quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Frequência Escolar em Queda no Japão


Algo dominante nos mangás shoujo e shounen é o colégio, é lá que muitas histórias acontecem, ou o seu ponto de partida, de forma que mesmo quando o protagonista vai para outro mundo, continua, muitas vezes, usando o uniforme de seu colégio.  O que seria do principal gênero do shoujo, o romance escolar, sem a escola?  E os clubes mais absurdos que povoam tanto o shoujo, quanto o shounen, lugar de interação das personagens, estão também dentro da escola  Nem apocalipse zumbi parece capaz de afastar um adolescente japonês de anime, ou mangá, do ambiente escolar.  Pois bem, parece que a realidade não é bem essa.

O Sora News trouxe uma matéria sobre como ano a ano os estudantes da escola primária e do ginasial, que é a educação obrigatória no país, estão cada vez mais ausentes do ambiente escolar.  Segundo a matéria, Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia (MEXT) faz um levantamento ano a ano da frequência escolar no país e descobriu no último levantamento que 1 em cada 20 estudantes tem mais de 30 dias de faltas durante o ano letivo, este seria o máximo considerado aceitável pelo estudo, mais do que isso é prolema.  O controle por parte do ministério se deve principalmente ao bullying e ao suicídio, duas questões muito presentes na sociedade japonesa, mas o levantamento mais recente associa ao medo do COVID e ao fechamento das escolas por motivos de contágio o declínio da frequência escolar.


O SN, no entanto, aponta que apesar do aumento assustador de 25% nas faltas à escola, a frequência das crianças e adolescentes à escola vem crescendo nos últimos nove anos sem interrupção, ou seja, o COVID pode ter agravado a situação, mas o problema existia antes da pandemia.  O SN sugere que a raiz do problema pode estar em outro lugar, como a pressão exercida pelas escolas com suas regras absurdas e a obrigatoriedade (*mesmo não sendo obrigatório de fato*) de que os alunos pertençam à clubes e participem de atividades que excedem o que seria o horário escolar e os próprios dias letivos.  Enfim, achei que valeria a pena comentar a matéria, porque o que seria o shoujo sem o romance escolar, ou o shounen (*mais que o shoujo*) sem que tivéssemos os mangás de esporte em torno de clubes escolares?  Enfim, mais um dos problemas que o governo e a sociedade japonesa precisam lidar.  

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