segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Quais shoujo mangá são os mais marcantes dos anos 1970?

A Rosa de Versalhes no traço do anime.
No post "Quais os mangás que representam melhor os anos 1980?" comentei que a lista estava em um guia sobre mangás femininos do período e que havia outro sobre os anos 1970.  Eu tinha comentado sobre o livro, mas, não, o livro.  Daí, decidi pegar o livro, que se chama Dansen Mozun Hen Daisuki Datsuta! Shoujo Manga 70 Nendaihen ~Girl’s Comics in the 1970~ (完全保存版 大好きだった!少女マンガ70年代篇~Girl’s Comics in the 1970~) e pegar a lista inicial que eles apresentam.  Vejam como ficou: 

A capa do livro.
1.      Versailles no Bara (ベルサイユのばら) – 1972 – 10 volumes – Riyoko Ikeda.  Logo depois do fim do mangá, foi adaptado pelo teatro feminino Takarazuka, em crise, a Revue reviveu graças à Rosa de Versalhes.  As peças originais e outras derivadas são encenadas até hoje.  Em 1979, virou filme com diretor, equipe e elenco europeu, foi o primeiro filme japonês produzido no Ocidente.  Houve a série animada em 1979-80 e um especial animado em 1990.  O filme animado comemorativo dos 35 anos da série teve cenas exibidas como propaganda, mas nunca foi lançado.  Vários gaiden saíram desde o final da série e a autora vem lançando alguns regularmente na Margaret continuando da contagem original, por isso, já estamos no volume 12.



2.      Haikara-as ga Tooru (はいからさんが通る) – 1975-1977 – 7 volumes – Waki Yamato.  Teve anime com 42 episódios em 1978-79, filme de animação previsto para 2017.  Teve, também, três filmes live action: 1979 e 1985 (TV), 1987 (cinema).



3.      Entrevista com Yumiko Igarashi e foco no mangá Mayme Angel (メイミー・エンジェル) – 1979-81 – 4 volumes.  Certamente, teriam feito a maior festa em torno de CandyCandy (キャンディ♥キャンディ) não fosse a pendência judicial de Igarashi com a roteirista, Mizuki Kyoko.



4.      Aries no Otometachi  (アリエスの乙女たち) – 1973-? – 7 volumes – Machiko Satonaka.  Teve dorama em 1987.



5.      Eroica yori Ai wo Komete  (エロイカより愛をこめて) – 1976-2012 – 39 volumes – Aoike Yasuko.



6.      Seito Shokun!  (生徒諸君!) – 1977-84 – 24 volumes - Shouji Youko.  A série original tem um especial animado Seito Shokun! Kokoro ni Midori no Neckerchief (生徒諸君! 心に緑のネッカチーフを), de 1986, e um especial live action (*eu não consegui mais detalhes*).  Agora, o mangá original teve duas continuações com a protagonista do original, Nakki, retornando adulta e professora: Seito Shokun!: Kyoushi-hen (生徒諸君!教師編) e Seito Shokun!: Saishuushou - Tabidachi (生徒諸君! 最終章・旅立ち), que é, se entendi bem, uma prequel da continuação.  Seito Shokun!: Kyoushi-hen, que conta com 25 volumes, gerou dois doramas, um em 2007, outro em 2015, ambos protagonizados por Uchiyama Rina.



7.      Sukeban Deka (スケバン刑事) – 1976 – 22 volumes – Shinji Wada.  Sukeban Deka ganhou muita fama graças as suas adaptações live action.  Foram três séries para a TV entre 1985 e 1987, e três filmes para o cinema em 1987, 1988 e 2006.  A série teve adaptação animada em 1991, foram doi OAVs ao todo.



8.      Glass Mask (ガラスの仮面) – 1976 – 49 volumes e em andamento – Suzue Miuchi.  O mangá teve três adaptações animadas: série de 23 episódios em 1984, 3 episódios direto para vídeo (OAV) em 1998-99 e uma segunda série animada com 51 episódios em 2005-2006.  Glass Mask foi adaptado para dorama entre 1997 e 1999, foram duas séries (23 capítulos ao todo) e um especial. 



9.    Ouke no Monshou (王家の紋章) – 1976 – 61 volumes e em andamento – Fumin e Hosokawa Chieko.  Recebeu, em 1991, o 36º Shogakukan Manga Award na categoria shoujo.  Teve 1 OAV em 1988 e há uma peça musical baseada na série em cartaz no Japão.  

Olhando a lista, fiquei decepcionada.  Sukeban Deka entrou e eu apóio, mas não há nenhum mangá de esportes, nem balé, terror, ficção científica, e nem um shounen-ai sequer.  Fora Mayme Angel na lista... Se quisermos pensar em termos de autoras, a omissão é imperdoável: Hagio Moto e Takemiya Keiko, fora Riyouko Yamagishi e Yukari Ichijou.  Cadê elas?  Ichijou é como escrevi no post dos anos 1980, nos anos 1970 ela é reconhecida muito mais pelo conjunto da obra, pelo traço elegante, pela qualidade de seus roteiros do que associada a uma obra em particular.  Para uma autora isso é até lucrativo, porque, bem, quando você cria uma obra monumental, corre o risco de ser engolida por ela, mesmo que tenha feito muito mais e até melhor. 


Ace Wo Nerae na capa da Margaret.
Como o volume traz, diferente do dos anos 1980, cronologias e outros dados relevantes para situar o shoujo mangá dos anos 1970 e suas evoluções e revoluções entremeando essa lista de clássicos, talvez sejam citadas outras obras, ainda assim, faltou dar o destaque e isso é um erro.  No final do volume (*e se alguém quiser, e pedir, eu faço o post com a lista completa.  Vai dar trabalho braçal, mas eu faço*) com as autoras mais importantes do período e suas obras principais, é impossível não ver a pobreza da lista. Talvez, esse tenha sido o motivo para que eu tenha deixado para lá o livro. Por conta disso, acrescento abaixo alguns clássicos que deveriam estar nessa lista obrigatoriamente:   

Kaze to Ki no Uta
  • Kaze to Ki no Uta (風と木の詩) – 1976-84 – 17 volumes – da Takemiya Keiko e Thomas no Shinzou (トーマの心臓) – 1974 – 3 volumes – da Hagio Moto para representarem o shounen-ai.  Kaze to Ki no Uta teve um OAV em 1987.  Thomas no Shinzou tem uma prequel, Houmonsha (訪問者) de 1980, duas adaptações para o teatro, uma de 1995 e outra de 2005, e uma versão para o cinema no qual todas as personagens são interpretadas por mulheres em 1988.
  • 11-nin Iru!   (第11人)  –  1975-76 – 2 volumes – de novo Hagio Moto,  ganhou o Shogakukan Award em 1976, quando era tudo uma categoria só, se bem me lembro, e é um clássico da ficção científica.  Teve filme live action para a TV em 1977, filme animado para o cinema em 1986 e peça de teatro em 2004.
Hi Izuru Tokoro no Tenshi 
  • Falando da Riyouko Yamagishi, tem Arabesque (アラベスク) – 1971-73 – 4 volumes, considerado por muita gente o mais importante de todos os mangás de balé, e Shiroi Heya no Futari (白い部屋のふたり) – 1971 – 1 volume – que lançou as bases do shoujo-ai (*tem scanlations, viu?*).   E ainda tem Hi Izuru Tokoro no Tenshi (日出処の天子) – 1980-84  11 volumes  (*venceu o Kodansha Manga Award na categoria shoujo em 1983) – este aqui caiu no limbo, porque é obra importantíssima, pegou um dos ícones da história japonesa, o príncipe Shotoku, que trouxe o Budismo e a influência chinesa para o Japão, e o colocou em uma trama homoerótica, e não entrou na lista de década nenhuma, só lá no final, na lista geralzona.  Lembram que eu comentei que faltou mangá histórico na lista dos anos 1980?  Só que o anos de 1980 ainda é década de 1970, então...
  • Ace o Nerae!  (エースをねらえ!) – 1973-80 – 18 volumes – Sumika Yamamoto – esquecer deste mangá é imperdoável e repito isso mil vezes.  Não é o shoujo de esportes fundador, mas é somente um dos maiores mangás de esportes já feitos no Japão e tem muitas séries de anime (*e referências em outras séries*) para reforçar isso.  Teve uma primeira série animada em 1973-74, uma segunda série animada em 1978-79, um movie em 1979, 13 episódios de OAV em 1988, outra série de OAVs com 12 episódios entre 1989-90 e uma série de dorama em 2004 com 10 episódios. 
Swan
  • Swan ~Hakuchou~ (スワン 白鳥) – 1976-81 – 21 volumes – Ariyoshi Kyoko – confesso que não gosto do traço de Arabesque, mas Swan junta roteiro e traço, é lindo e tem uma história que arrasta a leitora.  Recomendadíssimo e deveria estar na lista, sim!  Gerou vários gaiden e continuações: Swan: Hakuchou no Inori (SWAN 白鳥の祈り) de 1982-83, Swan Selection   (SWAN・セレクション) de 1996, Maia - Swan Act 2  (まいあ -SWAN actⅡ-) de 2005-2009, Swan Moscow Edition (SWAN −白鳥− [モスクワ編) de 2010-13, Swan - Moscow Hen (SWAN-白鳥-モスクワ編) de 2011-?, e Swan - Germany Hen  (SWAN-白鳥-ドイツ編) de 2014.


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