segunda-feira, 1 de junho de 2020

Comentando Mansfield Park (2007): Curta demais para um livro tão rico


Finalmente terminei de assistir Mansfield Park 2007.  Foram dois dias assistindo e parando, mais um dia e pouco tentando escrever um texto decente.  Mãe na quarentena não tem sossego e o filme, mesmo sendo curto, me passou a impressão de ser mais longo do que realmente é.  Comparado com o filme de 1999, ele é inferior como cinema, sim, foi feito para TV, mas quando existe competência e recursos, a qualidade pode ser a mesma.  A ITV tem experiência em adaptar Jane Austen e já fez muito melhor,  Northanger Abbey é do mesmo ano e é muito superior como filme.  Era possível fazer melhor?  Sim, era.  Para quem não conhece a história, vamos ao resumo.


É um alívio ver a mocinha montando à cavalo corretamente.
Para quem não conhece a história de Mansfield Park, em linhas gerais é a seguinte. Fanny Price (Julia Joyce) vai morar com os tios e os primos em Mansfield Park aos 10 anos. Desde o início o status de Fanny é complicado, já que ela não poderia ser criada como uma igual em relação aos primos e primas, mas não seria também uma criada. Ela é uma agregada, enfim.  Na casa, somente seu primo Edmund (Blake Ritson) trata Fanny com inegável afeto e respeito desde o início e a menina cresce muito apegada ao primo. Chegada ao final da adolescência, Fanny (Billie Piper) é sempre prestativa e amável, mesmo sendo lembrada o tempo inteiro da sua condição e de como deveria ser grata por sua cruel Tia Norris (Maggie O'Neill), agora viúva e instalada em Mansfield Park.

William é a única família de Fanny que aparece no filme.
Enquanto seu tio (Douglas Hodge) está em Antigua cuidando dos negócios da família, a chegada de um casal de irmãos à vizinhança – Mary (Hayley Atwell) e Henry Crawford (Joseph Beattie) – agita a vida em Mansfield Park. As duas primas de Fanny, Maria (Michelle Ryan) e Julia (Catherine Steadman), caem de amores pelo recém-chegado. Fora isso, o primo mais velho de Fanny, o indisciplinado Tom (James D'Arcy), retorna para casa e decide aceitar montar uma peça de teatro (Lover’s Vows) considerada escandalosa por Edmund. 

Maria e Henry flertam descaradamente.
O rapaz teme pela virtude das irmãs e de Mary Crawford, e acredita que seu pai não iria gostar da ideia de ter suas filhas atuando, mesmo que por passatempo. Só que Edmund é voto vencido já que a ideia é do agrado de todos, inclusive de sua Tia Norris. A peça cria situações em que virtude dos participantes é colocada em risco.  Maria flerta com Henry Crawford sem se importar muito com a presença de seu noivo, Mr. Rushworth (Rory Kinnear).  Além disso, Edmund fica fascinado por Mary Crawford, apesar da resistência da moça em aceitar a opção de carreira do jovem, que pretende ser pastor.  Fanny assiste o desenrolar de toda a situação em silêncio, mesmo sofrendo de amores por Edmund, pois percebe o quanto ele está encantado por Mary, uma moça rica e uma esposa mais que adequada para o rapaz.

Fanny deveria reconhecer o seu lugar.
A volta do tio impede a montagem da peça. Mais tarde, depois da visita de William (Joseph Morgan), irmão de Fanny, Henry Crawford decide se declarar para a moça, depois de apostar com sua irmã de que poderia conquistá-la.  Apesar de conseguir uma promoção para William, Fanny não aceita a corte do moço e sua resistência  inflama a ira de Sir Thomas.  Como uma moça como ela poderia rejeitar uma proposta tão boa?  Tão acima de seu merecimento? O tio decide puni-la e Fanny fica sozinha em Mansfield durante uma viagem da família.  A heroína, no entanto, permanece firme, recusando Henry e termina se redimindo aos olhos do tio ao se mostrar prestativa durante a doença de Tom.  A partir desse momento, as máscaras começam a cair e todos passam a concordar que Fanny estava certa a respeito do caráter de Henry Crawford.  A constância da moça é recompensada quando Edmund reconhece seu amor e o casamento dos dois é abençoado pelos tios.

Alguém me explica este chapéu horroroso?
Vamos lá, espero que essa resenha seja curta e, pelo resumo, vocês já percebem diferenças em relação às outras resenhas de adaptações de Mansfield Park.  Vou fazer algumas comparações com o filme de 1999, porque é mais fácil colocar lado a lado dois produtos semelhantes do que voltar na minissérie de 1983, que teve 6 episódios de 55 minutos para contar a história.  E, sim, tempo é um problema, pois a última versão de Mansfield Park tem somente 1 hora e 32 minutos, muito da história é sacrificado e há cortes que realmente não ajudam a narrativa e, em especial, na compreensão do arco dramático da protagonista.  

Mary tenta seduzir Edmund e Fanny sofre em silêncio.
A pior mutilação é eliminarem totalmente a família de Fanny, tanto que a passagem do exílio, quando Sir Thomas a envia para Portsmouth, não existe.  Se não vemos a família, a mãe de Fanny e seu péssimo casamento (*por amor*), se não podemos pesar o que Fanny pode perder em termos de conforto e proteção com sua firmeza em rejeitar Henry, não temos como avaliar bem o caráter da moça.  Fica parecendo que Fanny só tem William como parente mais próximo e o rapaz é marinheiro de baixa patente, está longe de casa e não pode protegê-la e ampará-la.  E o que colocam no lugar da família?  Um castigo que é ficar sozinha em casa por três semanas.  O exílio de Fanny durou três meses.

O baile que virou pique-nique.
Outra mudança incompreensível foi o baile no qual Fanny é apresentada à sociedade não existir.  Mudaram a sequência para um pique-nique com brincadeiras como cabra-cega.  O evento deveria ser formal e era um momento importante da vida de uma moça, porque ela deixava publicamente de ser uma criança.  Mas eis que temos uma Fanny, agora, candidata ao casamento, correndo de lá para cá com os cabelos soltos (*e tingidos*).  Não ficou bom mesmo.

As tias de Fanny.
Além disso, algumas personagens tem sua participação muito reduzida.  Maria e Julia desaparecem em determinado momento do filme e não retornam mais.  Fala-se delas, mas elas mesmas não são mais mostradas. Diferentemente do livro e das outras adaptações, Mr. Rushworth, o noivo e depois marido de Maria, não é pintado como um tolo completo, mas como um sujeito possessivo.  Ele espicaça Henry, ele sabe o que está acontecendo, ele é ciumento e tem um olhar perigoso.  É uma linha de interpretação bem diferente do esperado e acho que seria o tipo de marido que mataria a esposa e o amante, lavaria sua honra com sangue, ao invés de pedir divórcio.

Mr. Rushworth parecia um homem perigoso.
Se Mr. Rushworth está diferente, o que não dizer de Lady Bertram (Jemma Redgrave)?  Nas outras versões, a tia da Fanny parece eternamente chapada, sempre cochilando.  A personagem nessa versão tem várias cenas acordada, é capaz de conversar de forma razoável e percebe o afeto de Fanny por Edmund antes de todos os demais personagens.  Tão logo a Tia Norris é afastada de Mansfield, Lady Bertram passa a demonstrar abertamente seu carinho pela sobrinha e reconhecer publicamente o seu valor. porque a função da moça, e o livro sugere isso, é ser acompanhante da tia. Jemma Redgrave está muito simpática no papel e até o pug, que ela sempre carrega consigo, parece mais ativo nesse filme.  Já a Tia Norris de Maggie O'Neill tem mais espaço neste filme de 2007 do que no anterior e está muito bem no papel.

Sir Thomas não é um monstro nessa versão.
Já a espinhosa questão da escravidão fica caracterizada na cena do jantar, que se aproxima do que está no livro, e em pequenos detalhes, como o castão da bengala de Sir Thomas, que tem a imagem de um negro, o que hoje seria visto como um adereço racista.  Na live sobre Mansfield Park que a Adriana fez com a Lilia dos Anjos Afonso para o canal Jane Austen Sociedade do Brasil, elas ressaltaram um detalhe que eu não conhecia.  O primeiro jurista a lutar pelo fim da escravidão na Inglaterra e responsável pelas primeiras leis restringindo a prática se chamava William Murray e foi o primeiro Conde de Mansfield.  Ora, a teoria delas, com a qual concordo é que o nome da propriedade é uma pista das posições da autora em relação à escravidão.  Eu discuti a questão na resenha do filme de 1999 em maior profundidade, dê uma olhadinha lá, por favor!

O irmão irresponsável e o equilibrado.
No filme de 2007, a instituição é referia com certo desprezo e culpa, Sir Thomas  e sua família sabem que seu dinheiro vem do sangue e do suor da exploração de seres humanos.  A escravidão é também apresentada como uma instituição fadada à extinção.  Eu realmente gostei da maneira como o filme não se omite de falar do tema, mas não o faz da forma ostensiva e forçada do filme de 1999.  O abolicionismo é Mansfield Park é sutil, como tudo em Jane Austen, e, não, uma bandeira que a gente fica balançando o tempo inteiro.  Outra coisa, o Sir Thomas deste filme é patriarca austero, um conservador, tem projetos para seus filhos e filhas, trata Fanny como uma inferior, porém ele consegue se mostrar paternal e aprende alguma coisa com o sofrimento. Ele não é um homem moralmente desprezível como no filme de 1999, é, simplesmente, um exemplar médio de seu tempo.

Fanny deveria ter o dever de aceitar Henry.
Eu consigo ver nele certo afeto para com Fanny e que o sentimento cresce conforme a história segue para seu desenlace e a moça se mostra melhor que suas filhas de sangue.  Falando da heroína, a Fanny de Billie Piper é bem mais próxima do livro do que a criada em 1999.  Sim, temos o problema do cabelo, Billie Piper sempre tinha que parecer com ela mesma, não importando que filme, ou série, estivesse fazendo.  Agora, se em Ruby in the Smoke, que é do ano anterior, ela prendeu o cabelo, poderiam ter arrumado melhor a atriz nesse Mansfield Park.  A produção é muito descuidada em algumas questões.  Li um artigo criticando a caracterização e que a transformaram em uma tomboy no filme.  Discordo.  


Edmund demora muito para compreender seus sentimentos.
Ela tem algumas atitudes que eu chamaria mais de infantis, de novo, o cabelo solto não ajuda, mas a timidez, o caráter discreto e observador, a constância, tudo está preservado na personagem.  Ainda relacionado à Fanny, nesse filme foi mantida a aposta entre Henry e sua irmã, de que ele iria seduzir a moça, fazê-la se apaixonar por ele.  Só que quando Mary defende Fanny e suas virtudes, o filme não tinha ainda criado nenhum laço maior entre as duas que justificasse tal preocupação.  Pior, a Mary dessa versão é bem leviana, frívola e superficial, mais que no livro, eu diria.


Henry não me convence de estar amando Fanny,
mas ele poderia se beneficiar de sua influência.
O Henry de Joseph Beattie não me parece tão charmoso e convincente quanto o de 1999.  Agora, nesta versão mostraram bem o seu caráter, ou falta dele.  Fanny presencia a forma como ele e Maria se comportam, todos nós presenciamos e estamos cientes de como o moço é capaz de ignorar o decoro e os sentimentos das pessoas.  Como o filme é curto, como não há a ida para Portsmouth, não sei se o apaixonamento do moço foi convincente para alguém.  Eu não consegui comprar a ideia.  Agora, a aversão de Mary pela escolha de carreira de Edmund está evidente e é repetida várias vezes ao longo da película.


Tocando harpa para seduzir.
Sei do fandom de Hayley Atwell, mas não consigo ver graça nela como atriz.  Sua Mary é muito menos interessante que a do filme de 1999.  Em nenhum momento, ela e Edmund me parecem apaixonados.  Mostrar o tornozelo para o rapaz em sua primeira cena com Edmund, não diz nada de interessante sobre sua inteligência e sagacidade.  A cena mais sedutora que a personagem tem é a da harpa, quando ela toca para Edmund, a cena em si é bonita e bem construída e é o único momento em que o rapaz parece encantado por ela.  E há o problema do figurino, que falarei lá no final, Mary não consegue se destacar como deveria.


Ficou bonita esta cena.
Falando em Edmundo, gostei muito da atuação de Blake Ritson.  Ele consegue passar, mesmo em um filme tão curto, as características mais marcantes da personagem.  Ele é responsável, o pai confia nele para cuidar de Mansfield e da família, ele é moralista, ele acredita que pode tentar reformar Mary no início (*mas só no início mesmo*), ele pede conselhos para Fanny.  Essas cenas dos dois são importantíssimas e na versão de 1999 foram eliminadas.  Agora, ele não me pareceu tão convincente no seu afeto por Mary, parece se sentir derrotado desde o início, e a cena em que ele descobre que ama Fanny, ou sempre a amou, é tão bandeirosa, acho que cafona até, que chega a ser engraçada.  E deveria haver uma regra, se um ator interpretou um Austen boy, não poderia interpretar nenhum outro.  Pode voltar em outra produção como tio, como pai de alguma heroína e nada além disso.  Ritson teve um papel de destaque em Emma 2009, como Mr. Elton, gosto mais dele como Edmund. 


Blake Ritson é o meu Edmund favorito,
mesmo com as limitações do filme.
E é curioso, porque nesse final, o filme ganha certo tom de humor que ele não tinha até então.  Algumas cenas são até insólitas, como Edmundo ir ao quarto de Fanny com o intuito de confessar seu amor, a moça está de camisola e o deixa entrar, afinal, olha quanta intimidade eles tinham (*É ironia*), ele fica sem fala, meio petrificado.  O desejo sexual da parte dele é evidente, mas eis que a mocinha está lavando o cabelo para dormir.  Quem lava o cabelo para dormir?  A gente espera o cabelo secar, lava mais cedo, é tão nonsense que vira uma cena engraçada.


Lavar o cabelo para ir dormir... 
Outra cena de humor, que não é engraçada, enfim, e eu não considero uma gafe do filme, mas é para, sei lá, chamar a atenção mesmo, é Fanny e Edmund dançando valsa no casamento.  Ninguém dançava valsa em 1814, ano da publicação do livro, na Inglaterra, tampouco antes disso.  É um erro?  Não, porque todos se espantam.  "Eles inventaram uma dança nova!".  Os conservadores Edmund e Fanny inventaram a valsa?  Não faz sentido algum.  Quem sabe, algum viajante do tempo veio lhes ensinar.

Os inventores da valsa.
 Que falta falar ainda?  Ah, Tom!  Nesse filme, diferentemente da versão de 1999, Tom é bem convincente como o filho pródigo, mimado, que pode colocar a fortuna e o bom nome da família em risco.  Ele tem boas cenas com Edmund, Fanny, com Lady Bertram e com o pai.  Como Maria e Julia desaparecem, ele tem mais espaço que elas na película.  E quando o rapaz fica entre a vida e a morte, é pelos motivos do livro, um acidente em uma corrida de cavalos.  Aliás, engraçadíssima a cena de Mary chegando vestida de preto, luto completo e bandeiroso, quando ele já estava se recuperando.  Ela tinha a esperança de casar com Edmund que poderia, por obra da sorte, tornar-se o herdeiro de tudo. De resto, James D'Arcy não está tão bonito quanto no seu filme como Sherlock Holmes, mas continua interessante.


Tom quase bate as botas.
Se o filme tivesse mais cuidado com os detalhes, se tivesse mais uns vinte minutos, seria muito melhor do que foi.  E a produção parece ser muito pobre.  O Frock Flicks não tem uma resenha extensa de Mansfield Park 2007, mas pontua algo que eu notei, o figurino mistura várias épocas.  Sabe o que fica parecendo?  Que não quiseram gastar com a criação de roupas para a produção e recorreram ao aluguel de vestimentas de outras produções.  Isso é normal, mas não de forma tão descuidada.  Há roupas da década de 1780 misturadas com peças que são da década de 1810.  O efeito não é bom.  Outro detalhe é que o irmão de Fanny aparece com seu uniforme o tempo inteiro, no próprio livro está escrito que ele aproveitou a folga para poder usar outro tipo de roupa.


Edmund efetivamente parece ter
descoberto que sempre amou Fanny.
É isso.  O filme Mansfield Park 2007 tem méritos e eles se ligam principalmente a uma maior fidelidade em relação às personagens originais, mas a versão de 1999 é superior como cinema.  Agora, não é melhor porque transformaram Fanny em escritora, feminista e uma versão alternativa de Elizabeth Bennet, mas pela sua execução mesmo.  Sei que muita gente desgosta de Fanny, mas o livro Mansfield Park é dela e a heroína tem seus méritos se pararmos para observar em detalhes como sua história é construída.  Se transformamos Fanny em outra heroína, o que sobra da sua história?  Da sua tenacidade frente às humilhações?  Do seu caráter que não se dobra mesmo diante das maiores vantagens?  Pensem que uma das coisas mais interessantes da obra de Austen é que ela construiu mulheres diferentes como protagonistas dos dos seus livros.  Será justo querermos deformar Fanny para adequá-la aos nossos gostos modernos?


Fanny é recompensada com o amor do primo.
Por exemplo, Fanny está no extremo oposto de Emma, ela só não é uma Harriet Smith, porque seus tios a acolheram, mas poderia ter terminado em uma escola para órfãs e moças pobres.  Fanny não tinha escolha e, ainda assim, ela ousa recusar Henry, porque uma das mais importantes mensagens deixadas por Jane Austen, e que é útil ainda hoje, é a seguinte: mulher nenhuma deve tomar para si a tarefa de reformar um homem, nem é culpada das atrocidades que ele faz porque ela exercitou o seu sagrado direito de dizer não.  E isso é muito moderno e mesmo vindo de Fanny Price é algo extremamente feminista.


2 pessoas comentaram:

É pedir demais as resenhas das versões de Persuasão?

Ótima resenha! Confesso que tive dificuldade em assistir este filme (só assisti inteiro porque é versão de uma obra de Jane Austen) por causa daquele figurino todo errado e principalmente o cabelo da Fanny, com aquele loiro totalmente artificial e sempre solto, o que achei estranhíssimo (eu estava sempre esperando que ela aparecesse devidamente penteada ou que algum personagem pelo menos mencionasse alguma razão para que ela não usasse o cabelo preso, sei lá...). Aquele piquenique foi horrível também, e combinou com o cabelo dela. Tudo pareceu como um teatrinho de escola e não com uma produção para a tevê. De resto, confesso que amei a versão de 1999 quando a Fanny é levada de volta à sua família pobre e tem um choque de realidade e esperava para ver algo parecido nesta versão e fiquei meio decepcionada quando nada aconteceu. Embora esta Fanny seja, na personalidade, mais fiel ao livro, gostei mais do filme de 1999 pela produção mais elaborada e pelas cenas mais marcantes.

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