quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Yuki Suetsugu Redimida?



Estava para fazer este post faz algum tempo. Não sei quem se lembra, mas Yuki Suetsugu foi a mangá-ka queimada na fogueira santa da internet porque foi acusada de plagiar Takehito Inoue, autor de Slam Dunk, Real, Vagabond e outros megasucessos. O próprio Inoue teria acionado a autora por ter copiado cenas de basquete feitas pelo autor em seu mangá Eden no Hana. Por conta disso, este mangá que é bem interessante foi banido. O inusitado é que logo depois o próprio Inoue foi acusado de copiar fotos da NBA... Bem, sempre me pergunto como um desenhista pode desenhar sem referências fotográficas. Mas o fato é que Suetsugu foi acusada e admitiu ter copiado Inoue, mas daí choveram acusações insólitas de que ela teria copiado até cena de abraço de Peach Girl. Para mim, quase toda cena deste tipo é igual... Ou será que é possível fazer diferente? Enfim... Aqui, vocês podem ler o histórico da confusão que eu postei no blog. Mas eis que na surdina, um mangá de Yuki Suetsugu aparece no ranking de josei da Taiyosha...

Harukoi foi (*ou é*) publicado na Be-Love, revista bem conceituada e nela publicam mangá-kas do quilate de Waki Yamato. Será que a autora foi redimida? Será que poderemos ver Eden no Hana com as cenas copiadas corrigidas e disponível para ser publicado? Quem sabe. O fato é que ninguém comentou nada, nenhuma linha, nem os sites que queimaram a autora na fogueira, nem em listas como o Rosetta Stone. Daí, eu presumo que estes casos de plágio ou são comuns, ou são irrelevantes, ou são sensacionalismo barato. Ainda bem que a carreira da autora não foi apra o ralo e tomara que ela possa tomar muito cuidado daqui para frente. Para quem se interessar por Eden no Hana, é possível ler até o volume cinco traduzido pelos fãs. Maiores informações aqui.

Cadê Peach Girl?



Hoje é 31 de janeiro e completamos dois números atrasados de Peach Girl. Se você jogar o nome do mangá na busca deste blog, verá que recentemente fiz vários posts tocando no nome da série. A novela Peach Girl, que pode ser drama ou comédia, se estende há meses no Brasil. Foi cancelado e retornou em outubro do ano passado. Os volumes saindo na segunda quinzena do mês. Como fim de ano é complicado, não comentei nada do atraso da edição #27, mas ela não chegou em janeiro, e a #28, claro, atrasou também. Na comunidade da Panini no Orkut, os responsáveis pelo tópico "Pergunte ao Planet Mangá" não sabem dizer o motivo:

Há chances de Ura Peach Girl ser lançado!? eu compro Peach Girl e ja sei o final pq li na internet antes e Ura Peach Girl por ser continuação seria muito legal ter em mãos!!

chance praticamente nula; a panini só se interessaria pelo Ura PG caso a série original tivesse um bom desempenho de vendas, como não é essa a realidade, provavelmente não será lançado mais nada de PG

não houve 2º cancelamento de Peach Girl não né!? alguns dizem q ta demorando espero q seja so atraso mesmo

não, não houve; se houvesse um cancelamento, a editora não poderia divulgar a capa da edição de janeiro; a 28. na quinta feira passada, falei com a Elza keiko, e a mesma não sabia o que estava ocorrendo com pg que já deveria ter saído, e no momento estava aguardando resposta do setor responsável.
Na página da editora é possível ver as capas dos números em atraso e já há muita gente falando que o mangá foi cancelado outra vez. Não acredito nisso, mas me espanta o amadorismo da editora e a falta de interesse em dar uma mínima desculpa, nem que seja esfarrapada. Não cabe a mim ficar apontando culpados, a editora é composta por vários setores e nós, outsiders, não temos como saber onde está o problema. Eu escrevo para a Neo Tokyo e já houve casos de atraso longo no qual o editor-chefe tinha entregue a revista e não sabia porque ela não tinha ido para a banca na data certa. A NT já atrasou dois meses. Enfim, nosso país é altamente problemático e as empresas privadas não são melhores que o governo. E para piorar, não sabemos vendagens e tiragens, não sabemos se nossa série vai bem ou mal, não temos como nos mexer. É estranho, também, que Bijinzaka e Galism façam sucesso sendo esteticamente tão próximos de Peach Girl.

Como já disse aqui, no Shoujo House, em coluna do Anime-Pró, em matéria da NT, Peach Girl vendeu e vende mal (*isso gente da Panini já disse*), porque a estratégia da editora foi ruim, a começar pelo maldito espelhamento, passando por cinco volumes iniciais de porca tradução e editoração e, claro, os atrasos. E quando o mangá retorna... Boom!!!!! Um mega atraso pode, outra vez, espantar leitores. Mas PG deve ser problema menor para a editora, pois o dinheiro grosso deve vir de outros títulos. Pena é o desrespeito com os consumidores, é isso que eu não perdôo na Panini e outras empresas neste país.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

The Other Boleyn Girl



Dias atrás falei da minha curiosidade sobre este filme. O trailer no Youtube aguçou ainda mais. Não qeu eu não saiba que historicamente é uma furada. As duas irmãs Bolena não foram amantes de Henrique VIII ao mesmo tempo, tampouco é provável que o filho de Mary fosse filho do Rei. Na dúvida, eu sempre fico com Antonia Fraser. Não li o livro da Philippa Gregory, não tenho opinião fundamentada sobre a autora, mas por conta do livro sobre as esposas de Henrique VIII da Antonia Fraser eu comprei a Princesa Leal. Virei admiradora de Catarina de Aragão, mas se tivesse lido a última página do livro não teria comprado. Gregory diz "É óbvio que ela mentiu!" Quem conhece a história sabe que o "mentiu" aí se aplica ao fato de Catarina, viúva do irmão de Henrique, ter chegado ao casamento virgem.

Ora bolas, o próprio Henrique em suas maquinações, nunca teve a cara de pau de dizer que Catarina não era mais virgem, como bem pontua Fraser, e os contemporâneos também eram quase unânimes. Só que para Gregory, dois adolescentes de 15 anos que não se conheciam, nunca tinham se visto, colocados no mesmo quarto iriam fazer sexo loucamente, especialmente quando o noivo tinha saúde tão frágil e não durou seis meses. Se ela tivesse lido sobre outras núpcias da época ou depois, como a de Luís XVI e Antonieta veria que seria possível protelar uma consumação por meses, até anos. Isso me azedou com a autora.

Mas, pelos comentários, o filme não é fiel ao livro, Nathalie Portman e a Scarlett Johanssom estão lindas e são ótimas atrizes, o figurino está bem interessante e [*Meu lado fangirl mode on*] o Eric Bana está um espetáculo. O Henrique VIII mais atraente de todos os tempos. É obrigatório. Talvez, depois, tendo finalmente lido A Princesa Leal, eu até leia The Other Boleyn Girl. Mas este é somente um dos filmes sobre o século XVI do ano, Elizabeth também promete ser historicamente ruim e magnífico como espetáculo de atuação de Cate Blanchett e Geoffrey Rush.

Grimms Mangá é um sucesso!



Grimms de Kei Ishiyama foi publicado na revista Wings e faz uma releitura de alguns dos contos de fada que foram eternizados pelos Irmãos Grimm. De acordo com o Anime-Pró, Grimms Mangá, o novo lançamento da New Pop é um sucesso e quase toda a primeira tiragem se esgotou no Anime Dreams que aconteceu entre quinta e domingo últimos. É o primeiro shoujo mangá a ser lançado este ano no Brasil e foi o terceiro mangá mais vendido. É o segundo shoujo mangá da editora e ao que parece valorizar os quadrinhos femininos não tem dado prejuízo. 1945 teve uma segunda tiragem e a New Pop trouxe o primeiro sunjeong manhwa , o equivalente coreano do shoujo, para o Brasil. A editora está de parabéns e, antes que alguém fale alguma coisa, eu não sou funcionária nem da New Pop, nem do Anime-Pró, o objetivo do blog é valorizar o shoujo mangá.

Ranking da Tohan



Até agora, nada do ranking da Taiyosha aparecer (e já é a segunda semana!!!!), mas o da Tohan é sempre bem pontual. Houve uma dança das cadeiras no top 10, apareceu gente nova, mas na média, a turma mais forte continuou, como Tsubasa, Conan, Inuyasha e, para a minha surpresa, V.B. Rose. Aliás, eu realmente aposto em um anime de V.B. Rose para um futuro próximo. Há ainda dois shoujo na lista, o vencedor na categoria no 53º Shogakukan Award, Boku no Hatsukoi o Kimi ni Sasagu, e Boku o Tsutsumu Tsuki no Hikari, a continuação do aclamado Please Save My Earth (Boku no Chikyuu wo Mamotte).

1.Tsubasa #22
2.Negima! Magister Negi Magi #21
3.Jyūshin Enbu - Hero Tales #2
4.Detective Conan #60
5.Boku no Hatsukoi o Kimi ni Sasagu #10
6.Fairy Tail #8
7.Inuyasha #52
8.V.B. Rose #11
9.Boku o Tsutsumu Tsuki no Hikari #5
10.Hayate the Combat Butler #14

Anime Adventure II



Pertinho da minha antiga casa. Eu nasci e morei quase a vida inteira em São João de Meriti. :) Decidi postar por causa disso. :D

ANIME ADVENTURE DIA 16 DE MARÇO, NA PAVUNA - RJ
Anime Adventure II

End.: Clube Pavunense
Av. Sargento de Milícias nº 885 Pavuna - RJ

Atrações

Show da Banda Ha!monez
Workshop de manga
workshop de japones
Estandes com confirmação de bandanas
Exibição de Animes
Cosplay Com Premiação
Torneios e Demostrações de Cards Games c/ Premiações
Concurso desenho com uma nova modalidade
Area de free player
Bebida oficial dos otakus
yakisoba
Feira de fanzines
Atração surpresa confirmada e vcs vao gostar
Palestra com o renomado Dublador Gilberto Baroli (Saga de Gemeos CDZ)
O Evento sera realizado no dia 16 de março
Ingressos a R$ 7.00 antecipado ou na lista de desconto ou 10 R$ na hora
local clube pavunense
proximo ao metro e a rodoviaria da pavuna.
Você de outro estado quer vir para nosso evento fale conosco.

Pontos de vendas de ingressos

Curso A4
Av. Automóvel Clube, 805, Vilar dos Teles - São João de Meriti - Rio de Janeiro proximo ao mercado valente do vilar

Rio Villle Tour
Rua César Lemos, 170 Box 05 proximo ao Bob's do vilar

Clube Pavunense
Av. Sargento de Milícias nº 885 Pavuna - RJ

Point HQ Ipanema
Rua Visconde de Pirajá, 207 Loja 317 - Ipanema Rio de Janeiro - RJ

Point HQ Tijuca
Rua Conde de Bonfim, 685 Loja 214 - Tijuca Rio de Janeiro - RJ

E muito mais ainda estar por vir aguardem as novidades

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sunadokei em Breve no Brasil!!!!!!!



Eu disse, não disse?! E falei várias vezes aqui neste blog, não foi? (Exemplos: 1 - 2 - 3) É da Panini. Estejam certos!!!!! E não pensem que eu sei alguma coisa, porque eu não sei [Agora, até acabei de saber]. Foi o meu feeling que me dizia que Sunadokei viria para o país. Aposto que substitui Karekano. E tem uma resenha minha deste mangá - que houve gente desprezando sem ler na comunidade da Neo Tokyo com aquele papo até agora não explicado de "história e traço antigo" - na edição #25 da revista. Meu volume 1 da VIZ chegou faz pouco e não devo deixar de comprar a edição americana, especialmente se a brasileira for demorar ou se for da JBC, mas isso não deve acontecer. Este anúncio, sim, me faz vibrar! Estou eufórica. A notinha está no site Anime-Pró. Eu apostaria que um dos próximos anúncios será Hanakimi.

Aliás, falando em Sunadokei, o mangá foi desprezado na pesquisa que eu faço todo ano aqui neste site. Mesmo que eu tenha repetido que o mangá viria mais cedo ou mais tarde para o Brasil, que eu tenha dito que era minha grande aposta para 2008 e tudo mais, muita gente nem deve ter dado atenção. É, talvez, o melhor anúncio desde Paradise Kiss. Uma série belíssima, tocante, inteligente, realista até certo ponto e humana. Um mangá que faltava aqui. Não vou mais sentir inveja das espanholas, americanas e italianas... pelo menos no tocante à Sunadokei. ^_^ E esse anúncio não me obriga a refazer a pesquisa, já que Sunadokei não está mais nela.

Exclusivo: Mangá Sunadokei em breve no Brasil
Por: Anime Pró - 29/01/2008

Não tivemos autorização para revelar a editora, mas em breve será anunciado mais um mangá que logo estará nas bancas de todo o país. Trata-se de Sunadokei, mangá composto por 10 volumes publicado originalmente na Betsucomi e desenhado por Hinako Ashihara.

A série é muito famosa no Japão e faz muito sucesso nos EUA, onde é publicado com o titulo Sand Chronicles. Sunadokei significa “ampulheta” e foi publicado em diversos países da Europa. Em 2005 ganhou um dorama que assim como a versão em quadrinhos, fez muito sucesso.

ANAL: Voando para os EUA



ANAL é a sigla engraçadinha para "Rakuen Sanman Feet - All Nippon Air Line" de Kei Azumaya, um mangá yaoi/BL que está saindo nos EUA. A história ira em torno de uma companhia aérea onde só trabalham lindos bishounens que tem romances entre eles e com os passageiros. O nome em inglês ficou All Nippon Airlines: Paradise at 30,000 Feet (All Nippon Airlines: Paraíso à 30 mil Pés), só que a capa original trazia a sigla ANAL. De acordo com o ANN e o Comipress, as livrarias americanas não queriam o tal ANAL na capa de um mangá que elas teriam que expôr publicamente, daí, a editora americana, a Digital Manga, foi discreta. Nada de ANAL na capa oficial, mas quem comprar o mangá tem direito a pedir a capa seguindo o modelo original japonês, ou buscá-la no stand da editora em uma das convenções (New York Comic Con 2008, Anime Expo 2008, Yaoi Con 2008, etc.), e quem comprar direto com a editora receberá de qualquer forma. Esse negócio todo não deixa de ser engraçado...

O Comipress também está falando do concurso promovido pelo site Yaoi Press. Até brasieliros podem participar do Yaoi Press Suki 2008 Contest, que dá como prêmio cinco mangás da Yaoi Press: Yaoi Hentai 1 e 2 (Yaoi Hentai?!), Desire of the Gods, Spirit Marked, e The Aluria Chronicles!. A sombrinha, no entanto, só vai de prêmio para quem mora nos EUA.

Novo Filme de Miyazaki em Julho



Segundo o ICV, o novo filme de Hayao Miyazaki, Ponyo on a Cliff, estréia no Japão em meados de julho. As informações sobre o filme ainda são poucas, ao que parece a Ghibli vai liberá-las na Tokyo International Animation Fair no final de março. O filme terá a aparência de pintura em aquarela já usada em um filme anterior do estúdio e conta a história de um menino de cinco anos e uma princesa que é um peixinho dourado e deseja desesperadamente se tornar humana. O ICV comenta que o espaço entre a estréia dos filmes de Miyazaki no Japãoe e nos EUA é cada vez menos. Provavelmente, ele chega em dezembro nos EUA, para poder concorrer ao Oscar do ano que vem. Já nós aqui ainda esperamos Princesa Mononoke, Kiki, Näusicaa, isso sem citar os animes da Ghibli que não são de Miyazaki, como o fabuloso O Túmulo dos Vagalumes.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Corações partidos, polegares doloridos: os best-sellers do Japão estão nos celulares


Mais uma matéria sobre romances de celular, dessa vez do New York Times. A tradução está no site da UOL, só para assinantes.

Corações partidos, polegares doloridos: os best-sellers do Japão estão nos celulares

Norimitsu Onishi
Em Tóquio

Até recentemente, romances transmitidos por telefone celular -compostos nas teclas dos telefones por garotas brandindo ágeis polegares e lidos por fãs em suas pequenas telas- eram menosprezados no Japão como um subgênero que não fazia jus ao país que deu ao mundo seu primeiro romance "A História de Genji", há um milênio. Então, no mês passado, a seleção de fim de ano dos best-sellers mostrou que os "romances de celulares", reeditados na forma de livros, não só se infiltraram no mercado como estão dominando o setor.

Entre os 10 romances mais vendidos no ano passado, cinco eram originalmente romances de telefone celular, em sua maior parte histórias de amor escritas com as frases curtas características das mensagens de texto, mas contendo pouco do enredo ou do desenvolvimento de personagens encontrados em romances tradicionais. Além disso, os três primeiros lugares foram ocupados por romancistas estreantes, incendiando os debates nos meios de comunicação e na "blogosfera".

"Será que os romances de celular vão 'matar o autor'?" indaga em sua capa a famosa revista literária Bungaku-kai, na edição de janeiro. Os fãs exaltam os romances como o novo gênero literário criado e consumido por uma geração cujos hábitos de leitura se constituíam principalmente de mangás, as histórias em quadrinhos. Os críticos dizem que a predominância de romances de celulares, com sua limitada qualidade literária, pode acelerar o declínio da literatura japonesa.

Sejam quais forem seus talentos literários, os romancistas de celular estão colhendo o tipo de vendas com o qual muitos dos romancistas mais experientes, tradicionais limitam-se apenas a sonhar.

Uma dessas estrelas é uma mulher de 21 anos, chamada Rin, que escreveu "Se você" num período de seis meses no último ano do secundário. Enquanto se dirigia para seu trabalho de meio período ou sempre que tivesse um momento livre, ela digitava as passagens em seu celular e as enviava para um site popular, para candidatos a autor.

Depois que os leitores de telefones celulares votaram dando o primeiro lugar ao seu romance, sua história do trágico amor entre duas amigas de infância foi transformado em um livro de capa dura e 142 páginas no ano passado. Vendeu 400.000 cópias e tornou-se o quinto romance mais vendido de 2007, segundo uma relação da importante distribuidora de livros Tohan, considerada referência no mercado.

"Minha mãe nem sabia que eu estava escrevendo um romance," disse Rin, que como muitos romancistas de celular usa apenas um nome. "Quando eu disse a ela 'eu estou lançando um livro, ' ela teve uma resposta do tipo 'o quê? '"

"Ela só acreditou quando o livro foi lançado e apareceu nas livrarias."

Histórico
O romance de celular nasceu em 2000, depois que um site para quem faz home pages, o Maho no i-rando, percebeu que muitos usuários estavam escrevendo romances em seus blogs; ele preparou seu software para permitir que os usuários baixassem seus trabalhos em andamento e os leitores pudessem comentar, criando o romance em série para telefones celulares. Mas o número de usuários que enviou os arquivos com os romances só começou a explodir há dois ou três anos e o número de romances relacionados no site chegou a um milhão no mês passado, segundo o Maho no i-rando.

O "boom" parece ter sido incentivado por um acontecimento que não teve nada a ver com cultura ou romances, mas sim com a decisão das empresas de telefonia celular de oferecer a transmissão de pacotes de dados, tais como mensagens de texto, como parte das tarifas mensais fixas. A maior provedora, a Docomo, começou a oferecer o serviço em meados de 2004.

"As contas de celulares daqueles usuários estavam chegando aos US$ 1.000, portanto muitos deles passaram a deixar de usar o serviço e não se ouvia mais falar delas por um bom tempo," disse Shigeru Matsushima, editor que supervisiona o site de envio de arquivos de livros na Starts Publishing, líder na reedição de romances para celulares.

O barateamento dos custos de celulares coincidiu com o amadurecimento de uma geração de japoneses para os quais os celulares, mais que os computadores, fazem parte integrante de suas vidas, desde os primeiros anos de escola. Eles lêem os romances em seus celulares, mesmo que o mesmo site possa também ser acessado pelo computador. Digitam mensagens de textos com seus polegares numa velocidade alucinante e usam expressões e emoticons, tais como sorrisos e notas musicais, cujo sentido escapa a alguém com mais de 25 anos.

"Não é que eles tinham vontade de escrever e aconteceu de o celular estar ao alcance," disse Chiaki Ishihara, um especialista em literatura japonesa na Universidade Waseda, que estudou os romances de celular. "Acontece que na troca de e-mails, essa ferramenta chamada celular aos poucos gerou entre eles a vontade de escrever."

Na verdade, muitos romancistas de celular jamais haviam escrito ficção antes e muitos de seus leitores jamais haviam lido romances antes, segundo os editores.

Os escritores de celular não recebem pela obra, não importa quantos milhões de vezes seus romances sejam lidos online. O pagamento, se existir, vem quando os romances são reproduzidos e vendidos como livros tradicionais. Os leitores têm acesso livre aos sites com os romances, ou pagam no máximo US$1 a US$2 por mês, mas os sites ganham a maior parte de seu lucro com a publicidade.

Estilo próprio
Os críticos dizem que os romances devem muito a um gênero que é devorado pelos jovens: as histórias em quadrinhos. Nos romances de celulares, há uma tendência de pouco desenvolvimento tanto dos personagens como das descrições, e os parágrafos são em geral fragmentados, basicamente diálogos.

"Tradicionalmente, os japoneses descrevem emocionalmente uma cena, como ' O trem saiu do longo túnel passando pelo país das neves, '" disse Mika Naito, romancista, referindo-se à famosa frase de abertura de "País das Neves", de Yasunari Kawabata.

"Nos romances de celulares, isso não é necessário," disse Naito, de 36 anos, que recentemente começou a escrever romances de celulares, a pedido de seu editor. "Se você o limita a um determinado lugar, os leitores não terão condições de ter a sensação de familiaridade."

Escritos na primeira pessoa, muitos dos romances de celular parecem diários. Quase todos os autores são jovens mulheres mergulhadas em assuntos do coração, descendentes espirituais, talvez, de Shikibu Murasaki, a dama de honra da realeza do século 11, que escreveu "A História de Genji."

"Love Sky", o romance de estréia de uma jovem chamada Mika, foi lido por 20 milhões de pessoas nos celulares ou computadores, segundo o Maho no i-rando, onde foi publicado primeiro. Um dramalhão que traz sexo entre adolescentes, estupro, gravidez e uma doença mortal -imprescindível no gênero- o romance acabou captando o comportamento da geração jovem, seus tiques verbais e a onipresença do telefone celular. Reeditado na forma de livro, tornou-se o romance mais vendido no ano passado e foi transformado em filme.

Dada o predomínio dos romances de celular no mercado, os críticos não mais os menosprezam, embora alguns digam que eles deveriam ser classificados junto dos quadrinhos ou música popular.

Rin disse que os romances comuns não emocionam os integrantes de sua geração.

"Eles não lêem obras de escritores profissionais porque suas frases são muito difíceis de entender, suas expressões são intencionalmente prolixas, e as histórias não lhes dizem respeito," ela afirma. "Ao mesmo tempo, eu compreendo porque os japoneses mais velhos não querem reconhecer tais trabalhos como romances. Os parágrafos e as frases são muito simples, as histórias previsíveis demais. Mas eu gostaria que o romance de celular fosse reconhecido como gênero."

Do celular para o computador
Uma vez que a popularidade do gênero leva um número cada vez maior de pessoas a escreverem romances de celular, porém, uma questão existencial coloca: pode uma obra ser chamada um romance de celular, se não for composta em um telefone celular, mas em um computador, ou inconcebível, manuscrita?

"Quando uma obra é escrita em um computador, o número de linhas varia e o ritmo é diferente do que quando é escrita num celular," disse Keiko Kanematsu, da Gama Books, uma editora de romances de celular. "Alguns fãs de pornografia não considerariam isso um romance de celular."

E existem ainda os que afirmam que um gênero não pode ser definido pela ferramenta usada na escrita.

Naito, a romancista, disse que escreve num computador e envia o texto para o seu próprio celular, onde revisa o conteúdo. Ao contrário dos romancistas estreantes, de adolescentes até uns 20 anos de idade, Naito disse que se sente mais à vontade escrevendo num computador.

Mas pelo menos um integrante da geração celular fez a troca para os computadores. Há um ano, uma das jovens estrelas da Starts Publishing, Chaco, abandonou o celular, mesmo conseguindo digitar com maior rapidez usando o polegar.

"Por escrever usando o celular, sua unha chegou a entrar na carne, sangrando," disse Matsushima, da Starts.

"Desde que ela mudou para o computador," ele acrescentou, "seu vocabulário se enriqueceu e suas frases também ficaram maiores."

domingo, 27 de janeiro de 2008

Questo non è il mio corpo



Ontem finalmente coloquei minhas mãos no mangá de Moyoco Anno, Shibou to iu na no fuku wo kite (Ventindo um corpo chamado gordura) ou em italiano Questo non è il mio corpo (Este não é o meu corpo), que fala sobre anorexia e distúrbios alimentares. Tinha encomendado há uns três meses na Livraria Cultura e foi o primeiro quadrinho que eles conseguiram trazer da Itália. E demorou muito. O formato é muito próximo ao dos mangás que saem nos EUA, um pouco maior até, boa encadernação. O traço não é aquela coisa tremida e rascunhada que a Moyoco Anno fez em Happy Mania, mas é bem desleixado e feio. Não comprei pelo traço, comprei pela história e porque acho que Moyoco Anno tem muito a dizer. O conteúdo sexual é bem explícito, também.

Bem, li dois capítulos e folheei o resto. Bem perturbador. A protagonista gordinha, no início, é totalmente insegura e assujeitada pelos padrões de beleza, além de sofrer bullying de uma colega de trabalho e ser humilhada pelos colegas e pelo chefe, e traída pelo noivo. Depois que terminar comento. Leitura mais lenta, porque meu italiano, principalmente o repertório de gírias é limitado.

Mulher Maravilha no Centro de Polêmica



A Mulher Maravilha é um dos super-heróis mais conhecidos do mundo e ocupa um lugar importante na tríade da DC que tem como outras duas pontas o Batman e o Super-Homem. Salvo a edição do George Perez, que eu não gostei e talvez acabe vendendo, eu nunca li HQ alguma da Mulher Maravilha, mas li um livro sobre ela (Wonder Women) e discutida pela Trinna Robins em seus livros. Pois bem, passando lá no Omelete, vi que a uma modelo saiu fantasiada (*nua com o corpo pintado*) como a heroína na capa da Playboy e isso trouxe a tona mais uma vez as discussões sobre o machismo nos quadrinhos americanos. Não sei como esse pessoal tem alguma esperança, mas houve pontes interessantes como levantar que se trata do uso de um símbolo que as feministas adotaram como seu para enxovalhar as mulheres, ao usar um símbolo tão caro às feministas, e que isso vem bem a calhar dentro da campanha de desqualificação de Hillary Clinton.

Bem, vocês pensem o que qusierem, eu concordo com a análise da Rachel Edidin, que trabalha para a Dark Horse (o blog dela está nos links agora), e do Greg Rucka, até porque a DC ficou na dela quando poderia processar a Playboy. A editora ao que aprece encarou a reclamação como piada. Aliás, a heroína foi a capa da primeira Ms., revista fundamental para o feminismo norte americano. Eu entendo porque se agarram tanto à heroína, afinal, as opções oferecidas às mulheres nos quadrinhos americanos são mínimas. Enfim, lendo essa confusão toda, até fiquei tentada a comprar a coletânea de histórias da Mulher Maravilha que está na cultura há meses. Tem a primeira história, feita pelo Moulton e outras selecionadas. Só que o preço é bem salgado e no Amazon não ficou diferente.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Novas Aquisições


Apesar do meu aniversário ser somente no dia 5 de fevereiro, meu presente chegou ontem. Meu marido me deu de presente o artbook Romance Symphony no JPQueen. Foi a primeira vez que compramos lá e chegou rápido e direitinho. O artbook estava esgotado e tem trabalhos de Chiho Saito anteriores à Utena. A qualidade estava como B, mas o livro está novíssimo. Fiquei muito contente, tem imagens de séries que eu amo como Madonna Coroada e Waltz, além de outras tantas da desenhista que considero uma das melhores.


Agora, o que eu realmente não esperava era que os DVDs que eu tinha comprado em novembro de Orgulho e Preconceito chegassem. Trata-se da edição de 10º aniversário da minissérie da BBC com o Collin Firth e a Jennifer Ehle. É a melhor versão que eu já assisti, perfeita e com um elenco afiadíssimo. E eu assisti as versão do cinema dos anos 40 (*com Laurence Olivier, mas horrível em todos os sentidos*), a outra minissérie da BBC do final dos anos 70 e o filme americano de 2005 que, para mim, é cheio de problemas. Nenhum se compara. Eu achava que estava perdido, mas chegou. Pensei, também, que pagaria imposto e não paguei. Acho que consideraram o case/estojo verde como livro. A edição tem a minissérie, com closed captions, e um disco extra com documentários e entrevistas. Os dois protagonistas não participam, é uma pena. Há também um livro explicando cada passo da produção e com uma entrevista com o Collin Firth. Ótima compra.

Como chegou e não fiquei traumatizada, talvez peça os DVDs de Jane Eyre, a série nova de 2006, que é muito boa, captou bem o erotismo do livro que as outras versões fazem questão de deixar de fora. Devo pedir a edição Masterpiece Theatre: The Bronte Collection que vem com uma versão do Morro dos Ventos Uivantes que eu não conheço, mas é da BBC, então posso ter certeza que se não for excelente, deve ser pelo menos boa.


Aproveitando o embalo, ontem finalmente assisti A Moça com o Brinco de Pérola, sobre o famoso quadro do pintor Vermeer. Estava para assistir faz muito tempo. A Scarlett Johanssom está excelente no papel da criada, assim como todo o elenco, que conta com o já citado Collin Firth. OK, descabelado ele não fica legal, mas é Collin Firth atuando. Não sou nenhuma sumidade em arte, aliás, meus conhecimentos são fracos mesmo, assim, mesmo conhecendo o quadro do filme e outros de Vermeer, não lembrava do nome dele, até que o cinema o colocou em evidência. Enfim, A Moça do Brinco de Pérola é um filme excelente, que explora uma sensualidade nada vulgar que culmina, a meu ver, com a cascata de cabelos da moça sendo vista pelo pintor. Aliás, esta cena é muito semelhante a uma do filme iraniano Baran, que eu recomendo. A Moça do Brinco de Pérola é um filme de detalhes, lento e inteligente, e muito, muito bonito.

O filme também retrata a precária vida dos artistas quando estes ainda eram artesãos trabalhando a soldo de mecenas. Do outro lado, temos a vida precária da criada que poderia ser injuriada, agredida e mesmo estuprada. Aliás, a única cena de sexo do filme, nada tem de sensual, e a meu ver foi a forma que a criada encontrou de pelo menos não ter sua virgindade arrancada pelo patrão de Vermeer que quase a tinha violentado. Enfim, me fez lembrar Dona Beja. Alguém lembra? Quando ela foi seqüestrada e era noiva do Antônio e para que o sujeito não possa encontrá-la virgem, pede que o padre tire sua virgindade. Foi a única explicação para a atitude da personagem no filme e aqui terminam os spoilers. 


Enfim, parei para pensar também na fixação por descobrir mulheres anônimas de retratos, temos a Monalisa e a Moça do Brinco de Pérola. Parece bobagem e certamente é um pouco, mas em um tempo que artistas eram pagos para pintar por encomenda e o retrato era uma arte em ascensão junto com a burguesia, cada um deles geralmente tinha um nome, era o indivíduo se afirmando. Por que pintar anônimas? Qual sua importância? Para algumas pessoas, descobrir isso é a tarefa de uma vida. Talvez eu acabe lendo o livro que serviu de base para o filme. E estou ansiosa para assistir The Other Boleyn Girl , com a mesma Scarlett Johanssom e Natalie Portman, sobre as irmãs Bolena e seu relacionamento com Henrique VIII. Aliás, abrindo o IMDB, achei mais um motivo para assistir o filme: Eric Bana!

Antes que alguém diga alguma coisa, Henrique VIII foi durante muito tempo o príncipe mais belo da Europa, com seus trinta e poucos anos começou a engordar, mas não colocando o sujeito para andar de regatinha no filme como é na (desagradável) minissérie Tudors, para mim já está bom. Com esse trio de protagonistas, me vejo obrigada a bater ponto no ciname. Aliás, ainda tem a continuação de Elizabeth este ano. O primeiro filme foi ruim, ruim demais, eu assisti no cinema, mas as atuação de Cate Blanchett e Geoffrey Rush valem o ingresso, pois valem por elas mesmas. E voltando à Johanssom, parece que tão cedo ela não sai do século XVI, pois vai ser Mary Stuart, Rainha da Escócia. Se o filme não for bom, que pelo menos faça com que lancem aqui no Brasil o DVD o filme de 1972, com a Vanessa Redgrave e Glenda Jackson, e que esta onda de filmes do século XVI também faça com que seja relançado Ana dos Mil Dias.

Comecei falando de uma coisa e terminei falando de outras... Agora vocês já sabem que sou fã do Collin Firth e do Eric Bana, além da Cate Blanchett e Geoffrey Rush. Vou ficar de olho na Scarlett Johanssom a partir de agora, também. Ah, e eu amo cinema iraniano. :)

Nova Revista Josei e One Shot de Kaori Yuki



O mercado de coletâneas está em crise ou passando por um doloroso processo de acomodação, mesmo assim, as editoras teimam em lançar novas revistas. Dito isso, a Kodansha anunciou o lançamento d euma revista bimestral, a Kiss Plus. O alvo, assim como o da revista regular, a Kiss, que publica Nodame Cantabile, são as mulheres de de vinte e trinta anos. A notícia está no Comipress, que também anunciou o novo oneshot de Kaori Yuki. O nome é Camelot Garden e a série sai na edição de abril da Bessatsu Hana to Yume, a Betsuhana. Já na edição de março da mesma revista chega ao fim Shinrei Tantei Yakumo de Ritsu Miyako.

Mangá-ka no Guiness Book



De acordo com o Comipress, Shotaro Ishinomori entrou no livro dos records no dia 23 de janeiro como "o mangá-ka com o maior número de obras publicadas". Shotaro Ishinomori faleceu em 28 de janeiro de 1998 e é o criador de séries como Cyborg 009 e Kamen Rider. Ele publicou mais de 770 títulos, e mais de 500 volumes de mangá. Ele criou live actions, mangá, enfim, sua obra é imensa. A Kadokawa Shoten anunciou ano passado que irá publicar as obras completas do autor em 12 volumes. Imagino que serão volumes bem grossos...

Dorama na TV Brasileira



Não é novidade para muita gente que está atenta à movimentação em torno das comemorações sobre os 100 anos da imigração japonesa ou mesmo acompanha a Band e já viu as chamadas no ar. A Band tem um contrato com a NHK e comprou este dorama que trata de duas irmãs - Haru e Natsu - separadas na infância, uma veio para o Brasil, outra ficou na infância. Eu não assisti a minissérie ainda, mas estou muito feliz com a compra. Torço pelo sucesso e que as portas para os doramas japoneses se abram aqui, afinal, há coisa muito boa, tão interessante quanto os seriados americanos e infinitamente melhores do que muita novelas. Vamos torcer. A notícia é da Folha de São Paulo.

100 anos da imigração japonesa: Band leva ao ar minissérie japonesa

"Haru e Natsu", filmada no Japão e no Brasil, aborda o drama dos imigrantes a partir da história de duas irmãs

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A TV aberta terá três estréias em 18 de fevereiro. Na Globo, a nova novela das sete, "Beleza Pura", e a minissérie de Maria Adelaide Amaral, "Queridos Amigos". E vale ficar atento à da Band, a minissérie "Haru e Natsu", produzida pela NHK, principal emissora do Japão.

Em ano de centenário da imigração japonesa no Brasil, a produção, que vai ao ar às 22h, contará a história de duas irmãs separadas quando a família embarcou rumo ao porto de Santos. A caçula, Natsu, não pôde viajar porque os fiscais da imigração constataram que estava gravemente doente. Foi deixada com a avó pela família.

O ano é 1934, e o reencontro acontecerá somente sete décadas depois, quando Haru volta ao Japão para reencontrar a irmã, que a rejeita. "Haru e Natsu", portanto, intercala cenas de época com atuais. A minissérie foi filmada no Japão e no Brasil, principalmente em uma fazenda de Campinas (interior de SP). Trata-se de uma grande produção, registrada em alta definição.

O pano de fundo da saga das irmãs é a própria história da imigração japonesa no Brasil. O primeiro capítulo, visto pela Folha, deixa claro que "Haru e Natsu" busca revelar um lado dramático da vinda dos japoneses. O narrador da minissérie fala "do sofrimento" daqueles que trabalharam em lavouras de café, muitos dos quais "eram tratados como escravos".

A minissérie, com oito capítulos, foi escrita por Sugato Hashida, 80, uma grife da teledramaturgia japonesa.

Honey & Clover Made In Taiwan



O dorama japonês acabou de estrear e o feito em Taiwan começou a ser gravado. ^_^ Honey & Clover é um sucesso. Hagumi é interpretada por uma atriz japonesa, Chiaki Ito, que também é cantora. A pessoa que postou não deu maiores informações, mas aqui vocês podem ver mais fotos dos atores e atrizes. Vamos esperar.

Só acrescentando: o Tokyograph está falando do T-dorama. Ele começou a ser filmado em 1 de dezembro, quase ao mesmo tempo que o dorama japonês que está no ar na Fuji TV.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Novo Mangá da Autora de W-Juliet



De acordo com o ANN, Emura, criadora de W-Juliet, lançará um novo mangá na próxima Hana to Yume. O nome é Kyou mo Ashita mo (Hoje e Amanhã também). Trata-se de uma série sobre uma garota que sonha em se tornar mangá-ka, mas tem que desenhar escondida da família que nem sequer pode ouvir falar que ela deseja seguir esta carreira. Gostei. Vou ficar de olho. Emura também está trabalhando em W-Juliet II, um spin-off que sai na The Hana to Yume.

Terceira Edição Shojo Beat Music Awards



A Shojo Beat é a revista coletânea da VIZ especializada em shoujo mangá. Pelo terceiro ano consecutivo a editora estará publicando um especial centrado em música japonesa, o único do gênero nos EUA. A eleição dos melhores foi feita pelas leitoras e sai na edição de fevereiro, mas ainda há possibilidade de votar, desde que você more nos EUA e tenha mais de 16 anos. O relase da edição está no ANN.

Vampire Knight: Página do anime no ar



Ainda não tem muita coisa, mas a página oficial do anime de Vampire Knight já pode ser acessada. A série animada é uma das mais esperadas do ano pelos fãs de shoujo. Vampire Knight mangá sai no Brasil pela Panini.

Hanakimi Volta à Hana to Yume



Teremos mais um yomikiri, história curta fechada, da Hanakimi na Hana to Yume. Pelo que disse a Deirdre, a história se passa depois que Mizuki é obrigada a deixar o colégio. já é o quarto yomikiri, o que logo garantirá um novo volume do mangá. Eu realmente espero que a série se mantenha em evidência e, talvez, possamos sonhar com um anime. Quem sabe? Fora isso, torço por Hanakimi no Brasil em 2008. Quem sabe? Afinal, Karekano está terminando. A Deirdre também diz que há um especial na última The Hana to Yume sobre Duel Love, um game com character design da autora de Hanakimi. Só para explicar, a Hana to Yume é a revista mãe e é quinzenal, já a The Hana to Yume é bimestral.

Preview de Jigoku Shoujo



Jigoku Shoujo ou Hell Girl talvez seja uma das franquias shoujo mais bem sucedidas da atualidade. O mangá, publicado na Nakayoshi, foi licenciado nos EUA pela Del Rey, a editora que responsável lá por dois dos meus top favoritos, Nodame Cantabile e Genshiken. pois bem, a editora colocou no ar um preview com 25 páginas do primeiro volume no My Space. Outra iniciativa da editora, segundo o ANN, é abrir espaço para roteiristas e desenhistas. A Del Rey, assim como a Tokyopop, quer produzir quadrinhos próprios ao estilo mangá.

D.N.Angel: o Retorno



De acordo com o ANN, D.N.Angel, mangá da revista Asuka que já teve anime em 2003, estará de volta no mês que vem. Iniciado em 1997 a série conseguiu um bom número de fãs, mas a autora, Yukiru Sugisaki, interrompeu o trabalho para se dedicar a outros projetos. O último volume japonês foi publicado em 2005. Nunca foi uma série que me interessou, confesso, mas conheço muita gente que é fã. Queria muito que outras autoras, como Suzue Miuchi (Glass Mask) e You Higuri (Cantarella), também decidissem dar continuidade aos seus trabalhos incabados.

Conferência sobre Shoujo Mangá na Universidade de Montreal


O interesse acadêmico por anime e mangá só faz crescer e hoje e amanhã estará acontecendo uma conferência intitulada "TranscultureELLE: How Girls Cross Cultures" que é um olhar sobre os aspectos transculturais e de gênero da cultura shoujo. Haverá vários especialistas presentes e o programa pode ser visto aqui. Quem acha que mangá não é coisa séria e shoujo são SOMENTE historinhas melosas para meninas tem que repensar sua postura. A notícia está no ANN.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Novo Mangá da Panini: Galism



Ao que parece, a Panini começou a mostrar cedo as suas armas e, ao que parece, mesmo com muitas reclamações quanto à tradução/adaptação, Bijinzaka agradou, deve ter vendido bem, e outro mangá de Mayumi Yokoyama está chegando ao Brasil. Não vou dizer que me surpreendeu, já esperava Galism, principalmente porque a série foi lançada pela Panini na Europa. Seis volumes, publicado na Betsucomi, com muita comédia e um estilo semelhante de história. Detalhe engraçado é que já apareceu uns e outros dizendo que Galism é yaoi ou, mais espantoso ainda, especialmente se o mangá sai na Betsucomi a revista de Bijinzaka e Peach Girl, que é josei. Esse povo realmente é divertido

Chato é que a Panini não tenha colocado Peach Girl #27 nas bancas ainda. Muita gente está impaciente e começam a espalhar boatos mal intencionados dizendo que o mangá foi cancelado outra vez. De qualquer forma, o atraso é de um mês e o atraso foi um dos fatores que prejudicou a série desde o início. Enfim... Temos previsto para 2008 até agora: Grimm's, Hot Gimmick, Nana e Galism. Cada um por uma editora.

Neko Mangá Vira Anime



Que os japoneses gostam muito de gatos, amaioria dos fãs de anime e mangá sabem, o que muita gente desconhece é que existe um subgênero de mangá chamado neko mangá (mangá de/com gatos). Há revistas especializadas neste tipo de série, mas elas podem aparecer em revistas comuns, também. Não sei quantos viram anime, mas este ano, de acordo com o ANN, teremos uma série de neko mangá estreando, talvez seja no horário do Noitanima, quem sabe?

Chi's Sweet Home é publicado na revista Morning, a mesma de Vagabond e tantos outros. É a história de um gatinho, Chi, que se perde na sua primeira aventura fora de casa. Ele é encontrado por um menino, Youhei Yamada, que leva o gatinho para seu apartamento. Só que o prédio no qual os Yamadas vivem não aceita gatos. A família então, decide desafiar as regras. As histórias acompanham a vida dos Yamadas, dos animais da vizinhança, pelos olhos de Chi.

O mangá estreou na Morning em 2004 e o anúncio do anime foi feito na última edição. O mangá tem quatro volumes até o momento. Eles são publicados em P&B na revista, mas são colorizados na versão tankoubon. Vamos esperar por mais detalhes. E queria que o pessoal atentasse para o fato de que mesmo em revistas para o público masculino há a presença de séries fofinhas. Muita gente deveria aprender a ver o mundo de outra maneira e desencucar de que esse tipo de série ou é para o público feminino, ou para crianças, ou para homens gays.

Acabei dando uma olhada no mangá e A-DO-REI!!!!! O grupo Doki-Doki está traduzindo e é download direto. Eu recomendo. :)

Mangá no Bloomberg




Saiu uma matéria no site econômico Bloomberg sobre o mercado de mangás. Ele não fala quase nada sobre shoujo, mas, como Fruits Basket é a menina dos olhos dos americanos, a série é citada várias vezes. Também acho que a autora não deve prestar atenção às mulheres que lêem mangás em trens no Japão, ou então, as fotos mentem. Também dá a entender que todas as mulheres, até meninas e adolescentes, só lêem mangá em casa. A matéira também abre com uma descrição que não enquadra os shoujo mangá, salvo se a heroína for da Shinju Mayu...

Enfim, alguns dados são interessantes, como as vendas de mangá impresso que caem mas são compensadas por outras mídias e até pelos tankoubons. É isso que os arautos do caos não percebem. A comparação do mercado americano com o italiano e francês também me assustou, pois cada um ou os dois somados, isso não ficou claro, é sete vezes maior que o mercado americano. Nem quero saber os números do brasileiro... Mas, também, se eu quisesse, nenhuma editora iria dizer. Aqui vendagem é coisa mais secreta que os arquivos da Ditadura.

Meninas de Mangá com Olhos de Corça e Garotos Ninja Cortejam os Leitores de Quadrinhos Americanos
Review por Lucy Birmingham

Jan. 23 (Bloomberg) – Garotas com olhos de corça e seios do tamanho de melões, samurais retalhadores, heroínas adolescentes alegres convocando poderes mágicos e garotos ninja aventureiros: os criadores de mangá sabem como pegar a audiência.

Mais de 35 mil grupos de amadores venderam suas versões entre 28-31 de dezembro no maior mercado de quadrinhos do mundo, no Tokyo International Exhibition Center, ou Tokyo Big Sight. O evento bianual, conhecido no Japão como comiket, reuniu uma multidão de 500 mil pessoas. Os criadores de doujinshi, ou os similares de personagens de mangás bem estabelecidas, convivem com as três maiores editoras do Japão, Shueisha, Shogakuan e Kodansha, já que potencias violações de direitos autorais raramente são contestados.

Como as revistas de mangá venderam 1.26 bilhões de cópias de 70 mil títulos em 2006, as vendas domésticas vêm caindo por 12 anos. Os comikets são um lugar perfeito para se descobrir um novo artista com potencial para produzir mega-hit global como o shounen chamado “Naruto” ou como o shoujo mangá como “Fruits Basket”.

Se for popular no Japão, uma personagem de mangá pode pular rapidamente da revista para uma série de TV, gerando brinquedos, games, artigos de papelaria e outros produtos com sua marca. Alguns conseguem até filmes live action e dramas [novelas] para a TV.

“Fruits Basket,” uma série sobre uma colegial órfão, Toruh Honda, que é salva de sua vida em uma tenda por uma família de sujeitos que podem se transformar em animais do zodíaco chinês, vendeu mais de 18 milhões de cópias no Japão e 2 milhões de cópias nos EUA, de acordo com os editores. E se transformou em um anime de grande sucesso na TV.

Os leitores de mangá no Japão vão desde crianças até idosos. Nas maiores livrarias, adolescentes e adultos andam por prateleiras perfiladas com milhares de opções. Em Akihabara, distrito de Tokyo, jovens nerds conhecidos como “otaku” se reúnem em pontos de venda de mangá, alguns especializados em gêneros bem provocativos.

Mobile Manga

Os trens urbanos já estiveram cheios de garotos, jovens do sexo masculino e mesmo homens de negócios lendo revistas baratas de mangá, algumas tão grossas quanto uma lista telefônica. Agora, os títulos tem sido substituídos por mangás compactos e pela nova moda que é ler mangá em celular. As vendas de mangá para celular atingiram a marca de 8.2 bilhões de yen no ano que terminou em março de 2007, de acordo com um levantamento do Impress Group. Tradicionalmente, as mulheres lêem mangá em casa.

Os artistas japoneses geralmente trabalham sem a proteção dos direitos autorais, mas enfrentam poucas restrições em relação a sua imaginação. As editoras locais têm seu próprio sistema de classificação, provando que censura é um termo culturalmente relativo. O que seria considerado quase pornografia nos EUA é oferecido para as crianças no Japão.

“Nós provavelmente vamos continuar fazendo como fizemos até hoje,” diz Masakazu Kubo, produtor executivo na Shogakukan e no Tokyo Anime Center e o guru do marketing por trás de Pokemon, “Nós não queremos estabelecer restrições à criatividade. Não faz parte da cultura japonesa criar restrições aos artistas d emangá.”

Guias Sexuais

Alguns artistas estabelecidos querem regulamentações mais rígidas, particularmente em relação à pornografia.

“Nós precisamos tornar a lei de direitos autorais mais estrita, especialmente com a internet e os celulares, e manter maior controle sobre os mangás com conteúdo sexual,” Diz Mimei Sakamoto, uma autora de mangás josei, que entrou no mercado vinte anos atrás com a idade de 22 anos e trabalhando com mangás pornográficos. Ela tornou suas séries desde então em guias sobre sexo e higiene para mulheres jovens. O seu “Manual do Sexo” vendeu 80 mil cópias e sei “Livro da Beleza” vendeu mais de 100 mil cópias.

“Eu tive uma infância difícil,” Salamoto disse. “Sem dinheiro, meus pais discutindo o tempo inteiro, era gorda, não era bonita, e vivia freqüentemente deprimida. Mas eu fui capaz de mudar a mim mesma e então eu passei a deenhar mangás que inspiram jovens mulheres que não têm auto-confiança.”

Autoras como Sakamoto estão ajudando a levar os quadrinhos para uma audiência mais ampla. Um conjunto de três livros que se passam na Roma Antiga, que levaram sete anos sendo desenhados, será traduzido para o italiano. Ela também colaborou com o cartunista de Nova York Charles Danziger em um livro chamado ``Harvey & Etsuko's Manga Guide to Japan'' (Guia para o Japão de Harvey & Etsuko) que será lançado em novembro.

Manga Mix

“O livro é sobre um personagem Americano de cartoon e sobre um gato de um mangá japonês que vivem juntos suas aventuras no Japão,” disse Danziger. Glenn Kardy, chefe da Japanime Co. no Japão, e editor do livro, disse, “É provavelmente o primeiro do seu gênero no qual uma personagem de cartoon e de mangá se misturam nas mesmas páginas.”

As vendas de mangá na América do Norte dobraram para 200 milhões de dólares entre 2003 e 2006 e, provavelmente, subiram 10% em 2007, de acordo com Milton Griepp, chefe executivo do ICV2.com, que fornece informações sobre a indústria [de quadrinhos]. É mais ou menos metade do valor de todo mercado de quadrinhos que não são mangá, de acordo com informação da Diamond Comics, a maior distribuidora de quadrinhos do mundo.

Mesmo que os mangás [nos EUA] ainda têm que atingir a popularidade que têm em países como a Itália e a França, os maiores mercados de mangá fora do Japão, onde as vendas são sete vezes maiores que nos EUA.

Para ganhar uma fatia maior do mercado americano, onde muitos consumidores são adolescentes, as editoras de mangá estão mirando nos adultos. “Se os americanos podem compreender os filmes de Matrix, eles talvez possam gostar de mangás de ficção científica, suspense e humor,” diz Kubo da Shogakukan.

“A heroína de Fruits Basket ganhou popularidade por ser uma outsider tentando se encaixar – um bolinho de arroz emu ma cesta de frutas. Os editores de mangá estão percorrendo os corredores dos comikets em busca de autores que possam ajudar a fazer o mesmo pelo gênero em outros países.

“É melhor se o mangá for uma cultura internacional comum,” diz Kubo, que também é professor na Academia de Filmes de Pequim. “Um artista de mangá pode mudar o mundo.”

(Lucy Birmingham faz críticas para a Bloomberg News. As opiniões expressas aqui são dela.)

Sua Boca Diz "Não", Mas Seu Corpo Diz "Sim"!



Existe uma fantasia machista muito perturbadora que permeia a literatura romântica em geral e da qual os mangás não conseguem escapar. Trata-se do tal “estupro consentido”, aquele papo horroroso de que quando uma mulher (*ou um uke*) diz “não”, na verdade, está dizendo “sim”. Fiquei pensando que deveria escrever algo sobre isso e que não seria uma coluna para o Anime-pró, mas algo para o meu blog. O que despertou meu interesse? Uma discussão no grupo BL/Yaoi AMLA. Sou lurker e observo somente, acho algumas discussões bem pertinentes, mas a maioria ou não me interessa diretamente, ou me parecem papos que descambam para a leviandade, como no caso do estupro. O título das mensagens era “Academic works on rape in Boys Love” (Trabalhos Acadêmicos sobre estupros em Boys Love), e eu fui catar para ver se havia alguma coisa interessante.

No fim das contas, não apareceu nada ainda, nenhum link, nenhum trabalho, só a defesa dos estupros literários e afirmações do tipo “estupro consentido não é estupro”, “quando o uke/mulher/passivo diz ‘não’, na verdade está dizendo ‘me dê prazer e faça valer a pena’”, houve também a maldita citação de Hana Yori Dango junto com Hot Gimmick como shoujos com “estupro consentido”, e a história de que é algo “normal” na literatura romântica, fora, a pérola de que “sim” e “não” no Japão têm outro peso.

Concordo que a idéia de estupro consentido atravessa boa parte da literatura popular romântica, e que essa representação depende tanto de homens quanto de mulheres para se perpetuar, no entanto, o fato da representação social existir não quer dizer que ela seja positiva, nem que tenha que permanecer para sempre ou tenha existido sempre. Deliciar-se com um estupro ancorando-se na idéia de que a vítima está “gostando”, é como justificar a violência.

Boa moça nunca diz “sim”. Então, quando ela diz “não” é um convite à ação, não é mesmo? Como o homem/ativo vai saber como agir? Como uma mulher poderá confessar seus desejos sem manchar sua honra e parecer “fácil”? “Ela queria”, vai argumentar o criminoso, na verdade, se aceitou meus beijos ou minha companhia queria transar comigo. Esse catecismo é repetido e idealizado, e vale para alguns shoujos, para BL/yaoi, para romances Harlequin, e, claro, para hentai e pornografia de massa como os catecismos de Carlos Zéfiro. Como diz a autora de Confidential Confessions, estupro não é sexo, estupro é crime.

O problema é quando nós fãs de mangá não conseguimos perceber os limites. No meio da discussão foi citado o fato de que uma editora da Alemanha que publica mangás BL/Yaoi, se recusar a lançar qualquer coisa que tenha estupro ou estupro consentido, o que parece “careta” para algumas fãs do gênero. Ponto para as alemães. Foi citado o mangá Gerard & Jacques como exemplo. Alguém disse que “não conseguia ver onde estava o estupro”. Não vê porque seu cérebro está tão anestesiado por esse tipo de representação violenta de romance que a coisa passou a ser “normal”.

Em Gerard & Jacques temos um burguês rico que compra a primeira noite de um adolescente (15? 16? 17 anos?) nobre que tinha sido mandado para um bordel masculino para pagar a dívida do pai, um aristocrata endividado. O burguês intelectual odeia nobres, humilha o rapaz e o estupra, apesar do menino suplicar que não o faça. "Ah, mas ele queria!" "Ele passa a gostar do cara que é bem mais velho e charmoso!" "o cara estupra mas depois compra a liberdade do menino! Que cute!" Sim, claro! Alguém que foi vendido para um prostíbulo tem direito de dizer “não” e sair sem nenhum arranhão.

Daí alguém do grupo do AMLA diz que nos primeiros BL, os shounen-ai suponho, a coisa era mais violenta, porque o estupro não era consentido... Sim, mas o estuprador geralmente era o vilão. Se pego os dois fundadores do gênero, Kaze to Ki no Uta e Tooma no Shinzou, temos estupro. Thomas é violentado por alunos veteranos quando vai para o colégio interno. É uma cena violentíssima, sem que se mostre nada de sexo. Impossível não sofrer com a protagonista que se fecha para o amor e se torna tímido e retraído. O mangá fala de sua cura. Em Kaze To Ki, Gilbert é violentado também. Ao invés de seguir o caminho de Thomas, ele prefere se tornar o prostituto da escola. Se quiserem seu corpo, terão que dar algo em troca. O garoto é leviano e cruel, mas carrega uma dor imensa. O mangá fala de redenção, não de pornografia barata ou perversões.

Tooma no Shinzou e Kaze To Ki ficaram imortalizados não por serem os primeiros do gênero, mas porque são sinceros, bem escritos e foram produzidos por uma geração de mulheres que queria romper com convenções, “dissolver os gêneros” como disse Takemiya Keiko, não perpetuar a violência contra as mulheres e os mais fracos como se fosse algo “poético”. Não sei o que outras autoras fizeram depois, mas quantos títulos yaoi/BL ficaram imortalizados fora do círculo de fãs-fanáticas do gênero? O primeiro "estupro consentido" que vi em um material não-hentai foi em um BL/yaoi, Zetsuai Bronze, em plena Margaret... E foi uma cena violenta, mas claro que vão dizer que o “uke queria”. Aí está...

O mesmo vale para um monte de shoujos, chamados aqui no Ocidente de “steamy”. Em dois de uma mesma autora, Osakabe Mashin, temos a mesma situação (*essas criaturas tendem a ser repetitivas*): cara rico compra uma menininha para transformá-la em sua escrava sexual. Na história que se passa nos dias de hoje, ela é adotada, mimada, e tal. Quando tem uns dez, onze anos, pergunta ao seu “pai” o que ela representa para ele... A resposta do cara é o estupro da criança, que certamente nutre sentimentos pelo sujeito... Logo, ela queria.

Quando a menina tem a primeira menstruação o sujeito a trata de forma pior ainda, porque está sendo privado do seu prazer. Passa a lhe dar remédios... Ele é o herói, tá? Na história que se passa no século XIX, Toriko, o cara rico compra a menina, desde o início sabemos para quê. Ele a tortura com o objetivo de educá-la, por fim, a violenta... Há outros detalhes na história, mas a essência é essa. Só que como o cara é um bishounen liiiindo de morrer, então está tudo certo.

O que me deixa indignada nesses papos é a comparação entre Hot Gimmick e Hana Yori Dango. O primeiro tem como protagonista uma mosca morta, Hatsumi, que é chantageada pelo vizinho rico que quer transar com ela, ou qualquer outra, mas a moça é um alvo fácil. Li oito volumes – o elenco de apoio é bom – esperando que rapaz rico, Ryoki, tome vergonha na cara... ou que os dois tomem. Nada disso, ele atravessa a história inteira sem mudar: misógino, egoísta, mimado e violento, pois tenta estuprar a mocinha várias vezes. No final, (*Sim, vamos esticar a história e vender mangá!) ele perde a virgindade junto com Hatsumi, que adora ser maltratada. Mensagem: mulher gosta de apanhar, de ser pisada. Diz “não”, quando quer dizer “sim”. Se fosse falar de Teacher’s Pet, da mesma Miki Aihara, confirmaria a idéia – como disse, esse tipo de autora gosta de se repetir – e desceria ainda mais baixo, pois a professora virgem é agredida e estuprada por um aluno adolescente, irmão de seu noivo, e vira amante do moleque, porque deve ter sido bom demais!

E aí sempre vem a comparação com Hana Yori Dango. Lá no início da série – mangá ou anime dá quase na mesma – Tsukasa tenta violentar Makino. Eles são inimigos, ela não se intimida com ele, não cede ao rapaz mimado que acha que pode ter tudo o que quer... Inclusive ela. O rapaz não sabe que a ama ainda e está com o orgulho ferido. É fato, a cena é forte. Só que ela resiste o quanto pode, até que ele percebe que está errado. Havia mais raiva que desejo naquele ato. Tanto que a coisa não volta a se repetir e a partir de então o rapaz passa a pesar mais os seus atos, começa a amadurecer, a respeitar mais os outros. Mudança lenta, mas mudança. Durante a série, todas as vezes que os dois quase fizeram amor, a coisa foi consensual. Muito diferente de Hot Gimmick, Teacher’s Pet, esses “steamy shoujo” da vida, ou um Gerard & Jacques.

Se for para a literatura romântica popular e pegar um livro da Shannon Drake – li dois e a mulher é repetitiva, também – temos a moça prisioneira, o captor violento, mas com um bom coração, e o tal “estupro consentido”. Achei o primeiro livro da autora, A Princesa Rebelde, brilhante. A moça é uma princesa saxã, capturada durante a invasão normanda (1066, Batalha de Hastings), seu captor nutre sentimentos por ela e por isso a dá para outro cavaleiro. A moça é casca grossa e quase mata o sujeito com uma faca. Acaba retornando às mãos do primeiro normando ainda virgem e ele decide puni-la por sua insubmissão. Com o passar do tempo, e depois de ser maltratada, ele consegue fazer sexo com ela... Ela tinha escolha? Bem, poderia tentar matar o cara, conseguir e ser morta pelos capangas do sujeito.

Bem, ela fica grávida, mas resiste à idéia de que ama o sujeito. É exibida em um banquete promovido pelo novo rei, Guilherme o Conquistador, como um dos frutos da união entre normandos e saxões. Ela é a própria Inglaterra violentada. Como diz a mãe da moça, “Fique feliz, minha filha, porque você sabe quem é o pai da criança e ele quer casar com você. Pense nas meninas de 11, 12 anos violentadas que darão à luz bastardos de quem não saberão nem o nome do pai”. Dentro daquele contexto, a mãe de Fallon estava coberta de razão. O realismo sincero do livro me conquistou. A história era cruel e verdadeira, o fato dos protagonistas “se amarem”, pouco anulava a violência e o fato da moça estar encurralada.

Fui ler outro livro da autora – O Conquistador – e cheguei à conclusão de que se tratava de um fetiche por “estupros consentidos”. A protagonista da história também é capturada, por um homem que é inimigo de seu noivo, um criminoso que ela não escolheu para marido. “O Conquistador” desde o início deixa claro que deseja fazê-la sofrer pelos crimes do noivo bandido... A moça tenta fugir, lutar, mas é mantida prisioneira e é humilhada. Como única saída para não ser violentada, mente dizendo que tinha feito sexo com todos os soldados da fortaleza e mais alguns. Pronto, o cara vai lá e a estupra.

Ele tem consciência do ato, mas ao descobri-la virgem, sente-se culpado, afinal, ele é o herói, tem que ter escrúpulos! Por que ela mentiu? Prostitutas não merecem respeito algum, certo? Depois, se sente orgulhoso, pois o que ele teve o grande inimigo não poderá mais ter... Romântico, não é? Agora a mocinha precisa se convencer que queria fazer sexo com o sujeito desde o primeiro momento em que ele lhe tratou mal e a autora tenta nos convencer, também, que a violência não foi tanta e que se ela tivesse dito a verdade, teria sido diferente. E durante o livro inteiro, assim como em A Princesa Rebelde, nosso herói não confia na mocinha e a faz sofrer. E quando o noivo bandido a captura, ele a faz sofrer, também, e quer matá-la. Mas ele é o vilão, ele pode fazer esse tipo de coisa e pagar com a vida. Enfim, uma delícia para quem curte mulheres humilhadas e um final feliz capenga.

Se alguém quiser ver uma representação romântica de uma mulher que deseja fazer sexo, mas recua, pegue o mangá da Rosa de Versalhes. Sim, o mangá, não a excelente e machista releitura em anime. No mangá (Night of Passionate Vows), depois de quase trinta anos de convivência, Oscar convida André para ir a seu quarto. Ela deseja ser sua esposa, e concordo que o sexo selaria a coisa toda. Ela faz a proposta, ela é ativa, mas no momento final, ela tem medo. Sua inexperiência é total. O que André faz? A pressiona? Bate nela? A apalpa de modo lascivo porque “sua boca diz ‘não’, mas seu corpo diz ‘sim’”? Não, lhe dá segurança, e, sim, eles fazem amor.

A cena é uma das melhores do mangá, e o mangá é lembrado mais de trinta anos depois. Por quê? Será que toda a literatura romântica precisa de mocinhas (*ou ukes*) assustadas, dizendo “não” quando querem dizer “sim”, ou sendo forçadas a fazer sexo porque os homens “não podem se controlar” ou porque “se eu vim até aqui tenho que ir até o final”. Elas não são donas de seus corpos, literários ou não. Muitas meninas japonesas seguem seu exemplo. Houve notícias falando sobre isso, do aumento de estupros de adolescentes por seus namorados no Japão. Afinal, muitas das heroínas atuais, feitas por gente como Miki Aihara ou Shinju Mayu, são joguete nas mãos de namorados sedentos por sexo ou lascivos. E muitos namorados, adolescentes como elas, jogam ou assistem ou lêem hentai com estupros e meninas sodomizadas. E ainda vem alguém dizer que no Japão “não” e “sim” não são usados como no Ocidente...

Na literatura ou na vida real, mulheres não têm o direito de dizer não. A literatura e a realidade se alimentam, não posso ser contra o estupro e achar liiiindo que essas construções machistas sejam vendidas como material romântico. Violência chama violência. Vilão estuprador é uma coisa, mocinho estuprador (*e que não se arrepende*), outra. Estupro como recurso narrativo vale, estupro como forma de excitar e alimenta as perversões do público, merece a lata do lixo. Acredito, que não é preciso ser feminista como eu para entender isso. Não sou a favor da censura, sou contra a publicação de certos materiais mesmo. Se trouxerem, que lancem na íntegra, sem censura alguma, afinal, foi o que o autor ou autora desejou transmitir. Mas com tanta coisa melhor para publicar, para que trazer materiais assim?

Só para fechar, lembro da menina – sim, se tenho 31, uma moça de 16 é uma menina para mim – que foi estuprada e morta no Recife por dois sujeitos porque disse “não”, afinal, ela deveria estar louca de vontade de transar com os dois e ao mesmo tempo! Ontem, uma moça de 20 anos também morreu no Rio, porque ousou dizer que não queria voltar com o namorado. Meninas, moças e mulheres morrem todos os dias, porque ousam dizer “não”. Mas veja que quem diz “não” está dizendo “sim”. Não é assim que funciona? Morreu porque não abriu as pernas na hora certa, estendeu "o jogo de sedução” por tempo demais.
[Estou colocando este texto de 24/02/2007 de novo em evidência, porque foi citado na Neo Tokyo #25. Assim fica mais fácil para quem quiser ler.]

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Nova Enquete no Ar



Não sei quem notou, mas já está no site a nova enquete sobre perguntando "Qual o shoujo mangá que você quer ver no Brasil (2008)?" A que estava ontem bugou e eu fiz outra. Antes que alguém pergunte sobre Nana, a série está licenciada e vai estrear mais cedo ou mais tarde. Tirei a opção outros, porque o pessoal vota e não deixa nos comentários o nome do mangá. Peço que quem vote em clássicos, diga qual, assim fica mais fácil, mas, se não colocar, não tem problema, também. Eu agradeço aos que votarem. Espero ter que refazer a enquete várias vezes este ano de novo.

53º Shogakukan Awards



O resultado do Shogakukan Award saiu ontem e vários sites e o Missión Tokyo e a Deirdre foram os primeiros a publicar que eu tenha visto. De qualquer forma, na categoria shoujo ganhou o último mangá de Kotomi Aoki. Já vi gente dizendo que não é steamy shoujo, mas como é spin-off de Boku wa Imouto ni Koi wo Suru, o dos gêmeos que se amam e onde o romance a meu ver se resume a coação e estupro consentido, eu realmente não acredito muito. Mas está aí, depois reclamam que os shoujo estão indo por caminhos tortuosos, só que quando o mais antigo e tradicional premiação de mangás, existente desde 1955, dá visibilidade a uma autora como Kotomi Aoki, qualquer crítica fica esquecida. Enfim, se você gosta da autora, pode deletar o que eu disse.

Vejam que não há categoria seinen, nem josei, há infantil (kodomo), shounen, shoujo e geral. A categoria geral pode ser ganah por qualquer mangá, de qualquer tipo, mas isso não diminui o prestígio das outras divisões. Ganhar o Shogakukan Award é importante para qualquer autor ou autora e um reconhecimento e tanto para qualquer mangá. E mesmo sendo dado pela Shogakukan, não contempla somente os mangás desta editora Então, eis os vencdores:

- Kodomo: Keshikasu-kun de Noriyuki Murase - serializado na CoroCoro Comic (Shogakukan)

- Shounen: Diamond no Ace (Ace of Diamonds) de Yuuji Terajima - serializado na Weekly Shonen Magazine (Kodansha)

- Shoujo: Boku no Hatsukoi wo Kimi ni Sasagu de Kotomi Aoki - - serializado na Sho-Comi (Shogakukan)

- Geral: Kurosagi de Takeshi Natsuhara (roteiro) e Kuromaru (arte) - serializado na Weekly Young Sunday (Shogakukan) / Bambino! de Sekiya Tetsuji - serializado na Big Comic Spirits (Shogakukan)

Ranking da Tohan



O ranking da Tohan saiu antes do da Taiyosha e traz três shoujo no top 10. V.B. Rose é um mangá que sempre aparece e que me cheira a anime, embora nenhum boato tenha aparecido ainda. Shinshi Doumei Cross, sempre freqüenta o Top 10 e é assinado por Arina Tanemura, o que torna as possibilidades de virar anime muito elevadas, também. E, em décimo, e já na segunda semana, temos Yamato Nadeshiko, que já teve anime para a tv japonesa e é sucesso desde seu lançamento. Falando dos outros, temos Conan, uma das maiores ausências aqui no Brasil, seja na tv ou nas bancas. E a JBC tem três de seus mangás aparecendo, Negima, Tsubasa, e Inuyasha, que dizem estar na sua reta final no Japão.

1. Detective Conan #60
2. Hayate the Combat Butler #14
3. Mahou Sensei Negima! #21
4. Kekkaishi #19
5. Tsubasa #22
6. Fairy Tale #8
7. Shinshi Doumei Cross #9
8. V.B. Rose #11
9. Inuyasha #52
10. Yamato Nadeshiko #20