
Yamato Nadeshiko Shichi Henge é um campeão de vendas no Japão, logo deveria ser o anime shoujo de ponta da temporada. Seu título é algo como “As Sete Transformações para se tornar uma Dama Perfeita”, lembrando que “yamato nadeshiko” é exatamente isso, a mulher japonesa perfeita. Já podem imaginar o que seja... Yamato Nadeshiko sai na revista Betsufure e já vai no volume 13. Tem um traço moderno, inspirado nas bandas japonesas e no visual gothic lolita, e deve agradar aos fãs dessas tendências. Como não sou fã desse estilo de desenho, e gosto de coisas anos 70 e 80, então La Corda D’Oro ganha no quesito character design, pelo menos para mim.
De qualquer forma, o estilo da autora foi mantido no anime. A parte chata é que a animação parece estar abaixo da média. Se Yamato Nadeshiko vem para ocupar o lugar de Ouran Host Club, com suas metáforas visuais arrojadas e o humor, não mereceu o mesmo investimento. O resultado para um primeiro capítulo foi abaixo do esperado, parece que investiram mais em La Corda D’Oro, por exemplo. Para que o efeito das metáforas visuais fosse perfeito era necessário mais investimento e a fluência do character design ficou comprometido também. Resta, portanto confiar na força do roteiro e na interpretação dos dubladores.
Para quem não conhece a história, vamos lá. Yamato Nadeshiko conta a história de Sunako, uma moça que por conta de uma decepção amorosa, foi rejeitada e chamada de feia, decidiu se fechar em seu próprio mundo. Não corta o cabelo, se esconde atrás de uma franja horrível, usa roupas largas, e fora de moda. Além disso, a moça é fã de filmes de terror, coleciona bonecas sinistras e seu quarto lembra uma câmara de torturas. Como desenvolveu uma aura negativa, ela é capaz de fazer lâmpadas explodirem, por exemplo, ou atrair as trevas... Quando na rua atrai a atenção e é até perseguida e maltratada. Não esqueçam que se trata de uma comédia com algo de surrealista. De qualquer forma, é uma forma criativa de retratar os medos e frustrações da adolescência. Afinal, tudo o que Sunako quer é ser amada, mas acha que não conseguirá se encaixar.
É Sunako que deve se tornar uma dama perfeita, e a tarefa cabe a quatro lindos bishounens. Os rapazes, Takano, Oda, Morii e Toyama, são pensionistas na belíssima vila da tia de Sunako, uma mulher muito bonita, rica, elegante e fogosa. Ela desafia os garotos, se eles transformarem Sunako em uma dama, poderão morar de graça em sua propriedade, se falharem, terão que pagar o triplo de aluguel. Os quatro aceitam e acham muito fácil, pois todas as meninas se atiram aos pés deles, mas quando vêem Sunako, percebem que caíram em uma armadilha. Bem, mas para quem curte Esquadrão da Moda ou Queer Eye for a Straight Guy é um prato cheio.
Eu não sou fã do mangá de Yamato Nadeshiko, confesso que a história não me empolgou e larguei no volume 1. Como fiz isso com Ouran, também, posso voltar atrás, claro, mas o fato é que a idéia de formatar uma garota, me parece conservadora ao extremo à primeira vista. O que é ser uma dama, afinal? Outro ponto, é que nossa Sunako pode até parecer feia, mas todos sabemos desde o início que um corte de cabelo já resolveria metade dos seus problemas. Vou continuar assistindo pelo menos até o capítulo três. E recomendo que vocês dêem uma olhada, pois como a série é um sucesso, tem um visual moderno e tudo mais, talvez o mangá apareça por aqui. Nos Estados Unidos ela sai com o nome de The Wallflower, os fãs chamavam de Perfect Girl Evolution antes do licenciamento.