sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mais um produto da Rosa de Versalhes…



Como pontuei no último post, com o aniversário da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), de Ryoko Ikeda, os produtos vão se multiplicar e rápido. Esta semana, o Comic Natalie trouxe o anúncio de um livro de recortar para adultos (otona) da série. Não sei se são somente os contornos das personagens, ou se há bonecas de vestir, também (*coisa que eu adoro*). Pelo que eu vi do conteúdo, que está descrito no CN, temos até cenas para cortar e montar.


Acredito que seja um livro de kirigami no fim das contas. Para quem não sabe, é a arte de cortar papel e pelas ilustrações, exige uma técnica apurada ou vai escangalhar com tudo... O nome do livro é Berusayu no Bara Otona no Kiri E (ベルサイユのばら 大人の切り絵). Enfim, vamos ver o que Riyoko Ikeda irá licenciar da próxima vez, porque logo, logo, aparece mais coisa. ^____^

Riyoko Ikeda e Yumi Tamura na revista Cocohana



A nova edição da revista Cocohana trouxe como novidade o mangá totalmente em cores de Yumi Tamura. Em Iromen ~Juunin Toiro~ (イロメン〜十人十色〜) a autora, que é conhecida pela competência no uso das cores, vai experimentar produzir um mangá inteiro colorido. Vamos ver como fica. Tamura produz ao mesmo tempo para a revista Flowers o premiado mangá 7SEEDS, ou seja, ela não vai ter tempo nem para respirar ao que parece.


Ainda nesta edição, Megumi Hazuki estréia seu novo mangá chamado Tomodachi, Na no Ni (ともだち、なのに), Fusako Kuramochi termina as Elis (asエリス). Além disso, Riyoko Ikeda estréia uma série de artigos intitulada Berubara Club (ベルばら倶楽部). Não é surpresa, afinal, é aniversário de 40 anos do início do mangá e vem por aí uma enxurrada de material da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら). Como não tenho muita esperança que a série saia por aqui, que pelo menos licenciem nos Estados Unidos. Se entendi direito o Comic Natalie, nesta edição da Cocohana há a primeira parte da entrevista com Ikeda feita por Megumi Mizusawa. Se alguém puder traduzir... Parece que na próxima edição teremos brinde da Rosa de Versalhes, além de um novo mangá de Fumiko Tanikawa chamado Okaeri Nassai。(おかえりなさい。).

Chihayafuru ganha grande exposição em Kyoto



O Comic Natalie anunciou que entre 11 de setembro e 24 de dezembro haverá uma grande exposição com os originais de todas as capas do mangá, além de mais de 50 outras ilustrações feitas pela autora, Yuki Suetsugu. A exposição será em um lugar especial e ligado ao tipo de literatura ligada às cartas usadas no jogo que é o centro da série, o Shigureden Hall do Ogura Hyakunin Isshu. Se entendi direito o que está na página do Ogura Hyakunin Isshu trata-se de um museu sobre a Era Heian (794-1185) que abriga espetáculos de música e tudo o mais ligado a este período da História do Japão. Ainda segundo o CN, haverá campeonatos de karuta para crianças e adolescentes no dia 23 de setembro. O nome da exposição é Chihayafuru no Sekai (ちはやふるの世界) e a entrada é paga. Só lembrando, a segunda temporada do anime de Chihayafuru está para estrear.

Contos de Saeko Himuro são publicados no Japão



Saeko Himuro faleceu em 2008 de câncer no pulmão, no entanto, algumas de suas obras continuam inéditas ou em publicação. Tempos atrás comentei que o mangá Tsuki no Kagayaku Yoru ni (月の輝く夜に) é baseado em uma light novel de Saeko Himuro e desenvolvido por sua parceira Naomi Yamauchi. Agora, contos inéditos, ou não, não entendi muito bem o Comic Natalie, da série Tsuki no Kagayaku Yoru ni foram publicados no Japão pelo selo Cobalt da Shueisha. Dentro do volume há outros contos da autora de vários momentos de sua carreira, o mais antigo é de 1983. A capa, que é lindíssima, foi desenhada por Ichiko Ima. Saeko Himuro teve trabalho adaptado para animação pelo Studio Ghibli. Umi ga Kikoeru (海がきこえる), ou Ondas do Oceano, é baseado em um conto ou romance de Himuro.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ranking da Oricon



Saiu ontem o ranking da Oricon e os shoujo mangá estão bem representados. Em segundo lugar, temos Ao Haru Ride, com uma belíssima capa. Oresama Teacher, que deve ser bem engraçado, aparece em nono. São oito títulos shoujo e um josei – Kyou wa Kaisha Yasumimasu。Que sai na Cocohana – entre os 30 mais vendidos. E fora Tonari no Kaibutsu-kun, que está se despedindo, são todos títulos estreantes.

2. Ao Haru Ride  #5
9. Oresama Teacher  #14
11. Shitsuji-sama no Okiniiri  #13
17. Kokoro Botan #8
19. Ookami Shoujo to Kuro Ouji  #4
21. 5-ji kara 9-ji made  #5
23. Kyou wa Kaisha Yasumimasu。 #2
26. Joou no Hana  #6
29. Tonari no Kaibutsu-kun #10

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Falando da Yuri no Dia da Visibilidade Lésbica


Maria-sama ga Miteru
Hoje, 29 de agosto, é dia da visibilidade lésbica e senti a necessidade de publicar alguma coisa. A “invisibilidade” é fruto do (pre) conceito e, principalmente, da idéia de que não existe sexo sem que exista um homem (*munido de um falo*) no meio da história. Daí, ou se nega que o lesbianismo exista de verdade; ou se atrela o amor entre mulheres a uma coisa passageira, ou fruto de um trauma; ou que duas mulheres (*bonitas*) juntas só existem para excitar os homens, como um convite para que o sujeito venha “brincar”, também. Não raro, quando se usa a palavra “homossexual”, as pessoas têm em mente somente os homens gays, excluindo as mulheres desse grupo.

Curiosamente, mesmo entre @s fãs de shoujo mangá – e eu não estou focando em outros grupos de fãs – há quem veja os mangás yuri e shoujo-ai como material para o público masculino. Com a proliferação de produtos – animes especialmente – para o público otaku masculino só com garotas, temo que essa idéia se fortaleça ainda mais. Por conta disso, decidi revisitar um texto antigo que escrevi para o Anime-Pró chamado “Passeando por Campos de Lírios – Conversando sobre Yuri e Shoujo-ai” (*não sei mais onde está dentro do site*) e fazer algumas reflexões. Esse post não é totalmente original, mas uma montagem com alguns acréscimos e correções. Quando escrevi a coluna não eram comuns os sites sobre yuri, especialmente em português, nem havia a abundância desses animes fanservice com elenco totalmente feinino. O momento é outro.


"Yuri" (百合) em japonês quer dizer lírio e passou a estar associado na cultura pop japonesa ao lesbianismo. Um dos melhores sites sobre yuri e shoujo-ai – e são poucos se comparados aos sobre mangás yaoi –, é do Yuricon, mantido pela competente Erica Friedman. De acordo com a página, o termo “Yuri” está associado ao mundo das lesbianas – reais ou imaginárias – faz muito tempo, mas ficou consagrado quando um redator de uma revista gay dos anos 1970 usou para as mulheres o termo "yurizoku" (百合族/tribo do lírio), enquanto a "barazoku" (薔薇族/tribo da rosa) se referiria aos homens gays. De qualquer forma, o termo só serve para dar nome a práticas que já existiam faz tempo. Em uma sociedade como a japonesa, na qual os papéis de gênero tendiam a ser rigidamente definidos, muitas vezes mesmo o mundo dos homens e das mulheres pouco se tocavam. Isso possibilitou o surgimento de uma cultura tipicamente feminina.


Foi esta cultura que possibilitou a criação de todo um mercado de quadrinhos produzidos por mulheres para um público de meninas, moças e mulheres. Somado a isso, temos a ausência da condenação religiosa, materializada entre nós pelo discurso cristão, às relações homossexuais em si mesmas. Nesse contexto, as amizades entre meninas, de caráter sexual ou não, eram, e ainda são, muito comuns. A grande pioneira na representação desses relacionamentos, antes do boom do mangá, foi Yoshiya Nobuko (1896-1973), autora das chamadas Hana Monogatari ( 花物語/"Lendas das Flores", 1916–1924). Seus contos e romances mostravam meninas adolescentes, estudando em colégio internos femininos. Nesse mundo restrito eram estabelecidos laços de solidariedade e relacionamentos afetivos. O material fez muito sucesso, porque conseguiu sintetizar o que significava “tornar-se” mulher, dentro dos grupos sociais mais privilegiados, em um tempo no qual o casamento heterossexual pouco tinha a ver com amor romântico ou felicidade. Maria-sama ga Miteru (マリア様がみてる) bebeu intensamente no material desta autora.

Hoje, os termos "yuri" e shoujo-ai" estão cada vez mais presentes na net e na boca dos fãs de anime e mangá. Ambos se referindo aos romances entre mulheres. Cada vez mais, assim como aconteceu com o yaoi, a tendência é que o termo yuri se torne soberano e não façamos mais velhas distinções como “shoujo-ai não tem sexo e Yuri tem sexo”. A fronteira entre os dois termos, aliás, é bem fluída, e desconfio mesmo se essa distinção não foi uma invenção do fandom ocidental. Um dia, paro para pesquisar isso. Obviamente há shoujo-yuri, josei-yuri, shounen-yuri e seinen-yuri. Há, também, material hentai nessa linha. O problema é quando as pessoas pensam em yuri como sinônimo de hentai ou material carregado de fanservice para garotos.


Como eu já sinalizei anteriormente, os relacionamentos entre meninas nos mangás estão presentes desde pelo menos os anos 1970. Se formos rastrear, podemos voltar lá no longínquo ano de 1957 e considerar Sakura Namiki (さくら並木), de Makoto Takahashi, como um precursor dos mangás yuri/shoujo-ai. Nele temos a escola feminina e o forte akogare (憧れ), que é a relação de admiração e devoção de uma aluna mais jovem pela sua senpai. O akogare, essa admiração intensa de um inferior (kouhai) por um superior (senpai) é, às vezes, tão forte que começamos a imaginar se não há algo mais. Mesmo imaginando que há “algo mais”, dentro do material japonês esse sentimento é admirado e pode se desdobrar em amor e sacrifício.

De qualquer forma, foi nos anos 1970 que os mangás yuri começaram a aparecer, ainda que muito timidamente. Ryoko Ikeda foi uma das autoras que ajudaram a dar visibilidade aos romances entre mulheres e a Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) tem papel nisso. Mesmo que no mangá a heroína seja heterossexual, sua proximidade com outras mulheres era muito grande e o amor que as moças devotavam a Oscar, em especial Charlotte e Rosalie, era mais do que evidente. Há inclusive um momento da história, no qual Oscar lamenta não poder amar Rosalie, já que a moça lhe dedicava um afeto e devoção sem limites. Mas, em seu grande clássico, Ikeda não desenvolveu a questão, cortando qualquer possibilidade de romance para Oscar e Rosalie. Assim, o resto fica por conta da imaginação dos fãs da série.


Já em uma obra posterior Oniisama E... (おにいさま へ…), a coisa muda de figura e Ikeda retrata com muita ternura o romance entre duas adolescentes em uma escola feminina de elite. Conhecendo a obra de Ikeda, porém, não convém esperar por um final do tipo “e viveram felizes para sempre”. O relacionamento entre Saint-Just e Nanako não era o centro da história, mas parte de uma trama na qual o amor entre meninas – concretizado ou não – tinham grande importância. O anime, mesmo que tenha grandes qualidades, traiu a história original ao transformar o sentimento profundo de Nanako por Saint-Just em algo passageiro, quando Riyoko Ikeda em nenhum momento sugeriu que a menina esqueceu a amada.

Coube a Ikeda, entretanto, escrever uma das primeiras histórias adultas sobre a questão. No seu mangá curto intitulado Claudine...! (クローディーヌ・・・!). Passado na França da primeira metade do século XX, Ikeda mostra o drama de uma jovem que, por se sentir atraída por outras mulheres, não consegue se enquadrar, é abandonada pela amada, e termina se suicidando. Infelizmente, a tragédia aprece marcar esses primeiros materiais yuri/shoujo-ai feitos no universo shoujo.



Mas o primeiro mangá yuri de verdade, por assim dizer, foi feito por Yamagishi Ryoko. Ainda em início de carreira e com uma arte muito distante daquela que a consagrou em mangás como Hi Izuru Tokoro no Tenshi (日出処の天子), ela produziu Shiroi Heya no Futari (白い部屋のふたり) que traduzido poderia ser “o par ou o casal do quarto branco”. Neste mangá, datado de 1971, a autora recorre a vários elementos da cultura feminina recorrente nos shoujo e, antes disso, nos contos de Yoshiya Nobuko: o colégio interno estilo ocidental, a tomboy, a menina insegura, e, como era comum na época, a história se passa fora do Japão. No decorrer desse curto mangá, o que começa com animosidade e curiosidade, torna-se amizade, depois amor e termina (*claro*) em tragédia. Estavam lançadas as bases do shoujo-ai. Outro mangá yuri pioneiro foi Maya no Souretsu (摩耶の葬列) de Yukari Ichijo. Também em um volume, menos até, é um mangá de horror que começa com uma vendeta que se torna amor e, mais uma vez, termina em tragédia. Tanto Shiroi Heya no Futari, quanto Maya no Souretsu foram traduzidos para o inglês.


Interessante é que apesar de nos mangás os relacionamentos entre meninas ficarem explícitos, ainda que terminem em tragédia, nos animes shoujo - geralmente dirigidos por homens - eles são esvaziados de seu sentido original, ou apresentados como coisa passageira, coisa de menina que quando crescer, apesar de guardar com carinho o seu “primeiro amor”, se enquadrará nos moldes desejáveis da heterossexualidade compulsória. Vejam, não estou dizendo que isso não aconteça nos mangás, mas é como a coisa é apropriada pela animação e redimensionada ou modificada.

Se o pioneirismo coube aos anos 1970, outras obras levaram a questão adiante nos anos 1980, e de forma bem mais decidida e aberta como em Paros no Ken (パロスの剣). Este mangá, que se passa no imaginário Reino de Paros, em uma improvável Grécia Medieval. A desenhista é a consagrada Yumiko Igarashi e a história é de Kaoru Kurimoto. Paros conta a história de amor entre uma princesa e uma camponesa que, apesar de todos os obstáculos, terminam juntas, mesmo que o final permaneça em aberto. Já é um grande avanço, diante das tragédias da década anterior. Fora, que Paros no Ken lembra muito a Rosa de Versalhes, só que com Oscar largando André para trás e terminando com Rosalie. Não há como não perceber relação entre os dois materiais.


Os anos 1990 foram marcados por várias obras que retratavam romances entre meninas e mulheres de forma muito mais aberta e sem necessariamente um fim trágico. Em Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン), ou de forma menos explícita, nos mangás de Shoujo Kakumei Utena (少女革命ウテナ) e Card Captor Sakura (カードキャプターさくら). De forma velada, ou não, apresentado como uma amizade mais intensa ou envolvendo sexo, visto como rito de passagem, tendo final feliz ou trágico, os relacionamentos entre mulheres estão sempre presentes dentro do shoujo mangá. Sailor Moon, com o casal Haruka e Michiru, supera e muito qualquer expectativa, afinal, elas são um casal e não há qualquer situação crítica à relação das duas. E mais interessante neste caso é que a relação está no anime e tudo é trabalhado de forma bem tranqüila se comparado com as nóias da TV brasileira. Se nos EUA, Michiru e Haruka viraram “primas”, aqui no Brasil tudo foi exibido sem censura na Cartoon Network.


Entre as fãs de shoujo, há uma explícita preferência pelo yaoi. Em alguns casos, a resistência ao yuri/shoujo-ai entre as fãs, principalmente, é imediata e não raramente a gente ouve um "Não curto essas coisas entre mulheres, não.". Nota-se que para muitas fãs, existe a idéia de que o yaoi é um hobby inocente, enquanto o yuri e o shoujo-ai podem soar quase como uma declaração de orientação sexual. Engraçado isso, pois há gente que nega o (pre) conceito, reclama da descriminação contra os mangás shoujo e da perseguição aos mangás com conteúdo yaoi, mas é capaz das mesmas posturas agressivas e/ou defensivas. No material yuri/shoujo-ai não dá para desmentir o fato de que realmente está ocorrendo um romance entre mulheres, ou no mínimo uma amizade que soaria suspeita para os padrões Ocidentais.


Um fenômeno que reforça a resistência é a apropriação das personagens de shoujo mangá (Utena-Anthy, Haruka-Michiro, Tomoyo-Sakura, todo o elenco de Maria-sama ga Miteru, etc.) por fãs homens que produzem material hentai muitas vezes carregado de violência e situações humilhantes. E como a oferta de material mais picante é limitada, muitas fãs de yuri e shoujo-ai acabam tendo como referência materiais shounen ou mesmo hentai que são muito mais fáceis de encontrar para download. Tudo isso, eu diria, é influenciado pelo preconceito arraigado na nossa sociedade, que vê a homossexualidade feminina – quando não sujeita aos fetiches tradicionais – como um problema, algo que deve ser silenciado e escondido. Quer algo mais subversivo e ameaçador do que mulheres que não precisam de homens para se divertir?

Uma das coisas que me incomoda no material yuri e shoujo-ai é a presença, em algumas obras, de uma representação muito rígida de papéis com a menina "machona" (*butch*) de cabelo curto, alta, forte e destemida, que ama a menininha pequena, meiga e de longos cabelos (*femme*). É claro que esse tipo de modelo pode ser encontrado na vida real, mas não representam de forma alguma a realidade como um todo. Parece, que o que está se estabelecendo é uma imitação do que acontece nos mangás yaoi, nos quais figuras como o uke e seme são quase universais. Engraçado é que nos mangás da década de 1970, pelo menos na representação visual das meninas, isso não ocorria. Mais recentemente, há algumas autoras que brincam com isso, colocando uma menina-butch na aparência, mas extremamente feminina, receptáculo de todos os estereótipos de gênero, e a femme como uma tomboy. Isso é mostrado em Maria-sama ga Miteru, na relação entre Yoshino e Rei.


Muitas pessoas associam essa caracterização do par lesbiano na cultura pop japonesa à influência do Teatro Takarazuka. Criado em 1914, o Takarazuka junta várias influências (teatro de revista, musical americano, Kabuki, Nô, etc.). Nele as mulheres representam tanto os papéis masculinos quanto femininos e recebem um treinamento muito rígido para incorporarem os maneirismos de gênero, já que as atrizes, ainda na sua formação, são designadas para serem homens ou mulheres e fazem o mesmo tipo de papel durante toda a carreira. Ainda hoje, a idolatria feminina em relação às atrizes do Takarazuka é imensa, principalmente em relação àquelas que fazem os papéis masculinos/otokoyaku. Interessante é que esse tipo de tietagem, que no ocidente soaria como homossexual, acontece também nos mangás e animes shoujo (ou não). Mas mesmo essa representação rígida de papéis "femininos" e "masculinos" não constitui uma regra.

Independentemente de qualquer convenção que me pareça boa ou ruim, o que vale é que o público japonês parece estar mais receptivo a esse material, ou eu, fã brasileira que depende da net, estou percebendo assim. Afinal, cresce o número de sites, listas de discussão e eventos centrados no material shoujo-ai e yuri. No Japão, a primeira revista exclusivamente focada em shoujo-ai e yuri, a Yuri Shimai, foi criada em agosto de 2003. Hoje, a outras publicações como, por exemplo, a Yuri Hime, Comic Lily, a Hirari e a Tsubomi. Veja que há uma defasagem de mais de 20 anos em relação à primeira revista yaoi/shonen-ai - a June que apareceu em 1978!!!. A Yuri Shimai, hoje extinta, trazia somente histórias com temática levemente yuri (**estou pensando em sexo explícito aqui**) e shoujo-ai e é voltada para o público adolescente. Outros mangás com temática shoujo-ai ou yuri aparecem esporadicamente em revistas mainstream como foi o caso de todos os que citei aqui na coluna. Hoje, por exemplo, o mangá de Maria-sama ga Miteru é publicado na tradicional Margaret.


Há muitos nichos de mercado inexplorados. Nos EUA, porque aqui no Brasil isso não existe mesmo, há editoras especializadas em publicar BL. Com a crise no mercado de mangás por lá, algumas migraram para a publicação digital. Eu tenho vários volumes de mangás BL de Fumi Yoshinaga, mas yuri mesmo por editora meinstream, só lembro de alguma coisa da Erica Sakurazawa saindo por lá. O que é publicado mais regularmente sai por editoras como a Yuricon. Felizmente, há muita coisa sendo traduzida pelos fãs e é possível ler shoujo/josei yuri, assim como material yuri que saiu em revistas seinen ou em outros canais, caso você procure. Continuo sugerindo uma visita direta ao site do Lililicious, ainda que o material que elas traduziram circule em outros sites, e dentre as listas de discussão – todas estrangeiras – recomendo a Yuricon, que continua bem ativa apesar das novas redes sociais. Há sites brasileiros que se especializaram em yuri, como o KAS – kono ai Setsu, que merecem a sua visita, também.

Nyanko-sensei vira plush enorme



Nyanko-sensei, o gato de Natsume Yūjin-Chō (夏目友人帳) virou um enorme plus com 110 centímetros de comprimento, 70 centímetros de largura, e 50 centímetros de altura. O site Run@town está com pré-venda do plush até o dia 30 de setembro que custa 26.250 ienes. A entrega do produto começa em dezembro. A notinha está no Comic Natalie, há várias fotos no site e o ANN me ajudou na tradução.

Mangá histórico estréia na revista Flowers



O Comic Natalie trouxe uma notinha comentando que a mangá-ka Hozumi estreou um novo mangá na revista Flowers, o nome da série é Sayonara Sorcier (さよならソルシエ). Pelo que entendi, é um mangá com protagonista masculino e a história começa em Paris no ano de 1885. Ainda segundo o CN, o que parece ter sido o primeiro mangá da autora, Shiki no Zenjitsu (式の前日) ou The Wedding Eve (*o nome em inglês está na capa*), uma coletânea de histórias curtas, será lançada no dia 10 de setembro. Tirando pelas ilustrações, a autora parece ser uma desenhista bem competente. Outra coisa que eu venho percebendo é a quantidade de mangás históricos - ou quase - passados na França. O país sempre foi um dos top favoritos das mangá-kas desde os anos 1970, mas me pergunto se tanta gente produzindo material que se passa na frança também não é uma percepção de como aquele mercado é receptivo para o mangá em geral e o josei mangá em especial.

Comentando Mansfield Park (BBC, 1983)



Este final de semana finalmente terminei de assistir a versão da BBC de Mansfield Park feita em 1983. Esta foi a primeira adaptação do romance de Jane Austen para a TV e contou com seis episódios de aproximadamente 55 minutos. Por ser mais longa, ela consegue evitar a maioria dos problemas que as outras duas adaptações – 1999 e 2007 – têm, afinal, condensar e adaptar uma obra longa em duas horas é um exercício bem difícil. Tudo é muito corrido e mutilado. A coisa boa dessa versão é que a narrativa consegue ser coerente e as críticas sempre ressaltam a fidelidade ao livro. Fora isso, as atuações são muito boas. O elenco é o ponto forte dessa versão de Mansfield Park.

Eu confesso que nunca li Mansfield Park integralmente e o motivo é que não consigo ter empatia pelas personagens como acontece com outros romances de Austen. As duas adaptações para filme também não conseguiram me segurar (*embora esteja disposta a encarar a coisa para poder comparar*). Edmund Bertram já não é uma personagem muito atraente, e com Jonny Lee Miller, interpretando, acaba sendo menos ainda; no caso do filme mais recente, impossível ver Fanny Price em Billie Piper. Não dá mesmo e já falei sobre isso em outra resenha de filme de época estrelado por ela. Essa versão de Mansfield Park, entretanto, conseguiu me prender e me fazer gostar de Fanny Price. Peguei o livro algumas vezes só para poder comparar com o que estava assistindo e, bem, é isso que acontece quando a adaptação é boa.

Para quem não conhece a história de Mansfield Park, em linhas gerais é a seguinte. Fanny Price vai morar com os tios e os primos em Mansfield Park aos 10 anos. Sua mãe é irmã de Lady Bertram e fez um casamento ruim, já que o pai de Fanny tornou-se inválido para o trabalho no mar e é um alcoólatra. Quem leva a menina para Mansfield Park é outra irmã de sua mãe, a Mrs. Norris, que é casada com o pároco residente. Desde o início o status de Fanny é complicado, já que ela não poderia ser criada como uma igual em relação aos primos e primas, mas não seria também uma criada. Na casa, somente seu primo Edmund trata Fanny com real afeto desde o início e a menina cresce muito apegada ao primo e mantém ativa correspondência com o irmão, William, que está fazendo carreira na marinha. Chegada ao final da adolescência, Fanny é sempre prestativa e amável, mesmo sendo sempre lembrada da sua condição por sua cruel Tia Norris.


Enquanto seu tio está em Antigua cuidando dos negócios da família, a chegada de um casal de irmãos à vizinhança – Mary e Henry Crawford – agita a vida em Mansfield Park. As duas primas de Fanny, Maria e Julia, caem de amores por ele. Fora isso, o primo mais velho de Fanny, o indisciplinado Tom, decide aceitar sugestões e montar uma peça de teatro (Lover’s Vows) considerada escandalosa por Edmund. O rapaz teme pela virtude das irmãs e de Mary Crawford, e acredita que seu pai não iria gostar da idéia de ter suas filhas atuando, mesmo que por passatempo. Só que Edmund é voto vencido já que a idéia é do agrado de todos, inclusive de sua Tia Norris. A peça cria situações para que a virtude dos participantes, especialmente de Maria Bertram, que mesmo noiva flerta com Henry Crawford, em risco, além de aproximar Edmund e Mary Crawford. Fanny assiste o desenrolar de toda a situação em silêncio, mesmo sofrendo de amores por Edmund e recriminando internamente o comportamento pouco adequado de Maria e Mr. Crawford.

A volta do tio impede a montagem da peça. Mais tarde, Henry Crawford decide se declarar para Fanny e a resistência da moça, considerada injustificável já que o rapaz é rico, faz com que o Sir Thomas a envie de volta para “casa” como uma forma de refletir sobre sua condição e o quanto está sendo ingrata. Fanny, no entanto, se mantém constante e as máscaras de todos os envolvidos – Maria, Henry, Julia, Mary – acabam caindo e mostrando para todos que a protagonista tinha conseguido ver os problemas de caráter que os demais ignoravam. A constância de Fanny é recompensada com seu retorno para Mansfield Park e seu casamento com o primo, Edmund Bertram.


Talvez seja uma falsa impressão – dado o humor peculiar de Jane Austen – mas acho que Mansfield Park é o romance mais moralista da autora, ou aquele que mais ri da moral da época. É exatamente esse apego ao comportamento tradicional que acaba tornando Edmundo o mocinho mais chato, menos atraente, de Austen. Já li discussões bem acaloradas sobre ela, muita gente o considera hipócrita e, talvez, ele seja mesmo. Ele critica os irmãos por causa da peça, mas acaba participando dela para “proteger” Mary Crawford. Tão cioso da moral convencional, ele não consegue ver o que se passa debaixo do seu nariz, como a dubiedade de caráter dos Crawford e das suas próprias irmãs que não se importam muito com as convenções sociais da época. E, pior, se Fanny se deixasse guiar por ele, teria casado com Henry Crawford.

Contrastando com o irmão Tom, interpretado com grande simpatia nessa versão pelo belo Christopher Villiers, Edmund parece sem vida, inexpressivo. Tom faz um monte de bobagens, verdade, mas parece fazer tudo “de coração”, não para agradar A ou B. Mas aí temos que lembrar que Edmund é o caçula e tem muito mais o dever de agradar do que o mais velho, afinal, ele vai herdar muito pouco. Nem acho que seja calculado, simplesmente, ele acaba se adequando bem ao papel e dará um pastor muito chatinho. O que mais me incomoda em Edmund é o fato dele acreditar que pode moldar as mulheres ao seu bel prazer. Ele acredita que pode reformar Mary Crawford, ele acha que Fanny é criação sua. Na verdade, ainda que Fanny tente agradá-lo, ele é feito de bobo pelas irmãs, por Mary, e por Henry. O que torna o Edmund nessa versão um pouquinho mais palatável é a ótima interpretação de Nicholas Farrell. A segurança e o compromisso do ator com a personagem. Defender alguém tão chato, não deve ser fácil.

Mas são as interpretações o forte dessa versão. Anna Massey é espetacular como Mrs. Norris, uma mulherzinha mesquinha que tem toda aquela chatice da mãe da Elizabeth Bennet, mas nenhuma gota da sua simpatia. Ela despreza Fanny, puxa o saco das sobrinhas (*especialmente de Maria*), tenta tirar vantagens da irmã e do cunhado, e controla a vida dos empregados dos outros. A atriz passa toda a antipatia em seu gestual e olhar. É, com certeza, uma das personagens mais marcantes da série e, talvez, a personagem mais antipática de Jane Austen. O elogio também vale para Bernard Hepton como Sir Thomas, aliás, ele foi o pai de Ema na versão de 1996. Eu consigo ver na intepretação de Hepton toda a preocupação paternal da personagem (*dentro das suas condições de produção, claro*) por Fanny. Ele é, na verdade, o único pai que ela teve. E quando o pai biológico pinguço mal educado da protagonista entra aparece, a gente agradece que ela tenha um Sir Thomas na vida dela. A cena em que ele pressiona Fanny (Sylvestra Le Touzel) a casar com Henry Crawford é uma das melhores de toda a série e o choro da protagonista é realista ao extremo. Já a Lady Bertram de Angela Pleasence é bem marcante, pois ela parece estar interpretando uma pessoa drogada em tempo integral. Já vi a atriz em outros papéis e ela criou uma Lady Bertram absolutamente genial, sempre falando baixo e arrastado, cochilando no sofá e carregando o cachorro para lá e para cá. figuraça.


Outra interpretação muito marcante é a de Jackie Smith-Wood como Mary Crawford. A personagem é bem humorada, crítica e inteligente lembrando bastante Elizabeth Bennet, só que seu caráter é duvidoso. Jackie Smith-Wood oferece uma Mary cheia de vivacidade e interage muito bem com Nicholas Farrell (Edmund) e Sylvestra Le Touzel (Fanny). Mary nunca deixa de expressar seu desagrado com a carreira escolhida por Edmund, ela não finge a este respeito. Ela também parece genuinamente simpática para com Fanny. O problema é sua devoção ao irmão e a crença de que o maior erro de Henry e Maria não foi o romance extraconjugal e a fuga, mas a falta de discrição. E, claro, ela culpa Fanny por não ter aceito o casamento com seu irmão, salvando-o da desonra.

Aliás, há quem realmente acredite que Fanny pudesse “salvar” Henry, reformá-lo. Sinceramente? Só pela minissérie fica difícil acreditar que Henry se apaixonou por Fanny. Não sei se é a interpretação de Robert Burbage, que nunca consegue me passar confiança sobre seu amor por Fanny, ou é coisa do livro mesmo. O fato é que quando ele cisma de fazer Fanny se apaixonar por ele só por crueldade, eu acredito. É algo plausível. Agora, quando ele volta no capítulo 5 e diz que se apaixonou, foi difícil de digerir. E não terminei a série mais cedo por causa disso. As cenas dele se dizendo apaixonado me pareceram tão falsas... Só quando ele vai atrás de Fanny na casa dos pais dela, eu consigo acreditar um pouco... Já os olhares dele para Maria, a bela e talentosa Samantha Bond (*ela está em Downton Abbey*), são muito reais. Há química entre os dois, já com Fanny...

Falando em Fanny, eu gostei da atuação de Sylvestra Le Touzel. Ela começa muito retraída e vai desabrochando ao longo da série. Ela não é bonita, mas consegue passar grande simpatia e nos ganha pelas suas virtudes. Ao contrário da Billie Piper que parece totalmente fora do lugar como Fanny Price, Le Touzel se apossa da personagem, lhe dá identidade. Eu torci por Fanny e cheguei a conclusão de que dentro das limitações impostas à personagem, ela é a que tem o status mais frágil de todas as heroínas de Austen, ela mostra ter grande caráter. Como o elenco é muito bom, Fanny consegue brilhar sempre. Não há, como ressaltei acima, química entre Fanny e Henry, mas suspeito que é coisa do livro, porque mesmo em relação a Edmund, não há emoção no desenlace.


Sabemos que Fanny o ama e Le Touzel é muito competente em expressar isso em gestos e olhares, mas o final é muito morno. Edmund casa com Fanny porque, bem, ela parece estar ali mesmo... Não há paixão da parte dele, há convencimento das virtudes da prima. Eu não considero esse final pouco realista, ele só é frio mesmo. Para Fanny é uma recompensa e o problema não é ela. Edmund é que é, repito, o mocinho mais sem sal de Jane Austen, o mais chato e mentalmente limitado. E nem a excelente interpretação de Nicholas Farrell pode mudar isso. Outros destaques, eu diria, Jonathan Stephens, como o simpático e infeliz Rushworth. As cenas dele com Fanny, que sabe, como nós, que ele está sendo traído pela noiva, Maria, são muito bons. E tem Mr. Yates com seu figurino que me lembrou de cara o Sir Percy de Scarlet Pimpernel. E aquele cabelo? Impossível olhar para o sujeito sem rir...

De resto, o figurino é muito bonito e elegante. A reconstituição de época é primorosa. Acredito que é até superior a de Orgulho & Preconceito 1980. Eu não me arrependi de comprar os DVDs. Agora, preciso de coragem para encarar as versões que eu sempre largo e comparar com esta. Ah, sim! Há uma crítica que já vi a esta versão e que precisa ser comentada. No livro, Fanny pergunta ao tio, Sir Thomas, como está o tráfico de escravos. E ninguém responde, todos se calam. Curiosamente, essa pequena cena é interpretada de várias formas. A maioria vê no silêncio um constrangimento em relação ao comércio humano.

Olha, poderia ser muita coisa e nada. Ignorarem Fanny era normal e não há nenhuma outra menção à escravidão no livro. Eu procurei, fiz a busca na copia digital e não há nada que coloque Mansfield Park como um romance abolicionista ou a personagem Fanny como alguém contra a escravidão. O povo imagina coisas demais, ou está trabalhando com material extra-livro, neste caso, o contexto da época e as cartas de Jane Austen. O que quero dizer é que a omissão de uma pequena cena não compromete, nem arranha a adaptação. Eu recomendo a série de 1983 para os fãs de Mansfield Park, porque foi a versão que mais se aproximou do livro e tem um elenco de primeira linha.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mais nomes do elenco de Ōoku: Arikoto Iemitsu Hen



Já sabíamos que Ōoku: Arikoto Iemitsu Hen (大奥[有功・家光篇]) teria como protagonistas Mikako Tabe como Iemitsu e Masato Sakai como Arikoto. A edição da revista Melody publicada hoje trouxe outros nomes do elenco. Consegui traduizir aqueles que estavam listados no Comic Natalie. Yumi Asou será Kasuga, personagem chave nos volumes 2 e 3 de Ōoku, ela é a mentora da protagonista, para o bem e para o mal, por assim dizer. E Danta Yasunori será Matsudaira. Já Koki Tanaka, Hiroyuki Hirayama e Nao Minami não sei quais papéis farão, mas imagino que os dois rapazes sejam um o pai da primeira filha de Iemitsu e o outro o dicípulo de Arikoto. A moça pdoe ser uma das prostitutas que são obrigadas a fazer sexo com Arikoto para que ele mostre se é competente, ou não, para ser introduzido à presença da jovem shogun. Já Takashi Naito é um ator mais velho e não consigo imaginar qual será o seu papel. O dorama estréia em outubro.


A melody trouxe outras informações bem importantes. Os volumes 8 e 9 de Ōoku serão lançados simultaneamente no dia 3 de dezembro. E nem quero imaginar quando o volume #8 vai sair pela VIZ... Já o filme, como já sabíamos, estréia no cinema no diz 22 de dezembro. Fumi Yoshinaga disse em entrevista tempos atrás que o mangá fecharia no volume 12 e eu tenho muita curiosidade de como ela conduzirá a história pós Yoshimune. Ainda no CN, temos informação sobre o outro mangá carro-chefe da Melody, Himitsu – Top Secret (秘密 トップ・シークレット), de Reiko Shimuzi. O penúltimo e o último volume (11 e 12) serão lançados juntos no diz 29 de outubro. Eis outro mangá que eu queria licenciado nos Estados Unidos para que eu pudesse comprar, porque aqui no Brasil, sem chance.

L♥DK comemora 2 milhões de exemplares vendidos



L♥DK de Ayu Watana é publicado na revista Betsufure e sempre aparece entre os títulos mais vendidos. Segundo o Comic Natalie, a autora desenhou ilustrações especiais para canecas comemoraticas (mugs) e um Dakimakura (抱き枕) com o protagonista Shuusei Kugayama. Dakimakura são aqueles travesseiros do tamanho de uma pessoa. Normalmente, eles são feitos com menininhas daqueles animes focados em um público otaku masculino. Acho que é o primeiro Dakimakura de shoujo e com um garoto que eu vejo...


Enfim, são 100 canecas e 30 dakimakura. Se entendi bem, haverá um concurso ou sorteio promovido pela Betsufure, não vai ser vendido, não. E haverá um booklet na próxima edição da revista que publica a série. Não estranharia se anunciassem um dorama ou até um anime.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Seriados: Estréias e Retornos



Estou com duas páginas abertas aqui no PC e pretendia fazer um post rápido sobre World Without End, minissérie baseada no livro de Ken Follet que é continuação de Os Pilares da Terra. Daí, pensei, “Eu, por que não fazer um post juntando outras séries?”. É isso, em setembro e outubro há várias coisas estreando ou retornando.


World Without End estréia no dia 17 de outubro. Eu tenho o livro aqui em casa faz tempo, mas ainda não li. Filmarem tão rápido só mostra quão grande foi o sucesso de Os Pilares da Terra (*ainda que eu tenha odiado muita coisa na adaptação e, por isso, só comentei dois episódios*). Eu não tinha ficado muito empolgada com World Without End, que se passa 200 anos depois do original, mas quando vi o figurino, achei tão espetacular, que preciso dar uma olhada. O trailer também é um convite. Como não li o livro, não vou passar a raiva que passei antes.


Outra série que merece uma olhadinha é Parade’s End, estrelada por Benedict Cumberbatch (Sherlock). O primeiro episódio foi ao ar no dia 24 de agosto (sexta) e eu preciso baixar. A história se passa mais ou menos na mesma época de Donwton Abbey e parece ser a reação da BBC ao sucesso de Julian Fellowes na ITV. Tem I Guerra e parece que a personagem do Cumberbatch, Christopher Tietjens, sofre um pouquinho nas mãos da esposa, mas encontra o amor com uma sufragista. As imagens que vi são bonitas e convidativas e tem o Benny. O problema é que pouco antes da estréia ele deu entrevista dizendo que vai migrar para Hollywood. Sinceramente? Acho que ele pode estar fazendo uma grande bobagem... Por conta disso, seria a última temporada de Sherlock. Espero que ele mude de idéia.


Falando em início do século XX, temos o retorno de Downton Abbey em 16 de setembro. O fandom está fervilhando com fotos, especulações e três teasers que saíram até o momento. Sabemos que teremos um casamento, mas não se sabe se de Mary ou Edith. Acredito que da segunda. Temos, também, um funeral e eu suspeito que Maggie Smith esteja se despedindo. E a terceira temporada tem Shirley MacLaine como a mãe de Cora, a esposa americana do Conde. Estou com saudades de Downton Abbey. A segunda temporada teve muito de novelão, espero que dêem uma segurada, mas o fato é que aquela história do sujeito dizendo que tinha sobrevivido ao naufrágio do Titanic precisa ser resolvida e tem o Mr. Bates que precisa ser solto...


E, por fim, temos Elementary, a versão americana do Sherlock nos dias de hoje. Bem, bem, estréia em setembro, devo assistir o primeiro episódio, mas espero o pior. Acho que vai ser uma séria muito ruim. Jonny Lee Miller não me convence em papel algum e como Sherlock Holmes menos ainda. Mas acho que a série vai durar mais de uma temporada.

domingo, 26 de agosto de 2012

Memorial Book comemora os 30 anos de carreira de Saki Hiwatari



A edição da revista Betsuhana publicada no último dia 25 de agosto trouxe o Saki Hiwatari’s 30th MEMORIAL BOOK (日渡早紀 30th MEMORIAL BOOK), comemorando as três décadas de carreira de uma das mais brilhantes mangá-kas de sua geração. Segundo o Comic Natalie, o livro traz entrevista com a autora, cronologia de sua carreira e enfoca todas as suas séries desde as primeiras até suas grandes obras primas, como Please Save My Earth ou Boku wo Tsutsumu Tsuki no Hikari (ボクを包む月の光). É item que não pode faltar na coleção de nenhum fã da autora.


Outra notinha é referente ao lançamento do volume #49 de Glass Mask (ガラスの仮面). Se entendi bem o CN, a próxima edição da revista trará cartas de karuta da série. Falando em karuta de Glass Mask, além do volume #29 foi lançado uma edição especial sobre o jogo com 64 páginas e um CD. Bem, lembrando de Chihayafuru (ちはやふる), deve ser a leitura das cartas para que você possa jogar sozinho. Há uma amostra aqui.

Romance de Kato Shigeaki vira mangá na revista Asuka



A mangá-ka Mio Fujisaki emprestou seu traço para transformar o romance de Kato Shigeaki, idol do grupo NEWS (Johnny's Entertainment), em mangá. Segundo o Comic Natalie, Pink to Gray (ピンクとグレー) estreou na última edição da revista Asuka. Há uma entrevista com o autor na edição #10 da revista. A série trata de uma amizade que começa na infância, mas os amigos tomam rumos diferentes na vida. Bem, levando-se em conta o histórico da revista Asuka, é possível que o próximo passo seja um dorama ou anime.

Tomoko Yamashita fala de moda em sua nova obra



O Comic Natalie trouxe uma notinha falando do lançamento de Hadaka de Soto ni wa Derarenai (裸で外には出られない), que traduzido seria algo como “Você não pode ir lá fora pelado”. Se entendi bem, não é um mangá, mas uma coletânea de comic essays que Yamashita publicou na revista Cocohana dando conselhos sobre moda com muito bom humor. Há um sorteio de brindes para quem comprar o volume e enviar o obi (*a tirinha que envolve o mangá*) para participar. Serão 50 presentes ao todo, acho que são toalhas.

Novo trailer de Yamato com Makka no Scarf



Esse é o novo trailer de Yamato 2199 (宇宙戦艦ヤマト2199 - Uchuu Senkan Yamato 2199). Quem está acompanhando pelo menos as notícias (*tipo eu*) estava se perguntando se o 1º encerramento Makka no Scarf (真っ赤のスカーフ)não iria entrar na voz poderosa de Isao Sasaki. Pois bem, o trailer do próximo movie (*que é coletânea com uma seqüência de episódios*) já saiu e Makka no Scarf está nela. Aproveitei para colocar a imagem das 5 (CINCO) personagens femininas da tripulação. Olhe que isso é uma grande melhora em relação ao original, no qual Lola (Yuki Mori) era a única mulher à bordo e era faz tudo (*tinha tantas funções que deveria ser a oficial mais competente da nave*) e namorada do herói. Agora, segundo meu marido, nós temos: Lola (*oficial navegadora*), uma piloto (*a de preto*), uma oficial de inteligência (*de óculos*), a enfermeira (*peituda fanservice de ahoge imenso*) e outra oficial (*que só tem 17 anos*). Todas têm nomes, então cumpriu-se o primeiro ponto da Bechdel Rule... Incrivelmente, só o primeiro... Vamos esperar. Preciso sentar para assistir esse novo Yamato.

Ranking da Taiyosha



Antes que a Taiyosha libere o próximo ranking, eis os títulos shoujo e josei mais vendidos da semana. No top 10 geral, temos Tonari no Kaibutsu-kun ocupando a 8ª colocação, a queda foi pequena, já que o volume estava em 6º lugar na semana passada. O top 10 de shoujo teve uma dança das cadeiras, como melhora de Stardust★Wink e Sakura Hime Kaden, algo registrado, também, no ranking da Oricon. As novidades ficam por conta dos mangás da Princess Gold, o clássico Eroica – que comemora 30 anos – e Yajikita Gakuen Douchuuki II. Mousou Elektel é o estranho no ninho, já que é BL mesmo, de revista específica.

Em josei, houve pouca mudança, também. Seito Shokun! Saishuushou Tabidachi tomou o primeiro lugar, permanecem outros títulos josei (*de verdade*) como Helter Skelter, Kakukaku Shikajika. Temos o volume normal e especial de Sekaiichi Hatsukoi resistindo e são os únicos BL em josei esta semana. Aliás, o ranking de josei tem estado mais centrado nas últimas semanas, por assim dizer. Temos ainda os títulos da ARIA, como Junketsu + Kareshi, que deveriam estar em shoujo. E há um josei Harlequin-like, Sabaku no Ouji to Sarawareta Reijou, por assim dizer, porque é baseado em livro de banca, mas não é da Ohzora. A autora do original, Hot Sahara Wind, chama-se Emma Wildes. A capa, aliás, é cafonérrima.

SHOUJO
1. Tonari no Kaibutsu-kun #10
2. L.DK #10
3. Sakura Hime Kaden #11
4. Stardust★Wink #9
5. Yajikita Gakuen Douchuuki II #4
6. Eroica Yori Ai wo Komete #39
7. Suki-tte Ii na yo。 #9
8. Mousou Elektel #3
9. Suki desu Suzuki-kun!! #17
10. Gakuen Babysitters #6

JOSEI
1. Seito Shokun! Saishuushou Tabidachi #5
2. Ohitorisama Monogatari #4
3. Hibari no Ashita #1
4. Ani ga Imouto de Imouto ga Ani de。 #1
5. Sekaiichi Hatsukoi #7
6. Sabaku no Ouji to Sarawareta Reijou
7. Sekaiichi Hatsukoi #7 Special Edition
8. Kakukaku Shikajika #1
9. Junketsu + Kareshi #5
10. Helter Skelter

sábado, 25 de agosto de 2012

Young Animal comemora 20 anos em grande estilo



A revista seinen Young Animal está comemorando 20 anos do lançamento da sua primeira edição e, segundo o Comic Natalie, com um festival em Akihabara. O evento serve para o lançamento do novo anime de Berserk (ベルセルク), baseado no original de Kentaro Miura, com direito a talkshow e tudo mais. O foco principal é Berserk, mas há espaço para outras séries da revista na grande exposição de originais. E uma das séries mais importantes da revista é Sangatsu no Lion (3月のライオン) de Chica Umino. Há várias imagens no CN, dê uma olhadinha só.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ranking da Oricon



A semana no ranking da Oricon não foi das mais brilhantes para os shoujo e josei, mas foi bem curiosa. É raro ter um mangá melhorando de posição, mas esta semana tivemos L.DK, Stardust★Wink, Sakura Hime Kaden e Seito Shokun! Saishuushou Tabidachi subindo. Este último, continuação josei de um clássico dos anos 1980, nem estava entre os trinta mais vendidos. Aliás, no ranking da Taiyosha da semana passada, a série aparecia em terceiro lugar no ranking de josei. E por conta disso, não sei se seu salto foi mais expressivo que o de Stardust★Wink que saiu de um modesto 24º lugar na semana passada para um 17º, Sakura Hime Kaden também conseguiu um bom fôlego, pois foi do 21º para o 18º. Tendo um quadro desses, é difícil apostar em quem fica ou quem sai para semana que vem. Tonari no Kaibutsu-kun e L.DK ficam, os outros são uma incógnita.

7.Tonari no Kaibutsu-kun #10
8. L.DK #10
17. Stardust★Wink #9
18. Sakura Hime Kaden #11
24. Seito Shokun! Saishuushou Tabidachi #5

Mangá Josei de Horror ganha dorama



O Comic Natalie trouxe uma matéria falando que a atriz Mine Azusa será a protagonista de Shi to Kanojo to Boku (死と彼女とぼく), dorama baseado na série de Madoka Kawaguchi. A série – que tem alguma coisa em scanlation – tem como protagonista Yukari, moça que é capaz de ver os mortos, e Yuusaku, rapaz que “ouve” fenômenos para paranormais. Segundo o Manga News, esses poderes dos dois os coloca em situações complicadas, claro, mas os ajuda a crescer como seres humanos. A estréia é no dia 21 de setembro, na TV Asahi. É a primeira protagonista de Mine Azusa.