segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comentando All Together Dead



Terminei de ler All Together Dead acho que na terça-feira passada. Daí, mergulhei no livro seguinte, From Dead to Worse, e se não me disciplinar, acabo não fazendo uma review. Pois bem, em All Together Dead, Sookie é convocada pela Rainha da Louisiania, Sophie-Anne Leclerq, para acompanhá-la á uma cúpula que reúne um terço das lideranças dos vampiros na América. Lá, Sophie-Anne terá que se defender do assassinato do seu marido, o Rei de Arkansas (*o causo ocorreu no livro anterior, mas não dei o spoiler completo*), e tentar ficar com o controle dos dois estados. Para a Rainha, isso é essencial depois da tragédia do Katrina que abalou suas finanças e destruiu uma parte considerável dos seus vampiros.

Pois bem, o papel de Sookie será ler as mentes dos humanos acompanhantes de vampiros e descobrir quem está com ou contra Sophie-Anne. Em Rhodes, onde ocorre a cúpula dos líderes, Sookie reencontra Barry "Bellboy" Horowitz, o único outro telepata que ela conhece e que está à serviço do atual Rei do Texas, Stan, que aparece em Living Dead in Dallas, o segundo livro (*o Stan dos livros nada tem a ver com o do seriado TrueBlood*). Ela também reencontra o Rei do Mississipi, Russel Edington, de Club Dead, e presencia a sua cerimônia de casamento com o Rei de Indiana. O “sacerdote” oficiante é Eric Northman. Tudo parecia ir bem para Sophie-Anne, mas a Irmandade do Sol decide fazer um mega-atentado no hotel e os resultados são catastróficos. Sookie e Barry colocam seu talento de telepatas a serviço do resgate de soterrados. No entanto, mesmo com os esforços da protagonista, muitos vampiros são gravemente feridos, destruídos e humanos mortos. Abre-se a possibilidade para uma guerra declarada entre os vampiros e a Irmandade do Sol no final deste livro.

Ao contrário dos livros cinco (1-2) e seis, All Together Dead tem uma trama coesa e me manteve presa na leitura sem pestanejar. A autora mostra trivialidades de Bom Temps como nos livros anteriores, como o casamento do irmão de Sookie, Jason, com uma Werepanther de Hotshot. Aliás, essa cerimônia mete Sookie em uma encrenca, pois ela é a representante de seu irmão, e se ele trair a noiva, ela deve assumir a pena. Conhecendo Jason, a gente sabe que vai dar m****, no entanto, Crystal, a noiva, é tão vagabunda quanto ele. Quem a representa é Calvin Norris, chefe da comunidade de Hotshot, que andou meio apaixonado pela Sookie. Lembram disso? Sookie também vai ao chá de panela de Halleigh Robinson, noiva de Andy Bellefleur, e temos o momento "Sookie também pode ser gente normal" do livro. Aliás, a trama do casamento abre o livro 8.

No início do livro, ficamos sabendo que Amelia Broadway, a bruxa que era senhoria da prima de Sookie, está morando com ela junto com Bob, o namorado que ela transformou em gato e não sabe como desfazer o feitiço. Amelia está fugindo tanto das suas companheiras bruxas, já que andou fazendo bobagem ao usar mágica proibida ou que não dominava, quanto do Katrina. Gosto muito de Amelia, é bom ter uma amiga para Sookie que não seja a insensível da Tara (*dos livros*). Amelia é inteligente, divertida e eu queria que ela continuasse como inquilina e amiga da Sookie. Bem, ela fica pelo menos por mais um livro.

Também no comecinho do livro, Charlaine Harris finalmente desenrola o namoro de Quinn e Sookie. Eles fazem amor, a autora se preocupa em colocar Sookie pedindo para ele usar camisinha. Aliás, a autora é bem consciente em questões de gênero, isto é, Sookie abomina o sexismo, se preocupa com sua saúde, é assertiva em relação aos homens, e mais ainda se forem seus parceiros amorosos. Dito isso, poucas coisas doem tanto no seriado de TV quanto o que fizeram com a personalidade da Sookie, transformando-a em mulher "de malandro", burra e vulgar. E tem o humor, claro! Sookie pela primeira vez faz sexo com um homem vivo e quente... O que acaba fazendo a gente lembrar que ela andou transando com cadáveres... Sim, eu tive que imaginar a coisa dessa forma e não foi agradável. Eeeew! Não vou descrever mais, se não o o post pode acabar tendo censura 18 ano.

Falando do Quinn, ele é um sujeito muito simpático, decidido e inteligente, ao contrário, por exemplo, do Alcides que é burrinho demais. No entanto, tenho que concordar com meu amigo Anderson, que já leu todos os livros e sempre comenta aqui: Quinn é um engodo da autora. Se ele não estivesse na história, ela andaria do mesmo jeito. Mas ao entrar na história, passamos a gostar dele, só que em nenhum momento consegui acreditar que a Sookie poderia ficar com ele tendo o Eric na espera. E não que o Quinn não valha a pena, a própria Sookie o descreveu no livro seis como tão atraente quanto o Viking. Só que ele some da série de uma forma tão leviana e mal arranjada que seria melhor não ter criado uma personagem tão legal. A partir do livro 6 está claro que Sookie e Eric estão predestinados e nada pode mudar isso, ao que parece.

Falando em Eric, um dos destaques do início do livro é Pam vindo conversar com a Sookie. Eu adoro a Pam, e mesmo no seriado de TV ela excelente, a única mulher da série que não foi transformada em um poço de vulgaridade. Pois bem, Pam conta como foi transformada por Eric. Eu sempre imaginei Pam francesa ou mesmo alemã, mas ela é inglesa. E falo isso, porque a Sookie nos livros falou do sotaque de Pam. Se fosse sotaque inglês, ela saberia. Acho que foi um pequeno deslize da autora. Pam vem explicar que nem ela, nem Eric sabiam da traição do Bill, mas que se ela soubesse, também não teria contado, afinal, “vampiros primeiro”. ^_^ Enfim, Pam veio também interceder por Eric, já que seu chefe e maker está sofrendo de amor, ainda que ela não entenda bem o motivo. Sim, toda a seqüência ridícula, mas nada na série de livros deve ser levada a sério. E a chegada do Eric e a cena inteira dele com a Sookie é um dos pontos altos do livro. Eric é um vampiro de mais de mil anos e vampiros não ficam massacrados de amor daquele jeito, ainda mais vampiros velhos como ele... Mas é aquilo, a série de livros tem um pé muito forte no romance Harlequin, e aqui eu não reclamo.

Enfim, toda a turma vai para Rhodes, e ficam no hotel Pirâmide de Gizé. Há um desfile de figuaras exóticas, algumas conhecidas, como Cataliades, o procurador meio-demônio da Rainha, até o advogado assassino que ela contratou. Sookie e Barry ficam exercitando juntos o dom da telepatia, Sookie tenta ignorar o Bill... e eu estou ficando com pena dele, especialmente por conhecer melhor a Rainha. Ela não é brincadeira, não! Quinn esse reencontra rapidamente com a Sookie, já que ele é funcionário da empresa de promoção de eventos que organiza a cúpula, e é gravemente ferido tentando salvá-la. Acontecem vários crimes e, por fim, a desgraceira final.

Nesse livro, a autora finalmente começa a acertar a sua mitologia sobre os metamorfos, depois de ter enrolado tudo nos dois livros anteriores. Há os “were” que só podem se transformar em um animal, e os “shapeshifters”, os metamorfos verdadeiros, que podem virar qualquer coisa, como o Sam. Fica claro que ela está tentando resolver o problema que ela mesma criou. Aparecem também os Britlingers, vampiros guarda-costas de outra dimensão, contratados a preço de ouro. Só que a autora não responde muita coisa sobre “elas”, inclusive esta questão: existe os Britilinger ou são todos mulheres? Espero que elas voltem a aparecer. Gostei da pitonisa de Delfos, a que atendeu Alexandre, o Grande, que de tão admirada, foi transformada em vampira na velhice e se tornou juíza mor dos vampiros. A autora também mostra vampiros criança. Não desenvolve a questão, mas diz que eles são tratados como adultos. Normalmente, em outras séries de vampiros, crianças vampirizadas não dão em boa coisa. Mas não sei se ela voltará a tocar no caso.

Os pontos fracos do livro existem, claro! Alguns crimes são forçados. E aí, só lendo mesmo para vocês entenderem, discordarem ou concordarem comigo. Uma incoerência da autora é colocar uma xerife, Cleo, com míseros 50 anos. Se idade era fundamental para ser um vampiro poderoso, daí a desvantagem do Bill, como alguém tão jovem pode ser xerife? Foi um deslize feio mesmo. Agora no livro 8, ela esqueceu que Sookie era batista e a transformou em metodista... Nessas horas, é preciso alguém para ajudar a minimizar as incoerências, afinal, é muita gente e muito livro. Ah, sim, a autora poderia nos poupar da cena ridícula do Eric na pista de dança. Se a primeira seqüência dele reclamando da amnésia (*vide o livro 4, Dead to the World: 1-2*) e revoltado foi simpática, ele dando chilique de ciúmes por conta da Sookie, não foi. Foi uma cena incompatível com a personalidade dele. E foi a típica cena inútil. Ela não faria falta na trama. Sookie não contar para o Eric a conversa que uma Britilinger teve com ela sobre o possível atentado, também foi incompatível com a personalidade dela. E, pior, ela nem se sentiu culpada! Ela poderia odiar o André e mesmo a Rainha, mas ela não colocaria em risco a vida dos outros.

E, para não me prolongar muito, é nesse livro que o forte elo de sangue entre o Eric e a Sookie é estabelecido contra a vontade da protagonista. Tudo culpa do André, o braço direito da Rainha. Eu gosto do fato de Sophie-Anne e André serem descritos como "os adolescentes mais poderosos e perigosos do mundo". E andré faria tudo por sua Rainha, matar ou ferir Sookie, escravizá-la ou torturá-la, nada disso o faria pensar duas vezes. Aliás, foi uma cena tensa e é por conta dela que eu imagino que os dois agora, falo de Sookie e Eric, vão acabar juntos. André queria trocar sangue com a Sookie para tê-la sob seu poder e a serviço da Rainha, Eric intervém e assume a responsabilidade para si. Era o mal menor, tanto para ela, que não queria morrer, mas odiava e tinha nojo e medo de André, quanto para o Eric, que está apaixonado por ela. E eu não reclamo. Adoro o Eric e o Quinn, por mais gente fina que seja, era um engodo. O livro 8 está deixando a questão ainda mais evidente.

Enfim, o livro 7 tem uma trama coesa, ao contrário dos dois anteriores. Não é melhor que os quatro primeiros, ou que os livros 1 e 4, mas salvou a minha fé na série como “uma história a ser contada”, depois do abalo que foram os dois livros anteriores. Também acho que livro 7 e 8 formem um conjunto trágico só, o da derrocada da Rainha da Louisiana,e a definição da relação entre Eric e Sookie. Eu estou devorando o livro 8 e acho que termino ainda essa semana. É isso, nada como voltar à série original e esquecer as desgraceiras que andaram fazendo na versão para a TV. Aliás, de lá eu só quero a imagem da Kristin Bauer van Straten como Pam e, obviamente, do Alexander Skarsgård como Eric. Ah, sim! Bubba, Elvis Presley transformado, não aparece no livro sete. Acho que ele está em todos os outros.

4 pessoas comentaram:

AH, ja disse que gosto das suas resenhas?

Ainda mais dos livros da Sookie.

Na verdade fiquei com vontade de reler o livro 7, pq ja tinha esquecido algumas coisas. :)

Sim, aconteceu oq vinhamos comentando. a autora cria elementos sobrenaturais demais e isso acaba gerando confusão.

e como vc percebeu no 6 e 7 surgiu ainda mais, agora temos demonios, seres extraplanares, anjos são mencionados, mas não temos nenhuma boa expliação sobre eles ou mesmo se toda essa cosmologia vai importar no final.

Eu gosto quanto surgem vampiros transformados quando crianças pq eles ajudam a representar o lado mais tragico da imortalidade
(deve ser por isso que eu devo ser o unico fã do imortal Kenneth da serie Highlander, rs), mas esse aspecto ainda não foi abardado na serie.

Alias, eu até preferiria que em vez de enserir tantas criaturas novas, Harris aborda-se mais questões sobre o status legal dos vampiros.

Ok, sabemos que eles podem beber de uma pessoa se for voluntario, mas e a transformção?

precisa de uma autorização legal p/ "converter" uma pessoa?

como os vampiros de aparencia jovem são tratados?

tem como os humanos medirem a idade de um vampiro?

e como andam os ateus nesse cenario, ja que eles, principalmente depois do livro nove?

Enfim...são curiosidades que eu tenho, mas que acho vão passar batido.

Mas tudo bem, ainda sou fã dos livros e estou na expectativa do livro 11.

Um... Não entendi a história de como ficam os ateus. Aliás, ela jogou uma informação no livro seis sobre vampiros e igrejas ou mosteiros (*era a casa de veraneio d aSophie-Anne*) "alguns dos antigos não conseguem entrar nelas". Bem, há alguma coisa aí...

Me refiro como os ateus reagiam com criaturas sobrenaturais aparecendo em publico.

Quer dizer, vampiros e licantropos quebram uma quantia absurda de leis cientificas, alem de trazer a tona o fato de que lendas e mitos são reais.

Eu pelo menos conheço alguns amigos que iam surtar :)

Seria um ponto interessante, mas como disse é apenas curiosidade sobre o cenario.

coisa de RPGista.

Sobre a questão do amor com "cadaveres" (num dos cenarios de rpg que jogo esse é um apelido p/ vamps, é bom lembrar que ela agora está com um namorado meio ...animal, literalmente falando.

heheheh

Isso já rendeu muito papo com as garotas rpgisticas que conheço.

A maioria disse que preferia o namorado licantropo pela parte de "estar vivo".

E Sophie-Anne e André são otimos exemplares de vampiros, nada parecido com aquela ridicula caricatura da serie de TV.

Nada como lembrar que mesmo os vampiros "legais" ainda podem ser crueis.

Os livros 1,2 e 4, são os melhores na minha opinião, mas esses tb foram bons.

Pena que nos outros ela tb tem essa falta de historia coesa.

De qualquer forma papear sobre a serie literaria é sempre bom. :)

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