domingo, 24 de agosto de 2025

Eu ainda continuo assistindo Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru (Betrothed to My Sister's Ex) e preciso comentar algumas coisas

No dia 13 de julho, fiz um primeiro texto sobre Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru (ずたぼろ令嬢は姉の元婚約者に溺愛される) ou Betrothed to My Sister's Ex, um dos animes da temporada.  Eu não abandonei, continuo vendo a série e gostando, mesmo sabendo que não se trata de uma obra que está fazendo um grande sucesso, nem se trata de algo revolucionário, mas ela é simpática, tem um casal protagonista que é bonitinho que chega a doer, algumas inconsistências, verdade, mas um mistério que a gente quer descobrir.  O episódio 8, o desta semana, foi apresentado como um ponto de virada da série e, talvez, tenha sido o melhor episódio da temporada.  Para quem não conhece a série, o resumo do início da história:

"A filha do meio de um barão empobrecido vivia sob a sombra da irmã, nada na casa era para ela. Seu cabelo é cheio de bolas de pelo, ela não tem um único vestido de qualidade e tudo o que tem são roupas esfarrapadas de trabalho. Sua irmã chamou a atenção de um nobre rico, mas morreu a caminho do casamento. Por conta disso, Marie foi enviada como noiva substituta no lugar de sua irmã, porque o barão não conseguiu devolver o dote, que já tinha sido dado pelo conde. (...)  Uma linda e feliz história de amor sobre a filha de um barão falido e um conde charmoso."

Ao longo desses episódios que não comentei, isto é, do 3 até o 8, aconteceu muita coisa e não tanta coisa ainda.  Uma das coisas importantes é que a série parece ter dois objetivos em termos de relacionamento entre personagens e seu amadurecimento, então, Marie está se tornando cada vez mais autoconfiante e mais ciente de que ama Kyros e é amada por ele; em virtude disso, temos o desenvolvimento dos dois como um casal.  Kyros temendo cada vez menos não ter sido capaz de expressar para Marie que ele a amou desde o início, desde o primeiro momento em que a viu, que ela nunca foi uma substituta, que ela sempre foi a primeira em seu coração.  E temos, aí, uma primeira inconsistência, porque todo o imenso guarda-roupa que Kyros mandou preparar era pensado para Marie e somente para ela, uma moça mais alta do que a média.  Mesmo que tenham tirado algo que está no livro, isto é, de que Kyros mandara um vestido de presente de noivado, o guarda-roupa estaria lá para mostrar que a noiva sempre foi ela e, não, Anastasia.

Os episódios também apresentam várias personagens.  Mio, a maid guada-costas, e Liu Liu, a mãe de Kyros, são as mais importantes.  Mio entende Marie, porque ela também foi uma criança abandonada.  Eu gostaria mesmo que ela fosse meio-irmã dele, porque o duque pai do mocinho não valia nada e ele queria um filho homem.  Poderia ter abandonado Mio por causa disso.  Já Liu Liu, a mãe de Kyros, acolheu Mio, a criou quase como filha, afinal, ela é uma criada, e serve de modelo para Kyros.  Ela é uma mulher de negócios, forte e que acolhe Marie, mas a corrige em relação àquilo que considera fundamental, ela precisa ter mais confiança.  Voltando para Mio, ela meio que serve de trava para  os excessos de afeto de Kyros  para com Marie, meio que servindo de guardiã da castidade dos dois, por assim dizer.

O castelo de Kyros, que é discriminado por ser mestiço e por ser filho de uma concubina, é um santuário para estrangeiros e gente discriminada.  Todos os criados têm algo em comum, todos são de outro país.  E, um poderoso conde, os trata mais como gente da família do que como empregados.  Obviamente, isso é a típica representação benigna do poderoso senhor.  Ele é bom, ele é justo, todos estamos felizes em servi-lo  e, claro, não teremos revoltas, nem revoluções.  É meio assim em Downton Abbey, por exemplo.  Leis trabalhistas para quê?  O senhor é tão bom!  E há um episódio em que é mostrado que a neta criança do mordomo TRABALHA no castelo.  Ela mais brinca do que trabalha?  Verdade, mas ela está lá de uniforme e, também, para garantir que Kyros não tome liberdades com Marie.

E, sim, desejo sexual reprimido é uma questão importante dessa série.  Tudo é tratado com grande delicadeza, ou humor.  Marie não sabe muito bem o que está sentindo, mas entende que ama e deseja Kyros, já ele, bem, tem um dakimakura  (抱き枕), aqueles travisseiros de abraçar, que ele chama de Marie.  Se a série não quisesse deliberadamente evitar a questão, neste episódio 8, eles teriam feito amor, mesmo antes do casamento, era o caminho natural dada a situação muito bem criada e a situação em que os dois estavam.  Poderia ter saído dali um dos momentos mais ternos do anime até agora.  Mas, enfim, isso não vai acontecer, mesmo sendo dois adultos que se amam e se desejam.

Ao longo desses episódios, Kyros protegeu o máximo que pode Marie de seu pai e mãe monstros, porque eles são.  Eles tentam levá-la de volta e ele impede isso. Quando Kyros mostra uma carta do pai de Marie, na qual ele dizia que estava à beira da morte, a mocinha o agradece por protegê-la, imagina que houve outras cartas e diz que o pai está mentindo, porque quem está morrendo não escreve cartas. 😁 Ele também coloca Mio para investigar a família, o acidente que "matou" Anastasia, e outras coisinhas mais.  Em um episódio bem sinistro, vemos que a mãe de Marie tem uma boneca de Anastasia de quem cuida e com quem conversa.  E descobrimos que  o imãozinho de Marie é tratado de forma cruel pelos pais.  Alguém precisa salvar aquela criança!

De resto, uma das inseguranças de Marie é saber demais.  Ela sabe várias línguas, inclusive a de Ipsandros, a terra natal de Kyros, mas seu pai sempre aparece em flashback dizendo que mulheres não deveriam estudar ou se mostrar sábias demais.  Só que, em uma dessas lembranças, ele diz que a culpa por Marie saber demais é da mãe dele. A avó de Marie é uma incógnita e ela aparece pela primeira vez no episódio 8.  Ela afasta Anastasia de Marie e a obriga a estudar (*porque ela é a mais inteligente da família), mas ela também protege a menina.  A morte da avó é que condena a menina a ser transformada em criada.  É mostrado que a mãe de Marie a deixava sem comer, porque ela estava ficando alta demais e Anastasia a alimentava em segredo.  É bonito ver o vínculo entre as irmãs, não há malícia da parte de Anastasia, ela ama Marie.  A inconsistência dessa parte da investigação é que o pai de Marie a mandou para a escola.  Por qual motivo?  Foi lá que ela aprendeu tanto sobre agricultura, que é um dos hobbies da mocinha, junto com a leitura, claro.  Daí, outra inconsistência, somente no episódio 6 (*acho*) Mariee conheceu a biblioteca do castelo.  Como Kytos não a levou lá antes?  Estranho.

Temos personagens chatos?  Sim, um somente, na minha opinião.  Trata-se do príncipe melhor amigo de Kyros, Ruifon.  Primeiro, ele planta duas maids no castelo de Kyros para atormentar Marie.  Mio, que não gosta do príncipe, resolve o caso rapidamente, mas nossa mocinha sofre um tanto. Depois, ele age como amigo chato e ciumento.  Ele quer se livrar de Marie, até se convencer de que Kyros a ama e perder uma luta com ele.  Kyros sempre deixava o príncipe ganhar, pelo desaforo, ele o vence.  Temos fanservice envolvido, porque Kyros fica lido de armadura, temos Marie enfrentando as moças  que estavam assediando seu noivo e mostrando que não aceita mais ser humilhada e ela lhe dá um beijo no rosto no final do episódio.  

No episódio 7, Marie, que está passeando com Kyros na cidade governada por Ruifon em uma espécie de encontro, pois ele ficara muito tempo fora nos últimos tempos, vê a irmã viva pela primeira vez.  Ela não tem certeza, porque viu de relance e Anastasia está usando roupas masculinas.  Quando ela se vira, e Kyros estava em uma loja, ela é abordada por um assediador.  Quando vê que não vai conseguir se livrar do sujeito.  Nossa mocinha chama pelo noivo e ele vem e dá uma lição no sujeito.  É do jeito que eu gosto.  Peça ajuda quando necessário, caso da mocinha; e dê um corrretivo no safado, caso do mocinho.

Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru é tão cheio de açúcar que é pouco recomendável para diabéticos. Piadas a parte, esse episódio 8 pesou a mão no drama, também, e não no mau sentido, porque está alimentando a nossa curiosidade em relação aos segredos da (maldita) família da mocinha. Marie está se sentindo culpada e adoece, porque aquilo que era óbvio (e, por isso, não considero spoiler) desde o primeiro episódio se concretizou, sua irmã está viva. Então, ela acredita que está roubando o lugar da única pessoa que a amou na vida e quer prolongar ao máximo o tempo que acredita lhe restar com Kyros. E o que foi realmente bom, ela se declara para ele e o beija, ela toma a iniciativa e quem diz que está tão feliz que pode chorar é ele.  O episódio 9 está sendo anunciado como um ponto de virada da temporada.

De resto, lamentável que essa série só terá uma temporada, porque deve fechar aí mesmo. A tomar pelos resumos dos livros, a história tem uns desdobramentos interessantes. E na capa do livro 7, eles já estão com uma filhinha de cabelo vermelho nos braços, quer dizer, nos braços de Mio, eu suponho. Pense na enrolação que é Watashi no Shiawase na Kekkon (わたしの幸せな結婚), que o casamento mesmo só saiu no livro 7.  E eu gosto muito de Watashi no Shiawase na Kekkon, mas Kyros é um tipo de protagonista masculino que me agrada mais, porque ele não esconde seus sentimentos, tenta se comunicar e não mede esforços para proteger a mocinha, inclusive, usando de táticas que podem ser lidas como não muito corretas, mas que estão dentro das sua spossibilidaes de homem poderoso.  E ver o crescimento de Marie é uma delícia, ela vencendo a timidez, sendo capaz de olhar Kyros nos olhos e se declarar foi LINDO.  Obviamente, a volta da irmã e outros mistérios podem abalar nossa mocinha, mas, se vocês estão assistindo ao seriado, sabem que ele abre com ela se casando com Kyros.

Para quem quiser, Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru tem mangá, tem scanlations, procurem e vocês acham (*eu uso o Bato.to*).  Foi licenciado nos Estados Unidos e eu não quero problemas com o Blogger por colocar link.  E tem as novels, também foram licenciadas, ambos começam a sais em janeiro no mercado norte-americano, estou muito tentada a colecionar.  

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