Em situação normal, eu não daria muita atenção à Midnight Secretary (ミッドナイトセクレタリ), pois esses romances de patrão rico e secretária não me seduzem nem um pouco e lembram o pior do romance Harlequin. Mas ver o volume três deste mangá entre os shoujos mais vendidos da Taiyosha, despertou minha curiosidade. Alta vendagem não é sinônimo de qualidade, vide Uwasa no Midori-kun, mas, geralmente, procuro dar uma olhadinha pelo menos na sinopse dos mangás que aparecem nos rankings e, por conta disso, tropecei na palavra mágica, VAMPIRO.
Sim, eu gosto muito de histórias de vampiro. Nem todas as leituras do mito me parecem consistentes ou interessantes, mas sempre terminando dando uma espiadela. Pesquisando, descobri que a autora de Midnight Secretary, Ohmi Tomu, curte temas sobrenaturais e fez mangás com lobisomens nos quais o clã de vampiros do seu mangá atual já fazia aparições. Sim, é interessante ler os freetalks do volume 1, pois ela explica essas questões, assim como a fonte de inspiração para compor as personagens de Midnight Secretary.
A série é publicada na revista Petit Comic. Para quem não conhece, é uma publicação limite entre o shoujo e o josei. Eu já chamaria de josei, pois 90% das protagonistas são jovens adultas, profissionais ou universitárias. Mas em sites como o Comipedia, ela está arrolada como shoujo. Na Petit Comic publicam veteranas como Michiyo Akaishi e Shiho Saito, e autoras novatas. Uma das suas grandes estrelas é Yoshihara Yuki, autora de Darling wa Namamono ni Tsuki.
Quem conhece a Petit Comics já deve saber que a outra característica da revista é o forte conteúdo sexual. Há exceções, mas sexo, às vezes quase pornográfico mesmo, é algo presente em quase todas as séries. Daí foi uma boa surpresa ver que Midnight Secretary se manteve na linha, sem exagerar. É um quadrinho com muita tensão sexual, mas nenhuma relação sexual foi claramente mostrada e, apesar do que os sites que apresentam a série dizem, no primeiro volume nada de smut (obsceno) aconteceu. Sabe aquela coisa de logo na página três o mocinho jogar a mocinha na parede e enfiar a mão dentro das calcinhas dela? Pois é, não rola essas baixarias, não. Só por isso já ganhou alguns pontos comigo.
O humor da série é em afiado, sem exagerar e na medida certa. Já a narrativa se mostrou bem consistente e alguns segredos ficaram guardados para depois. A gente termina o volume 1 satisfeita, mas se vier mais ficaria muito mais contente. Claro, que tirando só pelo volume 1 não dá para dizer muita coisa, mas o que li, gostei, e poderia mesmo ser somente um oneshot.
A protagonista, Kaya, é uma workaholic. Ela perdeu o pai cedo e mora com a mãe que teve que trabalhar fora para que a filha pudesse estudar e se formar na universidade. Trabalhando em uma das lojas da companhia Kyouhei e foi ela que conseguiu o primeiro emprego para Kaya. Mãe e filha mantém um intenso laço de amizade que fica bem explicitado no primeiro capítulo.
A grande preocupação de Kaya é ser o mais profissional e competente possível. Daí, ela se veste com roupas super formais e comportadas, usa coque e um óculos que não precisa para terminar de compor o visual. Mas o que na verdade ela quer esconder é uma beleza quase infantil que a faz ser confundida com uma menina do ginasial. Há gente que passa por isso, e a autora diz ter buscado inspiração na cunhada que já foi parada no trânsito, porque pensaram que uma criança estava ao volante.
Kaya achava que tinha conseguido o emprego perfeito, pois aos 22 anos se tornara a secretária particular de Kyouhei Touma – diretor de uma importante companhia de utensílios de jantar (talheres, prataria, louça) de mesmo nome. Ele é o filho caçula do dono da companhia e conhecido por sua competência, trabalhando até altas horas, mas, também, por sua arrogância e por ser extremamente mulherengo. Nenhuma secretária dura muito tempo ao seu serviço e ele humilha Kaya e diz que ela é muito pouco atraente com suas roupas antiquadas.
Desafiada, a moça decide mostrar a sua competência, suportando uma monstruosa carga de trabalho, que inclui comprar presentes para as ocasionais amantes do sujeito. Só que o comportamento do chefe a deixa desconfiada, afinal, as mulheres parecem drogadas depois que saem de seu escritório... Tentando descobrir se Kyouhei usa alguma droga ilegal que pode prejudicar o bom nome da companhia, ela começa a investigar e descobre um grande segredo: seu chefe é um vampiro!
Kyouhei faz o tipo mal humorado e sedutor. Ele finge não gostar de Kaya, mas percebe a competência da moça e decide mantê-la a qualquer custo. Quando ela descobre o seu “segredo”, a chantageia e ameaça prejudicar a mãe da moça. Além disso, diz que os vampiros estão infiltrados em todo o lugar e que uma mocinha como ela nada pode fazer a respeito. Kaya fica, mas faz questão de dizer que não é por medo, mas porque “deseja fazer um bom trabalho”, o que obviamente não é toda a verdade. Já o chefe se sente seguro por ter uma secretária que conhece seu “segredo” e em quem pode confiar.
A partir daí, a moça além de cumprir com suas funções, começa a ler sobre vampiros e tenta descobrir os pontos fracos de Kyouhei. É a parte engraçada do volume, pois Kyouhei deixa claro que a maioria dos livros fala bobagens. Ele diz que vampiros não viram morcegos, voam ou viram lobos. O que eu acho uma pena, pois adoro os vampiros que mudam de forma, viram poeira e tudo mais. ^_^ Ele também assegura com certo desprezo que vampiros não matam humanos por motivos fúteis.
Contrariando os clichês, ele tem reflexo no espelho, não demonstra nenhum problema com alho ou crucifixos. Pode sair durante o dia, mas não pode receber a luz do sol direta, especialmente ao meio dia. Esse detalhe eu gosto bastante, e muitos vampiros realmente poderosos tinham este poder, como o Drácula do quadrinho brasileiro com influência de mangá de Neide Harue e Ataíde Braz.
Kyouhei precisa de “refeições” regulares, isto é, moças bonitas e diz que Kaya pode ficar tranqüila porque está muito abaixo dos seus padrões. Ele pode comer comida humana, mas não precisa dela. E tem que ir a muitos jantares, já que é representante de uma companhia que trabalha com utensílios de jantar tem que ir a muitos deles. E eis que nossa mocinha descobre um ponto fraco: o sentimento cristão verdadeiro debilita o vampiro. De novo algo muito coerente: não é o crucifixo, a água benta ou a igreja que ferem o vampiro, mas a fé das pessoas, fé genuína. Gosto também dessa característica em histórias de vampiro. Difíceis de encontrar no Japão, cristãos de verdade podem sem querer debilitar o chefe-vampiro de Kaya. Aí é necessária “comida” de emergência e nossa mocinha oferece seu sangue “de qualidade inferior”. Claro, entendam que é dever profissional, aquela coisa que todo funcionário japonês legítimo faria pelo seu superior.
Além do romance em andamento, felizmente em passo lento e bem sólido no primeiro volume, temos as lutas pelo poder dentro da companhia. Kyouhei parece um capitalista insensível, mas faz de tudo para proteger o irmão mais velho que foi o primeiro chefe de Kaya e que ela admira muito. O irmão de Kyouhei é seu inverso e a moça começa a ponderar se somente seu chefe seria um vampiro. A autora guarda essa surpresa para os próximos volumes. Há muitos vampiros por aparecer e eu acredito que toda a família de Kyouhei seja de vampiros e ele e o irmão talvez sejam filhos de mães diferentes. O próprio Kyouhei diz que vampiros nascem e envelhecerem. Será que é possível se transformar em vampiro durante a vida? Outra incógnita.
Para quem quiser arriscar, Midnight Secretary é um mangá com uma trama interessante que vai do romance às disputas de poder dentro das grandes companhias japonesas. Tem os sempre carismáticos vampiros, uma protagonista madura e competente, além de sensualidade, humor e um traço elegante. É um bom divertimento e um shoujo para uma audiência mais madura que não abusa do sexo e que não caiu, pelo menos no primeiro volume, dentro do chamado steamy shoujo. O primeiro volume pode ser baixado no site do Manga Traders. Eu recomendo. ^_^
Sim, eu gosto muito de histórias de vampiro. Nem todas as leituras do mito me parecem consistentes ou interessantes, mas sempre terminando dando uma espiadela. Pesquisando, descobri que a autora de Midnight Secretary, Ohmi Tomu, curte temas sobrenaturais e fez mangás com lobisomens nos quais o clã de vampiros do seu mangá atual já fazia aparições. Sim, é interessante ler os freetalks do volume 1, pois ela explica essas questões, assim como a fonte de inspiração para compor as personagens de Midnight Secretary.
A série é publicada na revista Petit Comic. Para quem não conhece, é uma publicação limite entre o shoujo e o josei. Eu já chamaria de josei, pois 90% das protagonistas são jovens adultas, profissionais ou universitárias. Mas em sites como o Comipedia, ela está arrolada como shoujo. Na Petit Comic publicam veteranas como Michiyo Akaishi e Shiho Saito, e autoras novatas. Uma das suas grandes estrelas é Yoshihara Yuki, autora de Darling wa Namamono ni Tsuki.
Quem conhece a Petit Comics já deve saber que a outra característica da revista é o forte conteúdo sexual. Há exceções, mas sexo, às vezes quase pornográfico mesmo, é algo presente em quase todas as séries. Daí foi uma boa surpresa ver que Midnight Secretary se manteve na linha, sem exagerar. É um quadrinho com muita tensão sexual, mas nenhuma relação sexual foi claramente mostrada e, apesar do que os sites que apresentam a série dizem, no primeiro volume nada de smut (obsceno) aconteceu. Sabe aquela coisa de logo na página três o mocinho jogar a mocinha na parede e enfiar a mão dentro das calcinhas dela? Pois é, não rola essas baixarias, não. Só por isso já ganhou alguns pontos comigo.
O humor da série é em afiado, sem exagerar e na medida certa. Já a narrativa se mostrou bem consistente e alguns segredos ficaram guardados para depois. A gente termina o volume 1 satisfeita, mas se vier mais ficaria muito mais contente. Claro, que tirando só pelo volume 1 não dá para dizer muita coisa, mas o que li, gostei, e poderia mesmo ser somente um oneshot.
A protagonista, Kaya, é uma workaholic. Ela perdeu o pai cedo e mora com a mãe que teve que trabalhar fora para que a filha pudesse estudar e se formar na universidade. Trabalhando em uma das lojas da companhia Kyouhei e foi ela que conseguiu o primeiro emprego para Kaya. Mãe e filha mantém um intenso laço de amizade que fica bem explicitado no primeiro capítulo.
A grande preocupação de Kaya é ser o mais profissional e competente possível. Daí, ela se veste com roupas super formais e comportadas, usa coque e um óculos que não precisa para terminar de compor o visual. Mas o que na verdade ela quer esconder é uma beleza quase infantil que a faz ser confundida com uma menina do ginasial. Há gente que passa por isso, e a autora diz ter buscado inspiração na cunhada que já foi parada no trânsito, porque pensaram que uma criança estava ao volante.
Kaya achava que tinha conseguido o emprego perfeito, pois aos 22 anos se tornara a secretária particular de Kyouhei Touma – diretor de uma importante companhia de utensílios de jantar (talheres, prataria, louça) de mesmo nome. Ele é o filho caçula do dono da companhia e conhecido por sua competência, trabalhando até altas horas, mas, também, por sua arrogância e por ser extremamente mulherengo. Nenhuma secretária dura muito tempo ao seu serviço e ele humilha Kaya e diz que ela é muito pouco atraente com suas roupas antiquadas.
Desafiada, a moça decide mostrar a sua competência, suportando uma monstruosa carga de trabalho, que inclui comprar presentes para as ocasionais amantes do sujeito. Só que o comportamento do chefe a deixa desconfiada, afinal, as mulheres parecem drogadas depois que saem de seu escritório... Tentando descobrir se Kyouhei usa alguma droga ilegal que pode prejudicar o bom nome da companhia, ela começa a investigar e descobre um grande segredo: seu chefe é um vampiro!
Kyouhei faz o tipo mal humorado e sedutor. Ele finge não gostar de Kaya, mas percebe a competência da moça e decide mantê-la a qualquer custo. Quando ela descobre o seu “segredo”, a chantageia e ameaça prejudicar a mãe da moça. Além disso, diz que os vampiros estão infiltrados em todo o lugar e que uma mocinha como ela nada pode fazer a respeito. Kaya fica, mas faz questão de dizer que não é por medo, mas porque “deseja fazer um bom trabalho”, o que obviamente não é toda a verdade. Já o chefe se sente seguro por ter uma secretária que conhece seu “segredo” e em quem pode confiar.
A partir daí, a moça além de cumprir com suas funções, começa a ler sobre vampiros e tenta descobrir os pontos fracos de Kyouhei. É a parte engraçada do volume, pois Kyouhei deixa claro que a maioria dos livros fala bobagens. Ele diz que vampiros não viram morcegos, voam ou viram lobos. O que eu acho uma pena, pois adoro os vampiros que mudam de forma, viram poeira e tudo mais. ^_^ Ele também assegura com certo desprezo que vampiros não matam humanos por motivos fúteis.
Contrariando os clichês, ele tem reflexo no espelho, não demonstra nenhum problema com alho ou crucifixos. Pode sair durante o dia, mas não pode receber a luz do sol direta, especialmente ao meio dia. Esse detalhe eu gosto bastante, e muitos vampiros realmente poderosos tinham este poder, como o Drácula do quadrinho brasileiro com influência de mangá de Neide Harue e Ataíde Braz.
Kyouhei precisa de “refeições” regulares, isto é, moças bonitas e diz que Kaya pode ficar tranqüila porque está muito abaixo dos seus padrões. Ele pode comer comida humana, mas não precisa dela. E tem que ir a muitos jantares, já que é representante de uma companhia que trabalha com utensílios de jantar tem que ir a muitos deles. E eis que nossa mocinha descobre um ponto fraco: o sentimento cristão verdadeiro debilita o vampiro. De novo algo muito coerente: não é o crucifixo, a água benta ou a igreja que ferem o vampiro, mas a fé das pessoas, fé genuína. Gosto também dessa característica em histórias de vampiro. Difíceis de encontrar no Japão, cristãos de verdade podem sem querer debilitar o chefe-vampiro de Kaya. Aí é necessária “comida” de emergência e nossa mocinha oferece seu sangue “de qualidade inferior”. Claro, entendam que é dever profissional, aquela coisa que todo funcionário japonês legítimo faria pelo seu superior.
Além do romance em andamento, felizmente em passo lento e bem sólido no primeiro volume, temos as lutas pelo poder dentro da companhia. Kyouhei parece um capitalista insensível, mas faz de tudo para proteger o irmão mais velho que foi o primeiro chefe de Kaya e que ela admira muito. O irmão de Kyouhei é seu inverso e a moça começa a ponderar se somente seu chefe seria um vampiro. A autora guarda essa surpresa para os próximos volumes. Há muitos vampiros por aparecer e eu acredito que toda a família de Kyouhei seja de vampiros e ele e o irmão talvez sejam filhos de mães diferentes. O próprio Kyouhei diz que vampiros nascem e envelhecerem. Será que é possível se transformar em vampiro durante a vida? Outra incógnita.
Para quem quiser arriscar, Midnight Secretary é um mangá com uma trama interessante que vai do romance às disputas de poder dentro das grandes companhias japonesas. Tem os sempre carismáticos vampiros, uma protagonista madura e competente, além de sensualidade, humor e um traço elegante. É um bom divertimento e um shoujo para uma audiência mais madura que não abusa do sexo e que não caiu, pelo menos no primeiro volume, dentro do chamado steamy shoujo. O primeiro volume pode ser baixado no site do Manga Traders. Eu recomendo. ^_^
5 pessoas comentaram:
valéria entra em contato comigo, é sobre a revista drácula
valeria o manga traders esta em ingles ,vc sabe onde eu posso encontrar em portugues?
Olha, acredito que tenha alguma scanlation em português. Mas eu não tenho idéia de quem está fazendo ou onde encontrar.
na central de mangás tem (: (é só juntar o nome e colocar .com.br *-*
mas só até o capítulo treze, e confesso, que ainda queria ler mais *-*
é bem interessante, mesmo eu me estressando um pouco (lê-se: muito), gostei bastante *_*
é bem cativante, mesmo sendo um pouco mais maduro (:
eu amei o mangá
li ele no site http://rebmanga.com/midnight_secretary/
é muito bom para ler online
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