Acabei de ver a notícia do falecimento de Katherine Johnson, a matemática negra que teve papel fundamental na corrida espacial entre americanos e soviéticos. Trabalhando na NASA, apesar de ser mulher e negra (*e não pensem que foi fácil*), ela fazia à mão cálculos complexos que hoje são entregues á computadores, fazia mais que isso em sua época, ela referendava os cálculos feitos pelas máquinas de então. Quando Katherine Johnson começou a trabalhar no Comitê Consultivo Nacional de Aeronáutica em 1953, ela foi classificada como "sub-profissional", não superando muito a secretária ou o zelador.
Ela não foi a primeira mulher negra a trabalhar como matemático da NASA, nem a primeira a escrever um relatório de pesquisa para a agência, mas Johnson acabou sendo reconhecida como uma pioneira para mulheres e afro-americanos no recém-criado campo dos voos espaciais. Como a maioria dos membros dos bastidores do programa espacial, a Katherine Johnson foi ofuscada na imaginação popular pelos astronautas que arriscavam a vida cujos vôos ela calculava e, em menor grau, pelos chefes de departamento sob os quais atuava.
Ela não chamou a atenção da população até que o presidente Barack Obama concedeu a ela a Medalha Presidencial da Liberdade - a maior honra civil do país - em 2015. No ano seguinte, sua pesquisa foi comemorada no livro mais vendido "Hidden Figures" de Margot Lee Shetterly e a adaptação cinematográfica indicada ao Oscar, estrelada por Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe (*resenha aqui*). O filme toma uma série de liberdades em relação a sua biografia, mas acredito ser mais fiel do que infiel aos fatos.
Katherine Johnson, que dizia contar tudo aos eu redor desde a mais tenra infância, morreu aos 101 anos. Em 2017, ela disse em entrevista ao The Washington Post que não havia nada de especial no seu trabalho e que ela simplesmente cumpria com o seu dever. Não há maiores detalhes sobre as causas da morte.
2 pessoas comentaram:
Negra? O que eu vejo são quatro negras atrás de uma branca, que está na cadeira de rodas. E sim, eu reconheço toda a sua trajetória e pioneirismo, mas pelo amor, a foto é explicita! Não dá para dizer que ela era uma mulher negra.
Dada a forma como você escreveu, não sei se irá levar em consideração aquilo que pretendo escrever. Enfim, nos Estados Unidos vigorou por muito tempo a chamada "Lei da uma Gota", ou seja, se você tivesse uma gota de sangue negro, mesmo que fenotipicamente fosse branco, ou pudesse passar por branco, você seria negro. Casos foram parar na Suprema Corte de dos EUA, antes da década de 1950, e a pessoa que reclamava desse tipo de lei sempre perdia. Outra coisa, essa mulher sofreu na pele todas as restrições por ser lida como negra na sociedade norte-americana, um pouco de respeito seria bem-vindo nesse caso.
Postar um comentário