do país para onde ela vai. Mas ele avisa que a intenção dele é usá-la como agente para destruir os humanos de lá, seres cruéis que atormentavam os animais e seres meio-humanos do lugar. Nossa mocinha tem, portanto, a missão de se tornar uma ecoterrorista. A divindade lhe dá o direito de escolher o dom que terá nesse mundo mágico e começa a oferecer possibilidades como teletransporte, matar quem ela quiser com o pensamento, coisas práticas, mas Akitsu pede o poder de acariciar o quanto quiser todo e qualquer animal.
Ela lembra como adorava acariciar o gato de seus pais e como isso a acalmava, lhe trazia paz, porém, o gato sempre fugia. Kamisama fica confuso, mas atende seu pedido, pelo menos parcialmente. Akitsu acorda criança no corpo do terceiro filho de um duque e se chama Nefertima Osphe. Obviamente, as memórias de Akitsu são preservadas. Agora, ela é amada, mimada, tem tudo o que poderia desejar e ainda a habilidade de se comunicar com animais. Todo em sua família têm poderes mágicos, seu pai é o maria-mole da casa, seus irmãos frequentam uma academia para aperfeiçoarem seus poderes. A protagonista não consegue perceber nenhum problema naquele mundo e por qual motivo Kamisama deseja destruir os humanos. Só que a protagonista não conhece o mundo lá fora, só o entorno do palácio de seus pais.
A vida de Neema, como é chamada na família, é maravilhosa. Durante o primeiro episódio, há um salto de três anos. A menininha fala e consegue ter alguma autonomia. Quando vai ao palácio real com sua mãe pela primeira vez, é colocada sentada e recebe a ordem de esperar até que ela voltasse. A mãe diz que animais eram proibidos no palácio. Só mesmo quem nunca conviveu com uma criança iria largar uma criatura de três anos sozinha sem supervisão e por um tempo indeterminado, ainda por cima. Impossível engolir algo assim.
Neema olha pela janela e percebe um belo parque e muitos animais. É nessa incursão que ela acaba conhecendo o tigre branco que aparece nas imagens de promoção da série. Lars é um animal mágico, de um tipo que só mantém laços com um humano, mas Neema consegue se aproximar dele para espanto de todos. O tigre pertence a um rapaz, seu humano especial, e descobrimos que ele é o príncipe do lugar. Neema, agindo como uma boa tsundere, comporta-se como se o odiasse, o chama de bruto, porque ele a coloca no colo, mas o rapaz cai de amores fraternais por ela, apesar do duplo sentido em inglês, ele pergunta para a menina se ela quer se tornar seu brinquedo. Lembrem que Akitsu é uma mulher adulta em corpo de criança. E, não, não acho que qualquer coisa inadequada irá acontecer, mas teremos piadinhas.
O rei a adora quando a conhece e diz que ela pode voltar sempre que quiser, mas sua mãe a adverte para não andar sozinha, nem se aproximar de seres mágicos sem a supervisão de um adulto. É preciso lembrar aqui que, apesar de ter três anos naquele mundo, Neema é uma mulher adulta. Ela vai obedecer? Acredito que não. Outra coisa, fosse Neema mais velha, querer juntá-la com o príncipe seria algo imediato, mas há uma diferença de um 13 para mais anos entre eles. Estou, claro, supondo que ele tenha a mesma idade do irmão mais velho de Neema, porque ambos frequentam a academia.
E o episódio termina na escola. O irmão e a irmã de Neema vão passar por exames. Neema é paparicada pelo príncipe contra a sua vontade. Aliás, ele chega bem na hora em que outro aluno, típico vilãozinho de segunda classe, está discutindo com o irmão de Neema e se aborrece com a intromissão da menina. Ele tenta bater nela e atraia ira do príncipe.
No finalzinho do episódio, a irmã de Neema está sendo avaliada e ela tem que invocar e derrotar um desses animais mágicos. A garota, que tem poderes de fogo, e invoca um dragão de fogo enorme. Aparentemente, é um erro, porque ela precisaria ter poderes de água para submetê-lo. Temos uma grande confusão e vai uma galera (professores, soldados) para atacar o dragão. Neema se solta dos braços do príncipe e se lança no abismo para defender a fera. Ao cair, um poder se manifesta e ela não se machuca. A cena termina com a garotinha na frente do dragão dizendo que nele ninguém irá tocar.
Falando da abertura da série, ela mostra Neema em situações fofinhas, mas, também, os seres meio humanos, meio animais, e imagens de guerra. Há uma criança desse povo interagindo com a protagonista. Imagino que brevemente, no próximo episódio, esses seres comecem a aparecer e Neema entenda por qual motivo Kamisama odeia os humanos do lugar. Eles devem ter essa aparência boazinha, enquanto desmatam, exploram o meio ambiente de forma predatória e matam animais. A pegada ecologista da série é muito evidente.
O encerramento traz uma música fofinha e Neema e Lars parecendo bonequinhos de feltro. Parece coisa que mistura tecido e colagem de papel, tudo em tons bem pastéis mesmo. Me lembrou encerramentos como os de Gakuen Alice (学園アリス) e Mahou Tsukai Tai! (魔法使いTai!). Apesar do mangá sair em revista, ou plataforma seinen, é inegável a pegada shoujo do produto. Trata-se, afinal, de adaptação de série cuja origem são livros para o público feminino.
O veredito do primeiro episódio é o seguinte: é simpático, não dá para negar, mas houve uma passagem muito brusca do sombrio para o fofo. Além disso, Neema não é uma garotinha simpática, ela é mimada e chatinha, além de excessivamente açucarada. Pode melhorar? Pode, claro, mas eu acho que a história não vai sair dos clichês e do genérico com cobertura de açúcar de confeiteiro. Agora, só de não ser série de vilã, eu já dou um desconto.
Fora isso, lamento a diferença de idade absurda entre o príncipe e a protagonista, apesar de nada impedir que em um ambiente de fantasia pseudo medieval like as famílias não cismem de acertar um casamento entre os dois quando Neema atingir a puberdade. Devo ver o segundo episódio, mas não me empolgou, não. As série está disponível no Crunchyroll sem dublagem em português.
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