segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Conheça a Paris da Rosa de Versalhes


Semanas atrás comentei sobre um tour que Akiko Higashimura, de Kuragehime (海月姫), iria promover na Coréia do Sul.  Agora, o Comic Natalie comentou que Riyoko Ikeda vai promover um tour de 8 dias para Paris.  Entre os dias 13 e 20 de novembro, pelo menos 40 japonesas poderão conhecer as locações utilizadas na Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら), mangá, anime e filme.  Segundo o CN, a viagem sairá dos percursos comuns exatamente por isso, possibilitando, por exemplo, que as turistas conheçam a mansão que serviu de inspiração para ser a casa de Oscar.  O custo da viagem é de 378 mil ienes.  Ao que parece, Ikeda só organizará o roteiro e deixará mensagens pré-gravadas para as participantes.   Maiores informações aqui.


domingo, 29 de setembro de 2013

Suki tte Ii na yo。terá seu primeiro artbook


Segundo o Comic Natalie, para comemorar o filme para o cinema de Suki tte Ii na yo。(好きっていいなよ。), uma entrevista com a autora, Hazuki Kanae, foi publicada na revista Dessert lançada em 24 de setembro. Além disso, no início de 2014, um artbook com as capas da série publicadas na Dessert e as ilustrações especiais feitas pela autora.  Este é o primeiro artbook da série e da autora.  É isso! Agora é aguardar por alguma nova informação.

Makai Ouji em alta no Japão



Makai Ouji: Devils and Realist (魔界王子 devils and realist) está em alta por causa da animação e, segundo o Comic Natalie, o volume #8 da série, que sai no dia 25 de dezembro, terá edição limitada com booklet.  O nome do livrinho é Makai no Saisentan Fashion Shi・SABBATH  (魔界の最先端ファッション誌・SABBATH), acredito que seja sobre moda ou o figurino da série... Como não assisto o anime, nem leio o mangá, não tenho idéia.  Além dessa notícia, Makai Ouji está na capa da Comic Zero-Sum e tem um clearfile como brinde.  O CN também diz que os fãs poderão concorrer a um conjunto de cadernos de Makai Ouji ou, e eu acho que entendi direitinho, de Carneval (カーニヴァル).


Ranking da Oricon


Esta semana estou atrasada com os rankings de vendagens.  Peço desculpas desde já, porque a maior dificuldade será com o ranking do Comic List... Mas vamos começar com o da Oricon.  O desempenho dos mangás femininos foi bem razoável esta semana com oito títulos entre os 30 mais vendidos, dois deles, josei.  São três títulos no top 10, com Skip Beat como o melhor colocado e Chihayafuru logo em seguida.  L♥DK  se despede do top 10 e o último volume de Gakuen Alice talvez chegue lá na próxima semana.  Despedindo-se dos mais vendidos, provavelmente, pode ser até que surpreenda, está Yume no Shizuku, Kin no Torikago, de Chie Shinohara.  

3. Skip Beat! #33
4. Chihayafuru #22
10. L♥DK #13
12. Gakuen Alice #31
18. Tenshi 1/2 Hōteishiki #4
19. Boku o Tsutsumu Tsuki no Hikari ~Boku Tama Jisedai-hen~ #13
20. Yume no Shizuku, Kin no Torikago #4
22. Kyō no Kira-kun #6

sábado, 28 de setembro de 2013

Filme A Bela e a Fera francês se inspira em Hayao Miyazaki


Olhando o Yahoo hoje, descobri que, em 2014, teremos um filme francês da Bela e a Fera (La belle & la bete) nos cinemas.  Quer dizer, nada garante que estreará aqui, mas, na França, ele entra no circuito em fevereiro.  Olhando o verbete da Wikipedia, via que o diretor, Christophe Gans, o mesmo do Pacto dos Lobos, disse em entrevista que sua fonte de inspiração para o filme é a obra de Hayao Miyazaki.  Segundo o diretor, os filmes do mestre japonês “(...) são construídos sobre um sistema de valores humanos, ecológicos, civilizacionais, que transcendem barreiras culturais e representam para a opinião pública internacional a essência do sentimento mágico”.  OK, fiquei surpresa com a referência.


A Bela e a Fera será localizado em 1720 e tomou como base para o roteiro a versão do conto da escritora Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, de 1757.  Não é Disney, portanto, nem o famoso filme francês de Jean Cocteau.  Então, nada de ficar reclamando que a Bella tem que ser morena por causa da versão Disney.  No filme, a fera será interpretada por Vincent Cassel, que disse em entrevista que o filme será uma metáfora para o fim da aristocracia.  Vamos esperar... Já Bella será interpretada pela talentosa Léa Seydoux, de Les Adieux à la Reine (*Resenha aqui*) .  A música do filme é de Alexandre Desplat.  Tem tudo para ser um filme bem interessante.


Queria muito que alguém filmasse uma das versões mais hardcore de A Bela e a Fera, como a que a Bella não sofre de Síndrome de Estocolmo e mata a Fera no final, ou mata a Fera para ficar com o namorado, ou a em que o Príncipe vira Fera porque, adolescente, se recusou a transar com a feiticeira... Vou continuar esperando sentada... 

Autora de Sunadokei estréia seu novo mangá


Hinako Ashihara, conhecida no Brasil pelo seu mangá Sunadokei (砂時計), terminou recentemente sua série Piece, pegou umas curtas férias e, esta semana, iniciou uma nova série na revista Cocohana e a notícia está no Comic Natalie.  O nome do mangá é Bread & Butter e o resumo dado pelo Manga News é o seguinte: A heroína da história acabou de completar 34 anos e sonha em se casar.  Um dia, ela larga o emprego (*E quem vai sustentá-la?????*) e quer encontrar um marido.  Ela vai até uma agência de namoro, mas os dias passam, e ela não consegue encontrar o homem ideal. Então, um dia ela conhece um jovem encantador, que deseja se tornar um padeiro.  Bem, Ashihara é conhecida pela sua competência, vamos ver como ela desenvolve essa história.  


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Algumas palavras sobre a (*suposta*) adaptação americana de Hana Yori Dango

 

Fiquei pensando se valia ou não a pena comentar sobre essa tal versão americana live action de Hana Yori Dango  (花より男子), ou Boys over Flowers, como eles chamam por lá.  Enfim, Hana Yori Dango, pelo menos o seu plot central, não é difícil de adaptar.  Primeiro, temos aquele antagonismo entre mocinha e mocinho levemente inspirado em Orgulho & Preconceito.  Sim, este é o núcleo central da coisa; com direito a uma mãe deslumbrada que quer que a filha faça um bom casamento, isto é, conquiste um cara rico, a todo custo.  Depois, temos a mocinha pobre, mas topetuda, que é jogada em um ambiente cheio de adolescentes (muito) ricos e hostis, com destaque para os F4, os quatro moleques que podem te colocar no céu a ou mandar par ao inferno de acordo com seus caprichos.  Acrescente-se aí uma série de tramas menores para empurrar o casal principal e temos Hana Yori Dango.  

Poderia ser novela adolescente argentina, por exemplo, sem nenhum problema.  Só não daria para ser Malhação, porque as tramas juvenis brasileiras tendem a ser muito indigentes mesmo.  Estabelecido isso, é a forma como a autora – Yoko Kamio – conduziu a trama que consagrou a série em seu formato mangá e a feliz escolha de um elenco de atores para a adaptação live action que multiplicou ainda mais o sucesso da obra.  Já houve adaptações na Coréia do Sul, China e Taiwan (*Formosa*).  Eu amo Hanadan.  Passemos agora para a tal adaptação americana...


Segundo o site do Crunchyroll – e há várias outras fontes, já que está todo mundo comentando mesmo – em junho passado um grupo de fãs, o Wazego Collective, lançou uma campanha de arrecadação de fundos via Kickstarter – site tipo vaquinha que tem obtido bons resultados em alguns casos – para a produção da adaptação americana.  Eles queriam 100 mil dólares, conseguiram pouco mais de 1% do valor.  Ainda assim, o estúdio WillKinn Media abriu uma página oficial e correu para anunciar o elenco do que seria a versão americana de Hana Yori Dango chamada Between Boys and Friends.  Um... Sinceramente?  Ainda não acredito que vá sair, ainda que, como pontuei lá em cima, não veja nenhum mistério em adaptar Hanadan, a questão é fazer a coisa funcionar.

Na página da WillKinn Media podemos ver a linha básica da história, que parece se inspirar um pouco  no filme animado de 1997.  Ao invés do colégio, temos uma faculdade de dança para jovens privilegiados em Bervely Hills (*onde mais?*).  Tsukushi Makino, nossa protagonista, se chamará Zoey e é a única personagem que não teve uma atriz escalada.  Veja a complicação, você escala todo mundo menos a protagonista... Bom sinal?  Sei, não... de resto, temos um elenco multirracial e há fotinhos de todos os atores e atrizes circulando por aí. O moço aí embaixo, Joseph Almani, será Liam Montgomery, ou o Tsukasa Domyouji da versão americana.  É isso.  Estou fazendo o dever de casa, afinal, o Shoujo Café precisa falar dessas coisas...


Se tiver interesse, dê uma olhada no site do Shoujocast e ouça os programas sobre Hana Yori Dango  (*1-2*) e Orgulho & Preconceito (*1-2*), porque foram dos melhores que fizemos.  Se aparecer mais alguma notícia sobre a tal adaptação, eu comento aqui. ;-)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Calendário 2014 da Rosa de Versalhes


Enquanto o novo anime não vem (*nem tenho lá grande esperança*), já está a venda o Calendário 2014 da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) com o traço de Miki Himeno, que desenhava as personagens femininas na série de TV.  Shingo Araki desenhava as personagens masculinas.  O preço no CD Japan está bem razoável, mas é preciso jogar o frete em cima, claro.  Só lembrando, até o ano que vem estamos comemorando os 40 anos do mangá da Rosa de Versalhes.


Anunciado o final de mais um mangá...



Machi de Uwasa no Tengu no Ko  ~Spiritual Princess~ (町でうわさの天狗の子), de Iwamoto Nao, é um mangá muito elogiado e já foi incluído no guia Kono Manga ga Sugoi! de melhor mangá feminino.  Segundo o Manga News, a série terminará na edição da revista Gekkan Flowers que será lançada em 28 de outubro.


Já a capa da revista Flowers traz Ane no Kekkon (姉の結婚), de Nishi Keiko, e ficou muito bonita.



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Anunciado o final de Switch Girl!!


Parece que é temporada de encerramento de séries shoujo importantes no Japão, agora, é Switch Girl!! (スイッチガール!!) que tem o seu final anunciado.  Segundo o ANN, o mangá de Natsumi Aida terminará no volume #25, que será lançado em fevereiro de 2014.  O arco final da série começou em janeiro deste ano com o volume #21.  As vendas de Switch Girl!! tem sido boas, o que garantiu duas temporadas live action, uma em dezembro de 2011 e a segunda temporada em dezembro de 2012. A série começou a ser publicada na Margaret, em 2006.


A protagonista de Switch Girl!!  é Nika Tamiya, uma garota que tem vida dupla, daí o on/off que aparece em algumas capas e a idéia de interruptor (*switch*) que está no título.  Nika é um modelo de bom gosto e uma garota extremamente popular na escola, enquanto em casa é absolutamente desleixada e nada refinada.  Sua vida muda quando Arata Kamiyama vem transferido para a mesma escolar que ela e vai morar no mesmo complexo de apartamentos, descobrindo o seu segredo.  Sim, parece Karekano  (彼氏彼女の事情), mas é muito diferente, porque Switch Girl!! é pura comédia e Nika não se parece em nada com Miyzawa.

Comentário rápido sobre Super Seisyun Brothers Episódio #1


Estava procurando Super Seisyun Brothers legendado em inglês, acabei baixando com legendas em italiano sem saber... Pelo que percebi, não há grupos americanos legendando.  Enfim, como o episódio só tem 4 minutinhos e as legendas passam muito rápido, foi meio complicado acompanhar tudo.  O que tenho a dizer?  Tudo é bem simplesinho, bobinho mesmo, mas o character design é tão bonitinho e as vozes dos dubladores tão encantadoras que acho que vou continuar assistindo.  Parece ser uma série misto de slice of life com nonsense.  As duas irmãs são mais velhas, uma delas está na universidade, a outra trabalha part time, e são amigas de longa data.  Os dois meninos estão no colegial e são imensamente populares, ficam batendo papo, observando e analisando as irmãs doidinhas.  


A garota que está na faculdade reclama que é bishoujo, mas ninguém olha para ela, enquanto a amiga que não estuda, e é avoadinha, para o trânsito quando anda na rua.  Até passarinhos pousam em cima dela, fora as propostas de casamento e os cães e gatos que a seguem... Enquanto isso, a universitária dá piti por ninguém paquerá-la.  Mais tarde, em casa novamente, o irmão caçula lhe conta o motivo de sua solidão: ela é otaku. ^_^ A menina pira dizendo que não é nada disso, mas começa a descrever suas atividades: desenha doujinshi, vai ao comiket, freqüenta a Otome Road, Akihabara, Butler Café... Nada demais, vocês sabem... ^_^ Vou tentar ver o capítulo #2.  Anime aprovado. :D

Três clássicos do shoujo mangá tem lançamento simultâneo de dramas CDs


O Comic Natalie trouxe uma notícia curiosa hoje, três clássicos do shoujo mangá tiveram drama CDs lançados simultaneamente hoje, 25 de setembro.  They Were Eleven! ou 11-nin Iru!  (11人いる!), de Hagio Moto, talvez seja o mais importante deles todos.  Clássico da ficção científica em formato shoujo mangá, a série recebeu o Shogakukan Award em 1976, teve animação para o cinema e foi, se não me engano, o primeiro material da autora a sair no Ocidente.  Aliás, já escrevi em outros momentos que se tivesse que escolher um cartão de visitas para Hagio Moto no Brasil, seria They Were Eleven!


Os outros dois drama CDs são baseados em Yajikita Gakuen Douchuuki (やじきた学園道中記 小鉄と狭霧篇), de Ryouko Shitou, e Yami no Purple Eye (闇のパープル・アイ), de Chie Shinohara.   O CN avisa que na página oficial que haverá eventos relacionados como mesas redondas e entrevistas com as autoras e o elenco.  Na página oficial, está listado um drama CD anterior, Poe no Ichizoku (ポーの一族), também de Hagio Moto, lançado em março.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Novidades de Vampire Knight


O Manga News noticiou que em novembro teremos um duplo lançamento relacionado à Vampire Knight (ヴァンパイア騎士), o volume #19, último da série, e a terceira light novel de VK chamada Vampire Knight ~Kagayaku Gin no Yume~ (ヴァンパイア騎士 煌銀の夢).  O volume #19 terá edição limitada com capa alternativa e um mini artbook.  Já o romance, é escrito por Ayuna Fujisaki e, não, por Matsuri Hino.  Além disso, na edição especial LaLa Fantasy que sai no dia 8 de novembro, haverá um capítulo extra do mangá de Vampire Knight.


Autora de Reimei no Arcana estréia novo mangá na revista Cheese


Rei Touma, que ganhou muita atenção por conta do seu mangá Reimei no Arcana (黎明のアルカナ), estreou nova série na revista Cheese.  Rokka Melt ~Fiance ha Yukiotoko~ (ロッカメルト~フィアンセは雪男~) ganhou capa e páginas coloridas.  Segundo o resumo do Manga News, Rokka Melt tem como protagonista uma colegial chamada Ichika que leva uma vida normal até que dois irmão, Tôgo e Yukinari, vão morar temporariamente em sua casa.  Eles são filhos de uma amiga de sua mãe.  Mais tarde, entretanto, a menina descobre que eles são filhos de uma Yuki-onna (雪女), uma youkai, e que a menina deve escolher um deles como marido.  Um... 


Shirokuma Café encontra Rio, o filme


Shirokuma Café (しろくまカフェ), de Higa Aloha, é um grande sucesso e foi uma surpresa abrir o Comic Natalie e ver as ararinhas azuis de Rio – o filme – em uma ilustração com as personagens desta série.  Se entendi bem o CN, o filme Rio não foi exibido nos cinemas japoneses, só lançado em DVD e Blu-ray.  Agora, o filme terá um lançamento limitado em vídeo com ilustrações de Higa.  Além disso, o filme será exibido no cinema por um curto espaço de tempo a partir de 5 de outubro.  Esse lançamento certamente é para ajudar a promover o segundo filme – Rio 2 – que estréia no ano que vem.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Comentando O Som ao Redor, o indicado brasileiro à corrida do Oscar



Quando vi que O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, tinha sido indicado como candidato brasileiro a uma vaga no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, corri atrás de um torrent para assisti-lo. Infelizmente, não conseguir ver o filme no cinema e foi a alternativa mais rápida e satisfatória.  Foi fácil encontrar um arquivo de alta qualidade e virei de sábado para domingo assistindo a película.  Considero que O Som é um bom filme, mas, sinceramente, não consegui me empolgar com ele.  Claro, que está bem acima de alguns filmes nacionais indicados nos últimos anos por terem o selo “Globo Filmes” ou um elemento supostamente apelativo para a Academia, como velhinhos e crianças.  Este, aliás, foi o caso de O Ano em que meus Pais saíram de Férias, que era muitíssimo inferior o divertido e interessante Ó, Pai, Ó.  Também, é muito melhor que O Quatrilho e O que é isso Companheiro?, dois filmes inócuos e esquecíveis, mas que chegaram até a seleção final... De qualquer forma, vamos falar um pouco de O Som ao Redor.

Em linhas gerais, a história é a seguinte: uma milícia, liderada por Clodoaldo (Irandhir Santos), oferece seus serviços aos moradores de uma rua de classe média média-alta de Recife.  Acompanhamos então o dia-a-dia e a interação entre os moradores e funcionários, assim como as mudanças na rotina e as tensões que se estabelecem por causa da presença dos milicianos na vizinhança.  O filme foca, também, na especulação imobiliária que muda a aparência da capital nordestina, com a substituição das casas aconchegantes por prédios muito mais lucrativos.  Paralelamente, o filme acompanha com maior atenção o “drama” de Bia (Maeve Jinkings), uma dona de casa entediada e atormentada pelo barulhento cachorro do vizinho.



Ouvi falar do Som ao Redor por conta da polêmica estabelecida entre seu diretor e o ex-diretor-executivo da Globo Filmes. Lá no início do ano, Kleber Mendonça Filho disse “Minha tese é a seguinte: se meu vizinho lançar o vídeo do churrasco dele no esquema da Globo Filmes, ele fará 200 mil espectadores no primeiro final de semana”.  O alvo eram as comédias produzidas pela Globo Filmes e que vêm atraindo milhares de espectadores ao cinema e ocupando salas por vários meses com produtos idênticos aos que podemos ver na TV.  Cadu Rodrigues, o ex-homem forte da Globo Filmes, desafiou o diretor a produzir e dirigir um filme e fazer 200 mil espectadores com todo o apoio da Globo Filmes, diminuindo suas capacidades para tanto.  A coisa rendeu, é claro, e a maioria das pessoas ficou do lado de Mendonça Filho, que afirmou que a qualidade de um filme não deveria ser medido pela quantidade de público que atrai.  Concordo com esta linha de argumento, mas acredito que o cinema nacional também precisa e tem espaço para comediotas que não são piores do que a média dos similares importados que são despejados em nossos cinemas.  Aliás, já falei sobre isso em outras resenhas que fiz para o blog.  Enfim, parece que Cadu Rodrigues terminou demitido e O Som ao Redor, um filme pequeno e independente, conseguiu atrair 80 mil pessoas ao cinema em seu primeiro fim de semana.  Além disso, o New York Times incluiu o filme entre os dez melhores do ano... 

Olha, eu realmente não consegui ver esse brilhantismo todo.  Já assisti filmes nacionais, mesmo da época em que o refinamento técnico de nosso cinema não tinha atingido o ponto que temos hoje, como Terra Estrangeira, que superam em muito O Som ao Redor, mas, enfim, ser credenciado por um poderoso jornal americano deve ter pesado na sua escolha.  De qualquer forma, os concorrentes eram: Colegas (*que eu pretendo pegar na locadora aqui perto de casa*), Faroeste Caboclo (*que não consegui assistir no cinema*), Gonzaga - De Pai Para Filho (*que eu gostei, mas é produto feito no formato TV mesmo*), a animação Uma História de Amor e Fúria (*que vem ganhando tudo o que é prêmio por aí*) e Meu Pé de Laranja Lima (*que eu não tenho vontade de ir atrás*).  Não sei, mas acho que Uma História de Amor e Fúria foi discriminado por ser animação... 



Voltando a O Som ao Redor, como sou do Rio, conheço bem o modus operandi das milícias que se travestem de serviços de segurança.  O fato é que muitas ruas no Rio – capital e Baixada Fluminense – tem cancelas com guaritas e tudo mais, controlando entrada e saída de pessoas, isso sem falar em comunidades sitiadas por esses bandidos, tema muito bem abordado em Tropa de Elite 2.  Não é bem isso que aparece no filme, em que três, quatro sujeitos ficam debaixo de uma tendinha tomando conta da vizinhança durante a noite.  É evidente que todos são bandidos, só que como o filme está mais preocupado em ser crônica da vidinha da classe média local, os milicianos, chamados de cães de guarda, ficam meio à margem.  

Algumas cenas relacionadas a eles, como a invasão que acontece ao quintal da casa de Bia, e a uma casa luxuosa, cujo dono viajou e onde Clodoaldo está transando com a empregada do coronel que é praticamente o dono da rua, parecem fragmentadas, inacabadas.  Fora, claro, que se eles deixassem bandidos invadirem e saquearem casas na rua, teriam sido demitidos.  Afinal, eles não estavam lá para dar segurança?  Pois é... 



O que se caracteriza bem no filme é a permanência de velhas e novas estruturas.  Apesar do crescimento econômico do Nordeste, da urbanização acelerada, o modo de vida dos coronéis continua presente, assim como o apartheid social e a luta de classes.  Seu Francisco (W.J. Solha) é o dono da rua, por assim dizer, já que monopoliza boa parte dos imóveis e, ao mesmo tempo, é dono de um velho engenho.  Sem sua aprovação, a milícia não seria contratada.  Além disso, ele adverte os cabras que seu neto, o moleque que não trabalha e arromba carros da vizinhança para manter seu vício em drogas, é intocável, ou seja, pode continuar roubando e a milícia deve reprimir os pequenos traficantes e ladrões pé de chinelo, todos negros, como a maioria dos criados que trabalham para os moradores da rua.  O próprio neto do coronel faz questão de confrontar a milícia, quando Clodoaldo tenta intimidá-lo.  Essas relações são mais que conhecidas no Brasil, é o “você sabe com quem está falando?”.  E, pior, o filme termina e ele não toma um corretivo sequer...  

No filme inteiro há uma só cena que considerei engraçada, e que tinha sido citada em alguns textos que li sobre o filme.  Reunião de condomínio para decidir o destino do porteiro idoso do turno da noite.  A maioria quer sua demissão, porque ele dorme em serviço e não é tão produtivo quanto costumava ser.  O neto de Seu Francisco, Claudio (Sebastião Formiga), que tem apartamento no prédio e atua como uma espécie de corretor de imóveis do avô, é contra, acha desumano demitir o velho.  Há algo de complacente e paternalista no seu comportamento, sua relação com os criados é meio marcada pela idéia de que eles e elas são agregados, de novo, evocando a forma de ver o mundo das velhas elites em contraste com a nova classe média, talvez.  Os outros moradores querem eficiência, tratam os criados com desprezo, e aí brota a reclamação de uma mulher “porque alguém está tirando minha Veja do plástico e lendo antes de mim”.  Nada mais classe média elitista e alienada do que assinar e/ou ler a Veja.  Esta é a mensagem.


No geral, as personagens do filme não me pareceram simpáticas, nem pobres, nem classe média, nem ricos.  Agora, Bia, a dona de casa entediada, fumante compulsiva, compradora de drogas, é, talvez, a pior de todos.  Ela quer matar o cachorro do vizinho, porque, bem, ele não a deixa dormir.  Na verdade, é sua falta do que fazer, já que sua vida orbita em torno dos dois filhos e a desatenção do marido que alimentam sua neurose.  Ela também é extremamente agressiva com a empregada negra que estragou um aparelho eletrônico comprado para atormentar o cachorro do vizinho. A cena tem como objetivo enfatizar a arrogância da nova (*imagino eu*) classe média, já que Bia faz questão de enfatizar que o aparelho é caro, importado, e a incompetência da empregada em seguir comandos simples (*a voltagem é 110, tinha que usar o transformador*), ou seja, toda a cena enfatiza a distância entre ela e a criada.  Mas morre aí, não há cena que dê continuidade ao conflito, como também não houve continuidade ou explicação para a cena em que Bia é agredida pela vizinha.  Ambas tinham comprado uma televisão nova do mesmo modelo, e, ao que parece, estavam disputando para ver quem era mais chique.  Sei lá, o caráter fragmentado do filme em alguns momentos não me parece algo planejado, fruto do estilo, mas inexperiência mesmo, afinal, é o primeiro filme de ficção do diretor.

De resto, temos o saudosismo de alguns em relação aos velhos modos de vida, com a viagem de Cláudio e sua namorada, Sofia (Irma Brown) ao engenho do avô do moço, ou a visita que fazem a uma casa antiga que será demolida para dar lugar a um prédio de 21 andares.  Assim como no engenho, eles imaginam os sons do cinema abandonado há anos, na casa, eles imaginam quem morava ali e seus hábitos.  Outro ponto de toque entre o antigo e o novo aparece no clímax do filme, quando questões referentes a velhas lutas de terra no interior e assassinatos, vêm à tona de forma surpreendente... Mas nada de spoilers, pois estragaria o prazer de quem deseja ver o filme.  


Antes de terminar, digo que O Som ao Redor cumpre a Bechdel Rule sem problemas.  Há várias personagens femininas com nomes e que conversam entre si sobre assuntos diversos, de tarefas domésticas até o cachorro do vizinho.  Afilha de Bia é uma das personagens mais críticas e observadoras, questionando inclusive o absurdo que é a necessidade d epagar segurança privada quando já se paga tanto imposto. Só que, no geral, não vi nada demais em O Som ao Redor, o considero até tecnicamente inferior a vários filmes nacionais dos últimos tempos.  E não estou pensando em grana investida, mas em narrativa mesmo.  Falta dinamismo em alguns momentos e, como enfatizei no parágrafo sobre a milícia, há cenas fragmentadas, sem continuidade.  Vejo como positivo que um filme da Globo Filmes não tenha sido o escolhido, ou um filme com clichês tolos, mas acredito que O Som ao Redor se beneficiou da polêmica e, também, do parecer do New York Times.  Sinceramente?  Acho que ainda não será este ano que chegaremos até a seleção final.  Para quem quiser olhar, aqui está a página oficial do filme.

domingo, 22 de setembro de 2013

Kaichou wa Maid-sama chega ao final


Kaichou wa Maid-sama (会長はメイド様!), lançado aqui no Brasil pela Panini, chegou ao final no Japão com direito a capa na revista LaLa, que sai no dia 24 de setembro.  Segundo o Manga News, um capítulo especial (*que eu acho que será somente o primeiro*) sairá no dia 8 de novembro na edição da LaLa Fantasy.  Neste mesmo dia, o último volume da série, o #18 será lançado no Japão.  A nova série de Hiro Fujiwara começará a sair na primavera japonesa, o que significa que ela vai se dar merecido descanso.  Vamos aguardar maiores informações.


Wild Adapter ganha OAV


Segundo o Comic Natalie, Wild Adapter (ワイルドアダプター), de Kazuya Minekura, vai virar OAV.  O character design foi publicado na edição #35 da revista Comic Zero-Sum e várias imagens estão no CN para quem quiser dar uma olhada.  Se entendi bem, o anime – que já tem página oficial – será em duas partes e deve sair com uma edição especial do mangá, não acredito que saia em separado, mas realmente não sei  Primeiro OAV previsto para 24 de janeiro de 2014 com direito à booklet, ilustrações especiais, Drama CD, e um monte de outras coisas.

sábado, 21 de setembro de 2013

Comentando Elysium, a estréia de Wagner Moura em Hollywood

 

Apesar de estar muito mais inclinada a assistir Cine Holliúdy, o horário e a preferência do meu marido acabaram fazendo com que fosse ver Elysium.  Quando soube que o filme estava sendo feito, e já vai um bom tempo isso, tive vontade de assisti-lo, afinal, tinha Wagner Moura no elenco e, bem, ele é um de meus atores favoritos.  Lembro que nas primeiras notícias divulgaram que ele seria o vilão e eu torci o nariz, porque era bem o clichê “competente ator estrangeiro ganha papel de malvado em filme americano”.  As notícias estavam erradas, Moura não é o vilão e teve mais destaque no filme do que eu poderia esperar.  Só que Elysium não é um grande filme, muito pelo contrário, é mediano, com alguns bons momentos, mas bem inferior como ficção científica de ação à Looper, filme do qual eu nada esperava e que me surpreendeu positivamente.  Mas, enfim, de que se trata Elysium?

Estamos em 2154, e a população humana vive abertamente em um apartheid social.  Na Terra, transformada em uma imensa favela superpovoada e miserável, os pobres e remediados sofrem com as restrições e a opressão dos ricos, que vivem na distante Elysium, uma estação espacial.  Em Elysium, todos tem saúde perfeita e acesso a uma vida que parece eterna. Max Da Costa (Matt Damon) é um órfão que deseja morar em Elysium.  O rapaz está em condicional, trabalha na empresa Armadyne, que pertence a ricos cidadãos de Elysium.  Max está tentando abandonar sua vida de crimes, mas sofre um acidente de trabalho e acaba sendo contaminado.  Demitido e com meros cinco dias de vida, ele decide procurar Spider (Wagner Moura), um chefe criminoso e espécie de coyote que envia doentes clandestinamente para serem curados em Elysium, além de praticar vários crimes.  Spider diz que enviará Max para Elysium, se ele aceitar fazer um servicinho muito perigoso: se apossar das informações contidas no cérebro de um dos magnatas de Elysium.


Na estação espacial, temos a segurança garantida pela Secretária Delacourt (Jodie Foster), uma mulher que usa de todos os meios para garantir que intrusos não consigam penetrar em Elysium.  Pressionada pelo governo da estação, ela decide assumir um poder e usa exatamente o CEO da Armadyne para dominar os sistemas da estação.  É exatamente este sujeito que tem as memórias roubadas por Max e o rapaz passa a ser caçado implacavelmente.  No meio de todas essas desgraças, Max reencontra Frey (Alice Braga), uma amiga dos tempos de orfanato e o amor de sua vida.  A moça, agora enfermeira, vive um grande drama, pois sua filha está em fase terminal de leucemia e só em Elysium ela poderá ser curada.

Elysium foi dirigido e roteirizado por Neill Blomkamp, da aclamada ficção científica sul-africana Distrito 9.  Eu não assisti este filme até hoje, mas meu marido gostou muito da película e o Blu-ray está aqui em casa... Um dia, tomo vergonha e assisto.  Enfim, Distrito 9 a parte, Elysium é um filme que não consegue impressionar.  A premissa do mundo futurista com apartheid social não é nova, e tudo dependeria de como a coisa fosse trabalhada.  Algo que incomoda muito em Elysium é a ciência de conto de fadas e a tecnologia non sense que volta e meia aparece no filme.  Por exemplo, as tais estações de cura, a salvação que muitos terráqueos buscam, é algo que parece funcionar por magia, dada a rapidez com que tudo é operado.  Faltou um pouquinho de coerência.  Já quando a secretária Delacourt manda derrubar as naves clandestinas que se dirigem para Elysium, acionando o mercenário Kruger (Sharlto Copley), o sujeito utiliza uns foguetinhos ridículos, que parecem feitos para derrubar helicópteros e, não, naves que estão fora da atmosfera da Terra.  Foi bem constrangedor.  Os carros na Terra parecem saídos do início dos anos 1980 e, bem, não há nada que justifique isso.


Agora, ficou interessante a transformação de Matt Damon em uma espécie de robocop dos pobres, um ciborgue de fundo de quintal, criado pelos homens de Spider.  A personagem de Damon é latina e seria melhor que fosse interpretada por um hispânico, mas, claro, era preciso um astro norte americano para puxar o elenco.  Aliás, é interessante a forma como a Los Angeles do futuro é construída, com uma população majoritariamente latina e falando inglês misturado com espanhol, ou mesmo só espanhol.  Este é um futuro que os racistas norte americanos temem profundamente.  Também há a crítica, ainda que não muito bem desenvolvida, aos males do capitalismo levado aos extremos, afinal, é ele que produz o apartheid social que garante que somente os ricos possam ter acesso à saúde, por exemplo.  Elysium - a estação espacial - me lembrou os exageros de Dubai...

Gostei da atuação de Jodie Foster como Delacourt.  Tinha lido que o papel foi escrito para um homem e que em algum momento perceberam que, sim, o papel poderia ser dado para uma atriz.  Eu até imaginei que Foster fosse uma das produtoras e, por isso, tivesse voz ativa no projeto, mas foi bom senso mesmo.  Isso não tornou, entretanto, Elysium um filme com uma presença feminina que impressione.  Temos três personagens femininas com destaque, Delacourt, Frey e a menina Matilda. O filme cumpre a Bechdel Rule por pouco, pois Frey conversa com a filha e o assunto é a doença da menina.  A função de Frey e da filha é empurrarem o herói para o sacrifício e eu realmente fiquei frustrada com o fim dado para Delacourt.  Foster deveria ficar em cena até o grande final do filme.


De resto, a personagem de Delacourt nem se qualifica como grande vilã, esta função cabe a um homem, Kruger.  E isso é um dos pontos baixos do filme.  As cenas de ação e luta entre a personagem de Damon e o vilão são longas demais e isso enfraquece a história que poderia, sim, ser melhor administrada.  O filme não ofende (muito) a inteligência de ninguém, não é cansativo e tem personagens simpáticas, no entanto, não é marcante e não vai se qualificar como um dos melhores do ano.  Além das seqüências de ação longas demais e pouco impressionantes, há muito melodrama, mas o diretor-roteirista não tem coragem de levar a coisa ao extremo necessário.  E dou um spoiler: seria muito mais emocionante que a menina Matilda fosse filha de Max.  É até compreensível que Frey tivesse se afastado dele por conta dos crimes, mas fica parecendo que ele foi fiel a ela, enquanto a moça buscou outro companheiro.  No entanto, em nenhum momento de comenta sobre quem é o pai da menina... 

E Wagner Moura?  Bem, eu temia que ele fosse aparecer em poucas cenas e sumir do filme.  Não é isso que acontece.  Ele é o bandido, sim, mas de bom coração.  Um sujeito que deseja um mundo mais justo.  Não é uma personagem revolucionária, mas, assim como Max, conseguimos simpatizar com ele.  Moura é sempre encantador e se virou bem no inglês.  Agora, não sei quem prestou atenção e ouviu o sujeito xingando em português em pelo menos uma cena.  O que, aliás, não destoou do filme, já que as personagens se alternavam em inglês, espanhol e até africâner...  O problema, pelo menos para mim, é que ele parecia falar muito baixo, só que o som do cinema não era dos melhores e em alguns momentos era complicado entender o que os atores – que eram em boa parte não americanos – estavam falando.  As legendas, claro, não eram confiáveis e por serem brancas eram difíceis de ler.  Triste situação do cinema no Brasil!  De qualquer forma, curiosamente, Elysium parece só estar passando dublado em duas salas de Brasília.  Isso é coisa rara hoje em dia.


É isso.  Vale a pena dar uma olhadinha em Elysium, mas não espera demais.  Não é revolucionário, não acrescenta nada de novo, ainda que seja uma boa diversão. Talvez o filme abra portas em Hollywood para Wagner Moura, mas não acho que ele vá migrar.  Seria interessante vê-lo em outros filmes gringos desde que eles aproveitassem o imenso talento do rapaz.  Elysium não o subestimou e é um bom cartão de visita e é legal ver dois brasileiros, afinal, Alice Braga tem grande destaque na história, atuando em um filme americano.  Agora, é esperar para ver o que acontece na vida de Wagner Moura.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Revista Celebra as Autoras que Revolucionaram o Shoujo Mangá


A revista Tripper, da editora Asahi, lançou uma edição com uma grande matéria intitulada Shoujo Manga no Shoutai (少女漫画への招待) ou Convite ao Shoujo Mangá.  Trata-se de um material celebrando a importância do Nijūyo-nen Gumi (24年組) ou Grupo de 24 (*Ano 24 da Era Showa), nosso 1948, porque a maioria das autoras relacionadas ao movimento que revolucionou o shoujo mangá nasceram neste ano.  Dentro da matéria, ou apêndice, sei lá, não dá para saber pelo post do Comic Natalie, há uma seção sobre Riyoko Ikeda e a Berubara Kids ( ベルばらKids), paródia da Rosa de Versalhes publicada no jornal Asahi; uma sugestão de 15 trabalhos fundamentais do Grupo de 24, e uma conversa entre as mangá-kas Haruko Ichikawa e Emu Esuto sobre a importância das autoras do Grupo para o Shoujo Mangá e, talvez, o mangá como  um todo, já que as duas mangá-kas produzem para revistas seinen.  Há outras seções, também, o índice do conteúdo está aqui.

Kimi ni Todoke é tema de concurso de moda no Japão


Lembram do projeto Kyoto MaGiC?  Já houve exposição, e um concurso de roupas inspiradas em Sugar Sugar Rune (シュガシュガルーン), de Moyoco Anno.  Agora, é a vez dos mangás da Betsuma e da Margaret, já que é ano de comemoração dos 50 anos da revista, servirem de inspiração para um concurso.  O Comic Natalie deu ênfase à Kimi ni Todoke (君に届け), mas Mairunovich (マイルノビッチ) também é citado.  Parece que é necessário enviar desenhos de roupas inspiradas nas duas séries até o final de outubro, acredito que dia 25.  A exposição, e possível desfile, com os trabalhos vencedores acontecerá em março de 2014.  A página oficial do concurso é esta aqui.


Ranking da Oricon


Quarta-feira saiu o ranking da Oricon e tivemos um bom desempenho dos mangás femininos como um todo.  São três josei no top 10, algo muito raro, aliás, algo que eu não me recordo de ver.  Segundo matéria no próprio site do Oricon, é a primeira vez que um mangá de Chie Shinohara – de Anatolia Story – consegue ficar no top 10.  Acabei descobrindo que Yume no Shizuku, Kin no Torikago é outro mangá histórico da autora, só que, agora, se passando no Império Otomano.  A graça é que somente os mangás de terror/horror dela ganham dorama ou filme. Anime?  Nenhum.  Falando em live action, vem aí o filme de L♥DK  e Toshokan Sensou: Love & War  teve ou terá dorama por esses dias.

2. Chihayafuru #22
3. Yume no Shizuku, Kin no Torikago #4
7. L♥DK #13
8. Shitsuren Chocolatier #7
14. Kyō no Kira-kun #6
16. Toshokan Sensou: Love & War  #12

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sobre o Beijo da Polêmica


Estava aqui refletindo sobre o incidente no Glorifica Litoral, realizado em São Sebastião (SP), quando, durante a pregação do Deputado-Pastor Marco Feliciano, duas moças (*muito bonitas, por sinal*) se beijaram em protesto.  Feliciano deu ordem para que fossem presas, as comparou com cachorrinhos, e uma das garotas – sim, eram novinhas, tem 18 e 20 anos – foi fisicamente agredida. Confesso que minha percepção a respeito do caso é conflituosa e espero que o texto não fique confuso, mas ele não tem como intuito fechar posição mesmo.

Logo de início, achei que foi uma grande burrada fazer este tipo de ação.  Concordei com o jornalista reacionário da Band, Cláudio Humberto, que chamou a ação de idiota, porque trouxe Feliciano de volta para a mídia em um momento no qual ele não estava mais em evidência, ainda que continue presidindo a Comissão de Direitos Humanos, o que é inaceitável.  Para ele, e continuo concordando, ações do tipo fazem com que Feliciano tenha cartaz, consiga atenção da imprensa e, claro, mais votos.  



Não vejo Feliciano candidato a presidente no ano que vem, ele é inteligente demais para perceber que ainda não é o momento (*mas ele acredita ser predestinado a isso*), mas pode tentar o Senado e se eleger.  Os eleitores de SP não são conhecidos pelo voto coerente (*Maluf, Clodovil, Tiririca, etc.*), vocês sabem.  Ou pode, também, voltar deputado, bombar nas urnas, e arrastar mais cinco ou seis como ele para o Congresso.  Já pensaram nisso?  Enfim, dar espaço para Feliciano é contraproducente sob qualquer ponto de vista.

Voltando ao caso das moças, em um primeiro momento pensei que o evento era em uma igreja.  Seria crime e, a meu ver, desrespeito mesmo, promover um protesto dentro de um templo.  Só que o tal Glorifica Litoral é na praia, local público, portanto.  Minha experiência com eventos gospel é suficientemente ampla para considerar que muita gente não se comporta como se estivesse cultuando, mas como se estivesse em um show qualquer, como se as estrelas do evento fossem os artistas e personalidades convidadas e, não, Jesus Cristo.  É exatamente por isso que eu evito estar presente em eventos assim, pois rejeito veementemente esse tipo de comportamento em cultos religiosos. Sou extremamente conservadora em relação a essas coisas, mais do que a média dos evangélicos/protestantes e afins.


Heteros ou gays deveriam ter o direito de expressar seu afeto sem serem agredidos.  Alguém pode ser punido por se beijar em público?  Eu beijo meu marido em público com freqüência, gosto muito de fazer isso e nunca fui agredida.  Desde quando se trata de crime? Agora, vendo as imagens de quando as meninas viraram alvo de Feliciano, se a guarda municipal, ou polícia, sabe lá, não as tirasse dali, acho que poderiam, sim, ser linchadas.  Sei que a questão vai depender de como o juiz irá interpretar o incidente, mas dado o perfil conservador de muitos magistrados a coisa pode ter um resultado desfavorável para as moças.

Houve quem dissesse, inclusive pessoas que odeiam Feliciano, que evangélicos não fazem esse tipo de ação agressiva em eventos LGBT.  Olha, desculpe, mas vocês estão mal informados, há ações das igrejas em eventos como a Parada Gay que acontecem há mais de 10 anos.  Desde intervenções amigáveis do tipo “abrace um LGBT e mostre que o ama” e ação social que escondem objetivos evangelísticos, igrejas inclusivas que desejam mostrar que “ser gay é OK”, até ações mais agressivas com placas e tudo mais.  Ninguém é preso por causa disso, ainda que homossexuais possam se sentir ofendidos por ter seu espaço invadido.  Mas a parada acontece em espaço público... Ninguém é preso, também, por pregar em público – mesmo que isso incomode a maioria das pessoas – ou coloque outdoors ofensivos (*inclusive a inteligência da maioria*) argumentando o direito à liberdade de expressão. 


Acredito que protestos como o feito pelas duas moças pouco ajudem a atrair o apoio da opinião pública, muito menos a dos evangélicos, para a compreensão de que homofobia deveria ser crime e que o Estado Laico está sob assalto.  Infelizmente, para a maioria trata-se de desrespeito e agressão; sem parar para pensar que a praia não é igreja.  Culturalmente também somos muito tolerantes com a violência policial.  Apanharam, porque mereceram; ou, pior, apanharam da polícia, porque pai e mãe não bateram em casa.  

Estou cansada de protestos violentos, agressivos, burros até, de falta de educação travestida de reivindicação de direitos, mas tenho medo da intromissão da religião em política e do confisco dos espaços públicos e dos direitos civis.  Não achei o beijo no evento a atitude mais inteligente, mas sou solidária às moças, ofensa mesmo é ter políticos e pastores como Feliciano.  Para quem quiser assistir, abaixo está o vídeo feito pelo pessoal responsável pelo evento, e que é ligado ao Silas malafaia, e que deseja que a verdade sobre o incidente seja revelada.