sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Júlia e o Gatinho Bailarino

A nova fixação da Júlia, minha menina de 5 anos, são os gatinhos da série Lost Kitties da Hasbro.  Como vem acontecendo com muitos dos brinquedos lançados recentemente, boa parte dos brinquedos que ela gosta vem em caixas surpresas.  Daí, como com figurinhas, temos muitas repetições que doem no meu bolso.  Se quiserem trocar gatinhos, é só fazer contato, enfim, mas vamos lá!

Veio um gatinho que era visivelmente uma gatinha, com todas as marcas de gênero, com fru-fru e tudo mais. Uma bailarina, portanto. E, no site, fiquei sabendo que se chama Gertrude.  OK, então.

"Você tirou uma gatinha bailarina! Que fofa!" 
Ela olhou, olhou... "Mas eu quero que seja um menino bailarino." 
"Filha, mas eu acho que é uma menina, olha bem. Meninos bailarinos geralmente não usam saia" 
"Tudo bem, mas vai ser menino. Ele gosta de usar saia." 

E fim de papo. Seguimos subvertendo os gêneros. Não serei eu a castrar ninguém, muito menos o gato bailarino que é tão fofo. [*Segundo uma amiga, como o gato é azul dita a "ideologia de gênero" que ele é menino e ponto final.  Os país é que fizeram a confusão de colocar o nome de Gertrude.  Chamem o MP felino e o conselho tutelar veterinário.*]

Dia desses, aliás, ela me deu uma longa explicação sobre a dublagem da Patrulha Canina, fazia tempo que ela não falava dessa série, e explicou como querem enganar as crianças de que as meninas (*Marshall e Zuma*) são meninos e, por isso, mudaram as vozes. Lembrou-se até do único caso em que houve um erro de verdade, quando dublaram Chase com voz "de menina".  Imagino se este post singelo, não irá virar o segundo ou terceiro post mais visitado de todos os tempos. O povo que acredita na "ideologia de gênero" deve ficar todo ouriçadinho.  Vamos esperar e ver.  😉

Parece que teremos vampiros na Revolução Francesa em uma nova série da Netflix


Segundo o site italiano Every Eye, a Netflix encomendou uma série de TV ambientada durante a Revolução Francesa.  Criada por Aurélien Molas e de autoria do mesmo Molas com Gaia Guasti, a série, ainda sem título, será composta por oito episódios de 50 minutos cada e será produzida pelaJohn Doe Productions Aurélien Molas.

A sinopse é a seguinte: "1787. França. Enquanto investiga uma série de assassinatos misteriosos, Joseph Guillotin, o futuro inventor da guilhotina, descobre um vírus desconhecido, o "Sangue Azul".  A doença se espalha rapidamente entre a aristocracia francesa. empurrando-os para matar pessoas comuns e logo levando a uma rebelião... E se a Revolução Francesa não tivesse ocorrido no mundo em que nos foi dito?"

OPA!! OPA!! OPA!!  Em 2008, eu escrevi um post intitulado "Moonlight: Esqueça Tudo o Que Aprendeu Sobre Revolução Francesa".  Simplesmente, nessa série de vampiros chamada Moonlight, e que teve vida curta, há uma revelação de que a nobreza francesa era, na verdade, formada por uma casta de vampiros e que a Revolução Francesa, na verdade, era o Holocausto dos "sangue azuis".  Como, na série, vampiros precisam ser decapitados, inventa-se o quê?  A guilhotina.  Foi um dos melhores episódios do seriado e foi genial.  Quando eu dava aula de Revolução Francesa, sempre brincava com meus alunos e alunas que iria revelar "a verdade" sobre a Revolução e contava essa história do seriado. 😁

Cenas da nobreza vampiresca de Moonlight.
Percebem a semelhança pelo menos nesse rascunho inicial?  Tudo bem, que eu adoraria ver essa versão da Revolução Francesa transformada em seriado, PORÉM acho que a história não foi criada no vácuo e, se foi, tem essa antecessora para provar que nada há de genial nela.

Os criadores da série, Aurélien Molas e François Lardenois explicaram: "Quando discutimos a idéia de revisitar a história da França através de uma série épica e verdadeiramente de tirar o fôlego, a primeira pergunta que nos fizemos foi: quem iria nos apoiar? Resposta curta - Apenas Netflix para uma revolução como essa!"  É esperar para ver, mas alguém já teve a mesma ideia antes.

Ensaio Mangá trata da experiência de uma mulher com as cirurgias plásticas


O Comic Natalie publicou uma matéria falando do lançamento do ensaio-mangá Jibun no Kao ga Iyasugite, Seikei ni Itta Hanashi (自分の顔が嫌すぎて、整形に行った話 ) de Aiuchi Airu.  Ensaio-mangá é um gênero normalmente autobiográfico e muito publicado em revistas josei e outras que sejam lidas pelo público feminino.  Eu realmente nunca li nada sobre ensaio-mangá em revistas para homens, ou sobre temas "ditos" masculinos.  


Enfim, parece que a protagonista é uma mulher que se submeteu a uma série de experiências com cirurgias estéticas por pressão do marido e dos colegas de trabalho.  Acho que é isso.  


Qual o plus do volume?  50 páginas de mangá desenhadas pela mangá-ka Yuuki Yuu.  Há amostras do material no pixiv.  Acredito que o material saiu on line e, não, em uma revista tradicional. 

Mangás Femininos dominam o prêmio para mangás eletrônicos da editora Hakusensha


Não sei desde quando a Hakusensha oferece um prêmio para os mangás digitais mais vendidos, mas o fato é que o Comic Natalie publicou os vencedores do Hakusensha Denshi Shoseki Taishou no Saiyuushuu-shou (白泉社電子書籍大賞の最優秀賞).  Eles elencaram os dez mais vendidos 01 de julho de 2017 e 30 de junho de 2018.  Basicamente, é um prêmio que mede vendagem, nbão qualidade.  O grande vencedor foi Namaiki Zakari。(なまいきざかり。) de  Mitsubachi Miyuki, a série começou a ser publicada em novembro de 2013 e tem 14 volumes.  Enfim, o top ten, a partir do segundo colocado, é o seguinte:

2. Akatsuki no Yona (暁のヨナ) de Kusanagi Mizuho - shoujo.
3. Yajuu wa Hageshiku Ubau  (野獣は激しく奪う) de Kyoko Mizutani - josei.
4. Ookami Heika no Hanayome (狼陛下の花嫁) de Mato Kauta - shoujo. 
5. Sangatusu no Lion (3月のライオン) de Chika Umino - seinen.
6.  Kuro Hakushaku wa Hoshi o Mederu  (黒伯爵は星を愛でる) de Oto Hisamu - shoujo.
7. Berserk (ベルセルク) de Kentaru Miura - seinen.
8. Skip Beat! (スキップ・ビート!) de Yoshiki Nakamura - shoujo.
9. Kono Ai Wa, Itan(この愛は、異端。) de Moriyama Ena - seinen.
10. Gakuen Babysitters (学園ベビーシッターズ) de Hari Tokeino - shoujo. 

Vale ressaltar que boa parte dos mangás da Hakusensha são shoujo, ou josei, e, como é um prêmio interno, não é tanta surpresa o resultado.  Ainda que, e basta olhar os posts na tag #internet, vocês vão ver que as mulheres tem cada vez mais preferido ler em meio digital, no Japão.

Mangá Josei sobre Vida Amorosa “Perigosa” de uma Mulher vira dorama no Japão


Foi anunciado no Japão o dorama de Perfect Crime (パーフェクトクライム) baseada no mangá de Ririo que, por sua vez, é baseado no romance de Aya Tsukisima.  A série de mangá é publicada na revista Jour e tem cinco volumes até o momento.  O último volume sairá em 17 de janeiro, be mem tempo de ajudar a promover o dorama.  A série estreará no dia 19 de janeiro na TV Asahi e no dia 20, na ABC TV perto da meia noite.  


O melhor resumo da história que eu consegui, foi publicado no fórum italiano Orient Express e é o seguinte: Kaori (Reina Triendl) trabalha como designer de interiores. Ela tem um caso secreto com seu chefe Fuyuki (Hidekazu Mashima) há anos. Fuyuki é um homem casado e Kaori não pode ver um futuro com ele, mas ela ainda o ama e continua seu relacionamento. Um dia, Haruto (Dori Sakurada) aparece na frente dela. Haruto é um jovem designer de interiores que acaba de ser transferido de um escritório de Nova York. Haruto descobre que Kaori e Fuyuki têm um relacionamento. Enquanto isso, Kaori e Haruto começam a trabalhar juntos como parceiros em um projeto na empresa. Através do encontro com Haruto, o destino de Kaori começa a mudar e ela começa a se mover em uma armadilha de paixão perigosa misturada com sentimentos. Quem é o verdadeiro demônio que realizou este "crime perfeito"?

A previsão da série é de 10 episódio, tem site oficial e Twitter.  Enfim, lendo o resumo, não entendi o que seria o tal “crime perfeito”.  Esconder do chefe o segundo caso de amor?  O adultério em si?  Ou acontece, de fato, alguma coisa na empresa e o novo amante está envolvido?  No mais, a arte e as fotos de propaganda publicadas no Comic Natalie ficaram bem legais.  Até onde sei, não tem scanlations o mangá.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Gisou Furin ou Akiko Higashimura acerta novamente (Pequena Review)


Gisou Furin (偽装不倫) acabou de ter seu primeiro volume lançado no Japão.  Trata-se do primeiro mangá de Akiko Higashimura, aquela mangá-ka que deve se sentir entediada quando não produz três ou quatro séries ao mesmo tempo, o mangá é publicado em cores e pensado para celular.  Li os três primeiros capítulos, foi o que eu achei em scanlations e é possível perceber o quanto faz diferença, ou seja, trata-se de um novo tipo de quadrinização também.  

A série tem outra característica curiosa, ela sai quase simultaneamente na Coreia do Sul e no Japão. Na verdade, os coreanos estão alguns capítulos na dianteira, a plataforma deles publica antes.  Como uma colega me explicou, trata-se de uma Webtoon aos moldes coreanos.  É publicado no Japão pela plataforma Line Manga (LINE) e na Coreia no XOY (Naver). 

Volume 1 lançado.
Gisou furin conta a história de Shoko, uma mulher de 30 anos que desistiu de arranjar um marido.  Ela constrói todo um argumento de que é possível ser feliz sozinha, ir à restaurantes sem precisar de companhia e coisas do tipo.  Descobrimos, depois, que ela mora na casa dos pais e a irmã casada construiu uma casa sobre a deles.  Logo, sozinha, ela não está.  Como tem certa autonomia financeira, ela decide se dedicar ao seu hobby, viajar.  Para onde ela decide ir?  Seul.  

A irmã mais velha, que casou com um homem de posses, está sempre na moda e é bonita e descolada, pressiona Shoko para que ela não desista de conseguir um marido.  Shoko, no entanto, não tem vontade de continuar indo à agências e encontros amorosos.  Por fim, ela consegue convencer a irmã, mediante promessas de trazer cosméticos coreanos caros, a lhe emprestar um casaco de luxo e uma bolsa.  O cunhado chega com um guia de Seul e avisa para Shoko que não é comum que mulheres desacompanhadas visitem certos restaurantes na Coreia.  Ela dá de ombros e segue para o aeroporto.
O coreano tinha ido estudar no Japão.
Tudo parecia ir muito bem, até que Shoko encontra a aliança de casamento da irmã dentro do bolso do casaco.  Do nada, um armário de bagagem mal fechado se abre e uma valise a acerta em cheio.  Ela fica tonta, a aliança cai no chão e uma comissária muito polida, mas violenta a obriga a sentar.  Daí, Shoko descobre que está sentado do lado de um coreano lindo e polido, o dono da valise, que se desculpa muito e encontra a aliança.  Shoko termina passando a informação para o moço de que ela é casada e começa a confusão... Quer dizer, ela ganha outras proporções.

Os três capítulos que eu encontrei foram divertidíssimos.  Tudo começa com Shoko deplorando o adultério, já que estavam exibindo na TV uma matéria sobre uma atriz pega no ato, e afirmando que não precisava se preocupar com isso.  Desrespeitar os votos matrimoniais e tudo mais, para, mais adiante, estar tentada a se tornar uma adúltera de mentirinha.  Afinal, o adultério tem seu glamour.  Será?
Ela não desfaz a confusão.
A maior graça foi a alucinação de Shoko, que conversa longamente com o galo na cabeça, na verdade, a luxação pula para a pia do banheiro e a faz rever toda a sua vida.  Sempre foi uma mulher pouco disposta a agradar os homens, mais preocupada com seu próprio conforto e, bem, quando se interessava por um rapaz, não raro, acabava parecendo uma stalker aos olhos dele.  Difícil... 

Só que o coreano é uma graça e a convida para um restaurante, como forma de se desculpar.  Sua irmã mais velha é a dona do lugar.  Shoko se pergunta por qual motivo o primeiro lugar que visitou na Coreia é um restaurante espanhol.  Não faz sentido... Bem, achei curioso que o coreano e a irmã conversem em sua língua sem se importar com a japonesa.  A cor que os scanlators colocaram é diferente: preto para japonês, vermelho para o galo, azul para coreano.  Eu li em inglês, não sei se há scanlations em português.
Olha o galo lá em cima.  Acho que ela vai dizer
que o cunhado é marido.  é de um capítulo que não li.
Só reforçando, acho que é mais um acerto de Higashimura.  Ela inova de novo, compõe para o celular e pensando nele, tudo em cores, algo que não é comum em mangá, num ritmo acelerado e gostoso de ler.  Há humor e crítica social, discute-se os papéis de gênero e o choque cultural.  Eu imaginei, quando li o resumo do mangá lá atrás, que Shoko era casada mesmo.  Enfim, não é.  Nem o rapaz parece ser.  Resta saber, claro, por quanto tempo ela vai segurar essa mentirinha... acho que tem tudo para virar live action.  Para ler as scanlations, clique aqui.

Notícias da revista Flowers: 30 anos de carreira de Nishi Keiko, poster de Banana Fish e Hagio Moto.


Já publiquei a capa da edição atual da revista Flowers, porque ela trouxe o anúncio do anime de 7SEEDS pela Netflix.  Só que há outras coisas a comentar.  Nesta edição, ainda que a capa seja do mangá de Yumi Tamura, trata-se de uma edição comemorativa dos 30 anos de carreira de Keiko Nishi.  Pelo que entendi, há uma espécie de apêndice na edição sobre alguns sucessos da autora, como Otoko no Isshou (娚の一生) e ane no Kekkon (姉の結婚).  Na próxima edição, a capa é de Keiko Nishi e seu mangá Hatsukoi no Sekai   (初恋の世界), que terá páginas coloridas, também.  Ainda nessa próxima edição, um pôster com os protagonistas de Banana Fish, segundo o Comic Natalie


A edição atual da Flowers anunciou, também, que uma edição premium de Poe no Ichizoku: Haru no yume (ポーの一族 春の夢)  será lançada em 26 de fevereiro.  A continuação do original dos anos 1970 foi publicado na revista em comemoração aos 50 anos de carreira da genial Hagio Moto.  Foi anunciado, também, que Poe no Ichizoku: Haru no yume voltará a ser publicado em março.  Outra republicação de luxo será dada para 11-nin Iru! (11人いる!) ou They were Eleven, clássico de ficção científica da autora.  Segundo o CN, a versão será a do relançamento de 1983, quando da estréia da animação para o cinema, com as matérias da época, páginas coloridas e tudo mais.  Deve ficar lindo.  Se eu tivesse que escolher alguma coisa de Hagio Moto para apresentá-la no Brasil seria They were Eleven.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

16 dias de ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres: Sobre Meninas, Homens mais Velhos e Feminicídios

Só em casos assim é que é chocante?
Como comentei no domingo, estamos no período dos 16 dias de ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.  Ele começa no dia 20, dia da Não-Violência contra as Mulheres, e segue até 10 de março, Dia dos Direitos Humanos. Não prometi um post por dia, mas disse que poderia tocar no assunto várias vezes ao longo do período.  Pois bem, dois feminicídios de adolescentes me chocaram e a matéria, cuja foto está abaixo, me obrigou a comentá-los.

Pode parecer bonito e romântico, mas
tais relacionamentos podem ser abusivos.
Enfim, esses dias aconteceram dois crimes terríveis contra adolescentes, meninas, que poderiam ser minhas filhas, ou alunas.  No primeiro caso, a estudante Luana Maciel dos Santos, de 16 anos, foi estuprada e esfaqueada.  O principal suspeito, que não agiu sozinho, foi o ex-namorado de 33 anos.  Ela não queria reatar o relacionamento.  Assim, é um charme namorar um homem mais velho.  Alguém experiente, que pode lhe proteger, que tem uma profissão, um emprego, ou até mais a oferecer.  Repetem isso para as meninas o tempo todo.  Quando elas sofrem alguma violência, ou são mortas, olhe os comentários.  

"O que essa menina tinha na cabeça!"  "Viu no que deu se envolver com homem mais velho?"  "Deveria estar estudando!"  Agora, desvie o olhar para cima e veja a sorridente atriz Global dizendo que prefere "homens mais velhos".  Veja o casal presidencial, Temer tem 78, Marcela, 35 anos.  Só que ela era uma adolescente de 18, 19 anos quando eles se conhecerem com todo o incentivo da família dela.  A questão vai além do fato de uma menina individualmente "não ter juízo", porque, vocês sabem, homens são eternos meninos, já as mulheres... 

Luana tinha toda a vida pela frente... 
O outro caso trágico, acabei de ver agora.  Colocarei o título do G1 "Pai mata esposa e filhos a facadas em Lima Duarte, MG".  A esposa e mãe era uma menina de 17 anos.  O marido assassino, um homem de 43.  Ele conhecera a "esposa" com 14 anos, talvez menos.  O homem matou a moça e as crianças e continuou dormindo na casa, ao que parece.  Os vizinhos chamaram a polícia por causa do mau cheiro.

Segundo o vídeo, parentes do homem alegarem que ele sofre de "depressão", porque os vizinhos e conhecidos o acusavam de se envolver com menores de idade, assim, no plural.  Ele era acusado de pedofilia.  A matéria não deixa claro se criminalmente, ou pela vizinhança.  Ao ser preso, o sujeito alegou ciúmes, que temia ser abandonado, porque a "esposa" era muito jovem.  Agora, peguem lá das estatísticas de gravidez no Brasil que comentei no texto de domingo e lembrem que eu escrevi que, não raro, os pais das crianças eram homens mais velhos.  Afinal, é muito mais interessante ter um homem maduro ao seu lado, repetem os vários discursos direcionados às meninas.  

Eternos meninos.
 Quando eu estava com 9 anos, assisti uma palestra em um acampamento de Mensageiras do Rei (*organização batista para meninas de 9 a 16 anos*) na qual a palestrante disse que deveríamos nos casar com homens mais velhos, com diferença mínima de dez anos.  Afinal, mulheres envelhecem mais rápido.  Nunca esquecerei essa palestra, já na época ela parecia ter vários problemas aos meus olhos.  Que compreendemos disso?  Ah, a mulher ficou velha, ou parece velha, é trocada por outra.  Já o homem, bem, ele precisa de uma enfermeira na velhice e, se a mulher quiser deixá-lo, sabemos que o resultado pode ser um feminicídio. 

Daí, vemos as meninas adolescentes com homens que podiam ser seus avós sendo mortas por eles e as pessoas "de bem" ficam fingindo que são casos isolados. É como se não pudéssemos colecionar os discursos e exemplos que reforçam que esse tipo de relacionamento é OK, é desejável, é glamouroso, que as meninas devem perseguir esse "ideal" de relacionamento. E, ainda assim, devem acreditar que esses seus homens mais velhos são imaturos e, por isso, elas, as meninas, que são exatamente o contrário, "porque mulher amadurece mais rápido e cedo", devem sempre ser compreensivas.  Se algo acontecer, claro, a culpa é delas.  Ou não foram compreensivas o suficiente, ou não foram maduras o suficiente, ou não deveriam ter embarcado no relacionamento.  O homem, mesmo quando mata, parece ter sua culpa diminuída aos olhos da sociedade.

Trama de uma novela que está para estrear.  Vai ser lindo, não é?
Concluindo, não estou dizendo que relacionamentos com grande diferença de idade são ruins por princípio.  Eu, Valéria, não acredito nisso. Sei de pelo menos um caso em que um deles salvou um homem e deu nova vida a uma mulher.  Mas veja, não era uma menina, era uma mulher de quase trinta anos, talvez até mais que isso. Enfim, esse tipo de relacionamento é um fenômeno social legitimado por nossa cultura e passível de ser analisado e estudado e que as mulheres normalmente estão em desvantagem e situação de vulnerabilidade, ainda que, algumas, pareçam felizardas.

Super Groupies lança produtos inspirados em Shoujo Kakumei Utena


A grife japonesa Super Groupies lançou lançou uma coleção de produtos inspirados em Shoujo Kakumei Utena (少女革命ウテナ).  A série animada está fazendo aniversário de vinte anos este ano.  Daí, não é surpresa.






A SuperGroupies já tinha lançado alguma coisa, está na página deles e no Instagram, e, agora, anunciou mais produtos: relógio, jaqueta, bolsa, sapato.  Tudo muito lindo, tudo muito caro. 












Os novos produtos podem ser encomendados entre 28 de novembro e 16 de dezembro.  Entregas em abril.  Há mais fotos no Comic Natalie, porque tem detalhes, ângulos e tudo mais.  Coloquei um dos relógios e uma das bolsas para vocês terem ideia.  E no site da grife.  eu realmente não tive paciência para tudo, mas criei um álbum no Facebook do Shoujo Café.

Japão: Problemas de Natalidade e Intolerância com Crianças


Hoje apareceu na minha TL no Facebook a seguinte matéria "Japão: famílias que brincam com crianças na rua podem ser processadas por incomodar vizinhos".  A pessoa que postou estava comemorando.  Enfim, crianças fazem barulho, precisam de espaço e ocupação, afinal, a questão do sedentarismo é um dos problemas das sociedades modernas.  O Japão, claro, precisa de crianças e rápido, porque a natalidade não para de cair.  Só que esta não é a primeira matéria na qual esbarro e que fala da intolerância com os pequenos.  

Segundo uma especialista consultada: “Muitas áreas residenciais em desenvolvimento tendem a abrigar moradores de gerações parecidas e as regras se inclinam aos conceitos da geração. Quando há idosos, pessoas de idades diversas, os padrões e a ascensão cultural tendem a colocar uma barreira nesses conceitos”.


E não estou defendendo que as crianças possam fazer o que quiserem, ou que não precisem aprender a respeitar o próximo, aliás, acho dificílimo que uma sociedade como a japonesa se esqueça disso, mas que desconfio que se trate de intolerância mesmo.  Há os parques, certo?  Mas, segundo a própria matéria, vários espaços como esses no Japão proíbem o uso de bicicletas e bolas, logo, a rua perto de casa é a opção.

Nesta matéria mais recente falou-se de um morador que de tanto ser "perturbado" pelo barulho teve que se mudar.  O juiz decidiu que os pais das crianças deveriam indenizá-lo "pois o barulho das crianças provocou um grande estresse no morador (...)".  Outro caso citado é o da mãe que foi hostilizada pelas vizinhas, porque reclamou do barulho das crianças, já que seu filho precisava se preparar para um exame.  Recebeu indenização, também.


Acabei localizando uma matéria de 2013, do Japan Today (Aging Japan complains over the noise of children), que acaba dizendo o seguinte: “Como a sociedade [japonesa] tem cada vez menos crianças, as pessoas ficam menos acostumadas a ouvi-las. É um círculo vicioso: menos crianças deixam as pessoas menos acostumadas a ouvir o barulho que elas naturalmente fazem, o que gera queixas sobre elas e contribui para o crescente sentimento entre os mais jovens de que eles não querem ter mais filhos.” Percebem o problema?  Até o que é normal se tornou um problema.

Outra matéria com um título muito parecido (Aging Japan complains over the noise of children) fala dos esforços do governo para estimular a natalidade e dos obstáculos encontrados.  Destaco o seguinte "Estamos presos entre pais que estão clamando 'queremos creches construídas o mais rápido possível' e aqueles que dizem 'não precisamos de creches em nossos bairros tranquilos'"  A matéria fala dos processos que as creches tem recebido por causa do barulho e especialistas vem aconselhando o governo a mudar a legislação, seguindo o modelo da Alemanha (???) para neutralizar esse tipo de ação.


"O número de crianças está diminuindo, então as pessoas acham que as creches não têm nada a ver com elas e as vêem como algo que poderia causar desconforto em suas vidas" (...) "O problema das crianças barulhentas pode se resolver se os esforços para o aumento da natalidade falharem. Um think tank do governo prevê que apenas sete por cento da população do Japão terá menos de 15 anos em 2060, no pior cenário possível, a população total encolherá mais de um terço, para menos de 80 milhões. "  Isso, claro, é um quadro terrível.

Essa discussão toda me lembrou a segunda temporada do desenho do Chefinho (*Boss Baby*) no qual os vilões são idosos que querem receber toda a atenção que a sociedade dá aos bebês.  Afinal, ambos os grupos querem quase a mesma coisa: carinho, atenção, leite quente, sonecas e fraldas. Claro, que se trata de uma comédia, mas olhando o Japão... 

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Mais informações sobre game inspirado na Rosa de Versalhes


Ano que vem sai o jogo Shiritsu Berubara Gakuen ~Versailles no Bara Re*imagination~ (私立ベルばら学園 ~ベルサイユのばらRe*imagination~), que é um dating simulator inspirado no clássico de Riyoko Ikeda, A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら). O Riyoko Ikeda Fan Site deve ter utilizado informações da revista B's LOG  para fazer o quadro abaixo:


Como vocês percebem, a maioria das personagens importantes terá sua versão no game. Imagino que estejam faltando Rosalie e Jeanne, talvez, também, a Polignac.  Faltou Gerodelle, não acredito que logo ele, o favorito de Ikeda, fosse ficar de fora. Já na ilustração do grupo em cores há uma cadelinha inspirada na sobrinha de Oscar, Lou-Lou.

Notícias da Rosa de Versalhes... Não, nada a ver com a JBC


O grupo do Facebook Riyoko Ikeda Fansite postou imagens dos trens com pinturas de personagens da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら).  Parece que no ano passado foi de Oniisama E...  (おにいさまへ…), mas eu não tinha visto. Não é coisa inédita, mas é a primeira vez que vejo de mangás de Riyoko Ikeda.  A companhia Hankyu Railway decidiu dedicar alguns trens da linha Takarazuka (Yume) aos mangás de Riyoko Ikeda.  

De Oniisama E...
Os trens ficarão enfeitados de 17 de novembro de 2018 até 31 de março de 2019.  A Sam Bonfim tinha me passado a notícia de outra página do Facebook, mas como elas eram muito pequenas, nem valia a pena colocar. Agora, pelo menos tenho uma maiorzinha par amostrar.


Dá para ver alguma coisa?
A outra notinha é do lançamento do terceiro volume dos livros de colorir da Rosa de Versalhes. é material para adultos, sabe?  Está no nome do livro Otona no Nuri e Versailles no Bara Nazori Kaki-hen (大人のぬりえ ベルサイユのばら なぞり描き編).


O livro tem 60 páginas e tanto o Riyoko Ikeda Fansite, quanto o Comic Natalie, comentaram o lançamento.  O preço é 1404 ienes.  



Eu tenho um desses que uma amiga me deu. Não o terceiro, mas o segundo, ou o primeiro.  Ele está guardadinho e eu tenho que achar.  Já do mangá pela JBC, não sei nada.