Achei dois artigos em sites que eu sigo que gostaria de recomendar. A primeira é do Goboiano e se chama 17 Creators Who Died Before Finishing Their Life’s Work (17 autores que morreram antes de terminar a sua obra-prima). Este artigo foi motivado pelo falecimento esta semana do roteirista de High School of the Dead, Daisuke Satou, com míseros 52 anos. Para os padrões japoneses é muito pouco, mesmo aqui, onde o governo atual sonharia com idades como essa para todos os aposentados, é muito pouco.
Na lista do Goboiano há gente como Osamu Tezuka, que não terminou Phoenix; Shotaro Ishinomori, que não finalizou Cyborg 009; Kaoru Tada, claro, que deixou por terminar Itazura na Kiss; Kaoru Kurimoto, que deixou inacabado seu Guin Saga; Keiko Tobe não conseguiu terminar seu fantástico With the Light ... Triste... E o autor de Serial Experment Lain, Ryutaro Nakamura? Eu não sabia que ele tinha morrido! E, no final, jogam um bônus de cortar o coração: Kyoko Okazaki de Helter Skelter. Ela não morreu, claro, mas eu nunca soube que ela tinha ficado tetraplégica. Todas as coisas que lia falavam em lesões causadas pelo atropelamento, mas nunca o que era efetivamente... Triste, enfim.
O segundo artigo é do site Arama! Japan e se chama Are sequels a lasting trend in shojo mangas? (As sequências serão uma tendência duradoura entre os shoujo?). O texto fala da quantidade de mangás shoujo que, de alguma maneira, estão recebendo continuação: Card Captor Sakura, Fruits Basket, Peach Girl, Vampire Knight etc. A autora, acho que é uma autora, pontua no final que não acredita que as autoras estejam embarcando nessas sequências por falta de ideias, ou que a indústria de shoujo mangá esteja em crise, mas que elas estariam, talvez, possibilitando uma transição de suas antigas leitoras do shoujo para o josei. Fora que é sempre interessante para as fãs um pouco de nostalgia, verem suas personagens favoritas crescendo, amadurecidas, interagindo com outras personagens, enfim. Eu ia escrever um texto em cima desse, porque discordo de quase tudo. Vamos lá!
No caso de Sakura, trata-se de um revival aceitável por conta do aniversário da série. Há espaço para isso, a CLAMP não anda mal das pernas, muito pelo contrário, está sempre em mil projetos, ainda que eles não apreçam tão ruidosos para nós, aqui, no Brasil. Essa de transição para josei só colaria no caso de Peach Girl Next, mas, ainda assim, há um filme a caminho, o novo mangá, a meu ver, é golpe publicitário e somente isso. De resto, Fruits Basket, Peach Girl, Vampire Knight foram os grandes sucessos de suas respectivas autoras. Elas, efetivamente, não conseguiram emplacar nenhum sucesso de peso depois de suas obras mais marcantes. Não se trata, a meu ver, de nostalgia, mas de tentativa desesperada de reviver glórias passadas. E aguardem Hanakimi, porque eu acredito que venha mais coisa por aí.
Certamente, é muito complicado superar um grande sucesso, se desvencilhar dele, ainda mais quando não se repete a receita nem de longe. E veja que não falo de qualidade, há obras que são sucessos colossais inexplicáveis, não são mangás excelentes, são no máximo diversão esquecível, mas grudam feito sei lá o quê. Ainda assim, talvez não passem pelo teste do tempo. Continuações servem para que lembremos deles, no Japão, se prestam a vender a oba original em reencadernações. Há muito dinheiro envolvido nessas coisas, muito, muito mesmo.
1 pessoas comentaram:
Essa tendência de retomar séries não é exatamente um recurso exclusivo dos mangas shoujo, né?
É só ver o quanto ainda se produz em cima de Dragon Ball, as inúmeras versões e continuações de Rurouni Kenshin. Tem autor que vivem em cima do único sucesso.
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