sábado, 31 de dezembro de 2011

Adeus 2011! Feliz 2012! São os votos do Shoujo Café



Hoje é o último dia de 2011. Não sei se o ano passou rápido ou devagar, já que nossa percepção de tempo é sempre muito relativa. Houve momentos em que o tempo voou, em outros, quando queria que ele andasse rápido, arrastou-se. De qualquer forma, foi um ano de altos e baixos. Mais altos do que baixos, pois comecei o ano sem acreditar que poderia superar minha fobia de dirigir e, ao que parece, estou curada. Comecei o ano com um nível de estresse altíssimo, e, bem, acho que a coisa se acomodou. Até algum tempo atrás, estava bem feliz. Mas o final do ano trouxe um drama familiar imprevisto e que aponta para a perda de uma das pessoas que mais amo nesta vida. No entanto, até isso faz parte do jogo, não é? A gente nasce, cresce, amadurece, envelhece e morre... O problema é quando o último estágio atravessa na frente dos outros... Enfim, mas não vou transbordar tristeza, não! Acho que nenhum de vocês precisa disso. :D

Então, desejo um Feliz 2012. Que possa ser um ano de muito sucesso e realizações para todos vocês que visitam o meu querido Shoujo Café. Que tenhamos menos tristezas que alegrias, que o mundo seja mais pacífico e nós humanos bem mais “humanos” e racionais, e muito menos hipócritas. Que tenhamos que postar menos notícias escabrosas sobre violência contra qualquer um, seja ser humano ou animal. Seria bom que as pessoas se respeitassem mais em 2012, já que amar o próximo é tão difícil.

E, claro, que tenhamos mais mangás shoujo e josei no Brasil. Que finalmente possamos ter um mercado de anime e dorama para comprar, locação ou mesmo nas TVs. Que possamos ter cada vez mais quadrinistas produzindo no Brasil e que pelo menos metade deles sejam mulheres. Que os desejos que fizemos no último Shoujocast (*Já ouviu? Já ouviu?*) possam ser satisfeitos pelo menos parcialmente. Tudo, sei que não vai dar, mas se só uma parte acontecer, já será muito bom! E falando em Shoujocast, toda minha gratidão para a Lina e a Tanko, sem elas certamente não teríamos mais o programa.

É isso! O Ano Novo Chinês só vira no dia 23 de janeiro, mas desejo um Feliz Ano do Dragão da Água. :) Aliás, eu sou Dragão de Fogo. ^____^ Até o ano que vem!

Comentando Honey & Clover - Mangá e Anime



Hoje de madrugada finalmente respondi uma pergunta que o Carlírio, do blog Netoin, tinha deixado lá no meu Formspring mais de 10 meses atrás. Ele queria saber o que eu achava de Honey & Clover (ハチミツとクローバー), o mangá e o anime. Lembro que, na época, eu disse para ele que iria esperar a série terminar no Brasil. Ela terminou, eu comecei a escrever várias vezes e larguei... Mas seria bom encerrar o ano com uma resenha de Honey & Clover, uma das poucas séries que eu li o mangá e assisti o anime com gosto.

Honey & Clover ou Hachimitsu to Kuroba ou ainda Hachikuro é um mangá josei. A série, que catapultou a autora Chika Umino ao estrelato internacional, começou em junho 2000 e foi encerrada em julho de 2006, contando com 10 volumes. Honey & Clover segue a vida de um grupo de universitários e os fortes laços de amizade que nascem entre eles. Com humor bem peculiar e muito drama, Hachikuro consegue ser fiel aos sentimentos e vivências de jovens adultos, criando identificação com a faixa etária mesmo fora do Japão. Eu vi algumas das coisas que vivi dentro da série e não pude permanecer fria diante de uma obra tão sensível.



Honey & Clover tornou-se um sucesso tão grande que foi sendo transferida de revista em revista – CUTIE Comics, Young You, Chorus – sem que sua popularidade ou regularidade fosse abalada. Imaginem que tanto a CUTIE, quanto a Young You foram canceladas durante a publicação da série. E 2003, Hachikuro venceu o 27º Kodansha Awards na categoria shoujo, lembrando que shoujo e josei não são separados nessas premiações, e que os mangás femininos são discrimnados, pois nunca gannham na categoria geral. Em 2005, Honey & Clover se tornou série animada com 26 episódios e foi exibida na Fuji TV. Com o sucesso, uma segunda temporada foi garantida em 2006 e tivemos mais 12 episódios. Um filme live action japonês foi feito em 2006 e Hachikuro ainda teve dois doramas (*novelas para a TV*), uma feita no Japão e outra em Taiwan. Preciso assistir os live actions, pena que esqueci o dorama japonês em casa.

Enfim, Honey & Clover foi um dos melhores mangás que já li. E um dos poucos que fiz questão de comprar ao mesmo tempo a edição americana – que comecei a colecionar antes – e a nacional. Analisado no todo, ele pontua muito alto em construção e desenvolvimento de personagens, tem um bom roteiro, e, depois que a gente se acostuma, a arte também é muito bonita. O início é um pouco difícil, até que nos acostumemos com a quantidade absurda de texto, alguns tão pequenininhos que ler era uma dificuldade. 



Larguei o primeiro volume umas duas vezes, mas, a partir do momento que cheguei ao final, eu devorava cada volume. Aguardava ansiosamente a próxima edição. Assim como faço com Black Bird, não corria atrás de scanlations e quem me deu os spoilers foi o anime... As personagens, mesmo quando envolvidas em situações absurdas, eram tão humanas e os sentimentos tão críveis, tão identificáveis... Eu não conseguia deixar de lembrar dos meus amigos de faculdade, dos bons momentos que passei no IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) da UFRJ. Especialmente dos piqueniques no Parque da Cidade e no esforço de alguns colegas em me fazer deixar de ser tão tímida e travada.

Uma das coisas legais em Honey & Clover, e que é muito realista, é a preocupação com o mercado de trabalho, os estudos, as expectativas dos pais, o dilema prazer/satisfaçãoXganhar dinheiro. Outro mangá que me lembro de ter tocado nisso, mas de forma cômica, foi Genshiken. De comum, ambas são séries para jovens adultos. Nessa discussão temos o dilema da genialidade, tanto Hagu, quanto Morita são gênios. Mas ser brilhante, acima da média, pode significar solidão. Já Takemoto, precisa se descobrir, acreditar em si mesmo, por conta disso, ele parte em uma jornada... Já outros, resolvem melhor a questão, como Mayama e Yamada. De qualquer forma, a série mostra como é difícil a transição para a vida adulta. A parte cômica, pois não poderia faltar, é a discussão sobre os alunos que acreditam faculdade é sua casa, como o Morita, e não se formalmente nunca ...



Foi bom ver especialmente a Hagu e o Takemoto crescendo, amadurecendo. Uma das melhores passagens do mangá, quando a Hagu dá aulas de pintura, foi fundamental para percebermos o quanto ela mudou, pena que foi tirada do anime. E a série animada foi muito fiel. Estranhamente, preferiu colocar os gaiden – que para mim não faziam diferença – e omitiu essa parte tão bonita. Por conta disso, teve que cortar outras coisas, como a visita que o ex-aluno de Hagu lhe fez no hospital. Eu mergulhei no anime quando acabei de ler o volume seis do mangá e queria continuar a jornada de auto-conhecimento do Takemoto. 

Gosto bastante do anime. Acho que ele se concentra demais em certas partes e no Morita, especialmente, mas, no geral, ele é excelente. E falo como alguém que abandona animes muito fácil. Eu lembro de ter varado uma madrugada assistindo episódio em cima de episódio e chorando, chorando muito... Falando em Morita, ele era a minha personagem favorita no início da série, mas, depois, descobri o quanto ele era infantil e egoísta. Revendo a série, percebi que era o Takemoto o protagonista, a melhor personagem masculina de Hachikuro.



Voltando ao mangá, exatamente por ele ter aquele tom agridoce, tipo “esses são os melhores anos de nossas vidas, aproveitem, porque eles nunca mais vão voltar”, é que eu acho que ele toca e emociona. É, claro, que não vejo essa obra como “universal”, nenhum mangá é, aliás, mas é preciso ter vivido um pouco para degustar Honey & Clover de verdade, para sentir e entender a série, para rir e chorar na medida certa. Não gostei do final da Hagu, acho que foi um deslize e muito infeliz, não tanto quanto em Usagi Drop, mas bem próximo. 

Sei que não havia futuro para Takemoto e Hagu, não naquelas condições (*não vou dar maiores spoilers*), mas o final da Hagu me deixou muito chateada. Mais do que tudo, o final me passou a mesma sensação daquele final de Candy candy, com Terry casando com a lambisgóia, porque ela perdeu a perna por ele. É aquela coisa do dever, que é absolutamente japonês e faz tão pouco sentido para nós ocidentais, ou, pelo menos, para mim.



Mayama e a Rika foram um casal interessante, ainda que ele ficasse fazendo aquele jogo meio doentio com a Yamada. Havia algo de irmão mais velho, mas, também, de amante egoísta, porque ele sabia exatamente o mal que fazia a moça dando tênues esperanças para sua paixonite de menina. Depois, ele amadureceu e a relação dele com a mulher mais velha e marcada pela vida foi muito comovente. Ele salvou a Rika. Já a Yamada, bem, gostava muito dela e o que lamento que o Nomiya não tivesse dado um beijão nela, porque duvido que não seria a cura para aquela fixação pelo Mayama. Mas a relação dela com o Nomiya rendeu aquela cena ótima da virgem defendida pelos unicórnios... Impagável isso! 

No início, como eu já escrevi, eu gostava muito do Morita, e continuei rindo muito com ele, mas o Takemoto acabou se tornando o protagonista para mim, junto com a Hagu. E não desgosto do professor, apesar do final, só que acho que foi uma forçação de barra transformar o sentimento paterno em outra coisa. Chorei muito com os últimos dois volumes do mangá, quando eles se lembram que nunca mais poderão se reunir como nos tempos da faculdade, porque na época eu tinha perdido um dos meus grandes amigos de universidade... E, no início, a infância de Hagu, desenhando ano após ano a mesma cena, me deixou com a garganta apertada. Enfim, Honey & Clover mexeu muito comigo. Mexe até hoje, só de lembrar de certas passagens. E tem a metáfora das caixas... Chika Umino foi um gênio ali, mas você terá que assistir para saber de que eu estou falando. ^____^



De resto, a arte da Chika Umino, mesmo relaxada, vai se tornando linda aos meus olhos. Eu não resisto ao traço de Honey & Clover, ao traço da Umino. E, no caso do anime, a trilha sonora é um presente, a primeira abertura da série, uma delícia. :) É isso. Agradeço a autora por ter feito Honey & Clover e a VIZ e a Panini por terem tornado esse material acessível para mim. 

Queria muito saber se a série se pagou aqui no Brasil, porque se não recebeu a atenção necessária foi por falta de maturidade do público brasileiro e por falta de propaganda. Ainda tenho esperança de ver o anime no Brasil, nem que seja em canais fechados. Pena que não consegui comprar a figure da Hagu. Se você não leu Honey & Clover, ainda dá tempo de correr atrás da série. Tenha certeza e que vale a pena. E teremos um Shoujocast de Honey & Clover. Promessa é dívida.

Me Perguntaram no Formspring 9: Por que você não gosta do autor de novelas Manoel Carlos?



Faz tempo que não posto nada da série “Me perguntaram no Formspring” (*Houve 8 anteriores: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 78*) e ontem eu respondi duas perguntas que estavam lá na minha caixa faz tempo. Uma delas, como pode aparecer de novo e eu nunca deixei a coisa clara por aqui, merecia ser transferida para o blog. Foi uma pergunta anônima, então não tenho como dizer quem me enviou. Como respondi hoje de madrugada, o texto ficou truncado. O que segue, é uma versão ajeitada e ampliada, a mesma que vai ficar no Tumblr.
Você não gosta do autor de novelas Manoel Carlos? Por quê? Alguma novela em especial fez você tomar (des)gosto por ele?

Eu poderia dizer que meu desgosto com Manoel Carlos vem do trauma de ter que assistir Felicidade com minha mãe, uma novela intragável, de ser atormentada por aquela música insistente de piano e da personagem doentia, interpretada pelo Sebastião Vasconcelos, que gostava mais do instrumento do que de sua família e se joga no mar com ele… E eu torcendo “Morre! Morre logo!”. Enfim, na verdade, detesto o Manoel Carlos, porque ele é o autor da Globo que mais perpetua idéias racistas, machistas e o preconceito de classe. Todos os “criados” dele são tratados como idiotas e/ou infantilizados, pois criados, você sabe, são crianças grandes. Ele perpetua o sexismo e a noção de que as mulheres são inferiores… claro, elas amam mais, são as protagonistas dele, mas são fisicamente mais fracas, intelectualmente menos capazes que os homens (*elas sentem, não pensam*) e por aí vai. E nunca existe um contraponto, que equalizaria a coisa, uma outra voz a ser ouvida. Como quando uma personagem de classe média alta (*claro*) da novela Páginas da Vida, interpretada por Antonio Calloni, disse “Agora finalmente terei um filho!”. A esposa retruca “Mas nós temos a fulana.”, “Ah, menina não conta.”. Em qualquer família, na minha pelo menos, alguém diria alguma coisa para esse canalha, em novela do Manoel Carlos, não, todos se calam ou dão risinhos. Se ninguém diz nada sobre um absurdo desse em 2006, é porque é verdade, não é mesmo?

E pior fica quando o racismo se cruza com o classismo e o sexismo nas novelas dele. Em Laços de Família fomos levados a odiar Clara (Regiane Alves), a “malvada” que desprezava os velhinhos, daí muita gente bater palma quando o patriarca da família (Marcos Caruso) pune com uma surra a filha adulta. No entanto, esse mesmo honrado patriarca sancionou que o filho adolescente onanista “comesse” a empregada negra, porque, como ele mesmo disse para a esposa “sempre foi assim, foi com meu avô, com meu pai” e, claro, com ele. A escravidão não acabou nas novelas de Manoel Carlos, ou, no máximo, continuamos tendo os agregados que os grandes senhores – sempre tem um nas novelas dele, aquele homem rico e bom, admirado por todos – e seus filhos podem prosseguir torturando e abusando sexualmente. E não precisa, neste caso, ser negra, afinal, em Páginas da Vida, o filho do coronel da vez (Tarcísio Meira), que tem seus montes de agregados, tem por prática transar com uma delas, Danielle Winits, mas é com Grazi Massafera que ele casa, porque além de submissa e humilde (*leia-se boa moça*), ela ainda é virgem e rejeita seus assédios. E, bem, isso é atestado de bom caráter, não é? Não era a primeira novela desse homem que tem a donzela pobre que consegue casar com o moço rico por ter uma única e grande virtude, a sua virgindade. O moço rico, Thiago Lacerda (*olha que par lindo ele faz com a Grazi, gente?*), aposta que vale a pena casar com ela… O divórcio, a gente, claro, não vai ver.

Além disso, há a fixação dele pelo José Mayer, que, a meu ver, é uma projeção do velho. Ele queria ser “gostosão” (*pelo jeito muita gente acha o Zé Mayer o maior “pedaço de mau caminho”*) como o ator e mesmo aos sessenta continuar pegando garotinhas que mal saíram das fraldas. Mayer é o objeto do desejo de todas nós, não é mesmo? Das vovós até as netinhas de 13 anos! Essas coisas todas são recicladas novela a novela. Na última, Viver a Vida, tivemos o constrangimento de diálogos pavorosos entre Mayer e Giovanna Antonelli, alguns dos piores e mais machistas que vi em uma novela qualquer. Além disso, houve a tão falada cena da mocinha negra, Thaís Araújo, de joelhos se desculpando com a Sinhá (Lília Cabral), porque não tomou conta da Sinhazinha direito. Para cada ação social em novelas dele que tem impacto positivo, temos um efeito daninho. Quantas moças tetraplégicas e paraplégicas pobres querem engravidar ou engravidaram, porque mulher só é mulher quando procria? Quantas matérias, como esta, com mulheres de classe média alta foram feitas? Só não pararam para pensar que a mocinha da novela, a excelente Alinne Moraes, tinha sabe-se lá quantas babás, uma casa toda adaptada e um marido maravilhoso como o Mateus Solano.

Mas o caso mais aviltante de racismo em novela desse homem foi em Por Amor, quando a personagem da atriz negra Maria Ceiça é casada com um homem branco, Paulo César Grande. Ela quer engravidar, ele não quer filhos com ela. O motivo é o racismo. Ela o enfrenta, termina engravidando, eles se separam. Bateria palmas se terminasse com essa mulher orgulhosa criando sua criança ou arrumando um novo amor que a valorizasse e não fosse racista. Aliás, até aí a história é elogiada em A Negação do Brasil, livro e documentário premiados sobre racismo nas telenovelas. Só que o autor, Joel Zitto Araújo, não comenta como tudo terminou. Sim, como o Coronel Manoel Carlos concluiu essa história "de amor"? O marido volta para casa. E por quê? Será que aceitou o filho negro? Nada! Seu Manoel Carlos faz a criança nascer branca. :) Aí fica fácil, não é? Sinceramente? Manoel Carlos é nojento.

P.S.: Desde Felicidade nunca assisti nenhuma novela completa desse homem, mas leio o jornal e, volta e meia, assisto uma ou outra cena. Como a coisa é repetitiva, fica fácil entender a trama.

Todas (?) as resenhas de Filmes, Seriados e Novelas de 2011



Como fiz no ano passado, decidi listar as resenhas que fiz este ano. Primeiro, começo com filmes e afins, depois, provavelmente amanhã, colocarei as de mangás e livros. Tentei manter uma rotina de resenhar todos os filmes que assistisse, até os que vi na TV por completo tentei resenhar. Falhei em dois, não resenhei A Liga Extraordinária, que finalmente eu vi completo, mas não valia o esforço, nem Lutero, que passei para os meus alunos. Este, quando repetir ano que vem, eu resenho. No mais, fui bem fiel a proposta, ainda que meu estilo de resenhar não agrade muita gente. Fazer o quê? Resenha é opinião e eu não consigo fugir de muitos spoilers. Sei o quanto isso é problemático para algumas pessoas, mas não consigo evitar mesmo. Fui 22 vezes (*24, já que fui ver duas vezes Enrolados e Capitão América*) ao cinema em 2011. Se o Embracine não tivesse ficado fechado por mais de seis meses, teria ido mais. No entanto, não acho que valha a pena ir ao cinema para ver alguma coisa que eu não queira e a ditadura do filme dublado tem impedido de fazer uma das coisas que mais gosto. Já vi, por exemplo, que vai ser um inferno conseguir assistir Imortais no Rio (*estou de férias*). Provavelmente, não irei ver. De qualquer forma, minha média fui ruim, porque não consegui ir ao cinema nem duas vezes por mês. Quanto às novelas, não farei uma segunda resenha de Cordel Encantado. Ainda não assisti alguns capítulos, mas eles ficaram em casa no HD. Percebi que não resenhei toda a série South Riding, pior ainda, não vi o último capítulo. E queria resenhar Conspiração Americana, mas vou dar mais um tempo e esperar que apareça em nossos cinemas, ainda que eu não acredite. Só abri exceção para Jane Eyre mesmo. Mas é isso. Quem quiser conferir os textos, é só clicar nos links.

FILMES PARA O CINEMA E TV
Comentando o filme O Conclave: Uma Prequel para The Borgias
Comentando VIPs, o Momento "Cisne Negro" de Wagner Moura
Comentando Enrolados ou Rapunzel da Disney

DOCUMENTÁRIO

SERIADOS DE TV
Comentando The Borgias (Primeira Temporada, 2011)
Comentando The Great Game – 3º Episódio do novo Sherlock Holmes da BBC
Comentando The Blind Banker – 2º Episódio do novo Sherlock Holmes da BBC
Comentando A Study in Pink – 1º Episódio do novo Sherlock Holmes da BBC

NOVELAS
Amor & Revolução: Minhas reflexões sobre o “primeiro” beijo gay da teledramaturgia brasileira na TV

TRAILER COMENTADO

Séries da revista Kaguya Spade passam para a revista Wings



Segundo o Comic Natalie, nesta edição da revista shoujo Wings, que é especializada em mangás de fantasia, acolheu as séries da revista Kaguya Spade, que estava em hiato. Eu não sabia que a revista tinha sido interrompida, mas o CN não deixa claro se houve, ou não, cancelamento. De resto, a edição vem com um cupom para a comprar um dorama CD. Aliás, tentei descobrir, mas não consegui entender de qual série. Chego a pensar que é material diferente, ou com personagens, ou com alguma história alternativa... Sei lá... Outra informação é que na próxima edição haverá cupom para adquirir algum brinde relacionado a Hiromu Arakawa. A autora de Full Metal Alchemist tem uma série na revista chamada Hyakushou Kizoku (百姓貴族).

Ranking da Taiyosha



Eis o último ranking da Taiyosha do ano. Como o ranking da Oricon já anunciava, não foi uma boa semana para os mangás femininos no geral e, bem, na Taiyosha sempre tende a ser pior... Logo, não há nenhum shoujo no top 10. De resto, a arrumação segue mais ou menos o que foi no ranking da Oricon. Achei algumas capas, Usotsuki Lily e, especialmente, Seiyū ka—!, muito bonitinhas. Busamen Danshi♂ é um yaoi no lugar errado. Já Yukarism, além de ter uma capa bonita, também me desperta a curiosidade. Parece ser um mangá de viagem no tempo. Em josei, de novo temos os BL dominando boa parte das posições. Por que não voltar com o ranking próprio para o material Yaoi como era antes? De resto, Chihayafuru é o primeiro, Mama wa Tenparist resiste, e esse Chikutaku Bon é um raro josei que tem scanlations de tudo. O terceiro é o último volume. E tem o mangá Bokura wa Minna Shindeiru♪, cujo subtitulo em inglês "We are all already dead" (Nós já estamos mortos). O problema é que não há informação sobre ele. é Vamos ver como o ano começa para os mangás femininos.

SHOUJO
1. Ao Haru Ride #3
2. Usotsuki Lily #6
3. Principal #3
4. Seiyū ka—! #8
5. Soredemo Sekai wa Utsukushii #1
6. L DK #8
7. Oyome ni Ikenai! #5
8. Busamen Danshi♂
9. Yukarism #2
10. Setsugetsuka

JOSEI
1. Chihayafuru #15
2. Hana ni Somu #3
3. Hana wa Saku ka #3
4. Gin no Spoon #3
5. Chikutaku Bonbon #3
6. Ikumen☆After
7. Bokura wa Minna Shindeiru♪ #4
8. Danshi Hanayakanare #1
9. Koi Bake
10. Mama wa Tenparist #4

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Helter Skelter vai virar filme



Segundo o ANN, o mangá Helter Skelter (ヘルタースケルター) vai virar filme no Japão. Para quem não conhece, Helter Skelter é um dos mais famosos da mangá-ka Kyoko Okazaki e tem como protagonista uma bela modelo que, obcecada pela beleza perfeita, se destrói com múltiplas cirurgias plásticas. E um drama psicológico com situações bem doentias e, bem, se o filme for fiel, não vai ser um negócio fácil de assistir, não. A protagonista será Erika Sawajiri em seu primeiro papel como estrela de uma produção. A direção do filme é de Mika Ninagawa do ótimo Sakuran (さくらん). Agora, é aguardar outros detalhes.

Ranking da Oricon



Eis o último ranking da Oricon do ano. Como aconteceu uma outra vez este ano – realmente, não localizei qual foi a semana – o ranking saiu com os cinqüenta títulos mais vendidos e, não, com os trinta. Pois bem, o shoujo em melhor colocação é Ao Haru Ride, de Io Sakisaka, de Strobe Edge, é a segunda vez que sua nova série consegue estrear no top 10. Parece que o sucesso está consolidado. Já Chihayafuru, como já comentei antes, não conseguiu o mesmo sucesso de vendas como Nodame e Usagi Drop depois da estréia do anime. A série já vendia muito bem, nem é este o caso, mas o anime tende a empurrar essas séries josei para cima, Chihayafuru nem ameaçou uma melhora em seu desempenho, basta ver que o volume #15 despencou do 5º lugar para o 22º. LDK também não se firmou e caiu do 13º para o 37º lugar. As outras estréias foram modestas. Espero que a primeira semana de 2012 seja superior a essa.

5. Ao Haru Ride #3
22. Chihayafuru #15
24. Usotsuki Lily #6
28. Principal #3
37. L DK #8
39. Seiyū ka—! #8

Comentando The Borgias (Primeira Temporada, 2011)



Definitivamente, a melhor coisa que assisti em 2011, foi a série The Borgias. Dado o envolvimento na produção de gente ligada a bem sucedida The Tudors, eu fiquei com meus dois pés atrás (*Odeio The Tudors com todas as minhas forças, mas isso seria assunto para outro post*), só que tinha o Jeremy Irons, as fotos divulgadas pela produção me pareciam excelentes, o figurino, e os cabelos das mulheres, especialmente, estavam bem fiéis aos quadros da Renascença e eu não resisti. Baixei o primeiro/segundo capítulo – The Poisoned Challice & The Assassin – e me apaixonei. Comentei avidamente os episódios no Twitter, consegui atrair algumas pessoas para o seriado (*Não é, Kotsuki?*), mas fui empurrando com a barriga uma resenha da série. Minha intenção inicial era comentar por blocos de episódios, mas perdi o pique. Agora, antes que o ano termine, é preciso resolver o problema.

A série The Borgias – que terá 2ª temporada em 2012 – acompanha a trajetória de Rodrigo Borgia (Jeremy Irons) a partir da sua eleição como papa Alexandre VI (1492-1503) e sua luta para consolidar o seu poder e expandir a influência e riqueza de seu clã. Assim, temos um belo painel das intrigas políticas dentro do Vaticano e fora dele, envolvendo, especialmente o Reino de Nápoles, os diversos principados e cidades italianas, e a França. Acredito que um dos pontos importantes de uma 2ª e (*E tomara que não!*) uma 3ª temporada, o esforço para que a Itália se tornasse uma nação unificada. Como co-protagonistas da série temos Cesare Borgia (François Arnaud), Lucrezia Borgia (Holliday Grainger), Giulia Farnese (Lotte Verbeek) e o Cardeal Giuliano Della Rovere (Colm Feore) – futuro Papa Júlio II – e grande adversário de Rodrigo Borgia.

Sobre os Borgia, família aragonesa que elegeu dois papas (*três, se contarmos com o papa Inocêncio X*), circulam muitas histórias, e há toda uma “lenda negra” em torno deles pintando-os como uma família criminosa – e isso está inclusive no subtítulo da série. No entanto, boa parte das histórias sobre os Borgia – assassinato, incesto, roubo, etc. – foram contadas ou aumentadas por seus adversários. Por exemplo, Júlio II não tem melhor fama que Alexandre VI, mas ele era italiano e os Borgia eram estrangeiros, chamados de “mouros” e “marranos”, fora, claro, que os escândalos sexuais que tanto interesse despertam em muita gente são particularmente destacados quando se fala de Alexandre VI e seus filhos. Curiosamente, das amantes e filhos de Júlio II (Cardeal Della Rovere), pouco se fala, até agora, na série, nada sobre isso foi colocado. Mesmo nos livros de história, quando se fala de Júlio II – Cardeal Della Rovere na série – a ênfase fica na sua megalomania (*Pense Capela Sistina e no filme Agonia e Êxtase*) e no seu ímpeto guerreiro (*ele é o papa que passa em cavalo de batalha e armadura prateada no filme Lutero*).

Sobre os Borgia, de concreto, temos que eles eram capazes de tudo pelo poder, entendido como poder do clã, daí a analogia com uma família mafiosa. Boa parte das casas italianas que disputavam o poder na época – Sforza, Medici, Orsini, Piccolomini, etc. – recorriam ao mesmo expediente. Rodrigo Borgia teve que abrir caminho usando de seu talento político e diplomático (*negociou o Tratado de Tordesilhas, por exemplo*) e, quando o momento chegou, recorreu ao método tradicional para chegar ao poder, a simonia (*tráfico e venda de bens e cargos eclasiásticos*). Rodrigo também é conhecido pelas suas muitas amantes, duas delas estão na série: Vanozza Cattaneo, mãe de Cesare, Juan, Lucrezia e Joffre, e a hábil Giulia Farnese. Não acho que coloquem mais alguma, ou outros filhos que o papa teve, mas The Borgias me convenceu que Jeremy Irons é o vovô mais sexy do pedaço. Enfim, voltando ao que importa, sabemos, também, que Cesare nunca quis ser clérigo, que foi o único cardeal na História da Igreja a abandonar o cargo, e que serviu de modelo para O Príncipe de Maquiavel, ou seja, alguém capaz de tudo pelo poder. De Lucrezia sabemos que foi joguete político nas alianças de sua família e que era uma dama típica do Renascimento, isto é, tinha recebido uma educação refinada. Fez sua defesa quando do processo de anulação de seu casamento com Sforza falando por si mesma e em latim perfeito. Felizmente, até o momento, a série The Borgias não comprou a Lenda Negra, e isso contribui para parte da qualidade da série e o meu interesse.

Quando comecei a assistir a série, imaginei que o protagonista fosse Cesare e, não, o papa. Afinal, ele é uma personagem badaladíssima – inclusive falei dos shoujo mangá que o tem como personagem – e o François Arnaud é um excelente ator, além de ser muito bonito. Me enganei, Cesare divide o estrelato com o pai, Alexandre VI, e Lucrezia. Agora, se observarmos os 9 capítulos, é possível perceber o quanto a personagem, Cesare, foi alterada. No começo, sua frustração por não poder ser soldado, a busca pelos prazeres sensuais (*sua primeira cena é na cama com uma mulher*) como compensação, sua subordinação forçada às estratégias do pai e, sim, sua paixão mal disfarçada pela irmã, são as marcas da personagem. A frustração dele é tão pesada, que não é possível não senti-la ao assistir os episódios. Outra coisa legal, é a forma como ele é apresentado como excelente estrategista, gênio militar, sujeito capaz de tudo, apesar dos seus míseros 17 anos no início da série.

Há, também, o destaque para a forma como ele estabelece uma parceria com o assassino Michelotto (Sean Harris), na verdade, o assassino é uma espécie de tutor de Cesare na sua arte, além de fiel ao Borgia em todas as coisas. Os dois são capazes de tudo e, bem, muita gente roda (*morre*) no início da série, seja por veneno (cantarella), degolado, ou por qualquer outro método eficaz. Cesare é uma personagem fascinante, porque, mesmo sendo um criminoso, ele é ao mesmo tempo sedutor, simpático, amoroso com os seus, se derramando todo por Lucrezia e a mãe. Nunca pensei que torceria tanto por um incesto (*algo que normalmente me desagrada*), pois os dois pareciam tão apaixonados e eram um casal tão bonito, fora o desespero dele no casamento da irmã... mas, a coisa não rolou e nem acho que vá rolar... O reencontro dos dois, depois da fuga, foi muito bonito. Veja a cena abaixo:


A partir do capítulo do primeiro e infeliz casamento de Lucrezia (Episódio 4: Lucrezia's Wedding), a personalidade começa a mudar um pouco, ou entrar em uma fase fluffy. Bem, esse é o termo que eu usei... Ele cai de amores por uma mulher casada, Ursula Bornadeo (Ruta Gedmintas), que em nada lembra a angelical Lucrezia e fica meio que se arrastando atrás dela. Isso não estraga os episódios, claro, nem a personagem, mas preferia o Cesare dos primeiros episódios. De quebra temos uma participação especial de Nicholas Rowe – o jovem Sherlock Holmes do filme O enigma da Pirâmide – que, só para não variar em relação às últimas coisas que vi com ele, aparece para morrer. Só de xingar a mãe de Cesare de prostituta no casamento de Lucrezia (*Cesare desafia o pai e leva a mãe à festa de casamento*), já sabia que ele iria rodar, mas o sujeito ainda é o marido da tal Ursula... Então, sua vida já ia nos descontos. Dessa fase do Cesare com a tal Ursula o destaque é a seqüência em que ele pede Michelotto para colocá-lo em forma, pois a vida de cardeal o deixou mole... De resto, ele teve ótimas cenas com o pai e com Lucrezia, mas esse romancezinho foi um desperdício, sabe?

Falando de Lucrezia, Holliday Grainger realmente fez uma adolescente bem crível e acredito que vá convencer também como mulher adulta. A sua Lucrezia é uma espécie de diabrete – meio anjo, meio fada, meio demônio, meio criança – no início da série. Tão linda que parece flutuar e atormentar docemente o irmão Cesare. O figurino espetacular só a valorizou, assim como fez com Giulia Farnese. Na verdade, Lucrezia é lindíssima, assim como descrita nas fontes de época. Eu gosto muito da personagem e, no seu caso, a mudança, a melancolia, fez todo sentido. Afinal, poucas vezes eu vi um caso de violência conjugal tão bem colocado como a noite de núpcias e outras noites de Lucrezia com o primeiro marido, Giovanni Sforza (Ronan Vibert).

O marido nobre a desprezava por ser uma Borgia, a julgava uma mulher vulgar, sexualmente experiente, e, claro, muito abaixo daquilo que um Sforza merecia. Pobre Lucrezia! Como a história não está sendo respeitada direitinho, torci até para que o Cesare fatiasse aquele sujeito ou o torturasse um pouco antes da dissolução do c asamento. Enfim, se a frustração do Cesare é palpável, material, pesada, nos primeiros capítulos, o terror de Lucrezia é tremendamente visível nos capítulos que se seguiram ao seu casamento. Daí, a humilhação de Sforza até foi pouco. E o idílio dela com o cavalariço foi um momento doce e de cura para alguém que ainda vai sofrer muito... A série tornou Lucrezia um ano mais velha (*se bem que contagem de idade na época é algo co plicado*) e usaram de um recurso que eu não gosto, que é envelhecer (*e enfeiar*) um sujeito para torná-lo mais detestável, caso de Giovanni Sforza. Ele já seria detestável de qualquer maneira, pela forma como agiu com a menina. Nem precisavam forçar a barra. Sforza era cerca de 14 anos mais velho que Lucrezia, que se casou com 13 anos.

Independente dessas duas jovens estrelas, quem brilha mesmo, pelo menos para mim, é Jeremy Irons. Todas as suas cenas são uma preciosidade, suas caras e bocas, sua certeza de que faz a vontade de Deus... e que a vontade de Deus é que seus interesses de família prevaleçam são uma delícia de ver. Adoro quando ele faz aquela cara de tédio sentado no trono papal! Quando vai até o especialista em Direito Canônico e usa os precedentes a seu favor, ou quando se finge de amoroso, como no caso da acolhida aos judeus expulsos da Espanha, só para lucrar no final, cada pequena cena é um espetáculo. As suas armações políticas com Cesare, especialmente, são ótimas, ou quando ele engana os cardeais ou suplanta seus adversários. Da mesma maneira que o jogo de sedução entre ele e Giulia Farnese faz a temperatura subir vários graus. Farnese e sua estratégia de sedução, depois a aula de geopolítica... Enfim, Jeremy Irons está espetacular. Até a sua penitência sincera e insincera ao mesmo tempo para derrubar o rei da França só deram mais brilho para a personagem. Enfim, queria muito que ele levasse o Globo de Ouro. Muito, muito mesmo, porque ele merece! Assim, eu já sabia que o Jeremy Irons era um ator brilhante, mas em The Borgias ele reina absoluto.

Outros destaques seriam Michelotto, o assassino fiel de Cesare. O ator consegue passar várias emoções, mantendo quase sempre uma face neutra. Ele é esquivo, ele é preciso, é inteligente. E, acima de tudo, fiel. Giulia Farnese é a personagem feminina mais madura e capaz de tudo. Afinal, ela seduz um papa e em grande estilo! Achei forçado o resgate solitário que ela fez de Lucrezia, mas a tanta coisa maluca que efetivamente aconteceu que, sei lá... Colm Feore, o Giuliano Della Rovere, é fantástico. Antes de saber que ele era Júlio II, achei que ele iria rodar bem rapidinho, agora sei que ele sobrevive aos Borgia... E ele é mau, não se enganem! Joanne Whalley, construiu uma Vanozza de Cattanei bem melancólica, alguém que se vê trocada por uma mulher mais jovem, mais nobre e, sim, bem mais inteligente. Eu tive pena dela no capítulo do casamento de Lucrezia, mas, aí, Cesare apareceu para ajudar a mãe... E tem o rei da França... :) Michel Muller deu um tom bem peculiar a Carlos VIII. É outra raposa, ciente da sua feiúra, ele tem umas tiradas ótimas. É outro que deve dar muito trabalho para a família Borgia.

Assim, eu não consigo gostar de Juan em nenhuma adaptação da vida dos Borgia. A personagem, aliás, precisa ser desagradável, ou assim parece... Ele é o único erro de Alexandre VI, porque burrinho e orgulhoso do jeito que é, só atrapalha os negócios da família. Ele é um fiasco como Gonfaloniere della Chiesa, basta ver o enfrentamento dele com o Rei da França. Muita gente achoou graça quando ele, um filho que nem poderia ter nascido, já que religiosos não podiam sair por aí casando e procriando, se recusa a casar com a tal Sancha, porque ela é uma filha bastarda... Ele quer casar com uma princesa! Outra de suas grandes seqüências é quando ele tenta matar o turco (*fofinho*) Djem e erra na dose de cantarella. Cesare lhe dá uma dura e o obriga a terminar o que começou... Na verdade, passei a primeira temporada torcendo para que ele morresse... Pelo jeito, ainda terei que aturar essa mala sem alça na segunda temporada. Cesare só será livre para soltar seu gênio militar (*e seus demônios*), depois da morte do irmão. Sancha de Napóles, que casa com Joffre, é outra unanimidade. Ela é a voluptuosa, sexualmente experiente e cheia de más intenções em qualquer adaptação. Juntou com o Juan e protagonizou umas cenas de sexo bem violentas (*como não gosto dos dois, não fede nem cheira para mim*). A maioria do pessoal que escreve sobre os Borgia, historiadores e biógrafos, diz que ela foi amante de Juan e de Cesare... Sinceramente? Não queria o Cesare de assanhamento com aquela periguete renascentista, não.

Algumas coisas não em agradaram mesmo na série. Uma, o Joffre parece que vai ficar garotinho por mais tempo que deveria. Ele é só um ano e pouco mais novo que Lucrezia, anos se passaram e o garoto ou precisa parecer mais velho, ou precisa ser trocado por outro ator. A família real de Nápoles foi pintada como degenerada. O Alfonso, irmão da Sancha, é um doente completo. Isso é ruim, porque ele é o segundo marido de Lucrezia. O marido que a amou e que talvez foi amado por ela. Em todas as adaptações, ele é um cara legal, vide Os Borgia espanhol de 2006. O Alfonso de The Borgias é repulsivo. Duvido que quando ele rodar – e esse é quase certeza que foi morto pelo Cesare e/ou o Michelotto – ninguém vai sentir pena. Queria que respeitassem a história aqui. Eu gosto do Alfonso nas adaptações. Outra coisa que ficou fraquinha, se bem que o objetivo era ressaltar a doçura de Lucrezia, o ciúme de Cesare e a vilania dos Borgia, imagino, foi colocarem o turco Djem parecendo uma personagem fugida de um desenho da Disney. Uma resenha que li o comparou com o Alladin. :)

Enfim, The Borgias foi um grande presente para mim. O figurino – o grande trunfo, primeira vez em muito tempo que vejo os cabelos das mulheres corretamente arrumados – e a reconstituição de época são de encher os olhos. O elenco é muito competente. A “lenda negra” não foi comprada para que a série se tornasse uma baixaria. E, bem, a produção não reduziu o elenco para tornar a coisa “didática” como em The Tudors. Ah, sim! E a cena final, como um quadro de família, foi dez. Diferente de outras famílias "mafiosas", como os Plantagenetas de O Leão no Inverno, os Borgia se amam... Deve ser o sangue latino... ^____^ Eu torço para que tenhamos somente mais uma temporada. Esticar a coisa, com certeza, vai fazer com que a qualidade caia. Imagino, no entanto, que tenhamos três temporadas com Jeremy Irons morrendo no fim da segunda temporada ou no início da terceira e a última parta com Cesare tentando unificar a Itália. Bem, se você gosta de séries de época corra e baixe The Borgias. Duvido que não vá adorar! Ah, sim! E se quiserem ver o início da carreira de Rodrigo Borgia, assista o filme O Conclave.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cartões postais de Shitsuren Chocolatier com a revista Flowers



Quer dizer, se entendi bem o Comic Natalie, será sorteio. E os cartões postais foram os mesmos distribuídos na sessão de autógrafos de Shitsuren Chocolatier (失恋ショコラティエ) com a autora Setona Mizushiro em 19 de novembro. Acredito que, quem quiser concorrer, deve enviar os cupons até 27 de janeiro. Setona Mizushiro fez também a capa da última edição da revista Cocohana. Já na edição da Flowers de março da revistas – que ser lançada em 28 de janeiro – chegam ao fim Akatsuki no Aria (暁のARIA) de Michiyo Akaishi, e Sakamichi no Apollon (坂道のアポロン) de Yuki Kodama. Acredito que além de páginas coloridas a série seja a capa da próxima edição. Para quem não está sabendo, Sakamichi no Apollon terá anime no Noitanima no ano que vem.

Reiko Shimizu desenha calendário da revista Melody



O Comic Natalie trouxe a notinha anunciando que o calendário 2012 da revista Melody é do mangá Himitsu―Top Secret― (秘密―トップ・シークレット―) , de Reiko Shimizu. A série teve anime em 2008 e eu recomendo a série até o capítulo 23... Esqueçam o final. Se entendi bem, o mangá recebeu o Excellence Award no Japan Media Arts Festival e a premiação será no dia 22 de fevereiro (*espero não ter errado essa parte*). Em destaque na capa o mangá Otogimoyou Ayanishiki Futatabi (お伽もよう綾にしき ふたたび) de Kyouko Hikawa.

Três mangás da Ciao ganham animação para DVD



Segundo o ANN, a edição da revista Ciao que será lançada em 3 de fevereiro trará um DVD com três animações: Ijime―Hitoribocchi no Tatakai― (いじめ―ひとりぼっちの戦い―) de Kaoru Igarashi, Chocolat no Mahou (ショコラの魔法) de Rino Mizuho, e Hime Gal♥Paradise (姫ギャル♥パラダイス) de Akira Wao. As animações de Hime Gal♥Paradise e Chocolat no Mahou tem como o tema o Dia dos Namorados (Valentine’s Day), já Ijime trata de um tema seríssimo, o bullying nas escolas japonesas. De repente, esse material acaba caindo na rede. Queria muito ver o sobre bullying.

High Score ganha novos episódios animados



Segundo o ANN, a série High Score, de Chinami Tsuyama, ganhará duas novas animações direto para DVD. High Score é um mangá 4-koma (*tirinhas de 4 quadros*) publicado na revista Ribon. A série, que estreou em 1995, já conta com 10 volumes e o volume 11 sairá em 15 de março com uma edição limitada com DVD. Nele, temos os dois curtas de animação, Minna no High Score (みんなのHigh Score ), e a compilação dos oito episódios da série feitos para a TV. Fora isso, há material extra com os dubladores e outras informações.

Fusako Kuramochi estréia nova série da Cocohana



O Comic Natalie postou uma notinha anunciando que a veterana Fusako Kuramochi estreou uma nova série da revista Cocohana, a sucessora da Chorus. A nova série se chama as Erisu (asエリス) e parece ter como ponto de partida, se entendi bem o CN, um mundo que mistura realidade e fantasia. Bem, não disse muito, não é? Enfim, trata-se de mais uma bela capa da Cocohana, espero que continue assim. Ela está aí embaixo.

Boku no Candy: Nova série na revista Ribon



Eu nem ia postar, mas achei essa imagem de Boku no Candy (ボクのキャンディ), nova série de Maki Youko, tão fofinha, que não resisti. Não entendi bem o resumo da série no Comic Natalie, quer dizer, não o suficiente para explicar, mas trata-se de romance escolar. :) Além disso, nessa edição Nana Haruta comemora os três anos de sua série de sucesso, Stardust★Wink. Há brinde da série para as fãs nessa edição da Ribon.

Top Star do Takarazuka anuncia aposentadoria



Segundo o site Tokyo Hive, no dia 27 de dezembro, a top otokoyaku (*atriz especializada em papéis masculinos*) da Cosmo Troupe do Takarazuka anunciou sua aposentadoria. Oozora Yuuhi debutou na Revue em 1992 e se tornou top star em 2009. Segundo a estrela, suas companheiras teriam pedido para que ela reconsiderasse a decisão, mas a atriz pretende se aposentar. Na conferência para a imprensa, ela agradeceu as fãs que acompanharam durante tanto tempo a sua carreira e a quem ela não tem condição de expressar toda a sua gratidão. A despedida de Oozora será no espetáculo Hanayakanarishi Hibi/Cry-Max (華やかなりし日々 / クライマックス-Cry‐Max-), que terá duas temporadas, a primeira entre 13 de abril~14 de maio do Takarazuka Grand Theater em Hyogo e, depois, entre 1 de junho~1 de julho no Tokyo Takarazuka Theater. Agradeço a Mickey por ter me passado a nota.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Nova série de naked ape na revista Comic Zero-Sum



naked ape é uma dupla de mangá-kas com muitos doujinshis no currículo e com uma série em andamento na revista ARIA chamada Magnolia e outra na Zero-Sum chamada Dolls. Agora, segundo o Comic Natalie, ela estreou uma terceira série na revista josei Comic Zero-Sum chamada Kisajou 7 –seven– (吉祥7 –seven–). Os protagonistas, como vocês podem ver na imagem, são colegiais que fazem parte do conselho de estudantes de uma escola de elite. A série deve ter um recorte de fantasia/magia/ficção científica, até porque, esse é o foco da maioria dos mangás da revista. Além disso, essa edição comemora os 100 capítulos (*se entendi bem*) de Haimiya Yokochou Tenmatsuki (拝み屋横丁顛末記), da mangá-ka Fukusuke Miyamoto.

Comentando Edward the Seventh (BBC, 1975)



Graças a uma propaganda da Amazon.uk acabei chegando até a série Edward the Seventh (1975), da BBC. Não conhecia a série, nunca tinha ouvido falar dela, não iria comprar de cara, então fui atrás do torrent, baixei o episódio 1, me apaixonei e fui atrás do resto. Vejam bem, nunca tive nenhuma simpatia ou curiosidade maior por Eduardo VII, sucessor da Rainha Vitória, e a série em si não ajudou a melhorar minha opinião sobre ele... Mas, enfim, foi uma das melhores coisas que assisti este ano. A minissérie mais longa da BBC que eu já vi – tem 13 capítulos de 1 hora cada – e trata-se de uma superprodução com tudo que tem direito, inclusive um elenco brilhante. Por conta disso, precisava fazer a resenha aqui no Shoujo Café.

Edward VII foi baseada em uma biografia escrita por Philip Magnus em 1964. É preciso dizer que a série é tudo, menos didática, não é for dummies, por assim dizer. Eu gostei muito disso, foi algo que me fez assisti-la, mas, depois, refletindo, acabei me questionando se uma produção pode se dar esse direito. Explicando, se você não tiver um conhecimento profundo sobre o século XIX, a política internacional da época, a política inglesa da época e, mesmo, os detalhes dinásticos e familiares das monarquias européias, você vai ter que correr atrás da enciclopédia, ou abrir a Wikipedia várias vezes. Eu tive que fazer isso algumas vezes, mas considero isso estimulante e podia parar e retomar o vídeo. Enfim, Eduardo VII é complexo, tem nota altíssima no IMDB, mas não sei se a forma como conduziram a série é adequada para uma produção que visa alcançar o grande público. Sei lá, de repente, em 1975...

A série, como o nome sugere, acompanha a vida de Eduardo VII (1841-1910), o mais velho dos filhos homens e herdeiro da Rainha Vitória da Inglaterra. O primeiro episódio começa antes do nascimento do príncipe e acompanhamos ao longo dos episódios a infância e adolescência do menino, fortemente fiscalizado pelo pai que lhe impôs seu modelo “ideal” de educação; a juventude, quando Príncipe de Gales começa a testar suas asas; seu casamento; suas muitas amantes; seu gosto pelo luxo, pelas corridas de cavalo e jogos; e a forma como a Rainha Vitória deliberadamente o impediu de assumir qualquer responsabilidade de Estado enquanto viveu. Aliás, o seriado tenta fazer crer que toda a dissipação que marcou a vida do Príncipe de Gales foi fruto da repressão imposta pelo pai e da teimosia e ciúme da mãe. Não é surpresa, pois, se a série não é elogiosa em relação ao monarca, é, pelo menos, complacente. Por fim, temos o seu curto reinado, os conflitos e pendências que dariam origem à Primeira Grande Guerra e o esforço diplomático que rendeu a Eduardo VII a alcunha de “The Peace Maker”, o Pacificador.

Enfim, apesar de conseguirem me fazer sentir um pouco de pena de Eduardo VII, especialmente na infância e na adolescência, o melhor da série é a representação da relação entre o Príncipe Albert e a Rainha Vitória, aquele olhar crítico que faltou ao bonitinho A Jovem Rainha Vitória, por exemplo, está presente nessa série. No primeiro capítulo é muito estranho ver os quarentões Anette Crosbie e Robert Hardy como Vitória e Albert. Teria sido mais coerente, usarem atores mais jovens pelo menos nesse episódio, mas com o salto de quase dez anos, a coisa fica mais aceitável no segundo capítulo. De qualquer forma, os capítulos 1-4 são excelentes. Todo o processo de domesticação da Rainha Vitória, transformando-a em um ser tutelado e dependente do marido são muito bem mostradas. Todo o complexo de inferioridade de Albert – afinal, ele não era rei, era desprezado pelos políticos ingleses, e de uma nobreza de terceira classe – fica patente, assim como a inteligência e esforço do príncipe em ter ascendência sobre a esposa.

A paixão doentia e ciúme de Vitória (*inclusive levando-a a hostilizar os filhos*) pelo marido são bem caracterizados, assim como a dubiedade do príncipe em relação à esposa. Quando inquirido por seu irmão, o Duque Ernest, se amava a esposa, ele se recusa a responder. O seriado é muito fiel ao que li no livro We Two: Victoria and Albert: Rulers, Partners, Rivals, de Gillian Gill. De que o que chamamos de “Vitoriano” – a hipocrisia, a repressão sexual, a formalidade, etc. – deveria ser chamado de “Albertiano”, mas nem isso o príncipe conseguiu... A série é muito precisa em mostrar o quanto as múltiplas gravidezes de Vitória foram fundamentais para empurrá-la para a condição de domesticidade e submissão, o quanto Albert (*guiado por Stockmar*), insistiam em caracterizá-la como emocionalmente instável e o quanto Vitória odiava a maternidade e desprezava os filhos. Invenção? Não! Tudo está muito bem relatado em cartas familiares. Aliás, uma das passagens mais legais da série – e real – é a da retirada das milhares de cartas de Vicky de dentro do Império Alemão, pelo secretário de Eduardo, Frederick Ponsonby, quando a Imperatriz Viúva está para morrer. Mas, claro, muita gente acredita que é da natureza das mulheres desejar a maternidade, que é a sua realização. Não foi a da Rainha, ainda que ela própria ajudasse a perpetuar o mito. No primeiro capítulo, uma segunda gravidez detona o conflito entre os esposos. Mas, pelo menos, dessa vez foi um menino...

O segundo capítulo mostra o projeto educacional de Albert para os filhos e filhas: longas horas de estudo, trabalhos manuais, isolamento de outras crianças. Se a filha mais velha, Vicky (Victoria) saiu-se muito bem com os estudos, o jovem Eduardo não foi tão feliz. Na verdade, nenhum dos dois foi. Tanto pai, quanto mãe, lamentam que a inteligente e diligente Vicky não seja um homem. E o menino Eduardo lamentava o fato de a lei colocar os homens na frente das mulheres no caso da sucessão. Esses primeiros capítulos, carregados de discussões sobre papéis de gênero, para além da narrativa biográfica e da política, são fantásticos. O melhor material sobre Albert e Vitória que eu já vi. Mas a série não era sobre Vitória e Albert e o príncipe morre no capítulo 4, por conta do excesso de trabalho que se impõe... Só que Vitória culpa o filho mais velho, envolvido em seu primeiro escândalo sexual, pela doença do pai. Para Vitória, Albert morreu de desgosto, e ela culpará o filho até o fim de sua vida.

Anette Crosbie, magrelinha nos primeiros episódios não me aprecia Vitória, não fisicamente, mas convencia com sua interpretação, com o andar dos episódios, não sei o que fizeram, mas ela ficou fisicamente idêntica as imagens da Rainha. A melhor Vitória que eu já vi em tela. E uma das melhores tiradas – também naquela linha pouco didática que comentei – foi quando Lorde Palmerston, então primeiro ministro, critica a Rainha por usar anestesia em seu 8º parto, pois os teólogos e clérigos condenavam seu uso, que era pecado. Vitória retruca que quando eles pudessem parir, lhes daria ouvidos.

Outra coisa legal da minissérie é o casal ternura Vicky (Felicity Kendal) e Fritz (Michael Byrne). Em um dos planejamentos dinásticos do Príncipe Albert, a filha mais velha de Vitória, Vicky, casou-se com o futuro imperador germânico, Frederico III. O casamento foi por amor e feliz, para além dos padrões do século XIX, e os dois são pintados de forma bem terna na série, assim como em outra minissérie inglesa da época, Fall of Eagles (*um dia termino de assistir e resenho*). Só que o objetivo de Albert, que era auxiliar a unificação alemã e trazer o novo país para a esfera de alianças da Inglaterra, fracassou totalmente. Afinal, o pai de Fritz demorou muito a morrer, isolou o príncipe de tendências liberais de qualquer função política importante e no meio do caminho havia Bismarck. O Chanceler de Ferro aparece pouco, afinal, a série é sobre Eduardo VII, mas o filho de Vicky, futuro Guilherme II é personagem presente. Curiosamente, ele é pintado como um surtado, assim como o avô em Fall of Eagles. É a forma como os ingleses representam o Kaiser, já percebi... se bem que duvido que destoe muito do original. Já o Czar Nicolau, que aparece em alguns poucos episódios, é pintado como um idiota. Eduardo VII, desde a época de príncipe de Gales, percebe o movimento do sobrinho (Guilherme II) rumo a um conflito com a Inglaterra e a necessidade das reformas políticas e sociais na Rússia, mas ninguém o ouve mesmo... Enfim, queria uma série sobre Vicky e Fritz... queria muito, mesmo sabendo que seria muito triste...

Outra passagem interessante do seriado e, nesse caso, sutil demais, voltando à falta de didática da série, é o capítulo que foca no filho mais velho de Eduardo, Albert Victor. O jovem príncipe é uma figura muito controversa, para se ter uma idéia, ele foi arrolado, na ficção e fora dela, como o possível Jack o Estripador. Outra suspeita é de que o príncipe pudesse ser homossexual. Nada disso é tocado no seriado, só se faz questão em traçar uma oposição entre o arrogante e egoísta Albert Victor (um perfeito Charles Dance) e seu diligente e disciplinado irmão, o futuro George V (um lindíssimo Michael Osborne). O fato é que Albert Victor foge do casamento e me pareceu que quando ele tenta casar com a princesa Hélène d'Orléans, católica e que, pela lei inglesa, precisaria se converter ao protestantismo, é uma cortina de fumaça. Ele sabe que não vai dar certo. Por fim, quando o príncipe morre, e sua noiva então, Mary of Teck, acaba casando com seu irmão George. Uma das coisas bem retratadas na série é o esforço de Eduardo em não excluir os filhos dos assuntos de Estado. Em determinado momento, ele diz que não quer repetir o erro de sua mãe. Já o futuro Rei George lembrava do pai muito mais como um amigo do que como pai no sentido da época.

Outras boas interpretações são as de Shirley Steedman, como a Pincesa Alice, a segunda filha da Rainha Vitória e mãe da última czarina da Rússia. Alice tem um papel de destaque quando da morte do Príncipe Albert e é pintada como disciplinada e obediente, como o pai. Aliás, tão obediente que se casa com o marido que o pai escolhera, entrando em um casamento não muito feliz. Um dos furos da série é desaparecerem com Alice – assim como com outras filhas e filhos de Vitória – sem maiores explicações. Poderiam ter citado en passant a sua morte, mas não fizeram. Outra interpretação excelente é a de Jane Lapotaire como a Imperatriz Maria Feodorovna da Rússia ou Minnie, irmã de Alexandra (Alix), esposa de Eduardo VII. Como ela aparece mais como adulta, a atriz que a interpretou como adolescente pouco atuou, mas foi importante mudarem as atrizes. Isso não foi feito com outras personagens, como Guilherme II – o kaiser – e o resultado não foi muito bom. A parceria entre Minnie e Alix foi muito bem representada.

Já Alexandra foi interpretada por Deborah Grant, quando adolescente e recém-casada, e, depois, por Helen Ryan. Deborah Grant estava ótima como a princesa tomboy (*ela praticava ginástica e natação, era excelente cavaleira, e por aí vai*) que surpreende a Rainha Vitória e que sofre ao ser enquadrada pela sogra em seu papel de princesa de Gales e de mãe e esposa “domesticada”. O sofrimento de Alix ao longo da série ocorre em vários níveis. O mais sério, talvez, é o progressivo abandono por parte do marido, agravado pela sua surdez congênita que a incapacita. O segundo é a ingerência da Rainha Vitória na vida do casal. O terceiro é seu extremo nacionalismo que se vê ferido pelo avanço da Alemanha em seu processo de unificação sobre territórios dinamarqueses. O sentimento anti-germânico de Alixa vem a tona em vários momentos da série e isso gera problemas familiares, já que tanto Vicky quanto Alice estão casadas com príncipes alemães.

Enfim, falei pouco do próprio Eduardo, porque o entorno dele me aprece bem mais interessante. Para quem gosta de séries históricas com reconstituição de época quase impecável, Edward the Seventh é excelente. Para quem gosta de discussões sobre papéis de gênero, o seriado também é um prato cheio. Também é importante a forma como a série mostra que o parlamentarismo inglês não era “o rei reina, mas não governa”, que adora repetir no Brasil e que a Rainha Vitória tinha, sim, papel político importante e exercia a sua influência, inclusive impedindo o filho de ter qualquer papel público relevante. Já a crítica ao caráter pouco didático da série prevalece, pois pode afastar alguns. Também a escalação do elenco, com o envelhecimento ou rejuvenescimento de alguns atores e atrizes, também deixa um pouco a desejar. De resto, o seriado apesar de simpático em relação a Eduardo, não o livra de suas múltiplas culpas. Já li uma crítica dizendo que representaram poucas de suas amantes na série. Bem, cinco delas tem nome e papel relevante ao longo dos 13 episódios e outras são sugeridas. Tente imaginar se quisessem representar as supostas mais de cinqüenta amantes do sujeito? É isso! Recomendo a série. E, para quem quiser, aqui há uma boa resenha em inglês.

Sakamichi no Apollon no Noitanima



Sakamichi no Apollon (坂道のアポロン), de Yuki Kodama, é uma série da revista Flowers que se passa no interior do Japão, na década de 1960, onde um grupo de garotos decide montar uma banda de jazz. A série é muito elogiada, volta e meia falo dela aqui, mas, como a maioria dos shoujo limítrofes e josei (*que não são cheios de "sacanagem"... e nada contra o material smut, só acho que merecíamos mais que isso*), não tem scanlations ou elas andam beeeeem devagarzinho. Pois bem, acabei de abrir o Comic Natalie e, bem, Sakamichi no Apollon vai virar anime no Noitanima!!!! Viva!!!! A autora vai produzir ilustrações especiais e vários produtos da série devem ser publicados nos próximos meses. Kodama também se disse feliz, porque verá suas personagens cantando de verdade. Eu acho que esse anime será um sucesso. :) E apostaria em um dorama, também. A série tem 8 volumes até o momento.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lady Murasaki de volta na revista Cookie



Tempos atrás tinha feito um post sobre o novo mangá de Koi Ikeno chamado Waka Murasaki―Murasaki Shikibu no Jiken Jikenbo― (わかむらさき―紫式部の事件簿―). Ao que parece, não é uma série regular, mas one-shots que aparecem vez por outra na revista Cookie. Então, segundo o Comic Natalie, temos nossa edição mais uma aparição da série Waka Murasaki. Além disso, a revista vem com um caderninho do mangá Neko Note (ねこノート) de Yumi Ikefuji. Queria muito poder noticiar a volta de Ai Yazawa, mas nenhuma palavra sobre isso ainda...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nova série de Naomi Yamauchi e Saeko Himuro na revista Betsuhana



Naomi Yamauchi e Saeko Himuro são as autoras de um mangá que eu adoraria poder ler, Nante Suteki ni Japanesque (なんて素敵にジャパネスク). A série se passava na Era Heian e sempre aparecia entre os shoujo manivendidos. Apesar de Saeko Himuro ter falecido em 2008 de câncer no pulmão, uma nova série da dupla estreou na Betsuhana lançada hoje, o nome é Tsuki no Kagayaku Yoru ni (月の輝く夜に). Se entendi bem o Comic Natalie, as autoras lançaram uma espécie de light novel dessa série pelo selo Cobalt, quando Himuro ainda estava viva. A idéia era produzir material no mesmo “espírito” de Japanesque. Também nessa edição um one-shot de Ludwig Kakumei (ルードヴィッヒ革命), mangá de Kaori Yuki. O tema da história é o conto de fadas A Pequena Sereia. E, como você podem ver na capa, o brinde da edição é um calendário de mesa de Glass Mask (ガラスの仮面). Estou quase encomendando essa edição...

Capa da revista Elegance Eve comemora o Kono Manga ga Sugoi! 2012



No início de dezembro a editora Takarajimasha aunciou os mangás do guia Kono Manga ga Sugoi! 2012. O melhor mangá feminino do ano foi Hana no Zubora Meshi (花のズボラ飯) de Etsuko Mitzusawa e Masayuki Kusumi. A série é um josei publicado na revista Elegance Eve da editora Akita Shoten. Agora, a capa de fevereiro da revista (*que saiu hoje!!!!!*) traz na capa as personagens do mangá comemorando o prêmio. Acho curioso nessa série o fato da protagonista ser gordinha... E é um mangá sobre comida, eu acho... Segundo o Comic Natalie, a edição ilustrações especiais da série como brinde e forma de comemorar. O volume 2 de Hana no Zubora Meshisai em março. Eu pensava que era um one-shot. Ainda nessa edição, booklet e calendário com ilustrações de Hiroko Ohtani que publica Shouko no Jikenbo (翔子の事件簿)na revista há vários anos.

Dorama de Switch Girl!!: a caracterização ficou perfeita!



A Camilinha, que participou de um Shoujocast conosco, postou no Facebook a imagem da atriz Nishiuchi Mariya caracterizada nas versões ON e OFF da personagem Tamiya Nika de Switch Girl!! (スイッチガール!!). Ficou muito legal. Espero que alguém legende o dorama.

Primeiro cartaz de Orgulho & Preconceito do Takarazuka



O Igor me enviou o primeiro cartaz de Tenshi no Hashigo (天使のはしご) ou Orgulho & Preconceito (Pride & Prejudice) do Takarazuka. Eu tinha postado a primeira imagem de Darcy na semana passada. Enfim, achei o cartaz bem mais ou menos. E, de novo, agradeço ao Igor pelo material. :)