sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Comentando (de novo) Lado a Lado: A Passagem do Tempo e seus problemas


Desde que deu seu salto no tempo, queria escrever alguma coisa sobre Lado a Lado. A novela está chegando na metade e duas semanas atrás, aconteceu uma grande reviravolta, marcada pela Revolta da Chibata, que neste último 22 de novembro completou 102 anos. Talvez tenha sido o melhor dessa segunda fase até agora, com um grande investimento na reconstituição do navio e cenas carregadas de emoção. Meu marido, que não assiste a novela, ficou admirado, ainda que pontuasse que na hora que os canhões atiraram, os efeitos foram pífios. Enfim, como já escrevi antes, meus sentimentos em relação à trama são dúbios e, agora, mais desgosto do que gosto da novela. Mas vamos lá...

Para começar, escalaram mal o filhinho de Isabel. A criança que deveria ter seus seis para sete anos é interpretada por uma criança de 10 anos. O menino é bom, consegue convencer na atuação, mas não como um garotinho de seis anos. Se ainda pontuassem que ele é muito grande para a idade – e eu fui uma criança que com seis passava fácil por nove anos – mas nem isso. Quem foi que escalou tão mal o menino? Já a filhinha de Edgar, consegue convencer que tem seus sete anos. Além de muito fofinha. Outro problema do salto no tempo é que seis anos, para as mulheres solteiras, representaria a necessidade do casamento. Alice (Juliane Araújo), a prima de Laura, está condicionada pela atitude possessiva da mãe e condenada a ser uma solteirona, mas e a artificial e chatinha da Sandra (Priscila Sol)? Ela e a mãe não apareceram na história depois do salto, estão longe porque a mãe, Teresa (Susana Ribeiro), está passando por uma gravidez de risco. Corre pela internet que, na verdade, o filho é de Sandra. Olha, se assim for, e isso não era algo improvável na época, é colocar muita “juventude transviada” na mesma novela. Pensem comigo: Laura, a divorciada; Isabel, que se “perdeu”; Albertinho, nem se fala; e, agora, Sandra, mãe solteira? Vou acabar concordando com a avó da moça... Falando em Albertinho, lembrei de automóveis. É tanto carro nessa novela de época que não sei... Será que havia tantos no Rio de Janeiro? Duvido. E mais importante ainda, alguns me parecem muito modernos para 1910. Não sou especialista, mas andei procurando imagens de carros europeus e americanos da época e acho que tem muita coisa fora do lugar ali.


Outro dos problemas desse salto no tempo, é que as pessoas, especialmente as mulheres, parecem mais jovens do que em 1904. Sério. Pode pegar a Patrícia Pillar como parâmetro, ela era linda e está mais ainda agora, podem dizer que é a felicidade de voltar a ter influência política, enfim... Só que Maria Padilha, Isabela Garcia, Bia Seidl, ou mesmo Deborah Duarte e Zezeh Barbosa, também parecem ter passado pelo programa “10 Anos Mais Jovem”. Além do rejuvenescimento, parece que as roupas – muito bonitas, aliás – se tornaram uma releitura livre do que se usava na época, ou, talvez, um reaproveitamento do figurino de Cordel Encantado. Dia desses Alice, estava usando uma blusa sem mangas para andar na rua do Ouvidor. Sério, uma moça de família não sairia daquele jeito. A blusinha, muito leve, parecia roupa de baixo. Será que chutaram a realidade de vez? Quando o quesito é vestuário feminino, parece que “sim” é a resposta.  E os cabelos desandaram.  Esther, a possível futura noiva de Albertinho, se veste como em Cordel Encantado e usa cabelos modernosos que nada tem a ver com 1910.

Vejam bem, Isabel nunca esteve tão bonita. Camila Pitanga está belíssima em seu novo figurino rica, famosa e desencanada. O problema é que ele é muito fora do lugar e exporia a moça à execração pública, talvez à prisão por atentado ao pudor. Será que faltou bom senso? Ontem mesmo, ela estava cozinhando para Zé Maria – foi a tentativa de reconciliação dos dois – e com um vestido sem mangas e costas nuas, com um mísero avental por cima. Fiquei me questionando se ela não tinha uma roupa menos fashion-arrojada para usar na ocasião... Quando falaram da repaginação (*foi o termo usado*) da personagem ressaltaram a inspiração no artista Mucha (*vídeo abaixo*). Será que as pessoas que estão pensando a novela não tiveram acesso á fotos de época? Será que as mulheres modernas vestiam-se a la Mucha? "Não" é a resposta.  De forma alguma, ainda mais no Brasil.



Falando logo do triângulo Isabel-Albertinho-Zé Maria, preocupa-me a rejeição à personagem de Lázaro Ramos. Sob a desculpa de que “não há química” entre ele e Camila Pitanga, coisa que não concordo, parte do público pede que os dois não fiquem juntos.  No entanto, a forma como os autores conduzem as duas personagens é péssima e comentei sobre isso no primeiro texto sobre a novela.  Eles mal ficam juntos em cena, como fazer a audiência ter empatia por eles? Daí, vem a tal história de que é preciso resgatar Albertinho, há muita gente torcendo para que Isabel volte para ele. Olha, Albertinho não mostrou melhora de caráter alguma desde o início da trama. Eu esperava que o salto do tempo trouxesse um homem mais maduro, oficial do exército. Qual nada! O sujeito parece mais moleque e, agora, mais dominado pela mãe do que nunca. Não sei se perdi o capítulo, algo possível, mas ele foi expulso da academia? Porque como ele está desempregado? Enfim, é muito incoerente. 

O que fica para mim é que o racismo é tão entranhado e inconsciente que – da mesma forma que torcem contra Morena – torcem contra Zé Maria. Será que se Albertinho não fosse jovem, bonito e branco haveria essa torcida pela redenção com Isabel? Porque se redimir ele pode, inclusive morrer no processo, mas se os autores deixarem Isabel com ele, é o caráter da personagem de Camila Pitanga que estará em cheque. Para Isabel existem a meu ver dois caminhos coerentes, ficar com Zé Maria, e aí em que situação cabe aos autores decidir, ou terminar sozinha, altiva e seguindo com sua carreira, pois nem Zé Maria se mostrou digno dela. Duas opções. Albertinho não é uma delas. E torcer para que os dois fiquem juntos como uma forma de se vingar de Constância é esquecer todo o mal que o moço fez para Isabel, e não estou falando de tirar-lhe a virgindade, mas da falta de coragem mesmo.


E chegamos em Laura. {respira fundo} Olha, Laura e Edgar faziam um belo casal, o melhor da trama.  Se os autores queriam discutir o drama de ser divorciada (*e, sim, era possível se separar em 1904, vejam aqui e aqui*), que arrumassem um motivo forte para que Laura se separasse de Edgar. Não foi o caso. A mensagem que ficou é que Laura é infantil, pois não valoriza a família e o casamento; ciumenta, porque não é capaz de confiar no marido que deu mostras de amor e caráter; burrinha, porque caiu fácil na trama de Catarina; e fora de seu tempo, no pior sentido possível. Laura poderia ficar com raiva de Edgar, expulsá-lo de sua cama e quarto, mas se separar porque o encontrou na casa de Catarina? Não na cama da cantora, ou sem roupas, mas desmaiado em um sofá, é excessivo. O estigma do divórcio era grande demais, colocava o ex-casal em uma situação de limbo social, no caso de uma mulher, ela ficava vulnerável ao escárnio público, especialmente, se a separação fosse por um motivo fútil, como no caso de Laura. O problema é que um salto de seis anos é muito tempo para que a moça ficasse nas sombras e Edgar angustiado e solitário. Eles se desenharam lá nas primeiras semanas como apaixonados, naquela linha bem almas gêmeas. Separá-los de forma tão leviana foi um tiro no pé.

Outra coisa, o comportamento de Laura e Isabel não me parece moderno ou crítico, mas de afronta. A sociedade, qualquer que seja, tem regras. Algumas devem ser mudadas, mas se você não usa de estratégias, e há várias, é dar murro em ponta de faca e passar por mal educada. A postura das duas nessa segunda fase é na linha “vocês terão que nos engolir”.  Não, a sociedade não as iria engolir, no sentido de aceitar de qualquer jeito, iria engolir no sentido de destroçar.  Seria muito fácil, por exemplo, Constância conseguir internar Laura em um sanatório para loucos.  Muito fácil mesmo!  Laura, por exemplo, comporta-se com uma falta de educação absurda no trabalho. Ela afronta a diretora, a trata de forma desrespeitosa. Se, hoje, isso renderia demissão, imagine em 1910? Pense em um colégio, qualquer um, nem precisa ser de freiras, em 1910, pode ser até ser depois: chega uma moça desconhecida (*não é mãe de aluna*), maquiadíssima, com um vestido frente única sem mangas e quer entrar para entregar um livro. Ela é mal recebida, a novela grita “racismo”. Olha, é muita falta de adequação em um momento em que se exigia das professoras e professores que eles fossem modelos para os estudantes, com código de vestimenta e tudo mais,  e as escolas tentavam impor não somente uma disciplina rígida, mas reprimiam a sexualidade dos alunos e alunas.


Capítulos depois, a mesma Laura tem uma reação histérica quando entra na sala da diretora e vê uma menina recebendo castigos corporais. Ela afronta a madre como se aquilo fosse uma violência sem tamanho. De novo, isso, o desrespeito, é motivo para demissão hoje ou em qualquer época. A maioria dos educadores brasileiros e de outros países em 1910 considerava castigos corporais necessários, em 2009 muitos países ainda os aplicavam, logo, a reação da moça pode ser vista como absolutamente desproporcional.  Havia pedagogos e pedagogas que eram contra os castigos corporais e escreviam sobre isso?  Sim, havia. Se quisessem os autores da novela, que são adeptos de tanto didatismo, discutir a questão, o que fariam? Colocariam Laura, que tem muito a esconder, baixando a bola, ponderando de forma inteligente e razoável com a madre e citando a pedagogia de ponta, como a italiana Maria Montessori. Não! Ela partiu para o confronto. Quando Adelaide no livro Parade’s End afronta a diretora do colégio em que leciona, questiona os métodos pedagógicos ali aplicados e a repressão sobre as alunas, ela está se demitindo, indo embora. Não é o caso de Laura, ela quer ficar e acredita que a escola não tem o direito de continuar sem ela... Desculpem, mas não soa moderno, revolucionário ou feminista, o comportamento de Laura, e em muitos momentos o de Isabel, me burro e deselegante. E, pior, seria deselegante ainda hoje.

A discriminação por serem mulheres livres é um erro e poderia gerar excelente discussão sobre papéis de gênero e autonomia feminina, sobre a inferioridade jurídica das mulheres e sua cidadania incompleta, mas se você é mal educada e arrogante não vai atrair para si a simpatia, não a minha, pelo menos. Eu acabo tendo mais solidariedade com o pobre do Edgar, que está, sim, sacrificando-se pelo bem estar de Laura, compreendo as reservas do pai de Isabel e de Zé Maria. Afinal, o que as duas fizeram para tentar mostrar que elas estão certas além de impor suas atitudes e querer que todo mundo as aceite? A amizade das duas é algo legal, e rendeu, também, a revolta de um comentarista em um site qualquer de que a Globo quer enfiar um casal lésbico na novela das seis, e que não havia essas coisas naquela época. {pausa para rir} Há quem acredite piamente que a Globo inventou a homossexualidade. Olha, eu acho que se as duas formassem um casal – e isso não vai acontecer – seria uma saída realmente revolucionária e até mais convincente para mim.


Para mim, o destaque da novela é Patrícia Pillar. Vilã cheia de contradições, mas que consegue ser humana, e tem, sim, uma agenda clara.  Ela faz tudo por sua família, para que o clã se mantenha unido e sólido.  Com todos os seus defeitos, é capaz de amar o neto mestiço, mas suas limitações a impedem de assumir isso publicamente.  Não a relevo, ela está errada, mas ela me parece muito mais coerente do que as mocinhas da novela.  E suas cenas tentando salvaguardar Laura e a família foram as melhores junto com as da Revolta da Chibata.  Brilhante o seu enfrentamento com Catarina, Alessandra Negrini, mais caricata do que de costume.  Sem Patrícia Pillar, acredito que eu daria menos atenção ainda para a novela.

Por fim, esta semana um dos autores da novela, João Ximenes Braga, culpou horário político e de verão, vilões tradicionais do IBOPE da novela das seis nos últimos anos, e outros monstros pela baixa audiência de sua novela em São Paulo. Ao que parece, o IBOPE só é realmente baixo em São Paulo, só que, infelizmente, é a audiência nesta unidade da federação que é usada como parâmetro. Vejam só que absurdo! No entanto, o autor não admite seus erros. Um deles o excesso de coloquialismo e o hibridismo – que citei em meu primeiro texto – ele diz que são deslizes pontuais, e não são. E há coisas piores. O intragável Fernando me soltou um "não trata-se" no capítulo de hoje (*30/11*). Assim, vamos muito, muito mal... A novela está no meio, mas só sinaliza aquilo que senti no início, seria uma excelente minissérie, não está funcionando no formato em que está. E há vários responsáveis, não somente o horário de verão.

Ranking da Oricon



Esta semana o ranking da Oricon é bem decepcionante para os mangás femininos. Não há nenhum shoujo ou josei no top 10. O melhor colocado da semana é LOVE SO LIFE, de Kaede Kouchi, que aparece em 12º lugar. A série sai na Hana to Yume e tem nove volumes traduzidos em inglês. As capas da série são sempre bem fofinhas.  Vivo dizendo que preciso ler, mas não comecei ainda. Depois vem Gakuen Alice. Os outros estão entre o 21º e 28º lugar. Ao que parece, a série de Natsuki Takaya, Liselotte to Majo no Mori, ainda não conseguiu emplacar altas vendagens. De qualquer forma, espero que na semana que vem o ranking seja mais favorável.

12. LOVE SO LIFE #11
13. Gakuen Alice #28
25. Aozora Yell #11
27. Liselotte to Majo no Mori #3
28. Monokuro Shounen Shoujo #11


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dupla Naked Ape retoma mangá de detetives na Comic Zero-Sum



A dupla de mangá-kas Naked Ape (Saki Otoh e Nakamura Tomomi, ex-dupla Acute Girls) está em evidência no Japão nos últimos dias. Primeiro, foi anunciado o final de DOLLS (ドールズ) mangá que as autoras publicavam na Comic Zero-Sum. O volume #12, o último da série, terá edição limitada. Segundo o Manga News, as autoras retomam na mesma revista, na edição a ser lançada em 28 de janeiro, o mangá de detetives SWITCH (スイッチ), antes publicado na revista GFantasy da Square Enix. A série conta com 13 volumes até o momento. Ou seja, a primeira série é shounen, a nova será josei. Duvido que sofra alguma mudança significativa, já que o recorte da Comic Zero-Sum é fantasia e ação.


A outra notícia é que junto com a edição limitada de DOLLS #12 virá um drama-CD que unirá duas séries da autora, já que parece trazer, se entendi bem o Comic Natalie, um crossover com Magnolia (マグノリア), mangá das autoras que sai na revista ARIA. Parece que quem comprar Magnolia precisará pagar alguma coisa para receber o drama-CD.

Mais produtos de Natsume Yuujinchou lançados no Japão



Acho que não há semana em que algum produto de Natsume Yuujinchou (夏目友人帳) não seja anunciado no Comic Natalie, às vezes, nem comento, mas sempre é bom postar alguma coisa, porque, enfim, produtos licenciados são um sintoma do sucesso de uma série, de sua aceitabilidade. Natsume Yuujinchou deve ser a série shoujo top nesse quesito no momento. 


 Enfim, desta vez, temos cobertores de Nyanko-sensei, em preto ou branco; lindas capas de iPhone, também em dois modelos; e uma bateria portátil para celular, laptop, câmeras e similares. A idéia da bateria, que tem a cara do personagem gato, é que eu achei mais interessante, acesse o site do produto e veja quantos detalhes e conectores. Há várias fotos no CN, basta acessar. Imagino se Yuki Midorikawa já ficou rica com esses licenciamentos...


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Estréia o novo mangá de Yuki Kodama



Estreou hoje, na revista Flowers, o novo mangá da autora de Sakamichi no Apollon (坂道のアポロン). A nova série, que se passa em uma vila do interior do Japão, se chama Tsukikage Baby (月影ベイベ). Se entendi bem o Comic Natalie, a série Uchuu Yatai e Oidemase (宇宙屋台へおいでませ) de Utsuro Akiko termina na próxima edição, que também trará uma entrevista com Hagio Moto e Rumiko Takahashi. Deve ser interessante, duas veteranas, uma delas uma mulher que sempre se dedicou (*com muito sucesso*) aos quadrinhos para garotos.

Revista Cocohana comemora primeiro ano com brinde da Rosa de Versalhes



A revista Chorus mudou de nome, virou Cocohana e passou a ter capas mais bonitas. Algumas são excepcionais, como a última ilustrada por Ryou Ikuemi para comemorar o primeiro ano com novo nome e roupagem. Além da capa, que vocês podem ver aí embaixo, a nova edição traz um estojo ou nécessaire (*maio possibilidade de ser isso*) da Rosa de Versailles (ベルサイユのばら).  Não é minha ilustração favorita, mas é uma das mais usadas em material da série. Fora isso, nesta edição, contada como a de janeiro de 2013, estreiam duas séries, G Senjou no Anata to Watashi (G線上のあなたと私), de Ryou Ikuemi, e Minami-kun wa Koibito (南くんは恋人), de Shungiku Uchida. Segundo o Comic Natalie, essa série é continuação de uma obra anterior da autora chamada Minami-kun no Koibito (南くんの恋人). Acho que vou encomendar essa edição...


O Enigma da Pirâmide ganhará Remake



Sabe aqueles filmes que marcaram a sua adolescência? Aquele filme que ajudou a expandir seus interesses literários? Pois é, O Enigma da Pirâmide (The Young Sherlock Holmes) teve essa função na minha vida. Depois dele, eu quis ler tudo de Sherlock Holmes. E li mesmo. E continuo lendo e assistindo... Pois bem, a Luciana Darce (*acho que foi ela, sim*), já tinha me dado o toque sobre o possível remake. Parece que foi confirmado. É um dos efeitos colaterais do sucesso do seriado da BBC e dos filmes para o cinema. Ao que parece, Chris Columbus, roteirista original, será o produtor e o roteiro irá para outras mãos. Enfim, para quem desconhece o filme, que continua bem divertido, ele conta a primeira aventura de Sherlock Holmes e John Watson, que chega transferido para a escola onde estuda o futuro detetive e se torna seu colega de dormitório. O filme também tenta explicar (*muito mal, aliás*) a relação de Holmes com as mulheres e seu encontro com Moriarty. Foge do cânone – as histórias oficiais do grande detetive – mas Nicholas Rowe e Alan Cox eram umas gracinhas. A carreira deles, aliás, não deslanchou. Tudo o que eu vi com Nicholas Rowe (*que na época me fazia suspirar*) depois foram participações pequenas, ele aparecia para morrer. Caso de um dos episódios da 1ª Temporada de The Borgias. Enfim, queria que deixassem esse meu querido filme em paz, mas se refilmarem, e eu estiver por aqui ainda, irei assistir. O livro que saiu na época foi uma novelização em cima do roteiro feita por Alan Arnold, não pensem que é o original.  A trilha sonora do filme era muito boa, também.  


Qual o Personagem de Anime que mais combina com a Rosa?



Entre as muitas votações do Anime Biglobe, acompanhei este ranking que estava em andamento, porque havia várias personagens de shoujo nele, como não poderia deixar de ser. Também, porque havia várias personagens conhecidas no Brasil, como Kurama de Yu☆Yu☆Hakusho. Houve um momento em que Oscar liderou a votação, mas foi ultrapassada por uma personagem de Tiger & Bunny... Eu não vi o anime, então nem sei quem é. Há na lista varias personagens que não conheço, ou que não entendo o motivo da inclusão, tipo esse tal Takeshi Kawai de Ring ni Kakero. Procurei, procurei e não achei uma imagem dele com uma rosa.  Outra personagem que não achei rosa em imagem alguma com ela foi Hikarigaoka Nozomu, mas Da! Da! Da! é um favorito em todas as votações.  Já Masumi Hayami, o Murasaki no Bara no Hito, por exemplo, tem trocentas imagens com as famosas rosas púrpura... Oficiais e fanart, como a que coloquei aí embaixo.  Enfim, de personagens de shoujo no top 10 temos Oscar, Masumi, Tuxedo Mask e Utena. Entre o 11º e o 20º lugar estão: Yuki Cross, Professor Barabaraman, Hikarigaoka Nozomu, Benio Amakusa. Entre o 21º e 27º lugar temos Anthy e Oyajide. É isso. Foram 1231 votos ao todo.


1. Karina Lyle(Blue・Rose)(TIGER&BUNNY)- 105
2. Ciel(Kuroshitsuji)- 83
3. Oscar(Versailles no Bara)- 83
4. Kurama(Yu☆Yu☆Hakusho)- 71
5. Shinku(Rozen Maiden)- 66
6. Masumi Hayami(Glass Mask)- 65
7. Chiba Mamoru/Tuxedo Mask(Sailor Moon)- 62
8. Leonardo Medici Bundle(Sengoku Majin GoShogun)- 53
9. Utena Tenjou(Shoujo Kakumei Utena)- 49
10. Takeshi Kawai(Ring ni Kakero)- 43
11. Yuki Cross(Vampire Knight)- 41
12. Kojirou/James(Pokemon)- 40
12. Professor Barabaraman(Akazukin Chacha)- 40
14. Barasuishou(Rozen Maiden Träumend)- 39
14. Afordite de Peixes (Saint Seya/Cavaleiros do Zodíaco)- 39
16. Mashymre Cello(Mobile Suit Gundam ZZ)- 37
17. Sebastian(Kuroshitsuji)- 36
17. Hikarigaoka Nozomu(Da! Da! Da!)- 36
19. Shuu(Pocket Monsters Advanced Generation)- 33
20. Benio Amakusa(Ouran Host Club )- 32
20. Rose(Dragon Crisis!)- 32
22. Keigo Atobe(Prince of Tennis)- 31
23. Anthy Himemiya(Shoujo Kakumei Utena)- 30
24. Karl Lichter von Randoll(Future GPX Cyber Formula 11)- 27
25. Oyajide(Ojamajo Doremi Dokkan!)- 25
26. George de Sand(Mobile Fighter G Gundam)- 20
27. Dio Brando (JoJo's Bizarre Adventure)- 13

Mangás da Shounen Jump serão lançados simultaneamente nos EUA



A antologia semanal digital da Shounen Jump americana, a Weekly Shonen Jump Alpha, irão publicar simultaneamente alguns mangás no EUA a partir da edição de 21 de janeiro. Segundo o ICV, a partir desta data, Bleach, Cross Manage, Naruto, Nisekoi, One Piece, e Toriko erão lançados no mesmo dia no Japão e nos EUA. Já Blue Exorcist, Rurouni Kenshin: Restoration e Yu-Gi-Oh! Zexal terão atualizações mensais. A Weekly Shonen Jump Alpha nasceu há um ano com uma periodicidade quinzenal e a VIZ cancelou sua edição impressa da Shounen Jump. Os encadernados continuam saindo, mas a publicação das séries se tornou mais dinâmica e competitiva em relação aos grupos de scanlation Enfim, eu realmente acredito que a internet é um caminho que precisa ser trilhado e um território a ser ocupado não somente pelas grandes editoras, como por artistas em busca de popularização. Exatamente por conta disso, decidi publicar esta notícia. Vejam que uma Shounen Jump poderia ser publicada nos mesmos moldes em português... Poderia, mas as mentalidades por aqui...


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Informações sobre Downton Abbey: Quarta Temporada e Especial de Natal



Como já sabíamos, a quarta temporada de Downton Abbey vai sair. Queria que a idéia do cinema se firmasse e não tivéssemos uma temporada para a TV. Eu nem terminei a terceira temporada ainda, e não fui até o fim, porque ela foi a mais chata das três. E nem estou falando da morte de uma personagem querida, mas de situações que não funcionaram como a esticada na prisão de Bates ou a salvação econômica milagrosa da propriedade, no melhor estilo deus ex machina. Agora, a grande dúvida, segundo o Mail On Line, é quanto ao elenco. Como já comentamos antes, Dan Stevens acha que pode fazer sucesso nos States e pode pedir para sair. Enfim...


Já o especial de Natal, que fecha a terceira temporada, será na Escócia, no Duneagle Castle, e a diretora, Laura Mackie, avisou para termos os lenços em mãos... OK... Acredito que o especial não vai se passar no mesmo ano, basta olhar as imagens que não mostram neve, como a de Dan Stevens pescando, que a terceira temporada.


Quem segue para a Escócia, segundo o Radio Times, é a família e parte dos empregados (Bates, Anna, Molesley e O'Brien). O especial vai se dividir entre os empregados que ficam em casa e o que fazem quando os patrões estão fora, e os que estão viajando. Acho que a filha de Sybil é a menina crescida da foto no carrossel... Acho... Então, se passaram alguns anos. Quando terminar de assistir a série, comento aqui no blog, OK?

Caléndário 2013 e outras novidades com a edição da LaLa



Segundo o Comic Natalie, o mangá 4-D ou 4Jigen (4ジゲン), de autoria da dupla NizaKana (Masahide Ichijo e Yoshino Masaya), retornará na edição de janeiro da LaLa depois de três anos de hiato. No momento, há dois volumes lançados da série que é uma comédia centrada no dia-a-dia de um grupo de alunos e professores. Também na mesma edição estréia Teki wa Ousama (敵は王サマ) de Ishihara Keiko. Já na edição atual da revista LaLa chegaram ao fim Mikazuki to Orange (三日月とオレンジ), de Fujitsuka Yuki, e Oiran Girl (おいらんガール), de Wataru Hibiki. Já na revista LaLa DX, Junko Ike publica um one-shot chamado Bear Bear.


A capa da revista LaLa, muito bonita por sinal, traz Akagami no Shirayukihime (赤髪の白雪姫), de Akizuki Sorata. E junto com ela, como brinde, temos o calendário com imagens da série. Aqui nesse post do Tumblr, alguém postou todas as imagens. Estão pequenas, mas dá para ter idéia de como é. Como já comentei antes, é possível encomendar a revista via Fonomag e vem com o furoku (brinde). 

Já na edição de janeiro, para comemorar os dez anos de Natsume Yuujinchou (夏目友人帳), de Midorikawa Yuki, o brinde é um pendente de celular. Nem sabia que isso tinha nome, mas no Japão se chama Puni Puni Strap (ぷにぷにストラップ). E quem desejar pode ainda encomendar um jogo de há da série. O CN não trouxe maiores informações de preço e coisas do gênero. Acho que isso vai sair na edição de fevereiro da revista.

Dia Nacional do Combate ao Câncer de Mama: É preciso se prevenir!



Criado em 2009, o Dia Nacional do Combate ao Câncer de Mama é lembrado hoje no Brasil.  Segundo dados do site do INCA:
Em 2012, esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sudeste (69/100 mil), Sul (65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte é o segundo tumor mais incidente (19/100 mil). O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2008 em todo o mundo, o que representa 23% de todos os tipos de câncer.
Ou seja, prevenção é tudo. No entanto, em um país onde os serviços públicos (*e particulares*) de saúde são tão precários muitas mulheres morrem antes de conseguirem um diagnóstico, ou tratamento adequado.  Muitas delas só conseguem o diagnóstico tardiamente e acabam tendo que passar por tratamentos radicais, muitas vezes sem que consigam a cura.  Os fatores ligados ao câncer, que podem ajudar no seu aparecimento, são vários, desde carga genética (*eu aqui devo ser grupo de risco*), até alimentação,idade, etc.  É preciso estar atenta.


Mas eu nem sabia da data, não guardo essas coisas de cabeça.  Foi o logo cor de rosa do Jornal O Dia do Rio de Janeiro que me alertou.  Além disso, trata-se de capa histórica que pede o veto da presidenta Dilma à vergonha da nova legislação dos royalties do petróleo. Espero mesmo que ela vete.  Vamos esperar.

Edição Especial de Natal da Le Paradis



A revista Rakuen Le Paradis está com uma edição especial de Natal on line. A publicação começou no dia 20 de novembro e será publicado um capítulo por dia até 25 de dezembro. São 36 dias de publicação, acredito que de one-shots, 23 mangá-kas envolvidas e 32 trabalhos ao todo, segundo o Comic Natalie. A publicação foi aberta com um trabalho de Noriko Kuwata. Para você abrir a edição é fácil. Entre na página da Le Paradis, role para baixo, clique no logo (*imagem depois do texto*) e vai abrir uma janela pop up com a ilustração principal do post. Daí, basta clicar em cima do dia que você quiser e a janela com o mangá vai abrir. Enquanto eu escrevo este post, estão disponíveis os trabalhos do dia 20 até 27 de novembro. Não adianta clicar, por exemplo, em 12 de dezembro, porque não está publicado ainda, OK?


Caléndário de Taiyou no Ie é brinde da revista Dessert



Segundo o Comic Natalie, o calendário 2013 da revista Dessert é de Taiyou no Ie (たいようのいえ) da mangá-ka Taamo. Como o pessoal da Dessert é bonzinho, colocaram de amostra grátis o mês de dezembro. É possível baixá-lo daqui como wallpaper em três tamanho. Usei o menor para ilustrar este post. Aliás, a capa do último volume lançado de Taiyou no Ie é lindinha.


Já a capa da revista é uma bela ilustração de Tonari no Kaibutsu-kun (となりの怪物くん). O Comic Natalie informa que há um gaiden da série – uma história fora da linha padrão do mangá, neste caso – nesta edição. Além disso, há informações sobre o lançamento e venda do Fanbook do anime.


Otomen chega ao fim da Betsuhana



Segundo o Comic Natalie, a última edição da Betsuhana que chegou às lojas japonesas trouxe o último volume de Otomen (オトメン). Segundo o Comic Natalie, os volumes 17 e 18 do mengá serão lançados simultaneamente no dia 18 de janeiro. A autora, Aya Kanno, vai tirar férias e retorna na edição de abril com sua nova série (*ou one-shot*) chamado Makoto no Kuni (誠のくに). Já a capa de edição – muito bonita, por sinal – traz Madame Petit (マダム・プティ). Parece que a série estava em hiato. O brinde é um calendário de mesa de Glass Mask (ガラスの仮面) ou de Masumi Hayami, se entendi bem o CN.


Dupla capa para a Cookie de Janeiro



A primeira edição da Cookie de 2013 já foi lançada no Japão e ela é especial. Se você entrar na página da revista, verá que ela tem duas capas, uma desenhada por Yue Takasuka e outra por Yuuki Obata. É nessa edição que Forget me Not, novo mangá de Obata, passa a se chamar Haru Meguru (春 巡る). Além disso, a revista tem mais páginas que a média somando 830 ao todo. Parece que há páginas diferentes nas duas edições, também, uma espécie de apêndice, eu suponho. Será que a Cookie vai vender dobrado? O Comic Natalie também avisa que Shiori Furukawa estréia nova série nesta edição, o nome é Karigari! (カリガリ!).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Abertas as inscrições para o prêmio Golden Tiara




Desde 2007 a Shueisha promove o prêmio Golden Tiara, um projeto que reúne sete das revistas shoujo e josei da editora – Ribon, Margaret, Betsuma, The Margaret, Cookie, Cocohana e YOU – e premia com dinheiro e um contrato de dois anos com a editora as três primeiras colocadas.  São distribuídas, também, três tiaras, uma de ouro e duas de prata.  A presidente do comitê julgador este ano é Hagio Moto e participam da banca julgadora os mangá-kas Osamu Akimoto (*do mais longo mangá em publicação, Kochikame*), Aruko,Yuuki Obata, Kazune Kawahara, Ayumi Komura, Arina Tanemura e Mari Fujimura.  Se entendi o Comic Natalie, as inscrições começaram hoje e se estendem até o dia 1 de abril.  O resultado sai no dia 20 de junho no siteoficial do concurso.  Não sei se gente de fora do Japão pode concorrer. Em fevereiro, alguns mangá-kas e editores promoverão oficinas e palestras em Tokyo e Osaka para ajudar quem estiver interessada em participar e ganhar o Golden Tiara.  


Livro lançado no Japão explica o sucesso do BL



O Comic Natalie trouxe uma notinha comentando o lançamento do livro Light BL he Yousoko (ライトBLへようこそ). Trata-se de um manual com história do BL-YAOI, notas culturais, glossário, a mangá-ka Emu Esuto entrevista a especialista no gênero (Rika Fukuda). Há também entrevistas com as mangá-kas Tomoko Yamashita, Haruko Kumota e Aniya Yuiji. Kumota ilustra a capa. Parece que existe uma edição limitada com cartões postais de brinde. Deve ser um livro interessantíssimo, mas precisa ler japonês... :(

Comentando as primeiras semanas de Salve Jorge: Agora é para valer!


 

Comecei a escrever este texto na quinta-feira, mas tive outras coisas para fazer e o texto foi crescendo mais do que devia... Ontem, no domingo, a Folha de São Paulo trouxe três textos sobre a novela, um intitulado “Quem salva o Jorge?”, apontando que a novela é a mais baixa audiência do horário em 12 anos. Quando isso acontece normalmente há uma intervenção, a última e mais radical neste horário, que eu me lembre, resultou na explosão de um shopping com um casal de lésbicas, um pai que fornicou com a esposa do filho, um rapaz drogado e uma velha cadeirante rabugenta, além de transformar, mais tarde, um ferro velho verossímil cheio de gente sinistra em um bar temático colorido e simpático. Outra intervenção pesada transformou uma novela de época densa, mas com protagonistas mal escalados, A Padroeira, em uma comédia pastelão intragável... Norton Nascimento, que teve sua personagem eliminada abruptamente, guardou mágoa do caso até a morte e com razão... Eu não sei se o santo de Glória Perez é forte o suficiente para impedir que algo extremo seja feito com sua novela atual. Mas vamos ao texto, deve ficar uma bagunça.

Quinta-feira o capítulo de Salve Jorge pareceu sugerir uma virada e chegou a hora de comentar de verdade a novela. A família da protagonista – destaque para a talentosa Dira Paes – foi despejada, a vida dela na casa da sogra é um inferno e há a possibilidade de um salário “mágico” no exterior. Agora, a protagonista defendida pela excelente Nanda Costa caminha para o inferno, sem saber o que lhe aguarda. A Espanha sumiu da história que agora se divide entre Brasil e Turquia. Melhor assim. Fora isso, tivemos uma das cenas mais fortes da história até agora: Carolina Dieckmann obrigada a posar para o site pornográfico. Olha, foi uma cena muito, muito violenta, sem que ninguém apanhasse, sem que houvesse estupro stricto sensu, mas a interpretação da atriz – de quem particularmente não gosto – mostrou o quão violada a personagem se encontrava, o quão prisioneira e escravizada. Enquanto isso, outras mulheres, igualmente prisioneiras como ela, acuadas, assistiam absolutamente aterrorizadas aquilo que se propunha a ser um ensaio fotográfico erótico. Glória Perez, o elenco envolvido e a direção se esmeraram. A cena foi a melhor da novela até agora para mim.  O problema é que boa parte do tempo a novela é chata, ou, pelo menos, mal articulada.


Eu já fiz um post sobre Salve Jorge quando da polêmica sobre os mamilos desnudos (*amo essa palavra cafona*) da Carolina Dieckmann e respondi algumas perguntas no Formspring sobre a polêmica religiosa da novela (*e teve até pregação na Igreja contra a novela... coisa que eu nunca tinha visto... *MEDO*), não vou tocar na questão religiosa nesse texto, mas deixo os links das respostas (*1-2*). Não acho que o problema da novela seja seu conteúdo religioso, mas uma série de fatores, dentre eles o luto em relação à trama anterior, algo que foi apontado por uma pesquisadora da área de telenovelas em um dos textos da Folha de São Paulo de ontem. Segundo Maria Carmem Jacob de Souza, "O primeiro capítulo de 'Salve Jorge' não foi arrebatador, e a primeira semana, também não. Assim, fica difícil se apegar à novidade. Ainda está cedo para dizer que o público largou o barco. Está esperando melhorar, assistindo eventualmente". Eu que não entendo a fascinação por Avenida Brasil, acho muito curioso que a Globo tenha conseguido criar um fenômeno que prejudicou a própria sucessora do horário. Não assisti todos os capítulos, mas vi a maioria. Quando perco o capítulo, olho as cenas-chave no site da emissora. Vejo somente algumas cenas, porque, bem, um dos problemas de Salve Jorge é o excesso de gente inútil em cena.

“Com 84 personagens distribuídos em oito núcleos, novela é a mais populosa exibida pela TV Globo na faixa das nove nos últimos 12 anos.” (‘Salve Jorge’, o cabide de empregos de Gloria Perez. Revista Veja. ), Olha, eu também me surpreendi com esse elenco inchado. Faz tempo que circulam notícias de que a Globo está limitando a quantidade de atores e atrizes por trama, mas acabou liberando para que a Gloria Perez entupisse Salve Jorge de gente. 84 personagens é muita coisa, o pior é metade das personagens não tem muito que fazer e acaba atrapalhando a outra metade que poderia render. Há vários capítulos que eu fico murmurando “eu botava metade desse elenco em um avião/navio e me livrara deles!". Quer ver? Pepeu e Drica (*Mariana Rios é boa atriz, mas...*) o que é aquilo? Para quê eles servem? E o filho da Leda Nagle? Aquele moço nem pode ser chamado de ator... Caíque é reprise do Zeca (*Era esse o nome dele em Caminho das Índias, certo?*) e nada mais... Dalton Vigh, Nívea Maria, Stênio Garcia (*o que foi aquela plástica????*), Cristiana Oliveira, Lisandra Souto... Para que eles servem mesmo? Até as excelentes Nicette Bruno, Ana Beatriz Nogueira e Natália do Vale não tem muito o que fazer.


Se eu fosse a autora, ficava com o núcleo das traficadas, o Alemão, o Quartel, a turma da Capadócia, a polícia e o Mordomo. Houve quem se espantasse (*né, Diego?*), quando eu vibrei quando o Otaviano Costa – que acham que é ator, mas só é escalado para novelas em que a esposa, Flávia Alessandra atua – tomou um tiro no peito. Imaginei que Haroldo, sua personagem grudenta e chata, iria rodar. Qual nada! Nem era zona de ferimento do herói, isto é, perna, braço, corte no rosto, essas coisas, e o sujeito é personagem terciária e o cara sobreviveu! E, pior, ainda foi morar na casa da “namorada” a vilã interpretada por Cláudia Raia. Realmente, "malvada", ou não, fiquei com pena dela.  O sujeito é um mala... 

Os dois melhores núcleos, os que funcionam direitinho a meu ver, são os do Alemão e o do Quartel, o da Capadócia tem a função de ser exótico e só. Falando no quartel, eu trabalho no Colégio Militar, e vi o povo comentando o “realismo” da coisa. Tinha muito de zuação, óbvio, mas meu marido também achou convincente. Claro, que vai ter gente querendo se alistar com idéias muito distorcidas na cabeça, mas faz parte... Já o Alemão, bem, deveriam ter demorado mais na sua ocupação, o primeiro capítulo foi bem dinâmico, cinematográfico até, mas faltou trabalhar melhor o encontro de Théo e Morena, o início do romance. Tudo foi muito rápido e a atitude do galã em relação à tenente Érica foi bem leviana.  Ficou um pouco a impressão de que é tudo “fogo de palha” e fruto da imaturidade do galã. Sim, porque Morena tem míseros 18 anos, já Théo, para ser Capitão, precisa ter pelo menos uns trinta (*mais, até*). E quem se comporta como adolescente, é ele!  Há química entre os dois, mas a trama patina o tempo inteiro.


Adoro o Rodrigo Lombardi, o considero um excelente ator, o acho lindo e cheio de sex appeal, mas a personagem Théo é infantil e instável, além de filhinho da mamãe. E como chora? Chorar um pouquinho é charmoso, andar com os olhos vermelhos em todo santo capítulo... A música tema do moço, a grudenta “Esse Cara sou Eu”, berrada a todo instante por Roberto Carlos, casa bem, porque o moço é egocêntrico, e vive impondo coisas para a noiva e a mãe. A mãe do Théo é chatíssima, e tem parte no comportamento do filho, mas compreendo o lado dela, quando o sujeito chaga com noiva, mala, cuia e filho e diz que o menininho vai dormir no quarto da mãe dele... Pediu? Perguntou? A mesma coisa quando o surtado decidiu que queria casamento “de princesa”. Sei lá... Quando li que ele romperia com Morena, pensei que ela iria brigar com Maria Vanúbia (*Ah, esse nome...*) por causa do pai de seu filho. Só que a mocinha lutou com o cara em uma cena excelente, que mostrou todas as contradições da personagem-Morena e da hipocrisia do “em briga de marido e mulher...” que conduz a tantas mortes de mulheres, e o mocinho rompeu com a noiva por causa disso... Enfim, o homem mais interessante da novela é o Capitão Herculano.

No início, desgostei profundamente da Morena. Achei a moça excessivamente barraqueira, naquela linha que vem ganhando espaço em que se confunde mulher forte com marrenta. São coisas diferentes. No início, ela me lembrou muito a Clara de Barriga de Aluguel, a protagonista mais intragável de Glória Perez para mim... Mas o talento de Nanda Costa – que teria sido Gabriela, se eu pudesse escolher – se impôs. E percebi que fizeram alguns ajustes, também. por exemplo, a situação desagradável de ver a moça largar o filho para trás para ir ao baile funk não ficou mais tão evidente. Passa uma imagem de leviandade que não ajuda a sermos solidários com Morena. Agora, ela parece uma mãe bem mais zelosa e o menino é uma gracinha, e parece muito com o Rodrigo Lombardi.


A personagem também ficou menos estridente, ser forte, como já pontuei, não é ser marrenta ou barraqueira. Já li muita bobagem por aí, críticas à protagonista que me lembram as crueldades que fizeram com a Adriana Esteves na época de Renascer. Estão jogando a culpa da baixa audiência (*para os padrões globais*) na moça. Já vi comentários dizendo que é um absurdo colocar alguém como ela, com cara de pobre, para fazer par com Rodrigo Lombardi. Sugerem sempre mocinhas brancas, que elas seriam melhor par para um homem que é um dos mais desejados da TV. Sim, cheguei ao ponto: Nanda Costa tem cara de povão, de moça pobre, e convence como moradora da favela. E é uma protagonista não-branca, que parece “gente como a gente”. Isso expõe o racismo e o classismo que habita no fundo de muitas pessoas.

Aqui cabe destacar que eu raramente vi um elenco com tantos atores e atrizes negras, ou com características marcadamente nordestinas, ou que pareçam gente pobre. Que pareçam com gente que conheci em São João de Meriti, ou dando aula nos rincões de Duque de Caxias. Também dominaram bem o sotaque carioca que predomina em certos círculos mais pobres e que eu ouço com freqüência nos ônibus do subúrbio e lá entre os moradores da minha cidade natal. Porque há vários sotaques no Rio, várias formas de falar o “carioquês”, por assim dizer. Falando do Alemão, Roberta Rodrigues, Maria Vanúbia, não é bonita, mas está um furacão, convencendo bem como a gostosona da comunidade. Gosto da sua atuação. Bruna Marquezine também está muito bem como a periguete juvenil. Concordo que estão explorando demais o corpo da moça, que é menor de idade, mas ela está compondo bem a personagem. Em alguns momentos, isso tem função na história, mas é óbvio que o corpo de Mariana Rios, Roberta Rodrigues e Marquezine estão sendo usados como um atrativo a mais. Já a menina Karina Ferrari, que faz Samantha, irmã de Lurdinha, também está muito bem.


Eu não posso comentar todo mundo, mas acredito que a novela presta um serviço ao morro do Alemão, pois anuncia um novo ponto turístico. Minha crítica é quanto a ausência dos evangélicos, pois não há comunidade do Rio que não tenha uma ou muitas igrejas. É como se eles não existissem na comunidade. Estão cometendo o mesmo erro que foi feito em Tropa de Elite II. Igualzinho. E como comentei no Formspring, é um erro alienar esse segmento da população. Outro problema é a promoção do baile funk a patrimônio cultural maior do Rio de Janeiro. Há capítulos que temos dois bailes funks. E há a forçação de barra de levar até as mulheres de meia idade para “descer até o chão”, como se fosse a coisa mais comum e normal, como se o funk fosse sinônimo de favela, subúrbio, de cultura carioca. E a novela terá um CD só de funk. Aguardem! Mas, ao que parece, a promoção do funk é bandeira da Globo. O problema é que atrelado ao baile funk temos a objetificação das meninas e mulheres, transformadas em periguetes e cachorras. Sim, o funk é mais que isso, dizem, mas é preciso mostrar, o que está na TV só reforça os estereótipos mais rasteiros. Outra coisa que me incomoda no Alemão é a ausência dos jovens que vêem no estudo uma oportunidade de mudar de vida. Ninguém parece estudar, há as periguetes, os malandros, a Morena, o garoto da Voz do Morro, mas e o garoto ou garota que quer passar no vestibular? Ou seja, só parte da “realidade” está representada.

E as outras personagens? Domingos Montagner, com sua beleza rústica, é o homem mais interessante da novela, repito. Gosto dele e seu Zyah tem mais apelo que o Théo. Ele me parece mais verossímil, ainda que sua forma de se relacionar com as mulheres seja questionável. E a química com Cléo Pires – que destruiu seu belíssimo cabelo – foi imediata. Os dois combinam e devem dar um pouco de sabor para a trama. Não vejo muito futuro para eles como casal, mas são o par mais sensual da novela. Aliás, espero que a fofa Tânia Khalill (Ayla) não perca o cara mais interessante da história para outra de novo... Dos quase figurantes, amo o Mordomo ultra-preconceituoso de Odilon Wagner que parece fugido de Downton Abbey ou outro seriado inglês similar, e da escrivã com faro de detetive de Thammy Miranda. A filha de Gretchen aparece pouco, mas a personagem é tão figura que deveria ter mais cenas. Gosto de graça da delegada perua da Giovanna Antonelli. Só queria que ela desencanasse do ex-marido. Isso enfraquece mais a personagem que o fato dela morar em uma mansão com o salário da Polícia Civil no Rio... Aliás, se não disserem que ela é herdeira rica, era para a corregedoria correr atrás dela... Aliás, a delegada é a única além das crianças que aparece estudando, pois quer prestar concurso para a Polícia Federal.



Sei da paixão de Gloria Perez pela dança de salão, por conta disso, a gafieira, sempre com o nome de Estudantina, está outra vez em uma novela da autora. É preciso equilibrar melhor as coisas uma das falhas da novela é essa sensação de repetição. Há os ingredientes de sempre em uma massa que está demorando a dar liga. A escolha da Turquia – apesar de eu gostar de Istambul e da Capadócia (*e seus balões que servem de descanso de tela para a novela*) – parece ter sido uma escolha equivocada de “cultura exótica” da vez.  Remete diretamente a O Clone, e a presença de atores e atrizes daquela trama, e em papéis parecidos, só prejudica.  Amo o Antonio Calloni, mas seu Mustafá é muito parecido com o Mohamed. Muito, demais MESMO! E o exagero de véus e burqas de O Clone está em falta em Salve Jorge. Blusa transparente e shortinho trariam problemas mesmo para as turistas em Istambul. E falo de assédio mesmo.  Agora, é preciso marcar - e isso não foi tocado na novela - que a Turquia, com todas as suas contradições - é um país laico, onde se trava hoje uma batalha política atroz entre o executivo nas mãos de um partido religioso, que quer permitir, por exemplo, o uso do hijab em prédios do governo e instituições públicas de ensino, e vários setores, como as forças armadas, que desejam salvaguardar os valores defendidos na revolução feita por Kemal Atatürk.

E, por fim, o que me motivou a assistir a novela, a questão das traficadas. Primeira coisa, é tráfico demais. Quer dizer, deveriam focar somente no tráfico de mulheres. Já enfiaram tráfico de bebês – e para isso está lá a chatíssima Aisha – e se duvidar vão colocar tráfico de órgãos. Aquele rolo com os bebês soou muito falso, como se ainda fosse muito fácil chegar na Vara de Infância ou o órgão competente e fazer aquele tipo de transação de adoção sem respeitar a fila ou apelar para a corrupção. (*Falsa*) Adoção consensual não é coisa tão fácil hoje em dia, mas poderia explicar Aisha sem problemas. Cláudia Raia está bem como a vilã sem escrúpulos ou coração, assim como se saem muito bem os comparsas Wanda (Totia Meirelles) e Russo (Adriano Garib) convincente, mesmo com o gatinho no colo. Já Vera Fischer fala como se tivesse um ovo na boca... Melhorou nos últimos dois ou três capítulos, mas era botox demais no rosto...


Agora, a moderação da violência em relação às traficadas, o corte da cena de estupro, enfraquece a história. Veja bem, existe várias formas de mostrar uma cena violenta como um estupro. A Lola comentou sobre isso em relação à série Suburbia (*que eu não estou assistindo*). Só que o estupro de Jéssica não estava sendo anunciado como fetiche, mas como um momento que transmitisse toda a miséria da situação da moça e de tantas outras mulheres traficadas. A Globo recuou e colocou no ar uma cena que nada disse, que foi menos angustiante que a surra que Berto deu na esposa em Gabriela, cujos gritos me deixaram angustiada. A desconfiança em relação à Morena e a crise de audiência fizeram com que a vida da personagem de Dieckmann fosse poupada... Olha, isso é mau sinal!  Hoje, passando pela banca, vi estampado em uma revista que Morena iria resistir e seria estuprada pelos capangas (*gang rape*) de Lívia a mando de Russo. Essa é uma prática comum, assim como viciar a escrava em cocaína, heroína ou outra droga, para que ela se torne ainda mais dependente e dócil. Não acho que esse tipo de miséria entrará na novela, acredito mais que eles vão amenizar e colocar a perder a parte realmente importante de Salve Jorge.  Aliás, só uma vez até agora, pelo menos que eu tenha visto, foi mostrada uma dessas moças com cliente, a personagem de Paloma Berardi, que agora passou para o lado dos traficantes para se proteger de danos maiores, sendo entregue em uma casa como "prostituta delivery".  Isso foi mostrado no filme Lylia4Ever, que trata também da questão do tráfico de mulheres.  As mulheres traficadas de Salve Jorge passam mais tempo trancafiadas do que "trabalhando", por assim dizer.

Enfim, se for para surtar de vez com a trama, queria que se montasse um grupo de comandos com o Capitão Herculano-Zyah, o Théo, o Élcio (*versão masculina da Berenice de Lado a Lado*) de traíra, o neto do Sílvio Santos meio de Sancho Pança, a Thamy poderosa e armada, e talvez uma das tenentes para cuidar dos cavalinhos, o policial chatinho poderia ir para morrer, afinal, alguém tem que usar camisa vermelha nessas histórias (*Jornada nas Estrelas feelings*). Todo mundo cavalgando pelas paisagens fantásticas da Capadócia atrás dos bandidos. Lívia capaz de tudo e o Russo com o gatinho á tiracolo. E poderiam deixar a delegada e o coronel bigodudo monitorando, já que seria difícil levar o Coronel Nascimento no grupo. O patrocínio viria do Mustafá-Mohamed, claro!


Obviamente, nada disso vai acontecer... E eu fico imaginando como se dará o resgate de Morena... Enfim... Acho que sete meses é tempo demais para uma novela como Salve Jorge, ela me parece desarrumada demais e, ao mesmo tempo, amarrada em excesso, já que abriu com uma cena de “sete meses no futuro” com o leilão de Morena. Como apagar tudo isso caso a novela seja redirecionada? Eu realmente queria que Glória Perez arrumasse a casa sem que fosse feita uma desastrosa intervenção, mas periga isso não acontecer...

De resto, sobrou comentar um pouquinho a forma como as mulheres são representadas na trama. Bem, a maioria do elenco feminino é fútil, sem objetivos suficientemente convincentes, quando não são dondocas ou peruas, caso de Cristiana Oliveira, Lisandra Souto, Nicette Bruno, Ana Beatriz Nogueira, Natália do Vale e Nívea Maria.  Todas vivendo de renda ou da falta de... Algumas delas girando absolutamente em torno de maridos inexpressivos.  Existe o drama da personagem de Letícia Spiller, que deseja trabalhar e tem um marido ciumento... Só que é esse mesmo marido - Caco Ciocler desperdiçado - que pode salvá-la das vilãs que a estão enganando... Há as mulheres trabalhadoras, claro!  Há as pobres (*Morena, sua mãe, entre outras*) e as ricas (*Deborah*), mas mesmo a delegada parece ser assujeitada pelos problemas do coração. Espero que salvem a personagem, que ela ganhe uma função real na trama com o caso das traficadas, mas não sei, não... Fora isso, reforça-se a idéia de que ser periguete é uma forma de empoderamento, e que quanto mais curta, decotada e apertada é a roupa da moça, mais força a personagem tem. Trata-se de uma mensagem perigosa, dada a repetição nas últimas tramas globais de periguetes simpáticas e muito carismáticas. 



Já as moças traficadas são fragilizadas, além de bobinhas. Ponto positivo é que não se faz apologia à prostituição em nenhum momento, ou se fetichiza a situação infernal vivida pelas moças.  O pior é ler que muitas mulheres realmente caem no papo dos altos salários em dólar para trabalhar como garçonetes no exterior... Tsc… Tsc…  Nesse quesito, Glória Perez pontua alto comigo. Não acredito que Salve Jorge vai incentivar meninas de 13 anos a dizerem que "é bom ser prostituta, né professora? Elas são bonitas, elas se vestem bem...". Ouvi isso de uma aluna quando dava aula em Duque de Caxias, graças à Capitu de Manoel Carlos.   O pior é que meu coração gelou, porque  se tal coisa acontecesse, se ela seguisse essa caminho, certamente não se tornaria a idealizada garota de programa, mas a prostituta da Rodovia Washington Luís.  Já as moças turcas, ainda que com uma profissão, só querem casar... Outra que periga se perder é a tenente.  Aliás, já começou perdida, porque apesar de competente veterinária, já no primeiro episódio não sabia dizer o que queria, ou melhor, só queria o Théo... Abandonada, ela manteve sua boa índole e caráter, mas, ao que parece, alguém cismou de transformá-la em mulher vingativa... E olha que pela primeira vez eu vejo uma atriz de verdade em Flávia Alessandra... Uma pena mesmo!  A personagem feminina mais assertiva talvez seja a Bianca de Cléo Pires, que é sexualmente livre, profissional de sucesso, independente.  Só que ser desencanada nos relacionamentos, não a faz mais madura que a média ou uma dondoca menos leviana. Não que eu tenha pena do mala do Estênio...

Enfim, Salve Jorge tem todos os ingredientes das novelas de Glória Perez, o pior e o melhor deles, mas não deu liga ainda. Infelizmente, pode nem ter tempo para se acertar. Espero pelo menos que, entre mortos e feridos, alguma coisa se salve dessa novela... Sem trocadilhos aqui. E falando muito, muito sério, agora: o tema do tráfico de mulheres já dá um nó no estômago se tratado em duas horas de filme ou documentário.  Imagine em sete meses.  É preciso muito talento e imaginação para segurar essa história sem banalizar, imbecilizar, ou afastar o telespectador.  O tema do tráfico de crianças seria mais fácil de levar e se pontuado com o tráfico humano a coisa poderia ir adiante com segurança.  Eu realmente acredito que a escolha foi equivocada.

P.S.: Ontem começaram a inserir depoimentos dentro do capítulo da novela. Do nada, entrou um senhor com aparência bem humilde falando da filha que foi enganada com promessa de trabalho e traficada para a Espanha. Trata-se de uma estratégia para ganhar o telespectador. Vamos ver se funciona.