sábado, 31 de outubro de 2020

Ranking da Oricon: Três semanas de uma vez


Fiquei duas semanas sem postar os rankings, mas, enfim, desde semana passada com a estreia do filme de Kimetsu no Yaiba nos cinemas japoneses, este mangá domina o ranking.  Esta semana, por exemplo, todos os volumes, edições normais e especiais, estão nos trinta mais vendidos da semana.  O Sora News chegou a falar disso, inclusive.  No ranking atual, não há shoujo, nem josei, nem BL.


Na semana passada, temos alguma coisa, Chihayafuru, Cardcaptor Sakura ~Clear Card-hen~, Yubisaki to Renren, a série da universitária que é deficiente auditiva.  Lembram?  Eu fiz resenha.  Na semana anterior, a mais lá atrás, temos Seijo no Maryoku wa Bannou desu no top 10, logo terá anime, além de Yakumo Tatsu: Arata.


1. Kimetsu no Yaiba #22
2. Kimetsu no Yaiba #8
3. Kimetsu no Yaiba #1
4. Kimetsu no Yaiba #9
5. Kimetsu no Yaiba #10
6. Kimetsu no Yaiba #2
7. Kimetsu no Yaiba #7
8. Kimetsu no Yaiba #3
9. Kimetsu no Yaiba #4
10. Kimetsu no Yaiba #11

1. Kimetsu no Yaiba #22
2. Chihayafuru #45
3. Cardcaptor Sakura ~Clear Card-hen~ #9
4. Kimetsu no Yaiba #8
5. Goblin Slayer #10
6. Kimetsu no Yaiba #7
7. Kimetsu no Yaiba #1
8. Kimetsu no Yaiba #9
9. Kimetsu no Yaiba #2
10. Kimetsu no Yaiba #10
28. Yubisaki to Renren  #3

1. Kimetsu no Yaiba #22
2. Yakusoku no Neverland  #20
3. Kimetsu no Yaiba #22 Edição Limitada
4. Jujutsu Kaisen  #13
5. BURN THE WITCH #1
6. Black Clover  #26
7. Seijo no Maryoku wa Bannou desu #5
8. Yuusha Party wo Tsuihou Sareta Beast Tamer, Saikyou Shuzoku Nekomimi Shojo to Deau #4
9. Owari no Seraph  #22
10. ONE PIECE 97
17. Yakumo Tatsu: Arata #4

Comentando Scooby Doo - The Movie (EUA/2002): Divertido, mas com muito Fanservice para um filme infantil


Vai ser uma resenha rápida, mas acho que preciso deixar alguns comentários sobre o filme Scooby Doo de 2002.  Não, não tinha assistido.  A rigor, não seria o tipo de filme que me faria ir ao cinema, ou sentar diante da TV, mas com a Júlia, minha menina que agora tem sete anos, faz sentido usar uma hora e meia da minha vida vendo como transpuseram o desenho animado para o cinema.  Foi um programa de Dia das Bruxas com ela, por assim dizer.  E vi dublado e valeu a pena, porque são as vozes que eu cresci ouvindo, Scooby Doo para mim é o Orlando Drummond.  

O filme começa igualzinho um episódio do desenho animado, com todos os absurdos possíveis, só que a resolução do mistério leva à dissolução do grupo.  Velma (Linda Cardellini) não suporta a atitude de Fred (Freddie Prinze Jr.), que chama para si todos os holofotes, Daphne (Sarah Michelle Gellar) não quer mais ser a donzela em perigo, já Scooby e Salsicha (Matthew Lillard), nem são questionados sobre a dissolução da equipe.  Temos um salto de dois anos e o grupo se reencontra em um aeroporto indo para um parque temático onde eventos estranhos estavam ocorrendo.  Tudo, claro, foi artificialmente montado pelo vilão, ou vilões.  No início, eles querem trabalhar em separado, mas acabam voltando a agir como equipe e resolvendo o mistério.


OK, o filme foi divertido.  Foi uma surpresa ver Rowan Atkinson, comediante mais conhecido no Brasil por Mr. Bean, mas que tem uma carreira bem extensa e variada na Inglaterra.  Matthew Lillard está perfeito como Salsicha, acho que ele é o mais perfeito de todos.  Agora, o filme investe em estereótipos que foram pregados n as personagens ao longo do tempo.  Fred e Dafne, em especial, perdem muito com esse tipo de abordagem.

Nos desenhos originais, aqueles que eu assisti por duas décadas pelo menos.  Fred era o líder natural da  equipe, afinal, era homem, branco e bonito.  Ele não era orgulhoso, não era buro, era simplesmente uma personagem masculina padrãozinha que poderia ser encontrada na maioria dos desenhos da Hanna Barbera da época.  Transformarem o Fred em louro burro não me agradou muito e eu não consigo ver a personagem no ator que o interpreta.


Falando das meninas, bem, da mesma forma que Fred virou o loiro burro metido, e que fique claro que a coisa nem foi inventada para o filme, Daphne passou a ser a patricinha toda decotada (*no original, ela usava minissaia, meia calça e nada de decoe*) também burrinha, além de eterna donzela em perigo.  De novo, Daphne no original não era burra.  Nos desenhos dos anos 1960 e 1970 em que havia a moça burra, ela não era a protagonista, que, quando existia, normalmente, era a moça ruiva, como a Daphne, nem era a morena, que tinha uma função de antagonista ou encrenqueira, mas a moça loura.

Em Tutubarão, que é Scooby Doo no fundo do mar, temos a mesma estrutura, o rapaz que é o líder certinho, o grandão ruivo meio bobo, o bicho medroso que dá nome ao desenho, a menina loura meio burrinha, meio genial, meio avoada, e a morena encrenqueira.  Em Josie e as Gatinhas, que eu adorava, tínhamos quatro garotas e dois garotos, a estrutura era essa, a ruiva líder, linda e perfeita, a loura burrinha e de bom coração, a morena invejosa e barraqueira, e a novidade, a negra inteligente.  E, claro, Alan, o interesse romântico de Josie e Alexandra (*a morena) era idêntico ao Fred.  Já o outro rapaz, o empresário, era meio nerd, por assim dizer.  Resumindo, Daphne não era burrinha, rica, sim, mas não era cabeça de vento, ou idiota.  De resto, nada contra a Sarah Michelle Gellar, ela está ótima no papel.


E a Velma?  Ela é o cérebro do grupo, baixinha, com um corpo normal, de óculos.   Típica nerd, não é isso?  Vamos lá, a atriz, Linda Cardellini, é muito bonita, para mim, até mais que a Gellar, a eterna Buffy.  Ela não é baixinha e ela é magra.  A personalidade da Velma é a mesma, mas ela está sexualizada.  E isso vale para Daphne com seus decotes.  Aliás, a Velma, quando é capturada e tem sua mente controlada pelos vilões, retira os óculos, seu pullover e fica com uma blusa justinha, decotadíssima e com barriga de fora.  E não somente elas, temos participação especial de Pamela Anderson, toda sensual, e a quase namorada de Salsicha, Mary Jane (Isla Fisher), sempre está com decotes e pouca roupa.  Precisava?  Não.

E eu achei curioso, porque não há nada de sexual no filme, temos um beijinho muito casto entre Daphne e Fred, os atores se casaram e estão juntos ate hoje, mas as personagens femininas são muito objetificadas.  E eu me lembro de ter visto um meme tempos atrás sobre a Velma feminista-feia de algum filme mais recente e a bonita e sexy deste filme e da continuação e que nada tem a ver com a original.  Agora, se eu olho o character design das séries mais recentes, é nítido que a Velma está mais magra e mais alta.  Foi a fonte de inspiração para o filme, ou a película foi que influenciou os novos seriados?  Eu não vou mexer nisso, não, porque tenho mais o que fazer.


Mas este filme tem algo de ainda mais curioso.  Para muita gente, e eu não perco meu tempo pensando nisso, Velma é lésbica ou bissexual.  No desenho original, ou nas versões mais antigas que começaram em 1969 e seguiram pelos anos 1970, nada se fala ou se toca a respeito desses assuntos.  Mesmo quando os desenhos americanos da época indicavam a orientação sexual da personagem, normalmente hetero, eles eram assexuados.  Nada acontecia, nem um beijinho sequer.  Era uma marca das animações estadunidenses, que foi amenizado com o tempo, mas que mutia gente quer ver de volta, inclusive nos animes.  Enfim, nunca vi Velma interessada por ninguém e isso em desenhos daquela época nada indica sobre sua orientação sexual. Nada mesmo.

Agorw, neste filme, Velma arranja um namoradinho, ela é hetero.  Eu não teria problema com essas coisas, não fosse a forma como a personagem é construída.  Não vou atrás das discussões da época do lançamento, mas dada a construção da personagem no filme, acredito que é para marcar posição mesmo, oferecer fanservice e isso em um filme infantil.  Se você faz o inverso, isto é, marca que uma personagem é LGBTQ é o fim do mundo, o apocalipse.  Eu não reconheci a Velma, que era a minha personagem favorita de Scooby Doo na atriz que a interpreta. 


 
É isso.  Acho que Scooby Doo cumpre a Bechdel Rule, mas eu não tenho como dar certeza, não.  O filme é divertido, foi um bom programa de mãe e filha, mas tem esses poréns que, ainda bem, a Júlia não tem como perceber ainda.  O filme transformou Daphne, Fred e Velma em caricaturas deles mesmos, algo que está ainda pior no desenho mais recente, eu assisti uns episódios com a Júlia dia desses.  No caso de Velma, ela é colocada como um fanservice e há muitos fanarts e cosplays no Google para confirmar isso, assim como a Daphne e a menina por quem Salsicha está apaixonado.  Talvez, assista ao filme de 2004 com a Júlia, quem sabe?  Agora, essas coisas me parecem muito fora do lugar em um filme que em como seu público alvo as crianças.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Série da revista Cheese vai virar dorama e a história me parece muito confusa

Shanai Marriage Honey (社内マリッジハニー) de Emi Fujiwara tem 6 volumes e é publicado na revista Cheese.  Não vi o anúncio do dorama, mas, ontem, fotos dos protagonistas e do mangá original estavam no Twitter.  

Fui atrás de um resumo.  Nada no Bakaupdates, mas havia um no Dramawiki.  é o que segue: 

Um jovem casal,  Miura Manatsu (Itagaki Mizuki) e Haruta Ami (Matsui Airi), se casou quase imediatamente após se conhecer por meio de um aplicativo de namoro e não percebeu que trabalhava para a mesma empresa. Eles decidiram manter seu casamento em segredo de sua empresa e amigos. No início, ambas as partes pensaram que não havia problema em se casar sem amor, mas aos poucos foram se sentindo atraídas.

Como assim se casou sem amor?  Esse plot me sugere uma paixão avassaladora, porque se conheceram em um aplicativo e se casaram em seguida.  OK, vamos esperar mais informações.  Não tem scanlation, estreia no dia 13 de novembro, quinta-feira às 00:59 na MBS.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Exposição celebra a obra de Minako Narita

Vi no Comic Natalie e no Twitter que uma grande exposição com mais de 60 ilustrações está aberta no Japão desde o dia 23 de outubro celebrando a carreira de Minako Narita.  A mangá-ka estreou em 1977 e publicou alguns dos mangás que melhor capturaram a estética dos anos 1980.  Seus mangás mais importantes na época foram Cipher (サイファ), Alexandrite (アレクザンドライト), Alien Toori  (エイリアン通り) ou Alien Street e Natural (ナチュラル).  

Mais recentemente, ela se mudou para a revista Melody e está publicando desde 2003 Hana yori mo Hana no Gotoku  (花よりも花の如く) sobre o sonho de um rapaz de se tornar ator do tradicional Teatro Noh.

A ostra está ocorrendo em um edifício chamado Yurakucho Marui entre 23 de outubro e 9 de novembro.  Há itens da autora na lojinha, claro.  Se você estiver por perto, pode ser uma ideia legal visitar.  Não é um evento gratuito.  

A página da mostra é esta aqui.  E tem matéria no Comic Natalie, também.  No Twitter, vocês podem ver muitas fotos da exposição.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Ryou Ikuemi desenha capa de romance sobre homem trans

O Comic Natalie e o Manga Mogura publicaram a capa e informações sobre o livro Hige to Napukin (ヒゲとナプキン) de Hirotada Ototake.  Segundo o CN, o livro conta a história um homem, que foi designado como mulher ao nascer, e que passa por uma série de angústias no relacionamento com sua família e no trabalho, onde esconde esses detalhes sobre sua vida.  Além disso, sua companheira quer ser mãe e essa é uma questão com a qual o protagonista precisa lidar.  Eu acho que poderia dar um bom mangá essa história e que Ryou Ikuemi poderia ser a autora perfeita para desenvolver esse projeto.

Kaze Hikaru terá um gaiden em novembro

Zero surpresa para mim, mas fiquei sabendo pelo Manga Mogura  hoje que Kaze Hikaru ganhou um gaiden chamado Ooedo Shingengumi ~Kaze Hikaru Another World~ (大江戸新選組!~風光るアナザーワールド~).   O capítulo especial tem 75 páginas e estará na edição da revista Flowers que será lançada em 27 de novembro.  Enfim, espero que a autora consiga ir além de Kaze Hikaru, que produza um novo sucesso, mas acredito que ela vai ficar agarrada em sua série de maior sucesso por algum tempo ainda.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Ōoku chega ao seu final em dezembro

  

O Comic Natalie trouxe a ilustração da revista Melody anunciando o último capítulo de Ōoku (大奥) de Fumi Yoshinaga na edição que sairá em dezembro, a revista é bimestral.  A série apresentou uma história alternativa na qual os homens foram dizimados por uma moléstia, a varíola vermelha, no início do século XVII e as mulheres tiveram que assumir o comando do país.  A doença foi recuando lentamente e com a vacina, se me lembro bem, desenvolvida nos volumes #9-10, os homens conseguiram ir retomando o poder. Nos últimos dois volumes lançados em inglês, a história, infelizmente, vem andando de lado, pois a autora se esticou demais e está deliberadamente evitando desenhar a Guerra Civil que colocou fim ao Shogunato Tokugawa.  O que isso significa?  Que o mangá pode não terminar tão bem quando poderia.  

O mangá começou a ser publicado em 2005, já teve série de TV, dois filmes para o cinema e eu torço por mais.  A série fechará com #19 volumes, o último encadernado será lançado em 26 de fevereiro.  Nada impede Yoshinaga de produzir algum material extra, a própria estrutura do mangá, muito episódica, apesar de uma história geral de fundo, facilitaria isso.  Vocês encontram as resenhas de #15 volumes da série no blog, basta clicar na tag Ōoku no post.  Eu preciso resenhar os dois últimos volumes que tenho em mãos.

Thermae Romae terá novo anime na Netflix

Olha, tem aparecido tantos anúncios de animações que eu gostaria de assistir nos últimos dois, três dias, que nem sei.  Agora, a Netflix anunciou que Thermae Romae  (テルマエ・ロマエ), de Mari Yamazakim, vai receber uma nova animação com o nome de Thermae Romae Novae.  A série, cujo mangá foi lançado no Brasil, trata da paixão pelos banhos públicos, algo compartilhado pelos antigos romanos e pelos japoneses.  O protagonista da série se chama Lucius e ele viaja no tempo, indo e voltando, para a Roma do século II, reinado de Adriano (117-138) e o Japão atual.

Thermae Romae foi publicado entre 2003 e 2013 na revista Comic Beam.  A mangá-ka, Mari Yamazaki morou em vários países, como Itália, Portugal e Estados Unidos.  Não sei por onde ela anda agora, mas ela tem uma grande fascinação pela História e trabalha muito bem fazendo humor com acontecimentos do passado e esse entrelaçamento entre o ontem e o hoje.  Ela tem mangás sérios, também, Plínio, que fala novamente da Roma Antiga, é um mangá bem denso e talz.  

Thermae Romae teve anime em 2012, é divertido, mas é em flash, bem simplezinho mesmo.  Mas a série teve filme no mesmo ano, também, e estrelado por  Hiroshi Abe.  Sim, japoneses fazendo papel de romanos, mas não serei eu a reclamar de Hiroshi Abe com roupa romana, ou sem roupa.  O mangá saiu no Brasil pela JBC e é bem legalzinho, são somente 6 volumes.  é possível comprar usados, ou de terceiros, no Amazon (*Vol.1 - Box com 6 volumes*).

Netflix vai produzir série animada de Gokushufudou: The Way of the House Husband

Confesso que ainda não li nada de Gokushufudou: The Way of the House Husband  (極主夫道) de Oono Kousuke, mas nunca li ninguém comentando sobre ela que não fosse para elogiar.  Este mês estreou um dorama baseado no mangá estrelado por Hiroshi Tamaki.  O resumo da série, que tem 5 volumes até o momento, é a seguinte: "Tatsu, um chefe yakuza infame e temido apelidado de "o Dragão Imortal", se aposenta do crime para se tornar um dono de casa para que ele possa apoiar Miku, sua esposa kyariaūman (career woman = mulher que tem uma careira). A série episódica retrata uma variedade de cenários cômicos, tipicamente em que o trabalho doméstico banal de Tatsu como dono de casa é justaposto contra sua personalidade e aparência intimidantes, e seus frequentes encontros com ex-associados e rivais da yakuza." Estreia ano que vem.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

2021 promete: Anunciado o anime de Kageki Shoujo

 A primeira vez que comentei sobre o mangá Kageki Shoujo (かげきしょうじょ!)  de Kumiko Saiki foi em 2015.  A série, que gira em torno de uma escola ao estilo da que forma as atrizes do Teatro Takarazuka, teve um percurso interessante. O mangá estreou na revista Jump Kai, uma publicação seinen que foi cancelada em 2014, e em 2015 foi levada para a Melody, que é uma revista shoujo limítrofe, isto é, para uma audiência mais velha, é onde sai, por exemplo, Ōoku (大奥).  O primeiro volume da série saiu com recomendação de Riyoko Ikeda, autora da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら).  A última edição da revista Melody traz Kageki Shoujo na capa e o anúncio de uma animação em 2021.  Maravilhoso, eu diria.  O ponto de partida da série é o seguinte:

Kageki Shoujo!! fala de um clube Takarazuka-like em um internato feminino e acompanha duas amigas, Narada Ai e Watanabe Sarasa.  As duas dividem o quarto e, apesar de muito diferentes, acabam se tornando amigas.  Aliás, a amizade das duas parece ser impulsionada pela rede de intrigas e perseguições.  As duas novatas querem entrar para o clube, que sendo muito seletivo e disputado, não oferece tantas vagas assim.  As que já pertencem ao clube não vêem as duas amigas com bons olhos, afinal, elas parecem competente e  Sarasa que se tornar uma estrela e interpretar Oscar-sama nos palcos.  Bingo!  Eis o motivo do comentário de Ikeda. 

Sarasa é alta e canta bem, mas é ruim em todo o resto.  Pelas imagens do mangá que eu peguei, deve ser a garota bem humorada, expansiva e desastrada.  Já Narada é uma ex-idol que se aposentou por causa de um escândalo... Ela tem segredos!  E tem um namorado, apesar das colegas de escola intriguistas não acreditarem.  É isso, por enquanto.  Espero que logo soltem um trailer.

domingo, 25 de outubro de 2020

Tokyo Babylon terá novo anime em 2021

Minha filha disse que eu estou maluca, porque eu comecei a comemorar aqui: Tokyo Babylon (東京 BABYLON), uma das minhas séries favoritas da CLAMP, terá anime para a TV em 2021.  Está no Comic Natalie, com trailer e tudo.  Tokyo Babylon foi publicado na revista Wings entre 1990 e 1993 e tem 7 volumes.  A história teve animação, também, dois OAVs, um em 1992 e outro em 1994.  

Tokyo Babylon conta a história de Subaru Sumeragi, o 13º chefe do clã Sumeragi.  ele é um onmyouji, uma espécie de exorcista. Junto com sua irmã gêmea Hokuto e o misterioso veterinário Seishirou, Subaru viaja por Tóquio, acalmando os fantasmas que ameaçam a cidade.  O problema é que Seishirou não é quem parece e Subaru e ele se apaixonam, mas o final da história não será feliz para ninguém.  Subaru e Seichirou aparecem como inimigos no mangá seguinte da CLAMP, X-1999.  Aguardemos mais detalhes sobre a série.  E, claro, o mangá deve ser relançado no Brasil, eu imagino.

Produtos de Gokinjo Monogatari lançados no Japão

Gokinjo Monogatari (ご近所物語) é um dos grandes seriados de Ai Yazawa, e já deveria ter saído no Brasil.  Pois bem, segundo o Comic Natalie, as lojas da 3COINS vão lançar uma série de produtos exclusivos da série e que estarão à venda entre o dia 31 de outubro e 15 de novembro.  Se entendi bem, a 3COINS é uma re de de loja onde praticamente todos os produtos custam 300 ienes, ou seja, três moedinhas de 100 ienes.  Olhando na página da loja, vi que há outras categorias como a 3COINS plus.

No CN há fotos de alguns produtos, mas na página da loja mesmo há algumas fotos a mais.  O guarda-chuva custa 500 ienes e, não, 300.  Sempre é legal quando lembram de séries antigas e é bom lembrar de Ai Yazawa.  Espero que ela retorne um dia.

Comentando Chocante (Brasil/2017): A recusa em sair dos anos 1990 e como isso pode render um filme divertido.

Sexta-feira, enquanto Júlia estava assistindo aula on line e eu acompanhando, decidi assistir ao filme Chocante.  Lembro de ter visto o trailer no cinema em 2017, 2018, mas não tinha con seguido ver o filme.  Não sei por qual motivo, lembrei dele e fui atrás do arquivo.  Enfim, começo escrevendo que Chocante é um filme mediano para bom que ganha brilho aos meus olhos, porque conseguiu reconstituir de forma competente a primeira metade dos anos 1990, aquele momento muito constrangedor da TV brasileira.  O filme é basicamente sobre um grupo de sujeitos que continua preso nos anos 1990, frustrados com o sucesso que eles acreditam que lhes foi roubado.  Mas vamos ao resumo da história.

Em 1995 a boyband Chocante era febre no Brasil inteiro com o hit Choque de Amor, porém o sucesso durou meros 8 meses.  A separação foi conturbada e nunca ficou explicado por qual motivo um dos componentes da banda, Téo  (Matheus Corcione), esmurrou o galã do grupo, Tarcísio (Rafael Canedo), no palco do programa do Gugu. Após 20 anos sem se verem Tim (Lúcio Mauro Filho), Téo (Bruno Mazzeo), Cley (Marcus Majella) e Toni (Bruno Garcia) tomaram rumos diferentes na vida e se reencontram no funeral de Tarcísio. 

Nostálgicos e estimulados pela presidente do fã clube da banda, Quézia (Débora Lamm), eles decidem retomar a banda para fazer um show comemorativo.  Por sugestão de Quézia, eles procuram o antigo empresário da banda, Lessa Vigário (Tony Ramos), que tinha perdido muito dinheiro quando da separação do grupo.  Ele topa empresariar o revival do Chocante, mas impõe a inclusão de Rod (Pedro Neschling), uma sub-celebridade de 20 e poucos anos, como quinto integrante visando atrair o público jovem. Só que ninguém pediu a volta do Chocante e mesmo eles não acreditam muito na possibilidade de um retorno bem sucedido.

Olha, Chocante é um filme muito gostosinho de se assistir e tem umas piadas que quem foi adolescente, ou jovem, na época em que o Chocante bombou irá entender muito bem.  Ao mesmo tempo, a película brinca com a defasagem - estética, tecnológica, musical - dos membros do Chocante em relação ás expectativas da juventude atual.  O filme não se furta de discutir mesmo que sem ser ácido demais temas sérios como a frustração com a perda da fama e a homofobia no meio artístico.

Todos os ex-membros do Chocante são adultos frustrados e que mentem sobre sua vida e carreira.  Téo e Tim são irmãos, mas mal se falam.  A personagem de Lúcio Mauro Filho é o mais ressentido, ainda que seja o único com uma profissão estável, uma família e condições de vida razoáveis, já que é médico oftalmologista do Detran.  Tudo o que ele tem não preenche seu vazio.  Tim acreditava ter talento, ser dentro do grupo aquele que poderia ter seguido uma carreira musical estável.  Em dado momento, ele diz "Eu poderia ser o novo Afonso (do Dominó) e para me tornar um novo Fábio Júnior, seria um pulo."  Não foi e ele culpa o irmão, Téo.  Por qual motivo ele esmurrou Tarcísio, afinal?

É interessante que Tarcísio, o galã, é o exemplo perfeito de como o racismo operava e opera no Brasil.  Ele era o único louro e com olhos claros do grupo e, consequentemente, o mais bonito dos rapazes.  Téo não conta os seus motivos, mas  ele guarda para si uma mágoa muito grande em relação ao ex-colega.  Se eu escrever o motivo, é um grande spoiler, mas acredito que vocês vão matar a charada, porque, enfim, é um segredo meio óbvio.  Mas Téo era o único dos rapazes que tinha uma namorada fixa e que os acompanhava nas turnês.  Eles se casaram, tiveram uma filha, mas o casamento não deu certo.  

Téo é cinegrafista, faz vídeos de casamentos, batizados e outros eventos, ele mal tem tempo para ver a filha e culpa a esposa por afastá-lo da menina e se sente humilhado, porque a ex-mulher casou-se com um engenheiro bem sucedido que ocupou o seu lugar no coração da filha.  A menina, que tem 13, ou 14 anos, Téo não consegue se lembrar direito, é interpretada por Klara Castanho e é muito compreensiva em relação ao pai, madura para a idade, por assim dizer, mas uma personagem bem crível.  Ela ama o pai e Téo, na medida do possível, tenta evitar que a imagem da mãe da menina seja arranhada por qualquer coisa que ele diga, mas a ex-esposa não o poupa de nada.

Toni e Cley formavam o outro duo do grupo.  Toni era o engraçadinho, o piadista.  Acabou tornando-se motorista de táxi e aplicativo.  Também não conseguiu montar uma família, é visto como traidor por seus colegas taxistas por ter virado Uber, e sente-se muito nostálgico em relação ao passado e o momento mais feliz de sua vida.  Já Cley, que mente trabalhar no setor de marketing de um supermercado, quando, na verdade, só anuncia as promoções do dia, era o pegador do grupo.

Se Tarcísio era o galã de cabelos louros, Cley era quem saia com as meninas, namorava com Paquitas, participava da piscina do Gugu.  Só que Cley, como fica meio óbvio desde a primeira aparição da personagem de Marcus Majella é gay.  A graça é que nenhum dos colegas jamais sonharia com isso e Cley quer continuar no armário caso o Chocante volte a se apresentar.  Pede para os colegas o policiarem para que ele não use expressões gays, por exemplo.  Toni é quem fica mais chocado, porque ele meio que se comprazia de contar as proezas do amigo.

O caso de Cley era incomum?  De forma alguma.  Um dos maiores galãs da época, Leonardo Vieira, explodiu na novela Renascer de 1993.  Ele demorou mais de 25 anos para assumir publicamente a sua orientação sexual e somente o fez por ter sido exposto.  E vejam, eu não estou dizendo que um artista, homem, ou mulher, precise publicizar esse tipo de coisa, tampouco que seja legítimo arrancar qualquer pessoa do armário, mas que um galã não seria galã nos anos 1990 se se assumisse homossexual.  Da mesma forma, não seria membro de boy band para o público adolescente.  Ele seria marcado e mesmo agora recebe mensagens de ódio, acredito que boa parte de ex-fãs furiosos.  

A TV brasileira da época era muito cruel e só admitia o homossexual caricato, que servia para fazer humor.  E não era somente aqui.  Lembro que quando se tornou público que o galã desde os anos 1960, Richard Chamberlain, era homossexual, isso lá em 2003, a mulherada de um grupo que eu frequentava no Orkut quase fez coro dizendo que não conseguiria mais assistir Pássaros Feridos e outros papéis românticos do ator.  Ele estava estragado.  É comum achar comentários em vídeos do ator no Youtube dizendo que ele parece fingir ter prazer em beijar uma mulher.  Em 2010, o ator recomendou a atores gays que ficassem no armário para conseguir trabalhar.

As coisas mudaram?  Um pouco eu diria, mas não muito.  Basta ver a entrevista do Vítor diCastro do Canal Deboche Astral sobre por qual motivo ele, que tem formação sólida como ator, preferiu a internet.  E não sei se colabora para a inclusão, aceitação e repeito pelos artistas discursos "progressistas" defendendo que atores gays devem interpretar personagens gays e não heteros.  O bom ator, gay, ou hetero, deveria poder interpretar qualquer papel, o problema é um artista ter que se fechar no armário para conseguir trabalhar, mais ainda, ter que performar o garanhão para não levantar suspeitas.  Cley fez isso.

Falando dos coadjuvantes, Toni Ramos aparece muito pouquinho.  É quase propaganda enganosa, porque, no trailer, ele tem uma participação longa.  A atriz que faz Quézia está ótima.  Ela é aquela figura que venera seus ídolos, que tem um altar em casa, que comprou tudo o que saiu deles e que vai apoiar os rapazes no seu retorno. A família de Tim é disfuncional, seu casamento é um fracasso, e um dos pontos altos do filme é quando os sujeitos, cada um em um espaço diferente decide chutar o pau da barraca cantando "Tô P da Vida", um dos maiores sucesso do grupo Dominó e uma música bem legal, diga-se de passagem.

Ah, sim, faltou falar de Rod.  Pedro Neschling está ótimo como a sub-celebridade em busca de cliques no Instagram e outras redes sociais e invocando o nome de Deus a todo momento, enquanto exibe seu corpo lascivamente para as fãs.  Ele não sabe nada sobre as boy band dos anos 1990 e os sujeitos do Chocante estão totalmente deslocados dessa cultura exibicionista das redes sociais.  Há um descompasso.  E Rod sempre está feliz e satisfeito mesmo quando tudo dá errado e tenta arranjar um jeito de ganhar cliques mesmo nesses momentos.  Seu maior triunfo é anunciar que foi chamado para Malhação.  Aliás, a primeira temporada de Malhação é exatamente de 1995.

Há participação especial de Sônia Abrão, que anuncia a morte de Tarcísio, algo que ela faria, com certeza, temos Gugu, mas são imagens de época com dublagem para anunciar o Chocante.  As sequências dos ensaios são muito boas, porque expõe tanto a breguice das coreografias dessas boy bands, quanto a falta de forma dos sujeitos.  Ah, um problema do filme, Tim mora em Macaé.  Gente, Macaé é bem longe do Rio, 184 km de estrada, com sorte, duas horas e meia de viagem.  Não seria em um piscar de olhos que Tim chegaria na capital, não.  O filme não cumpre a Bechdel Rule, mas ele é sobre um grupo de homens que não conseguiram crescer e se livrar do passado.

Enfim, o Chocante consegue seu retorno triunfal?  Veja o filme.  Eram muitas as bandas de garotos nessa época, algumas somente com uma música, um suspiro e eram esquecidas.  Nos anos 1980, eram clones do Menudo, uma boy band porto-riquenha, das similares brasileiras, Dominó teve uma durabilidade maior, ainda que a ideia fosse a mesma.  E, vamos combinar, o mesmo molde continua visível nos grupos coreanos que agora estão na moda.  Ah, sim, no final de Chocante temos o clipe "original' da banda com a música chiclete Choque de Amor.  Ela está logo no início do texto.  Não é um filme espetacular, longe disso, mas foi muito divertido assistir Chocante.

sábado, 24 de outubro de 2020

Comentando Um Namorado Para Minha Mulher (Brasil/2016): Se o filme é ruim, a culpa não foi da Sessão da Tarde

Anteontem, comentei no Facebook que, depois de muitos anos, tinha assistido um filme na Sessão da Tarde e o que a experiência tinha sido ruim.  Alguém debochou, insinuando que era o esperado da Sessão da Tarde.  Não sei qual a experiência de vocês, mas a Sessão da Tarde foi fundamental na minha vida durante muito tempo e já me ofereceu muitos filmes interessantes, divertidos, tocantes e mesmo impróprios para o horário, porque eu vivi o momento do fim da lei de censura e o oba-oba que se seguiu.  Meu primeiro contato com adaptações de clássicos da literatura para o cinema (David Copperfield, Os Três Mosqueteiros, Jane Eyre etc.), os filmes do John Hughes, aventuras juvenis como o Enigma da Pirâmide, grandes dramas (Conte Comigo, Melodia Interrompida, Abençoai as Feras e as Crianças) foi na Sessão da Tarde.  Então, eu realmente não faço pouco caso dessa sessão de cinema da TV aberta e só lamento que sua experiência tenha sido tão ruim assim.    

Enfim, anteontem fiquei na sala, assisti ao telejornal e acabei emendando com a Sessão da Tarde.  Motivo?  Era um filme nacional com a Ingrid Guimarães e o Domingos Montagner.  Como não tinha assistido Um Namorado Para Minha Mulher no cinema, achei que valia a pena dar uma olhada.  O filme, que não é uma comédia rasgada, vai simpático e meio óbvio até ter uma espécie de virada surpreendente quase no fim.  Só que a virada serve para coisa nenhuma e o filme termina de uma forma muito sem graça.  Eu realmente me surpreendi, inclusive com a capacidade de tornar o filme mais interessante no seu final.  Se preocupam com spoilers?  Eu posso jogá-los para depois do trailer.  Vamos ao resumo do filme.

Chico (Caco Ciocler) está cansado do relacionamento e das reclamações da mulher, Nena (Ingrid Guimarães). Depois de passarem 15 anos juntos, ele não tem coragem de pedir o divórcio. Decide seguir os conselhos dos amigos do futebol e contratar um amante para a esposa, a mulherengo Corvo (Domingos Montagner), na esperança de que ela se envolva com ele e acabe ela mesma com o casamento.

A abertura do filme de Julia Rezende é bem simpática.  O casal no parque, se divertindo, ouvindo música em uma grande sintonia.  "Legal.", pensei comigo, "Se eles se dão tão bem, como vão se separar?".  Daí, pulamos para o dia-a-dia do casal.  Nena não tem um emprego, inferniza o marido que é dono de uma loja de antiguidades, odeia os amigos dele e suas respectivas esposas.  O sujeito, que é muito bundão, decide, ou é convencido pelos amigos, de que seu casamento acabou e que ele precisa somente pedir o divórcio.  Ele não tem coragem e o treinador do time de futebol amador do qual participa, Lobo (Antônio Petrin), lhe oferece uma sugestão, conhece um sujeito, um profissional, especializado em destruir casamentos.

Chico aceita a sugestão e, como dinheiro não parece ser o problema, apesar de morar em uma casa que não é nenhuma mansão de novela da Globo e dirigir um carro modesto, contrata o cara e arca com todas as despesas dele no processo de conquista de Nena.  Corvo quer saber mais sobre Nena.  "Ela tem que sair todos os dias para que eu possa encontrá-la na rua.".  De novo, como dinheiro não é um problema, Chico conversa com um amigo, que tem uma pequena produtora de vídeos e um programa de Youtube, ou algo do gênero, Gastão (Paulo Vilhena), e pede que ele empregue Nena.  O salário será pago por Chico.  Nena, que é jornalista, não se empolga com a proposta, mas aceita.  

O primeiro contato com Gastão é péssimo, mas o jeito ácido e mal humorado de Nena termina sendo um sucesso com a audiência.  Enquanto isso, Nena acaba esbarrando repetidamente com Corvo, ele almoça com ela, passeia com ela, a leva para um circo (*Montagner era artista de circo, também*).  Nena fica mais alegre, menos rabugenta, mais bonita, enfim, agora, ela tem uma vida que é dela.  Não há mudança de personalidade, mas de atitude diante do mundo e isso é bem legal.  Como os artistas são ótimos, o filme mais ou menos estava agradável e, claro, temos o óbvio, o marido descobre que ainda ama a esposa e Corvo, o profissional, percebe que está apaixonado por Nena.

A partir daí, os amigos de Chico, que passaram a assistir o programa de Nena, querem impedir que ele desista do divórcio.  Afinal, ele não ama mais a esposa.  Chico passa a seguir Nena e Corvo.  Já o profissional, em outro desdobramento clichê, desiste do trabalho, entrega as notas do que gastou com Nena, e diz que vai tomá-la de Chico, vai conquistar Nena.  E o que acontece?  Nena descobre, óbvio, mas ela revela para o marido, com quem estava se relacionamento muito melhor, que está apaixonada por Gastão. Não vou comentar aqui como o filme termina, mas, enfim, a partir daí, o filme meio que foi erodido, não é nem uma questão de escolher o caminho fácil, é o percurso mesmo.  

Falando das questões de gênero no filme, Nena é extremamente crítica em relação aos papéis impostos às mulheres.  Ela não poupa ninguém no programa que apresenta com Gastão e isso faz com que ela ganhe fãs.  Há discussões sobre a questão da idade e como as pessoas julgam diferentemente homens e mulheres.  Gastão diz que uma mulher 40 anos não podem se vestir como se tivessem 20 e Nena descasca o sujeito no ar, porque ele se veste como se fosse um adolescente.  Em outra cena, Nena comenta que as meninas de 20 anos devem ter algum problema para se envolverem com sujeitos que poderiam ser e parecem ser seus pais.  Ela estava olhando um dos amigos do marido e a atual esposa, Mariana (Letícia Colin).  Nena deixa de ser amarga, mas não perde seu senso crítico.

O filme cumpre a Bechdel Rule, porque temos algumas mulheres com nome, elas conversam sobre temas que não necessariamente são os homens de sua vida, ainda que possam ser colocados no campo das "futilidades" femininas como horóscopo, moda e alimentação saudável.  Nena tem uma melhor amiga vegana  (Miá Mello) que tem uma banca em uma feira de produtos naturais, então, é com ela que a protagonista conversa e se abre.  Eu gosto da dinâmica das duas no filme, porque me lembrou a relação que eu tenho com as minhas melhores amigas.

Terminando, Um Namorado Para Minha Mulher não é um filme feminista, mas não diria que é machista, também.  Ele só é meio bobo, superficial e descolado da realidade, elitista mesmo, mostra uma classe média branca de novela do Manoel Carlos que só se torna palatável pra mim por causa de Ingrid Guimarães.  Poderia não terminar como eu imaginava, eu acreditei que teríamos um confronto entre os machos interessados por Nena, mas deveria ter terminado de forma menos morna.  E, não, o problema do filme não é ter sido exibido na TV aberta, porque ele pode estar no catálogo de qualquer streaming desse da vida e eu não sei, mas de ter um desfecho que me desagradou tanto.

Se você está aqui, não se importa com spoilers.  Enfim, o que me desagradou no final foi que Nena ficou com o marido.  Veja, ela poderia até se reconciliar com ele, mas foi de uma forma tão fácil, grande sem esforço da parte do sujeito depois de tudo o que aprontou.  Ficou parecendo que Nena redescobriu que sentia tesão por Chico e que pouco importava a canalhice que ele fez com ela.  E mais, apesar de se dizer apaixonada por Gastão, ele e Nena são somente parceiros de trabalho e o rapaz parece que nem foi comunicado do interesse da colega.  

Já Corvo, termina chorando por Nena, mas o roteiro sequer o coloca conversando com ela sobre seus sentimentos, tentando se desculpar, enfim.  Ele chega a confrontar Chico, mas é algo sem nenhuma função real na história salvo se virmos o filme como centrado no marido, que, venhamos e convenhamos, é uma personagem muito pouco interessante mesmo.  E não é culpa de Caco Ciocler, que é um grande ator, mas a personagem é ruim, ele faz um garoto grande que não cresceu e é incapaz de se posicionar diante da esposa e dos amigos.

E fica parecendo no final que a sequência original com o casal tão apaixonado estava fora de ordem, o que não é um problema, e que deveria se localizar temporalmente depois da reconciliação.  E é uma sequência legal e com uma boa trilha sonora.  O que não é legal é ver um sujeito banana fazer o que fez com a esposa e ser perdoado em um passe de mágica.  Não pode.  Uma comédia romântica decente pede um pouquinho mais que isso. 

Ano que vem teremos mais animação de Hetalia

Fazia tempo que eu não via nada de Hetalia no Comic Natalie, mas a série de Hidekaz Himaruya terá mais um animação, acredito que série para a TV, no ano que vem.  Essa nova animação será inspirada na série Hetalia (ヘタリア World☆Stars), que iniciou em 2014 na Shounen Jump.  A série de Hetalia que saiu no Brasil pela NewPop foi Hetalia Axis Powers (ヘタリア Axis Powers).  Ela está disponível no Amazon e no site da editora.

Para quem não se lembrar do que se trata Hetalia, é uma série que tem como personagens países antropomorfizados e que se passa principalmente na 2ª Guerra Mundial.  Os protagonistas são as nações do Eixo, com Alemanha e Japão tendo que carregar a Itália nas costas.  A ideia é essa mesmo.  Hetalia foi inventado quando o autor estava entediado nas aulas, acredito de História, e ficava desenhando no canto do caderno.  Quem nunca?  Enfim, a notícia do Comic Natalie dia que o mangá de Hetalia, que é 4koma (tirinhas) será retomado na Jump e que em janeiro o autor vai começar um mangá totalmente novo.