segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Panini surpreende de novo e traz mais três shoujo para o Brasil



Segundo o Animepró, a Panini lançará no Brasil – ainda sem data definida – mais três mangás shoujo, um deles, já era bem esperado, trata-se de Kaichou Wa Maid-sama! (会長はメイド様!). A série de Hiro Fujiwara teve anime recente no Japão e conta a história de uma garota, Misaki Ayuzawa, que é a presidente do corpo de alunos da sua escola (Kaichou) e trabalha em um Maid Café para ajudar a família. Misaki é brava e destemida, além de boa aluna, e teme que seu segredo seja descoberto. O mangá da revista LaLa é um shoujo de sucesso no Japão e tem, até o momento, 12 volumes. Já 07-Ghost (セブンゴースト), de Yuki Amemiya e Yukino Ichibara, é um mangá de fantasia com um protagonista masculino. A série da revista Monthly Comic Zero Sum (a revista de Loveles) tem 10 volumes até o momento e já teve anime. Já Darker Than Black (黒の契約者) é um mangá (provavelmente) derivado de um anime. A versão shoujo tem como autores Tensai Okamura e Ya Noki. Trata-se de uma série de ficção científica e tem 2 volumes que foram publicados na revista Asuka.

Bem, bem, a Panini vem realmente fazendo um esforço para suprir as necessidades dos fãs de shoujo. É a única editora do Brasil com uma política consistente em relação a este gênero de mangá. muito obrigada mesmo. Não sei Darker than Black, realmente não conhecia, mas os outros dois foram boas escolhas. O único problema é serem mangás em andamento. Por que não lançar Lovely☆Complex (Lovely☆Complex) ou Koukou Debut (高校デビュー)? São duas séries muito legais, uma teve anime, a outra terá fime este ano, e, claro, as duas já foram encerradas no Japão. É somente uma sugestão, obviamente. Mas espero que a Panini lance outro josei ou algo mais “quente” como Midnight Secretary (ミッドナイトセクレタリ) ou alguma coisa de Kayono, quem sabe? Afinal, sonhar não custa nada.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ajustando as minhas apostas para o Oscar



Bem, depois de ter assistido sete dos dez concorrentes, tive que mudar algumas apostas para o Oscar. Não tem como insistir com Anette Benning depois de ver Natalie Portman em Cisne Negro. Será muito injusto - e o Oscar é cheio de injustiças - se ela não levar. Também não vou continuar apostando no Christian Bale. Vou mudar para o Geoffrey Rush. Já para coadjuvante, tem que ir para a menina de Bravura Indômita. Ela não deveria estar em coadjuvante, que fique claro, mas se está, que leve. E vou repetir o que disse no Twitter: Debra Granik é a grande injustiçada. São cinco indicados por direção, nenhuma mulher, o que não é novidade, mas o filme dela foi indicado ao prêmio principal e várias categorias, logo, é absurdo que ela não seja pelo menos indicada. Ela não ia ganhar mesmo, mas falo em ser indicada. Ora, bolas, dos dez filmes dois são dirigidos por mulheres. Mas, sim, direção é o Clube do Bolinha, e já deram para uma mulher ano passado... uma mulher fazendo um filme machista e reacionário, e sem mulheres em papéis relevantes, claro. Inverno da Alma, ao contrário, é ótimo como filme e muito mais justo com as mulheres. Mas deixa de falação, segue a minha nova lista:

Melhor filme: “Bravura indômita”
Melhor diretor: Darren Aronofsky – “Cisne negro”
Melhor ator: Colin Firth – “O discurso do rei”
Melhor atriz: Natalie Portman – “Cisne negro”
Melhor ator coadjuvante: Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
Melhor atriz coadjuvante: Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
Melhor roteiro original: “O discurso do rei”
Melhor roteiro adaptado: “A rede social”
Melhor longa-metragem de animação: “Toy Story 3"
Melhor direção de arte: "A origem"
Melhor fotografia: "Cisne negro"
Melhor figurino: "O discurso do rei"
Melhor documentário (longa-metragem): "Lixo extraordinário"
Melhor documentário (curta-metragem): "Killing in the name"
Melhor edição: "O discurso do rei"
Melhor filme de língua estrangeira: "Biutiful"(México)
Melhor trilha sonora original: "A origem" - Hans Zimmer”
Melhor canção original: "We belong together", de "Toy Story 3"
Melhor curta-metragem: "Wish 143"
Melhor curta-metragem de animação: "Day & night"
Melhor edição de som: "A Rede Social"
Melhor mixagem de som: "A origem"
Melhores efeitos visuais: "A origem"
Melhor Maquiagem: O Lobisomen

Twitter de personagem de Glass Mask é um sucesso



Em setembro do ano passado, falei do Twitter do Hayami Masumi, o eterno Murasaki no Bara no Hito. Pois bem, segundo o Comic Natalie (*e o que eu mesma pude comprovar*) a conta do Twitter da personagem é um sucesso. ^_^ Para comemorar, a edição atual da Betsuhana veio com um clear file com uma imagem do Mr. Darcy dos mangás (*sim, já escrevi isso antes*) e alguns twitts relevantes no fundo. Eu queria para mim, pois a imagem do Masumi é linda e o fundo lilás (*lembrando as rosas que ele dá para Maya*) deu um destaque ainda maior. Enfim, falta reforçar, como sempre, que eu gostaria muito que a Suzue Miuchi deixasse de embromação e encerrasse este mangá, pois já são mais de 35 anos de Glass Mask (ガラスの仮面). Também nesta edição, temos o retorno de Orange Chocolate (オレンジ チョコレート), que estava interrompido.

Ranking do New York Times



O ranking Americano desta semana foi quase uma dança das cadeiras. Entrou Pandora Hearts, One Piece sumiu (*claro*), Naruto #49 voltou. Vampire Knight parece se despedir depois de 11 semanas, e Black Bird caiu uma posição. Acho que Black Bird realmente emplacou nos EUA. Queria saber a quantas anda aqui no Brasil. É um mangá bobinho, mas é viciante.

1. Naruto #50
2. Black Butler #4
3. Black Bird #7
4. Fullmetal Alchemist #24
5. Bakuman. #3
6. Hetalia - Axis Powers #2
7. D.Gray-man #20
8. Pandora Hearts #4
9. Naruto #49
10. Vampire Knight #11

Quais Animes você apresentaria aos seus filhos?



O ANN publicou os resultados da pesquisa “Que anime você apresentaria aos seus futuros filhos” promovida pela Cobs On Line. Os participantes estavam todos na casa dos 20 anos, 538 mulheres e 271 homens. (*Bem pouquinho, aliás*). As listas convergem em três títulos, Slam Dunk, Sazae-san e Doraemon. Interessante é não ver One Piece na lista das mulheres. Segue as duas listinhas:

MULHERES
1. Soreike! Anpanman – 25.1%
2. Doraemon – 24.0%
3. Slam Dunk – 19.7%
4. Manga Nihon Mukashi Banashi – 18.4%
5. Sazae-san – 18.2%

HOMENS
1. Slam Dunk – 23.9%
2. Dragon Ball – 20.6%
3. Doraemon – 19.9%
4. One Piece – 17.3%
5. Sazae-san – 14.7%

Se eu pudesse escolher (*somente*) cinco animes para apresentar para uma criança, pois, imagino pelo perfil das escolhas que o objetivo sejam animes para um poúblico infantil, eu escolheria: a primeira série de Sailor Moon, Super Aventuras, a primeira série de Dragon Ball, O Gênio Maluco, e Honey Honey. E você, o que escolheria? :)

Indicados ao 15º Tezuka Awards



Eu sempre posto os indicados ao Tezuka Awards (via ANN), não poderia deixar de fazê-lo este ano. Chato é constatar que, salvo se Ōma ga Hashi for josei ou shoujo, todos os mangás são seinen ou shounen. Enfim, não vou ficar repetindo coisas que já escrevi antes. No comitê de indicações estavam Go Nagai, Takemiya Keiko, o novelista Shion Miura, ensaístas e professores universitários. O prêmio principal é de 2 milhões de ienes, as demais categorias recebem 1 milhão de ienes. Além da estatueta do Astro Boy. O resultado sai em meados de abril e a cerimônia de entrega dos prêmios é em 27 de maio. Segue a lista dos indicados:
  • Ōma ga Hashi de Yōko Kondō – Seirinkogeisha
  • Shigurui de Takayuki Yamaguchi (arte & roteiro) e Norio Nanjo (criador original) – Akita Shoten
  • Jin de Motoka Murakami – Shueisha
  • Takemitsuzamurai de Issei Eifuku (roteiro) e Taiyo Matsumoto (arte) – Shogakukan
  • Chūshun Komawari-kun (Gaki Deka sequel) de Tatsuhiko Yamagami – Shogakukan
  • Tentai Senshi Sunred de Makoto Kubota – Square Enix
  • Fullmetal Alchemist de Hiromu Arakawa – Square Enix
  • Fantasium de Ami Sugimoto – Kodansha

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Cisne Negro é o Grande Vencedor do Oscar do Cinema Independente



O Spirit Awards é uma espécie de Oscar do cinema independente americano. Guardem essa última palavra, porque James Franco não estava competindo nem com Colin Firth, nem com Javier Bardem, por exemplo. Rede Social ou A Origem, também, não competiam. É cinema independente americano, filmes feitos com menos de 34 milhões de dólares. Segundo os sites que eu visitei, Inverno da Alma e Minhas Mães e Meu Pai eram os favoritos, mas Cisne Negro foi o grande vencedor. Se vocês viram o post sobre quanto custaram os filmes concorrentes ao Oscar principal, sabem que Cisne Negro foi baratinho para os padrões de Hollywood. Enfim, eu amei esse filme, então, estou feliz. Minhas Mães e Meu Pai não concorreu com Cisne Negro ou Inverno da Alma em roteiro. E, bem, que bom que só levou isso. Natalie Portman parece imbatível, mas a excelente menina de Inverno da Alma ainda terá outras chances, eu espero. E Inverno da Alma saiu com os prêmios de coadjuvantes. Quem viu os filmes sabe que é merecido. Dale Dickey poderia ter sido indicada ao Oscar, mas preferiram duas indicações para O Vencedor e uma indevida para Bravura Indômita. E, por fim, O Discurso do Rei saiu com o prêmio de filme estrangeiro. Bem justo. Amanhã tem o Oscar.

Melhor Filme: 'Cisne Negro'
Melhor Diretor: Darren Aronofsky, 'Cisne Negro'
Melhor Ator: James Franco, '127 Horas'
Melhor Atriz: Natalie Portman, 'Cisne Negro'
Melhor Ator Coadjuvante: John Hawkes, 'Inverno da Alma'
Melhor Atriz Coadjuvante: Dale Dickey, 'Inverno da Alma'
Melhor Roteiro: 'Minhas Mães e Meu Pai'
Melhor Documentário: 'Exit Through the Gift Shop'
Melhor Fotografia: Matthew Libatique, 'Cisne Negro'
Melhor Filme Estrangeiro: 'O Discurso do Rei'
Melhor Estréia: 'Get Low'
Melhor Estréia em Roteiro: Lena Dunham, 'Tiny Furniture'
John Cassavetes Award: 'Daddy Longlegs'
Robert Altman Award: 'Please Give'

Participe do Bolão do Oscar do Shoujocast



No Shoujocast #34,nosso retorno das férias, a Tanko disse que daria um prêmio para quem acertasse o maior número de apostas para o Oscar. Até agora, quase ninguém apostou e a Lina Inverse está com o coração sangrando. Então, se você ouvir o Shoujocast (*é fundamental, para saber quais são as categorias*), tem até amanhã às 21h para deixar registradas as suas apostas, por e-mail (shoujocast@yahoo.com.br), ou no post do último Shoujocast. Ainda dá tempo! E eu resenhei vários dos candidatos ao Oscar, então, se quiser ler, é só clicar nos links abaixo:

Inverno da Alma
Toy Story
O Discurso do Rei
Cisne Negro
Bravura Indômita
Minhas Mães e Meu Pai
A Origem
Enrolados
Alice no País das Maravilhas
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
Homem de Ferro 2
O Lobisomen

A imagem do post foi feita pela Tabby Kink. Ela já tinah feito uma imagem de Natal e nos enviado, mas, agora, ela se esmerou e transformou a Lina, a Tanko e eu em figurinhas estilo mangá. Eu amei. Fiquei fofa, bem mais jovem e bem mais magra. :) Muito obrigada, Tabby!

Ranking da Taiyosha



Finalmente, estou publicando o ranking da Taiyosha. Assim como nos outros rankings de vendagens japoneses, somente Skip Beat! conseguiu entrar no top 1º, desta vez, em sétimo lugar. Já no ranking de shoujo, temos a estréia de vários títulos, como Otomen, Issho ni Neyou yo, Kaizoku to Ningyo (*que tem os piratas como tema*) e Kyou mo Ashita mo。 (*que fala da luta de uma menina para alcançar o seu sonho de se tornar mangá-ka;é um mangá bem legal*). Destaques da estréia são dois títulos da Ribon, Crash!, que é sobre uma boyband; e Blue Friend, que é um shoujo-ai. Permanecem no ranking 7SEEDS, Maid-sama, e Kinkyori Renai (*com mais uma de suas capas pedófilas*)

Em josei, muda muito pouco, quer dizer, fica um Harlequin da semana passada, sobem, por causa do dorama, três volumes de Deka Wanko. Nodame resiste sem dificuldade, assim como HER. O último volume de Kiss & Never Cry continua em boa posição. Gin to Spoon e Happy! Happy ♪ também marcam presença por mais uma semana. Minha aposta é que semana que vem, pelo menos metade do ranking ficará estável, salvo se tivermos uma braçada de Harlequins sendo lançados.

SHOUJO
Skip Beat! #27
Otomen #12
7SEEDS #19
Issho ni Neyou yo #4
Kinkyori Renai #9
Kaichou wa Maid-sama! #12
CRASH! #9
Kyou mo Ashita mo。 #8
Blue Friend #2 (Shoujo-ai da Ribon)
Kaizoku to Ningyo #4

JOSEI
Deka Wanko #8
Kiss & Never Cry #10
Happy! Happy ♪ #1
HER
Gin no Spoon #1
Nodame Cantabile #25
Samurai Kaasan #7
Deka Wanko #1
Hana wa Kiken na Prince to/SP wa Pretty Woman
Deka Wanko #2

Ranking da Tohan



Eu atrasei os rankings de novo, esse é o da Tohan, falta ainda o da Taiyosha. Houve dois dias esta semana que mal postei alguma coisa, então, tem muita notinha pendente e coisas mais sérias, também. Enfim, da semana passada só sobrou One Piece no ranking, tudo mudou. Nessa sacudida geral, apareceram títulos muito fortes, então, apesar de Skip Beat ser um título shoujo fortíssimo, bater de frente com Fairy Tail, Detetive Conan e Negima, fora o já citado One Piece, só com anime no ar ou dorama ou algo mais. Daí, Skip Beat ficou em sexto. E, bem, ficou muito bem colocado. Vamos ver o que rola na semana que vem.

1. Fairy Tail #25
2. Detective Conan #71
3. One Piece #61
4. Ahiru no Sora #30
5. Negima! #33
6. Skip Beat! #27
7. Kekkaishi #33
8. GTO: Shonan 14 Days #6
9. Hayate the Combat Butler #27
10. Area no Kishi #24

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Comentando Inverno da Alma



Quarta-feira assisti ao filme Inverno da Alma (Winter's Bone) e acredito que seja o último dos dez concorrentes ao prêmio principal que verei antes de domingo. Pois bem, apesar da demora em escrever este texto, eu gostei bastante do filme, que resumiria em uma frase “mundo cão com um pouquinho de açúcar”. Também é o tipo de filme que eu incluiria na categoria “para assistir com a minha mãe”. Acho que ela ia gostar muito e se identificar com a protagonista, interpretada por uma excelente Jennifer Lawrence. Sorte dessa menina é que ela ainda terá outras chances de mostrar seu talento, pois este ano, ela realmente não tem vez.

Winter’s Bones conta a história de Ree Dolly (Jennifer Lawrence), uma moça de 17 anos que assumiu o papel de chefe da família depois que o pai, traficante de drogas (*na verdade, ele produzia crack*), foi preso. Ree cuida do irmão de doze anos, da irmãzinha de seis, e da mãe depressiva que pouco interage com o mundo, além de um monte de animais que seus irmãozinhos recolhem. A garota trabalha o tempo todo, especialmente cortando e vendendo a lenha da propriedade da família, mas, ainda assim, eles vivem no limite da fome. Um belo dia, o xerife vem avisar que o pai saiu em condicional e deu a casa e toda a propriedade da família como penhor. Se ele não aparecer na audiência, Ree e o resto da família serão jogados na rua. A moça só tem duas opções, encontrar o pai e levá-lo ao tribunal ou provar que ele está morto.

Há quem diga que os EUA é a sociedade dos dois terços, isto é, um terço da população sempre estará excluída dos benefícios do sistema para que os demais possam usufruir dele. Ree faz parte desse um terço, ou daquilo que também é chamado por lá de “white trash” (lixo branco). Ela não vai à escola, ela não tem perspectiva de melhoria de vida, a cidade é um ovo e estagnada, e sua única forma de tentar romper com o ciclo de miséria é se alistar no exército. E é interessante que, quando Ree visita o colégio, ela observa duas “aulas especiais”, uma é de puericultura, a outra é um curso de formação de cadetes (*há escolas americanas que têm isso*). Eis os dois caminhos delineados, o exército, que paga 40 mil dólares quase imediatos por cinco anos que podem ser na linha de frente no Iraque ou Afeganistão, ou a maternidade compulsória e precoce. Não é coincidência que a melhor amiga de Ree já seja mãe e tenha largado o colégio.

Ree, no entanto, se sacrifica para dar uma vida melhor. O filme, aliás, é centrado em uma mulher, mas reforça – e só estou pontuando, não desqualificando – um papel feminino assentado no imaginário social, que é o do sacrifício, o que minha orientadora chamava de “dispositivo amoroso”. Ree está aà serviço da família, ela não tem vida, da mesma forma que a menina de Bravura Indômita luta “Em nome do pai”. Só que Ree acredita que isso é o certo, e se esforça para que seus irmãos possam ter uma vida melhor. E aí está o açúcar no mundo cão. O filme abre com as crianças, e a menininha é lindinha, e fecha com elas. Há futuro? Há esperança? Em Inverno da Alma, apesar de toda a miséria, parece existir, sim.

Ao longo do filme, um dos grandes medos de Ree é que seus irmãos sofram. Os primos, que são vizinhos e vivem também em situação de pobreza e metidos com drogas, oferecem ajuda. Mas só querem ficar com o menino. Talvez, porque ele já possa ser usado como mão de obra barata. Já a menina, ninguém quer. A possibilidade de deixá-la com o irmão do pai, desespera Ree. Um futuro de drogas ou outros abusos é o que as crianças provavelmente terão. Mas o que fazer? Nem no exército ela pode entrar, afinal, ela ainda é menor de idade e precisa que alguém assine. E, se se tornar militar, quem cuidará dos irmãos e da mãe? Ela é como se diz no jargão militar “arrimo de família”. Em um determinado momento da busca pelo pai, a menina é perguntada “Não há nenhum homem para fazer isso”. Não há. Ree não tem alternativa.

Falando em dinheiro, 40 mil dólares explicam muito a adesão de meninos e meninas miseráveis ao exército americano. É um dinheiro que faria muita diferença, especialmente em uma cidade terrivelmente pobre. Algumas casas mostradas no filme sempre tem uma fotinho discreta de alguém em uniforme, normalmente, alguém muito jovem. Será que ainda vive? O caso é que o dinheiro do alistamento deve ter sido muito bem investido. A cidade de Ree é como a Bon Temps de Sookie, só que sem vampiros, lobisomens e negros. E não estou dizendo que deveriam ter colocado personagens negras, pois essas cidades brancas paupérrimas existem. Mas é exatamente essa condição de “lixo branco” que exacerba o racismo. Afinal, aquele branco excluído precisa se sentir melhor que alguém, superior. Nem que para isso precise usar da violência.

A violência, aliás, está presente quase o tempo inteiro. Não nas brincadeiras dos irmãos de Ree, que são absolutamente não-agressivas, mas na presença das armas. Ree ensina seu irmão a atirar, porque precisa disso para sobreviver. Já que eles caçam esquilos para não morrer de fome. Depois, ela obriga o menino a enfiar as mãos nas entranhas do bicho para ajudá-la a limpar, pois isso também é questão de sobrevivência. A relação com os familiares também é pautada pela desconfiança e violência, assim como a forma como os homens se relacionam com as mulheres também é pautada pelo medo e ameaça. É assim na casa do tio de Ree, é assim na casa da melhor amiga da menina.

A jornada de Ree ao longo do filme é muito difícil. Ela procura os companheiros de crime do pai. Ninguém, nem seu primo, nem mesmo seu tio, querem ajudá-la. Obviamente, mexer com bandidos é perigoso e, lá pelas tantas do filme, Ree descobre que o pai estava “soltando a língua” em troca de diminuição da pena. Por conta disso, as possibilidades dele estar morto são grandes. Neste caso, trata-se de encontrar o cadáver. E Ree vai destemida e sem uma lágrima até encontrar o pai. Mesmo quando ela é espancada – por mulheres da gague que o pai estava traindo – ela não se dobra, ela tem um objetivo. Lembrei de Enrolados, com Rapunzel amolecendo o coração dos bandidos com “I have a dream”. Aqui, Ree também consegue, de uma certa maneira, tocar o coração de bandidos, com sua obstinação, coragem, persistência, e resistência diante da violência dos adultos. Até o tio, bem cruel e indiferente com ela no início, decide dar uma mãozinha, ainda que contra a vontade e ainda de forma grosseira. Já as mulheres que as espancaram, têm função chave para a resolução do problema.

Essa solidariedade entre mulheres – a melhor amiga, a prima, as mulheres do bando de traficantes – não torna o filme essencialmente feminista, mas reforça a idéia de que mulheres podem e são aliadas de mulheres. E já ia esquecendo, Ree chora duas vezes no filme, a outra é quando tenta arrancar da mãe quase catatônica alguma palavra de conforto e conselho. E, sim, Ree encontra o pai, mas não espere a menina se derretendo ou se lançando nos braços dele. Ela quer salvar os mais fracos, não o pai de volta, ainda que, mesmo que contra a vontade, ela demonstre algum amor com ele. Aliás, uma das coisas que marcam o filme é que família é família, e o sangue fala mais alto. Não digo que acredito nisso, vejam bem, nem que isso seja bom, já que há casos na minha própria família que mostram que, não. Simplesmente é uma idéia do filme.

Inverno da Alma é um bom filme, se fosse vencedor do prêmio principal, eu não reclamaria. Mas não espero que seja, acredito que nem roteiro adaptado leve. Jennifer Lawrence é uma atriz corajosa e convincente. Não é tão jovem quanto a personagem que interpreta, mas está bem perto, já que deve ter gravado o filme com 19 anos. A personagem precisa lutar contra as limitações impostas pela pobreza, pela idade, pelo gênero, e consegue se sair bem, ainda que com alguns dentes quebrados... Ela passa uma força que eu vejo em mulheres como a minha mãe, que não ficou em situação tão miserável quanto a da protagonista, mas que faria o que ela fez sem pestanejar. Só para constar, minha mãe é filha mais velha, ficou órfã de pai com cinco anos e sempre se sacrificou pela família... E sobreviveu. Até em favela controlada pelo tráfico ela entrou para encontrar parentes desaparecidos... Ree fez mais, é verdade, mas é esse apego pela família, que eu vejo em minha mãe, que eu vi na personagem. Por isso, eu acho que ela gostaria do filme.

Tudo em Inverno da Alma muito bem, até a música que é ótima, e, mesmo sujo e cruel, a película não semeia desesperança. Assim como Minhas Mães e Meu Pai, o outro filme independente entre os indicados, a diretora é uma mulher, só que em Inverno da Alma eu percebo uma compreensão muito grande de como as mulheres atuam no social. Sue limites e possibilidades, as limitações das suas condições de produção (*crenças, valores, ideologias, condições materiais, etc.*). Assim como a diretora de Minhas Mães e Meu Pai, Debra Granik não foi indicada ao Oscar. Vejam só são dez filmes indicados e cinco diretores. Dos dez filmes, dois são dirigidos por mulheres, mas 100% dos indicados por direção são homens. Discriminação? Imagina? É porque elas não são tão boas assim... Sore isso, recomendo o último vídeo do feministfrequency.

Inverno da Alma preenche bem a Bechdel Rule e é um filme centrado em uma mulher. Temos mais de uma persoangem feminina com nome. Lembro de ree, da irmãzinha Ashley Dawn, da prima-vizinha Sonia, a tia que se chama Victoria, mas a amiga tem nome, e outras mulheres, também. As mulheres conversam e a amiga de Ree, que enfrenta o marido, é um apoio muito grande para ela. E falam de outras coisas além de um homem, mesmo que encontrar o pai de Ree seja fundamental. É bom ter outro filme protagonizado por uma mulher forte competindo. O primeiro é Bravura Indômita. A rainha do Discurso do Rei é uma mulher forte, mas é coadjuvante... Nina de Cisne Negro é uma mulher destruída, então não conta. Enfim, para quem não tem problemas com filmes que mostram a miséria, ainda que sem perder a ternura, Inverno da Alma é uma boa pedida. Ah, sim! Quer participar do bolão do Oscar do Shoujocast? Tem até prêmio! Basta ouvir o programa e saber como faz.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Drama CD de Tonari no Kaibutsu-kun



Segundo o Comic Natalie, um drama CD de Tonari no Kaibutsu-kun (となりの怪物くん) será lançado junto com o volume #7, no dia 13 de maio. Na verdade, haverá duas versões, a simples e a edição limitada com o tal CD. Eu gostei muito do que li desse mangá, e comentei o volume #1 aqui no blog. Pois bem, ainda em relação a esta série, ela teve destaque na edição atual da revista Dessert, com direito a capa (*que vocês podem ver no post*), páginas coloridas e uma pesquisa para saber quais são as personagens mais populares da série. Se entendi bem, a autora, Robiko, vai postar wallpapers especiais com os vencedores no dia 1 de março. Será que eu entendi direito? É muito pouco tempo para votar.

Quanto custaram os filmes do Oscar



Passando pelo G1, vi essa notícia comentando quanto foi gasto para fazer cada um dos filmes do Oscar. Um Toy Story poderia produzir 100 Invernos da Alma. Parece realmente incrível... Sei lá... Ou talvez, não. Eu realmente achava que Cisne Negro tinha custado um pouco mais. Agora, como filmes são caros, especialmente quando acarregam em efeitos especiais...

Toy Story 3 – US$ 200 milhões
A Origem (Inception) – US$ 160 milhões
A Rede Social (The Social Network) – US$ 40 milhões
Bravura Indômita (True Grit) – US$ 38 milhões
O Vencedor (The Fighter) – US$ 25 milhões
127 Horas (127 Hours) – US$ 18 milhões
O Discurso do Rei (The King’s Speech) – US$ 15 milhões
Cisne Negro (Black Swan) – US$ 13 milhões
Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right) – US$ 4 milhões
Inverno da Alma (Winter’s Bone) – US$ 2 milhões

Revista Cheese publica mangá sobre Cyberbullying



Segundo entendi do Comic Natalie, a revista Cheese vai estrear uma série (*ou one-shot*) sobre uma moça que comete suicídio devido a mensagens ameaçadoras enviadas pelo Twitter. Mas o assassinato parece ser somente o início da história, porque o protagonista é um rapaz, que passa a ser suspeito do crima. A mangá-ka responsável pela obra é Hina Sakurada e o nome da obra é Korosareru Nara, Isso Sakura no Ki no Shita De (殺されるなら、いっそ桜の木の下で). A série começou na edição que chegou às lojas hoje. É muito interessante a rapidez como o shoujo mangá aproveita os temas quentes, como foi o caso da epidemia de AIDS nos anos 1980. Falando em bullying, para quem interessar, este é o tema do último Monacast. Já na edição de abril, chega ao fim Cosplay Deka (コスプレ刑事) de Nao Doumoto. A série estreou na revista Cheese em fevereiro de 2009.

Meus presentinhos de aniversário



Eu estava esperando o presente da Lina e do Matt chegar. O outro, é do Diego Hatake. A Lina sabe que eu amo gatos, aliás, a gatinha embaixo da mesa (*foi de propósito*) é a minha Sookie, então, ela me mandou esse lindo quadro bordado. Lindo, lindo, como as bactérias que ela já me enviou. O Matt me enviou Hoshi no Koe e uma cartinha muito carinhosa. E, sabe, ele desenhou uma flor e disse que eu fingisse que é uma rosa. tenha certeza, Matt que é uma rosa, é uma flor muito bonita, e foi a única que recebi neste aniversário, viu? E o Diego me enviou um kit muito legal feito com produtos da Amazônia. Está guardadinho e eu vou usar, viu? Muito, muito obrigada pelo carinho mesmo. Obrigada a quem me desejou aniversário e tudo mais. Saiba que esse carinho me ajuda a seguir em frente.

Ranking da Oricon



Saiu o ranking da Oricon (*e todos os outros... eu traduzirei ao longo da semana*) com os trinta mangás mais vendidos do mercado Japonês. Temos somente um mangá no top 10, Skip Beat!, é a estréia e a série sempre aparece bem no ranking, sexto lugar é surpresa, esperava mais. No entanto, os competidores diretos, One Piece, Ahiru no Sora, Detetive Conan, Negima – eram muito fortes, também, um deles, imbatível. ^_^ Agora, no caso de Otomen, 15º lugar é uma estréia razoável, mas não é excelente. O mangá vem perdendo fôlego nos rankings. Temos 7SEEDS e Maid-sama que resistem. Crash!, que aparece lá embaixo, é um mangá da Ribon, e está em evidência, porque foi criado um grupo de cantores derivados do mangá, segundo o Pro Shoujo Spain.

6. Skip Beat! #27
15. Otomen #12
20. 7SEEDS #19
22. Kin Kyori Renai #9
24. Monochrome Factor #10
26. Issho ni Neyō yo #4
29. Kaichou wa Maid-sama! #12
30. Crash! #9

Mitsuru Adachi no Brasil



Eu vi a notícia quando estava na rua, mas esqueci de checar em casa. Segundo o Anime-Pró, a editora L&PM, que tem tradição em publicação em formato pocket por preço acessíveis, vai lançar mangá. E começa com? Ah! Começa com Mitsuru Adachi! Belisca! Belisca! Alguém realmente acredita que mangá não venda no Brasil com editoras consolidadas arriscando desse jeito? Ou que esteja saindo "de moda", como li dia desses por aí? Bem, segundo o contato da editora com o Anime-Pró, a editora licenciou junto à Shogakukan, Solanin (ソラニン), de Inio Asano, e Bouken Shonen ou Shounen Bouken, (冒険少年) de Mitsuru Adachi. Trata-se de uma coletânea de histórias curtas, e é a melhor forma de apresentar Adachi para o público brasileiro.. Bem, é um começo promissor.

Começam com dois seinen, mas, se a coisa der certo, quem sabe um shoujo? O material de Chiho Saito é dessa editora, principalmente. O formato será de leitura oriental, então, uma escolha já foi correta. Eu fico imaginando - e isso me preocupa - se o desinteresse das grandes editoras, das que têm experiência com mangás, acabem deixando clássicos e autores mais "cult" para editoras grandes, mas inexperientes. por conta disso, quem sabe A Rosa deVersalhes (ベルサイユのばら) até venha, mas acabe nas mãos de uma editora mainstream? Ou mesmo algum josei mais cult e oneshot? Motivo de alegria, claro, mas preocupação, também... Ah, só para acrescentar ao que eu escrevi ontem, o pessoal da L&PM me respondeu o seguinte via Twitter:

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Shoujocast #34 no Ar: Colocando o Papo em Dia



Depois de um loooongo recesso, voltamos! E, este programa é um aquecimento, afinal, o ano no Brasil só começa depois do Carnaval mesmo... enfim, neste episódio, a Tanko, a Lina Inverse e eu (Valéria) conversamos sobre K-Doramas na América Latina, a estréia de Nodame Cantabile na Animax, a razão do sucesso de Hetalia (*o anime e o mangá*), o lançamento de Kimi ni Todoke no Brasil, e as nossas apostas para o Oscar. ^_^ Se você quiser comentar, use o espaço do post, ou mande um e-mail para shoujocast@yahoo.com.br Para assinar o nosso feed, clique aqui. E agora o Shoujocast está no Twitter, então, se quiser, pode nos seguir. Se quiser baixar o programa, é só clicar neste link. É possível ouvir o Shoujocast no player abaixo, também:


Ah, quem quiser adquirir um dos artesanatos que a Lina faz, é só visitar o Inverse Craft. Ela faz coisas muito fofas, como esses chaveiros de Moyashimon que ela me deu de presente. ^_^ E visitem o site da Lina e o Blyme Yaoi, o site da Tanko. Eles valem a pena.

Sites citados no programa:

K-Doramas invadem a América Sul
K-Doramas fazem sucesso nos EUA
Governo Coreano usam doramas para divulgar a cultura do país
Para assistir K-Doramas em espanhol
K-Doramas que passaram na América Latina
Murinho da Vergonha 3 ou “Valéria está destruindo a indústria de animes no Brasil”
Doramas anunciados no Peru

Resenhas dos filmes candidatos ao Oscar:

Toy Story
O Discurso do Rei
Cisne Negro
Bravura Indômita
Minhas Mães e Meu Pai
A Origem
Enrolados
Alice no País das Maravilhas
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
Homem de Ferro 2

E a minha participação na Cabine Coletiva do Oscar. ^_^

Veja o Filme, leia o Livro



Hoje voltei para casa com o livro do filme o Discurso do Rei. quer dizer, na verdade, é a versão dos fatos escrita por um dos netos do terapeuta, Lionel Logue. De qualquer forma, tem o Colin Firth e o Geoffrey Rush na capa e, logo, logo, estarei lendo. Adoro livros com a capa do filme. Enfim, havia também o livro de Bravura Indômita. Como quero ler a história original, está na minha lista futura, ou se alguém quiser me dar de presente, eu aceito. ^_^ E é com a capa do filme, também, como vocês podem ver. Tem no Submarino (1-2), mas é possível comprar em outras livrarias, também, claro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mulher Maravilha é tema de linha de cosméticos



Segundo o G1, a M.A.C., uma marca internacional de cosméticos, decidiu lançar toda uma linha de produtos inspirada na Mulher Maravilha:
A personagem figura no hall de nomes lendários da DC Comics, e nos produtos da marca canadense o icônico uniforme foi parar nas embalagens que chegam com uma pegada de pop arte. Blushes, sombras, esmaltes, pincéis e batons foram batizados com nomes fantásticos tipo Identidade Secreta, Invencível Espelho, Quarteto de Sombras Desafio, Nécessaire Azul à Prova de Balas ou Princesa Amazona ou Lady Justiça.
É edição limitada, como foram outras coleções lançadas pela empresa inspiradas nas pinturas de Vermeer (*quem não viu A Moça com o Brinco de Pérola precisa assistir*), na cantora Lady Gaga e nas vilãs da Disney. A foto dos produtos pode ser vista aqui. Achei tudo muito bonito e uma homenagem muito interessante. Os produtos saem este mês nos EUA. Recentemente, foi noticiado que vem por aí um seriado de TV com a super-heroína que foi a primeira a ter revista própria e tem uma legião de fãs pelo mundo inteiro.

Natsume Yūjinchō ganha terceira temporada animada



Segundo o ANN, a edição de abril da revista LaLa anunciou a terceira temporada animada de Natsume Yūjinchō (夏目友人帳), mangá de Yuki Midorikawa. Isso realmente é muito raro para um anime shoujo, especialmente um que não tem recorte infantil, nos dias de hoje. Maiores detalhes serão dados nas próximas edições da LaLa. Também na mesma edição foi anunciado o longa animado (*acho que é isso*) baseado em outro manga da autora, Hotarubi no Mori e (蛍火の杜へ). Assim como Natsume Yūjinchō, Hotarubi no Mori e é uma história que flerta com o sobrenatural.

Novo mangá de Kaori Yuki lançado no Japão



Segundo o Comic Natalie, o primeiro volume de Iiki no Ki (异域之鬼), novo mangá de Kaori Yuki, será lançado no Japão no dia 7 de março. E, para comemorar, no dia 27 haverá uma sessão de autógrafos. 100 ingressos serão distribuídos na loja Annex (*será que está certo?*) em Shinjuku para quem comprar pessoalmente o mangá. Iiki no Ki é publicado na revista Aria. Falando em Kaori Yuki, faz um bom tempo que não sai nada dela aqui no Brasil.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Primeiro trailer do filme de Usagi Drop



Saiu o primeiro teaser trailer de Usagi Drop (うさぎドロップ). E é uma gracinha! Não sei se vocês se lembram, mas é o filme baseado no mangá de Yumi Unita sobre um sujeito de trinta anos que descobre, no enterro do avô, que ele teve uma filha. E que ninguém quer se reponsabilizar pela menininha. Daí, ele decide assumir a tia e cuidar dela. Só que não será nada fácil...Usagi Drop também já tem página oficial. E, só lembrando, terá anime no Noitanima este ano. O trailer estava no site Nippon Cinema.

mangás de Riyoko Ikeda em formato digital no Japão



Segundo o Riyoko Ikeda Fan Site, os mangás da criadora da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) estão sendo vendidos em formato digital no Japão. A editora/site é a Ebi-E-book e já foram publicados alguns volumes de Eikou no Napoleon - Eroica (栄光のナポレオン - エロイカ) e o mangá Ayako (妖子). Agora, é a vez de Kasugano to Tsubone. Segundo o site italiano, o preço de cada edição é 945 ienes. Pelo que eu vi na página de Ebi-E-book, Riyoko Ikeda é somente uma das autoras e autores que estão saindo em formato digital. Por mais que eu goste de papel, acredito que o futuro será de convivência entre os dois formatos. Vide a notícia que postei sobre as edições simultâneas da revista Feel Young.

Participei do Cabine Coletiva dos Palpites do Oscar




O site Cabine Celular, do Maurício Saldanha do Rapaduracast, volta e meia promove uma Cabine Coletiva com o pessoal que assiste o programa. Eu já tinha tentado participar da Cabine do Cisne Negro e de Tropa de Elite, mas não consegui. Agora, deu certo. Eu gosto do programa, embora nem sempre concorde. Acho divertido, criativo e corajoso, também, lá do seu jeito meio maluco. E já está no ar. Vocês já conhecem o meu rosto, então não é novidade. Minha voz, também, por causa do Shoujocast. Acho que das minhas apostas aqui no blog só troquei atriz e atris coadjuvante. Antes do Oscar eu atualizo as minahs apostas. ^_^

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Colin Firth ganha matéria no Correio Braziliense



Por conta do Discurso do Rei e da possibilidade concreta do Oscar, o Correio Braziliense veio com uma matéria sobre o Colin Firth. No geral, ela está OK, mas há um problema que começa pelo título. Firth não é coadjuvante na maioria dos seus filmes, talvez, isso possa ser até verdade para produções de grande destaque internacional, como Shakespeare Apaixonado, mas não dentro do cinema inglês. Eu não preciso nem forçar a memória para começar a enfileirar os filmes de Another Country, passando por Valmont, Febre de Bola, Trauma, A Hora do Porco, A Última Legião, mesmo A Verdade Nua e Moça com Brinco de Pérola. Fora coisas para a TV, como Orgulho & Preconceito, claro, porque sem essa série não haveria Bridget Jones... nem o livro. E ele fez algumas comediotas americanas menores, como o sofrível Hope Springs, mas eterno coadjuvante não procede. E, bem, todos os atores e atrizes fazem coadjuvantes, ou, não? Mas agora a grande imprensa parece ter descoberto o Colin Firth.

A matéria não está completa, ela só está disponível na íntegra para assinantes. Eu sou assinante, mas é aquela versão horrorozinha digital que você não pode copiar, nem baixar. A segunda parte da matéria se chama “Majestade”. Lá eles reforçam a história do “eterno coadjuvante”; falam que ele agora está se envolvendo em produções mais comerciais, como Dorian Gray; dizem que este filme de 2009 está para estrear no Brasil (*Really?! E Ágora?!*); falam da Livia, a esposa italiana do Firth. E diz ainda que ele é “devoto da cartilha de Jane Austen e Shakespeare”. Olha, quem já leu as entrevistas dele, inclusive eu tenho a da edição de aniversário de Orgulho & Preconceito (1995) sabe que ele não era leitor de Austen. Ele é até solta que sempre achou que era “livro de mulherzinha”. Mas, enfim, há uma única fala direta dele é a seguinte “Meu instinto primário como ator não é a grande transformação. É emocionante quando um ator consegue fazer isso, mas eu não consigo.”. Ou seja, ninguém espere que ele emagreça 20 quilos ou algo do gênero para um papel... E nem precisa, né? Segue a matéria.
Colin Firth deixa para trás o passado de coadjuvante e briga pelo Oscar


Tiago Faria

A uma semana do Oscar, a lista de favoritos à premiação mais tradicional de Hollywood ainda desperta um punhado de dúvidas. Em tese, o filme britânico O discurso do rei está muito à frente da concorrência. Mas há quem acredite numa reação de A rede social (o preferido da crítica) e Bravura indômita (o faroeste azarão). Entre as atrizes, a vitória de Natalie Portman, por Cisne Negro, parece certa — pelo menos se Annette Bening, ignorada três vezes pela Academia, não somar pontos por teimosia. Melhor filme estrangeiro? Imprevisível. Pelo menos num quesito, no entanto, especialistas e palpiteiros são unânimes: só uma zebra tiraria de Colin Andrew Firth o troféu de melhor ator.

O inglês de 50 anos disputa o principal holofote da indústria cinematográfica com Javier Bardem (Biutiful), Jesse Eisenberg (A rede social) e James Franco (127 horas). Mas o candidato que lhe oferece algum perigo, curiosamente, é Jeff Bridges (Bravura indômita), que superou Firth em 2010 nessa mesma categoria. Na ocasião, o britânico foi indicado graças à performance contida de Direito de amar, melodrama assinado pelo estilista Tom Ford. Perdeu para o cantor country desleixado, decadente, defendido por Bridges em Coração louco. Desta vez, no entanto, o jogo inverteu. Pela interpretação de George VI em O discurso do rei, o britânico de Hampshire acumulou mais de 20 prêmios — entre eles, o Globo de Ouro, o Bafta e a estatueta do sindicato dos atores de Hollywood. De lambuja, conquistou uma estrela na Calçada da Fama.

Eleito o melhor de 2010 por associações de críticos de Nova York e Los Angeles, Firth fez mais: enterrou em definitivo um estigma que o perseguia desde que estreou nas telas, em meados dos anos 1980. No cinema britânico e nos grandes estúdios americanos, o intérprete sempre foi considerado “apenas” um respeitável coadjuvante. Poucos foram os papéis de destaque numa carreira que já conta com mais de 60 filmes — para a telona e a tevê, onde brilhou em 1995 na minissérie Orgulho e preconceito. Até Direito de amar, a imagem de bom moço, ideal para personagens engomadinhos, prejudicou a trajetória do astro. Num dos papéis mais conhecidos do público, em O diário de Bridget Jones (2001), ele é o homem “para casar”: o pretendente sério, bem-sucedido, mas sem o “sex appeal” do adversário, Hugh Grant. Um tipo às vezes terrivelmente comum.

O perfil austero do ator pode não provocar faíscas em fitas românticas, mas se adapta perfeitamente à pompa de produções de época — principalmente a tipos aristocráticos como o protagonista de Valmont — Uma história de sedução (1989) e o Lorde Wessex, de Shakespare apaixonado (1998). É em O discurso do rei, entretanto, que Firth prova total afinidade com a imponência dos nobres. Com a missão de garantir profundidade dramática a um rei gago, incapaz de encarar o microfone e se dirigir ao povo do Reino Unido, o ator é o maior responsável por imprimir verossimilhança a um filme cujo roteiro recebeu reprimendas por tingir a monarquia com tons amenos, róseos.

Para compor o personagem, Firth se inspirou nas experiências do roteirista David Seidler, que enfrentou a gagueira na infância, e buscou o monarca elegante que submergiu na figura muitas vezes risível de um líder que, à primeira vista, parecia hesitante, frágil. “O mais dolorido na história de George VI é que, quando você lê o que ele escreveu, descobre um homem sutil, com uma esperteza, um senso afiado de ironia. E ele era considerado um tolo simplesmente porque não conseguia expressar tudo isso. Era um homem quase invisível”, contou à BBC. Pai da rainha Elizabeth II, o poderoso recorreu a um terapeuta de fala (Geoffrey Rush) para superar a crise pessoal.

Ranking da Taiyosha



E antes que a semana termine... quer dizer, ela já terminou... Eis o último ranking japonês, o da Taiyosha. Fui deixando, deixando e ele, que é o primeiro a sair, só apareceu hoje. Enfim, no top 10 geral somente um shoujo, Maid-sama e em sétimo lugar. Basta ver os outros rankings e comparar. A Taiyosha está diferente de todo mundo. Mas quando vamos para os rankings específicos, ela concorda. Temos 7SEED, Kinkyori Renai, e outros mangás quase na ordem da Oricon... Quase! O problema do ranking da Taiyosha dessa semana é quantidade de josei misturado com shoujo, Hana no Zubora Meshi é certeza, Swan: Moscow Arc e Hanayoi Douchuu tenho quase, não consegui saber em qual revista eles saem. Isso já é um indício de que não devem ser shoujo. :)

Em josei, temos Kiss & Never Cry!, o último volume, liderando. Nodame resite, HER, também. Bunchousama to Watashi parece ser um mangá sobre passarinhos, Happy Happy – continuação de Happy – é sobre uma família e seu cachorro. Acho que na continuação são dois cachorros. ^_^ Adorei a capa de Gin no Spoon, muito fofa. E, claro, há os Harlequin e outras séries que apareceram, mas devem sumir na semana que vem. McKenzie no Musume é da mesma desenhista dos mangás da família De Burgh. Aliás, queria saber quando sai o mangá do Cavaleiro Negro. Nanao Hidaka não desenha bem, mas coleção é coleção.

SHOUJO
1. Kaichou Wa Maid-sama! #12
2. 7SEEDS #19
3. Kinkyori Renai #9
4. Neko Mix Genkitan Toraji #4
5. Hana no Zubora Meshi
6. Koi dano Ai dano #2
7. Gakuen Ouji #11
8. Swan: Moscow Arc #1 1
9. Uchi no Pochi no Iu Koto ni wa #3
10. Hanayoi Douchuu #5

JOSEI
1. Kiss & Never Cry #10
2. Bunchousama to Watashi #11
3. Hana wa Kiken na Prince to/SP wa Pretty Woman
4. Happy! Happy ♪ #1
5. Nodame Cantabile #25
6. Gin no Spoon #1
7. Koisuru Savanna
8. McKenzie no Musume
9. HER
10. Tsunagu to Seiza ni naru you ni #1

Segunda capa de One Piece da Margaret



A segunda capa de One Piece da Margaret acabou de ser lançada no Japão. Como a revista é quinzenal, estavam previstas duas homenagens/propaganda para o mangá de piratas mais rentável de todos os tempos. Pois bem, nesta edição tembém temos a comemoração dos dois anos do mangá Kimi ja Nakya Dame Nanda。(君じゃなきゃダメなんだ。), de Mimi Tajima. Trata-se de um shoujo escolar que, segundo o Mangaupdates, parece flertar com a idéia de incesto. A protagonista fica sabendo antes da morte do avô que tem um irmão que não conhece. O velho lhe dá o endereço e, após o funeral, ela vai atrás do irmão. Na mesma casa moram dois rapazes, mas ela não sabe, e eles parece que, também, não, quem de fato é o irmão da menina. Deve ser inócuo, afinal, é Margaret, mas eu não olhei a série. Haverá sorteio de 200 brindes (*ilustrações especiais*) da série para quem enviar o cupom, provavelmente, e, segundo o Comic Natalie, uma pesquisa de popularidade.

Natalie Portman pula do Oscar para os braços de Thor



Eis um filme que eu quero muito ver. Quando assisti Bravura Indômita, fiquei muito decepcionada de não exibirem o trailer. Ainda não consegui ver o trailer de Thor no cinema, mesmo indo tanto, e meu marido, que quase não vai ao cinema, já assistiu... Tsc... Tsc... OK, não vou ver o filme por causa da Natalie Portman, mas porque gosot da personagem, gosto do Thor, ou gostava quando criança por conta dos desenhos da Marvel. Aqueles paradões, que usavam cenas tiradas do quadrinho mesmo. Mas ter a Natalie Portman no filme é ótimo. Depois de assistir Minhas Mães e Meu Pai, se tirarem o Oscar dela será muito injusto, tanto quanto não darem o Oscar para Colin Firth por O Discurso do Rei. Mas segue a matéria da Folha.

Natalie Portman pula do Oscar para os braços de Thor

Se confirmar favoritismo junto à Academia, atriz entra para time de premiadas que aceitam papéis de mocinha de heróis Marvel

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO


Muito se fala a respeito de uma "maldição" do Oscar. A brincadeira se refere ao fato de muitos atores e atrizes não emplacarem mais sucessos na carreira depois de levar uma estatueta para casa. A lista é grande: Adrien Brody ("O Pianista"), Halle Berry ("A Última Ceia"), F. Murray Abraham ("Amadeus") e muitos outros. Mas existe outra maldição, esta bem mais divertida. Ao que tudo indica, deve cair sobre mais uma pobre estrela na noite do próximo domingo, na entrega do Oscar 2011.

Natalie Portman, que só perde como melhor atriz com uma zebra gigantesca, vive os momentos de glória pela atuação em "Cisne Negro". Merece. Ela dá o sangue no papel – literalmente. Daqui a três meses, Natalie testará sua condição de estrela numa atuação que pouco ou quase nada vai exigir de seu evidente talento. A moça vai interpretar a enfermeira Jane Foster em "Thor", mais um filme de herói nessa imensa banca de gibis em que Hollywwod se transforma a cada verão.

Depois de ser reconhecida como grande atriz no maior prêmio do cinema, seria natural reencontrá-la em trabalhos mais prestigiosos. Mas a Marvel, editora de quadrinhos que fortalece cada vez mais seu braço cinematográfico, deve pagar bem. Natalie não é a primeira "oscarizada" recrutada. Em "Hulk", Jennifer Connelly emprestou o rostinho bonito à cientista Beth Ross, namorada do verdão, quer dizer, do pobre Bruce Banner que vira o herói furioso. Se o filme fracassou, não foi culpa de Jennifer. Na refilmagem que a Marvel produziu em 2008, Liv Tyler herdou o papel. E nem com essa troca o filme deu certo. Já Gwyneth Paltrow se saiu bem nos dois hits de verão da franquia "Homem de Ferro". Ela deve repetir o papel no terceiro da série. Antes disso, vai aparecer de novo como a secretária do herói em "Os Vingadores".

Agendado para 2012, o filme é a esperta reunião de quatro heróis Marvel – os citados Thor, Hulk e Homem de Ferro, além do Capitão América (que também chega aos cinemas este ano). "Os Vingadores" não terá Natalie Portman, o roteiro não inclui a personagem dela. Mas traz outra musa, esta ainda à espera do primeiro Oscar: Scarlett Johansson. Ela retoma seu papel de "Homem de Ferro 2", a heroína-vilã Viúva Negra. Curiosidade: Scarlett era a primeira escolha para viver Pepper, ainda no primeiro "Homem de Ferro". Gwyneth Paltrow acabou ficando com a vaga.

Comentando Minhas Mães e Meu Pai



Esse foi o único dos indicados ao Oscar que assisti em casa até agora e, não, no cinema. Não consegui ir ao cinema na época em foi exibido. Até gostaria de ter assistido sem interrupções, na sala com a tela grande, talvez isso tivesse feito alguma diferença na minha percepção. Enfim, achei um filme muito bem executado, com boas cenas, boas atuações, mas, ao mesmo tempo, odiei boa parte do filme... Tomei tal antipatia que está complicado escrever esse texto. Assim como parei o filme várias vezes, estou interrompendo a escrita desta resenha... Mas, OK, não vou adiantar a minha indignação, deixa eu resumir a historinha do filme:

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids are All Right) conta a história de um casal de lésbicas, Nic (Annette Bening) e Jules (Julianne Moore). A primeira é médica e sustenta a casa, a segunda tem uma veia mais artística e leva uma vida de dona de casa com empregos temporários ou empreitadas que não vão muito adiante. Nic e Jules tiveram dois filhos, Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson), graças a um banco de esperma. Nic é uma mãe rigorosa, enquanto Jules tem um papel mais acolhedor, tentando apagar os incêndios. Laser deseja muito conhecer seu pai biológico e, quando a irmã faz 18 anos, a convence a ligar para o banco de esperma e saber a identidade do homem que fez a doação. É o que consta no contrato. Sem que suas mães saibam, os dois adolescentes descobrem serem filhos de Paul (Mark Ruffalo). Há um primeiro estranhamento, especialmente por parte de Laser, mas mesmo depois que as mães ficam sabendo, o relacionamento entre o pai biológico e os adolescentes é positivo, para angustia e ciúme de Nic. O problema começa quando Jules se aproxima de Paul, e a estrutura da família é posta em risco.

Não sei quem colocou na cabeça e em muitos outros lugares que Minhas Mães e Meu Pai é uma comédia. O filme é um drama, eu não consegui mais que articular um ou dois sorrisos durante todo o filme. Mas Minhas Mães e Meu Pai fala de um monte de coisas interessantes e importantes. Eu realmente entendo a curiosidade dos irmãos em saber quem foi o doador, seu pai biológico. Acredito que isso tenha muito menos a ver com a falta de uma figura paterna/masculina e mais com a necessidade de conhecer suas origens. Mia Wasikowska, que conheci em Alice, me convenceu plenamente como atriz e mal posso esperar para vê-la como Jane Eyre. Ela está muito bem, como a garota inteligente e insegura, que primeiro nem queria saber do pai biológico, mas depois passa a gostar muito mais dele que o irmão. O menino, também, começou como uma figurinha bem antipática e descerebrada e, ao longo do filme, acabou se mostrando um adolescente muito convincente, com dúvidas, ansiedades, mas, e isso é importante, caráter. A maturidade do garoto fica evidente quando ele se recusa a maltratar um animal para agradar ao amigo looser e quando ajuda as mães a fazerem as pazes.

Voltando ao caso da doação de esperma. Eu pessoalmente – e parte da minha antipatia com o filme possa vir daí, por favor tenham isso em mente – acho essa mercantilização de células reprodutivas e de barrigas de aluguel algo degradante. Outra coisa que me desagrada muito é que alguém, deliberadamente, opte por uma produção independente que prive uma criança de ter um pai ou uma mãe. Se alguém me perguntar qual a saída para essa sinuca, bem, há a adoção, ou a doação de óvulo ou esperma por parte de um amigo/a ou parente, criando uma unidade familiar mais complexa, porém mais justa para com a criança. E nem estou falando de responsabilidades parentais, mas da criança saber quem é seu pai ou mãe biológica. E que ninguém pense que estou estigmatizando pais e mães solteiras ou viúvos que criam seu filho ou filha sozinhos, ou defendendo a “família de propaganda de margarina” (*pai, mãe, filho, filha e cachorro*), o que estou dizendo é que isso deveria ser excepcional, não uma escolha. Toda a confusão na cabeça de Joni e Laser começa por conta disso, e poderia ser evitada. Mas eis que um dos defeitos de Minhas Mães e Meu Pai também é não questionar a questão da maternidade compulsória. Aliás, nem se discute nada a respeito.

Outro mau sinal para mim, é que simpatizei mais com Paul do que com Nic ou Jules. Ele é o sujeito bon vivant, garanhão e tudo mais, só que doou esperma aos 19 anos – se bem me lembro – e, 18 anos depois, fica sabendo que tem dois filhos, que são garotos legais e começa a perceber que deseja ter uma família somente sua, quer ter seus filhos. Só que, segundo a lógica da mercantilização das células reprodutivas, aquela menina inteligente e linda e aquele garoto sensível não são seus filhos, ele não tem o direito de se sentir pai. Mas o sujeito decide se reformar, até rejeita a antiga ficante (*uma atriz lindíssima*), só que acaba se envolvendo com Jules e aí está a origem de toda a desgraça. Aliás, desde antes do problema, a mãe que tinha mais ciúme e problemas com a presença de Paul era Nic. E fica fácil entender pela lógica do filme, afinal, ela pode ser "o homem da casa", mas ele tem pênis e ela não tem.

Agora vamos ao problema. Parte da comunidade lésbica americana rejeitou o filme e eu como feminista, ainda que não seja lésbica, compreendo bem o motivo. Em termos representacionais é muito legal ter duas atrizes de meia idade, com todas as rugas e tudo mais nos lugares certos, fazendo um casal de lésbicas que constituiu uma família e é feliz. Só que a parte positiva em termos de visibilidade lésbica para mim termina aí. Meu mal estar já começou com a mesa de jantar. Logo no início do filme temos uma mesa retangular, crianças e esposa sentadas aguardando o provedor chegar. E o lugar vazio é a cabeceira. Se eu me irrito com essa mesa patriarcal em novela da Globo, por que não me irritaria com ela em um filme? E, pior, normalmente em filmes americanos e ingleses, cada um dos cônjuges senta em uma cabeceira, mas, nessa família lesbiana ideal, alguém manda, alguém sustenta, alguém precisa estar na cabeceira. OK, para vocês? E não pensem que eu estou exagerando, porque mais adiante Jules reclama que Nic prejudicou sua carreira e fez de tudo para que ela ocupasse um lugar de dona de casa e mãe. Quer família mais tradicional que essa? Eu que cresci com pai e mãe heterossexuais, religiosos, e pobres tive referencial muito melhor de família e papéis de gênero.

Para piorar, Jules e Nic se preocupam muito com Laser. O garoto anda com um looser, o que não é bom para o seu futuro. Afinal, o que ele tem para oferecer? Você investe em quem pode te dar algo em troca, não é? Pois bem, os dois são feito unha e carne e as mães desconfiam que o garoto é gay. A gente vê todo o esforço de pais e mães GBLT para mostrar que orientação sexual nada tem a ver com criação e convivência e um filme como esse mostra duas mães, mais Jules que Nic, se preocupando com a orientação sexual do filho. No caso de Jules até desejando mesmo “Se você fosse gay, seria mais sensível”. Mas elas podem ficar tranqüilas, afinal, ele só estava usando drogas... Mas isso, elas não percebem. Em contrapartida, ninguém se preocupa com a filha, que é apresentada como uma menina insegura e reprimida sexualmente. Não que ela não vá jogar na cara das mães que quer que a deixem em paz, afinal, ela já fez tudo – melhor da turma, menina exemplar – para que todos achassem que elas tinham a família lésbica ideal. Muito triste.

E chegamos ao ponto chave, apesar de lésbicas, Jules e Nic são ávidas consumidoras de filmes gays masculinos. Quando o filho, Laser, descobre isso (*e um dildo, também*), ele pergunta para as duas, para o desconcerto de Nic que é em todos os aspectos “o homem da casa”, qual o motivo disso. Daí, temos a explicação que lésbicas em filmes pornográficos não são lésbicas, mas mulheres heterossexuais pagas para fingir, já que o objetivo são os homens hetero. OK, para vocês? As duas atrizes de Minhas Mães e Meu Pai são também heterossexuais pagas para mentir. Acho que essa era uma das piadas do filme... Mas a cereja do bolo está por vir, já que Jules acrescenta que filmes com homens são melhores, porque o desejo fica evidente, afinal, eles têm pênis. Trocando em miúdos, toda lésbica, ou pelo menos Jules, deseja mesmo é um pênis, é ser possuída por um homem. E o relacionamento com Paul aponta para isso. Estranhamente, em um filme sobre um casal e lésbicas, as cenas de sexo são todas heterossexuais, ou entre dois homens na TV. As duas mães trocam selinhos e afagos, mas não passa disso.

Curiosamente, a diretora e roteirista Lisa Cholodenko, que não recebeu indicação por direção, é lésbica e mãe. Isso não a tornou mais sensível em relação ao que representou no filme. Para ela está tudo certo e no devido lugar. E não pensem que estou dizendo que mulheres bissexuais, porque Jules, para mim, não é lésbica, não podem desejar homens, trair suas parceiras com homens. Só que a sexualidade é algo muito fluído e posso estar sendo radical. Poderia até começar a discutir isso, que as pessoas não são hetero ou homo, elas simplesmente estão hetero ou homo, afinal, é nisos que eu mesma acredito, mas acho que não vem ao caso. A pergunta para mim é por que colocar uma lésbica traindo a companheira com um homem ou babano diante da visão de um pênis ereto como Jules fez? Por que dar visibilidade exatamente a esse tipo de família lésbica tão patriarcal? Quantos filmes com casais lésbicos você já assistiu? Quantos deles ganharam a projeção de Minhas Mães e Meu Pai? Será que não foi porque ele confirma a fantasia de que lésbicas são mulheres confusas que no fim das contas precisam é de um homem? Por que escolher exatamente esse tipo de família lésbica para dar visibilidade? Por que Jules não traiu Nic com uma mulher? Por quê? Por que Nic reprime tanto os filhos? Por que Jules quase atormenta o filho por ele não ser gay? Por que o relacionamento de Jules e Nic é tão desigual? Por que Jules age tão mal com Nic, com Paul, com as crianças? Aliás, Jules age mal com todo mundo, até com o jardineiro latino que ela humilha e despede sem grande motivo. E, definitivamente, "The kids are not all right". Não nesse filme... Talvez, os conservadores tenham razão, não é?

Eu esperava muito mais de Minhas Mães e Meu Pai. Mas, como alguém disse muito tempo atrás, quando um filme “alternativo” é indicado ao Oscar é porque ele já não é tão subversivo assim, é porque ele foi domesticado ou cooptado. Eu vejo Minhas Mães e Meu Pai quase como um filme anti-gay... Quase mesmo. De qualquer forma, é reacionário e eu não desejo vê-lo vencendo na categoria melhor filme. Não é um Guerra ao Terror (*um filme fraco, a-crítico*), que fique muito claro, é um filme sólido com ótimas interpretações, mas me parece produto desse momento reacionário que vivemos. Aliás, não desejo vê-lo vencendo em nada, porque ainda que Anette Benning esteja muito bem, com uma interpretação bem convincente e carregada de emoção, pois sua personagem não é simpática no início, mas, com a traição, ganha a empatia do público, ou, pelo menos, ganhou a minha, Natalie Portman ofereceu um espetáculo muito superior. Ela merece muito mais o Oscar. De positivo do filme ficam as interpretações, a humanidade das personagens, todas com defeitos e qualidades, e o desempenho dos adolescentes, especialmente de Mia Wasikowska. De resto, Minhas Mães e Meu Pai é um filme nada feminista e que pouco contribui para a causa gay. Mas, como não poderia deixar de ser, cumpre toda a Bechdel Rule,

P.S.: Se quiserem outra opinião, leiam a crítica da Lola. Ela gostou do filme e viu muito menos problemas que eu.

Ranking do New York Times



Saiu o ranking Americano de mangás. Foi mais ou menos uma dança das cadeiras, com Naruto #50 e Black Bird #7 mantendo as posições. Eu mal posso esperar pelo mei volume... Enfim, só quem entrou foi One Piece #56, no lugar de Naruto #49, mas não acredito que dure mais que uma semana ou duas no top 10. One Piece só é um grande fenômeno no Japão.

1. Naruto #50
2. Black Bird #7
3. Black Butler #4
4. Bakuman. #3
5. Fullmetal Alchemist #24
6. Hetalia - Axis Powers #2
7. D.Gray-man #20
8. Vampire Knight #11
9. Hetalia - Axis Powers #1
10. One Piece #56

P.S.: Pessoal, eu encomendei meu volume no Book Depository, falando nisso, o site agora está filiado lá. Quem comprar no Book Depository, que não cobra frete para nenhum lugar do mundo, pode me ajudar a ganhar uns trocados. Falando nisso, agradeço muito ao pessoal que tem usado o Submarino via Shoujo Café. Eu mesma uso, aliás, mas sei que dos dinheiros que já recebi, a maioria veio das compras de vocês. Obrigada mesmo.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Koukou Debut ganha série spin-off para celular



Antecipando o filme, e querendo ganhar ainda mais dinheiro com ele, os produtores lançarão em março, cerca de um mês antes da estréia, uma série para celular chamada High School Debut ~Debut Chokuzen Shuuchuu Kouza~ (高校デビュー~デビュー直前集中講座~). Serão cinco episódios. O primeiro irá ao ar no dia 4 de março no Canal LISMO. Na série spin-off, Yoh Komiyama, interpretado por Junpei Mizobata (*que voz sexy esse menino tem*), faz o papel de professor, o assunto, claro, é como encontrar o amor verdadeiro. Os temas dos episódios, segundo o site Nippon Cinema, são os seguintes:

Parte 1 – Primeiras impressões são tudo; o seu “debut” começa no momento em que você entra em sala de aula.
Parte 2 – Para encontrar o amor, é importante conhecer os garotos.
Parte 3 – Meninos se apaixonam em todo o tipo de situação; você não deveria aproveitar cada pequena chance?
Parte 4 – Sua estréia no colegial (Koukou) não se limita à escola; pode um encontro por caso em uma esquina se transformar no verdadeiro amor?
Final - Yoh Komiyama dá conselhos diretos para uma colegial com problemas amorosos, guiando-a em sua estréia (debut) no colegial – mas ela encontrará o amor?

Puxa! Eu ainda estou devendo a resenha de Koukou Debut… Vou me esforçar para terminar de ler o mangá e resenhar tudo aqui. Aliás, queria muito fazer um Shoujocast sobre a série, o filme, tudo mais. Espero que esses episódios apareçam no Youtube... De preferência legendados. O promo do spin-off está depois do promo do filme.

Tou Lang Merry Rose: queria dar uma olhada nesse mangá



Não conheço o mangá Tou Lang Merry Rose (燈港メリーローズ), de Ritsu Miyako, nem existe um resumo no Mangaupdates. Mas a arte me pareceu tão simpática e bem cuidade que precisava postar aqui. O primeiro volume saiu no Japão no dia 18 de fevereiro. Não entendi direito a notícia no Comic Natalie, mas sei que o mangá vem com ilustrações especiais de brinde, desde que você compre em determinadas livrarias. A série é publicada na revista Betsuhana. Olhando as imagens, fico imaginando se a série não veio de light novels, sabe?

Revista Feel Young também em formato digital



Quando falam que o mercado de mangás está em crise e que basta ver as quedas de vendagem das coletâneas, eu sempre penso que estamos em outros tempos e que papel não é o único caminho. Pois bem, agora a revista Feel Young da Shodensha sairá, segundo o Comic Natalie, em formato papel e digital. Ao preço de 368 ienes você pode baixar a revista para PC, iPhone, iPad e smatphones que usam Android. O site é este aqui. Se entendi corretamente, por enquanto o lançamento não será simultâneo, mas a partir da edição de maio (*que sai em março*) isso será uma realidade. O meio digital pode não substituir o papel, mas acredito que quem não perceber que este caminho existe e precisa ser percorrido, vai ficar para trás.